ELE (Comi o meu recrutador)



Me custa acreditar que foi real. Estive sendo o tolo que acreditava que não iria me envolver com mais ninguém devido às dores do passado, e quando menos esperei estava deitado olhando nos olhos verdes dele. ELE.

Eu não tinha ambições com tudo aquilo, e nem ELE. Foi tudo tão de repente que não tinha como pensar e criar expectativas. E tudo começou quando ouvi sua voz pela primeira vez. ELE me ligou. A cada ligação que recebia em meu celular era um motivo pra estremecer e o coração bater tão forte que meu peito estremecia no mesmo compasso. Como todo universitário, eu entrara na fase de procurar estágio e me inscrevia incessantemente em vagas e processos seletivos via internet.

Eis que ELE me ligou para me comunicar que se interessou pelo meu currículo e queria marcar uma entrevista comigo. Sua voz, sempre tênue, me instigava, mas naquele momento eu estava tão animado por ter sido convocado para um processo seletivo de uma empresa de grande porte que mal poderia notar que aquela voz faria parte dos meus pensamentos, e conduziria meus desejos proibidos. Eu prontamente demonstrei interesse pela vaga e firmamos o dia da entrevista.

Chegando lá, conheci a tão sonhada empresa e os outros candidatos. Me mantinha obstinado, até ELE aparecer e nos conduzir a sala em que seriamos entrevistados. ELE não é muito alto, tem cabelos pretos curtos, barba e se mantinha sério o tempo todo. Pode parecer retórico, mas o achei atraente no mesmo instante que o avistei pela primeira vez, contudo, o nervosismo me dominava naquele momento para me dar conta de que ele o tipo de caras que me deixavam loucos de tesão: Baixinhos, magros e fofos.

A entrevista coletiva discorreu, e poucos minutos depois percebi que sentei ao lado dele, ou melhor ELE sentou ao meu lado. Restou uma só cadeira, na verdade, e ELE foi o último a tomar seu assento na sala. Nada foi premeditado, mas se pudesse escolher, teria sentado em outra cadeira de modo que eu ficasse de frente pra ELE. Seus olhos me chamaram tanto a atenção que ao seu lado dificultava admira-los. Enquanto lastimava minha escolha de cadeira, percebi que ao seu lado dava pra sentir sua energia, e ouvir sua voz dessa vez mais de perto. Outra vantagem era ler os currículos dos demais candidatos que ELE rabiscava, circulava e anotava na mesa enquanto os ouvia falar de suas experiências profissionais e competências.

Eu soube responder todas as suas perguntas e conduzir a entrevista de modo que fizesse ELE me conhecer e, quem sabe, me escolher dentre as opções. E para minha surpresa, ELE me escolheu. Me senti tão especial e contemplado ao receber sua ligação poucos minutos depois de sair da empresa, ainda à caminho de casa. Sua voz começara a ser sinônimo das coisas boas que a vida estava me oferecendo. Sua voz era a minha sorte e a certeza de que eu poderia seguir em frente: Confiante. Confiando no destino.

A cada ligação sua, agendávamos a etapa seguinte, e para a minha surpresa eu demoraria alguns dias para vê-lo, pois, obviamente, as etapas seguintes eram entrevistas com outros departamentos e outras pessoas que participariam da decisão de me aprovar ou não.

Lembro que o vi na recepção da empresa depois de ter passado pela última etapa. Não sei se ele estava me esperando ou não, mas passei tão batido de desespero e adrenalina que não me dei conta que ele estava lá. Meu perfil tímido com as pessoas que ainda não conheço ou não tenho intimidade também contribuiu pra trocarmos poucas palavras naquele momento e depois me arrepender no elevador por não ter chegado mais próximo dele e ter reservado alguns segundos para admirá-lo como gostaria.

Eu esperei pela resposta. Esperei para ver se o destino iria querer que nos víssemos novamente. Recebi uns e-mails dele depois sobre a previsão da resposta e isso me deixava mais eufórico ainda. Eu lia e relia aqueles e-mails várias vezes ao dia mesmo que isso não significasse nada e ELE não dissesse nada que justificasse minha euforia.

Dias depois recebi sua ligação. Estava na rua, com muitos ruídos e pouca luminosidade no celular para economizar bateria, mas consegui ver que era o número que ele costumava me ligar para dar o retorno do processo. Acertei, era ELE, sua doce voz, seu profissionalismo indiscutível. Dessa vez, eu não estava nervoso o suficiente para não pensar no tesão que sentia por ELE, e sim estava imerso no desejo por ELE que mal conseguia prestar atenção no que ELE dizia. Sei que por algum motivo que eu não compreendi muito bem, eu teria que aguardar a resposta do processo, mas que a princípio, tudo indicava que a vaga era minha.

Queria comemorar, mas me faltava ar para isso. Sua voz me deixou sufocado por alguns segundos e pensando inúmeras coisas inoportunas e sem sentido do início ao fim da ligação. Lembro que até perguntei se o processo tinha acabado mesmo ou se teria alguma outra fase, e ele disse que realmente não tinha. Deve ter ficado evidente que não consegui prestar atenção em 70% do que ELE disse, ou quem sabe eu consegui não transparecer minha idiotice pela ligação, mas captei a ideia quando ELE me pediu "paciência".

Eu nunca tive paciência pra muita coisa. No amor, eu sempre fui o egoísta impaciente e ansioso. Na vida, eu sempre fui o impaciente nato e o idiota com crises de ansiedade submersas numa profunda camada de insanidade. Depois daquela ligação, eu consegui ser paciente. Eu consegui ficar extasiado até ele ligar novamente e me parabenizar pela conquista. Era lindo ver o quanto ELE participara da minha primeira conquista profissional, mesmo de longe, e mesmo que eu desejasse que ELE tivesse sussurrando tudo o que dizia nas ligações no meu ouvido, no escuro e num lugar onde tivéssemos a sós.

O que ecoou na minha alma foi quando ELE falou que queria almoçar comigo pra comemorar. ELE leu meus pensamentos, ou estava pensando as mesmas coisas de mim que eu pensara dele? Por sua voz tênue não oscilar como a minha, era impossível ler claramente suas intenções. Nem lembro o que respondi, afinal eu me desligo do universo quando estou interessado em alguém e viro um tremendo babaca de 14 aninhos.

De algum jeito senti que precisava do contato dele. Eu tinha várias dúvidas sobre a empresa, como me portar, o que fazer... Na pior das hipóteses, eu seria o estagiário novo com dúvidas e interrogações a serem sanadas pelo recrutador. Na melhor das hipóteses, ele poderia comemorar por eu ter voluntariamente procurado por ele, tirando a carga dele como recrutador de querer iniciar um lance comigo, recém-chegado à organização e recém-aprovado por ELE.

De tanto reler os e-mails deles, vi que contava lá seu nome completo. Foi assim que consegui achá-lo no Instagram e ver suas inúmeras selfies, algumas delas com um jovem rapaz bem afeiçoado, muito mas muito mais bonito que eu, com o qual a legenda era "2 meses"... Eu fiquei tão decepcionado depois disso que larguei o celular por alguns minutos e apaguei o "Oi, tudo bom?" que tinha digitado via Direct e estava prestes a enviar. O segui para acompanhar suas fotos e apreciar o quão interessante era esse meu recrutador, mas não me animava mais a puxar assunto depois de saber que ele namorava.

Pra minha surpresa, foi ELE quem puxou assunto e disse "Olha ele, me achou no insta rs" não muito depois de ter o seguido e ver suas belas fotos, e expandir a tela nas fotos sem camisa que encontrava. A notificação chegou e o coração começou a bater forte. Eu precisava responder, e ainda não sabia como o tratar, ou o que dizer. A primeira coisa que me acometeu foi a minha sinceridade assustadora ao dizer que o encontrei devido ao nome completo que acompanhava todos os e-mails dele. Não sei se ELE me achou louco, mas cometemos loucuras por quem a gente se importa, não é? A conversa discorreu a partir daí até que ELE me deu seu número alegando que era melhor conversar pelo WhatsApp.

Conversamos muito... Até nos rever num dia em que fui buscar o contrato na empresa. Foi rápido, mas foi o nosso primeiro abraço. Foi a primeira vez que ficara de pau duro na sua frente, e por sorte nem ELE e nem ninguém da recepção percebeu o quanto eu tava abestalhado e, ainda por cima, excitado. Não deu pra trocar muitas palavras, mas foi o bastante para me deixar vidrado naqueles olhos verdes lindos e ter a absoluta certeza que daria de tudo pra jogá-lo na parede, e beijá-lo como se fosse a última vez.

Naquele mesmo dia não conseguimos conter o tesão que sentimos um pelo outro, e pelo Whats eu acabei contando que era Bi, e ELE que amava a sonoridade dos atores pornô norte-americanos quando falavam "Fuck Year". Bastou entrar nesses assuntos, que chegamos a falar sobre punheta, sobre o quanto éramos safados a ponto de ser viciados em sentir prazer, e ELE, no quanto amava chupar um pau, enquanto eu amava ser chupado. Ninguém conseguiu naquele momento resistir um ao outro. ELE contou que mesmo que fosse errado, ele se interessou por mim desde a primeira vez que me viu, e que inclusive, sonhava com tirar meu pau da cueca e chupar até eu gozar. Era exatamente aquilo que eu precisava ouvir. Aquilo me excitou de uma maneira descomunal ainda que eu estivesse no meio da sala de aula na Faculdade. Pude reparar que molhei um pouquinho a calça jeans apertada que vestia naquele dia, e meu pau estava super delineado e volumoso. Saí da sala com o livro na altura da minha cintura buscando tampar o quadro lamentável em que minha excitação me colocara. Particularmente, tem uma parte de mim que odeia ter um pênis grosso e um pouco que grande, apesar de torto e cheio de veias. Acontece com frequência esses "acidentes" em público e é muito embaraçoso, mas a conversa ainda assim continuara e inclusive mandei nudes que tinha escondidas no telefone, e que há muito tempo não as enviava pra ninguém.

ELE ficou doido pelo meu pau, e elogiava tanto que eu fiquei até com vergonha. Obviamente eu pedi as deles, mas não me interessava muito pelo seu pau, e sim pelo seu cu, o qual sonhava em fuder. Não demorou muito pra gente chegar a conclusão de que estávamos passando vontade, e muita vontade. Combinamos de ir pra um Motel no dia seguinte, pra finalmente matar a vontade incessante que tínhamos há dias, um pelo outro.

Nosso primeiro beijo foi na ante-sala do quarto (sem garagem) que pedimos, depois dele ter colocado no frigobar algumas bebidas que tinha comprado. Eu vou guardar pra sempre o momento em que joguei ele na parede e nos beijamos de uma maneira tão forte que ouvi até os nossos dentes se chocando e fazendo um ruído engraçado. Eu não pensei em mais nada, só no quanto ELE representava as melhores coisas da vida. Deitar na cama com ELE foi uma sensação ímpar. Eu queria ficar em cima dele pro resto da vida, não porque ele saciava um prazer meu, e sim pelo que ele representava pra mim, com aqueles enigmáticos olhos verdes e sua voz doce. Cheguei à conclusão que não conseguia fechar os olhos para beija-lo porque me custava acreditar que aquilo era real e estava sendo tão bom, como um sonho que te dá frio na barriga pela madrugada a dentro, e continua te despertando sorrisos ao acordar. Eu estava tão imerso de prazer e satisfação que quando ele tirou a camisa, pouco tempo depois eu tava com a boca em seus mamilos e mordendo forte (o machucando certamente, mesmo que não fosse essa a intenção).

Foi inesquecível o quanto ele gemia enquanto eu enfiava minha língua no seu cu, e podem acreditar, fiz isso com tanta vontade e tesão que só consegui parar quando me deu saudades da ternura dos seus olhos e do roçar da sua barba no meu rosto enquanto nossas bocas se entrelaçavam aos beijos. Minha vez de gemer foi quando ELE, pegava no meu pau de jeito e chupava com todo o seu ser. A grossura não atrapalhou em nada, ELE engolia até o fim aparentemente sem nenhuma dificuldade e totalmente excitado.

O ouvir delirar ao sentar na minha pica foi o ápice do meu prazer. Seu gemido está na minha cabeça até hoje, e a lembrança de que gozamos exatamente no mesmo instante ainda me assusta, pensando no âmbito do quanto estivemos conectado para viver aquele momento; de longe o melhor que eu já tive, e o mais especial.

Nenhuma artificialidade. Fomos humanos. Eu fui inexperiente. Ele foi o homem da minha vida. Eu me senti seu. Importante. Me senti homem, porque ELE me fez homem.

Queria poder ter o fudido mais uma vez. Enquanto descansávamos do orgasmo, ELE pegou o celular e me falou que o namorado tinha pedido foto para comprovar a localização dele. O namorado... Por alguns minutos creio que tinha me esquecido dele e agora estava preocupado com o que iria pensar dELE.

Parte de mim me reprovava por ter feito aquilo com ELE, e parte de mim me encorajava a dizer pra ELE que estava pouco me fudendo pro namorado dele e pro que ele iria pensar; só queria puxar ELE pra cama novamente e deixar os nossos corpos e instintos falarem mais alto que a razão e o moralismo. Nossos instintos já tinham falado há tão pouco tempo, mas eu queria mais e torço por mais. Mais e mais.

ELE foi tudo o que eu precisara e hoje tem um valor que transcende uma noite de sexo. Apesar do erro, ELE será a pessoa que eu irei olhar no corredor da empresa e lembrar do quanto ele delirou enquanto eu o fodia e do quanto aquilo nos fez bem. ELE será mais um que me abandonará na vida? Não sei dizer.

Eu fui o recrutado. ELE o recrutador. Quem sabe ELE não me recrute para ser o admirador do seu talento descomunal, da sua vontade, do seu olhar, da sua boca, e do seu amor incandescente. Que passe de nós esse sentimento de proibido e que chegue a razão que até então não temos a nosso favor, para sermos felizes juntos, ou se o universo não conspirar, que ELE encontre em quem ama o verdadeiro desejo de fazer dele o homem mais feliz desse mundo, por ser quem é, e por valorar o que há de melhor em que o rodeia.

Nos conhecemos há tão pouco tempo, mas foi o bastante pra ter certeza que TODOS merecem um ELE na vida. Não um "ele" qualquer, e sim um ELE com três letras maiúsculas, que seja diferente de tudo o que você já imaginou ou esperou. TODOS merecem ser arrebatados por algo que excede você, e que te satisfaz em todos os sentidos. E para isso não há fim, não há remédio. Não há o que me tire mais o sono do que ELE.

Foto 1 do Conto erotico: ELE (Comi o meu recrutador)


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Comentários


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andspzs Comentou em 10/09/2017

Que sensacional. Adorei o conto. Vc escreve super bem. Poste mais

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nunozsrio Comentou em 08/09/2017

Você é perfeito! Macho e sensível! Adorei o conto e fiquei muito a fim de conhecer você!

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lisinho atv Comentou em 08/09/2017

Um conto excelente! Sem nomes mas muito bem escrito e detalhado... Mesmo sem nomes lemos sem nos perder! Parabéns!

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morsolix Comentou em 08/09/2017

O relato é bom.

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morsolix Comentou em 08/09/2017

O relato é bom.




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Ficha do conto

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angel123

Nome do conto:
ELE (Comi o meu recrutador)

Codigo do conto:
105826

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
07/09/2017

Quant.de Votos:
13

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