Perdida numa tarde suja



O vestido rasgado não escondia meus seios e deixava evidente que eu estava sem calcinha. Me aterrorizava pensar que as pessoas podiam ver o esperma escorrendo entre minhas pernas.


Andei o mais depressa que pude, cabeça baixa, ainda sentindo a ardência que o pau dele deixou na minha buceta e no meu cu. Cada pessoa, a pé na calçada ou no interior de seus veículos, tinha os olhos postos em mim. Sentiriam o cheiro? Aquele cheiro sujo de sexo que não saía das minhas narinas?

Só queria chegar a algum lugar, qualquer lugar... sumir. Como entrar em casa naquele estado? O que diriam meus pais? E se Tiago estivesse lá? A solução seria inventar um estupro... mas, e aí, se me obrigassem a ir à polícia? Acusar a quem? Não... eu precisava me limpar, vestir outra roupa, encontrar uma calcinha...

Minha calcinha... com que facilidade aquele animalesco macho a arrancou... onde havia ido parar o que restara do delicado tecido? Mas que bobagem estar me preocupando com calcinha! Isso é o de menos! E as marcas no meu corpo? Os chupões no pescoço, nos seios? O vestido do casamento tão decotado... não haveria com esconder!

Meu Deus! O casamento... haverá ainda casamento? Se Tiago souber o que aconteceu, desistirá por certo. Mas será que ainda desejo casar? Votos eternos... quero passar a eternidade com Tiago? O resto da vida transando com ele, sem nunca mais sentir o que recém experimentei nos braços daquele desconhecido selvagem?

Um carro diminui a velocidade e ouço um grito de “gostosa”, que interrompe meu devaneio. De repente, olho para onde meus pés estavam me levando: a casa de Laurita. Mas é claro! Não há outra solução! É minha única amiga que mora sozinha, a única que pode me ajudar... mas o que digo? A verdade?

Bato na porta ainda sem me decidir. Segundo depois, minha amiga atende, com uma expressão de susto.

– Meu Deus do Céu! O que aconteceu com você? Foi assaltada?? – me examina mais atentamente e o terror no seu rosto aumenta – Estuprada??

Não respondo imediatamente e ela me puxa para dentro de casa, já perguntando a quem deve avisar... aos meus pais, ao Tiago, à polícia...

– Por favor, não chama ninguém agora, preciso de sua ajuda. – acho que pareci desesperada o suficiente para comovê-la.

– Me conta o que aconteceu com você!

Sentei com as pernas juntas, na tentativa de esconder ao máximo, porém o que resta do vestido é insuficiente e o cheiro que exalo, indisfarçável. Não consigo pensar em história nenhuma para contar à Laurita, então vou despejando a verdade:

– Fiz uma loucura... nem eu entendo porque fez isso... um homem...

– Você ficou com um homem? Na véspera do seu casamento?!

– Sim... – não consigo evitar que lágrimas e soluços interrompam minha fala. Laurita, que estava me fitando indignada se enternece. Esquece até o cheiro e o suor pegajoso do meu corpo. Senta-se ao meu lado e me abraça. Tem a paciência de esperar me acalmar. Então ordeno as idéias para contar o que aconteceu:

– Saí de casa hoje para a última prova do vestido. Tiago insistiu para que eu fosse no seu carro, mesmo sabendo que eu não tenho nem habilitação. Para meu azar, passei por cima de algo e o pneu furou. Estava na periferia, vila para todo lado... ninguém parava para me ajudar. De repente chegaram uns moleques... disseram que me ajudariam a trocar o pneu, mas começaram a fazer piadinha, me chamando de gostosa, que era um perigo uma menina como eu naquele lugar... de repente um deles passou a mão em mim... pegou na minha bunda! Entrei em pânico, corri... deixei tudo para trás, bolsa, carro, celular... quando dei por mim, estava perdida na vila, não sabia como voltar... nem consegui parar de chorar.

– Meu deus, garota! Que barra! Mas... foram eles que fizeram... “isso”... com você? – perguntou Laurita, olhando para minhas coxas nuas, lambuzadas.

– Não... eu fiz uma loucura... estava desesperada, julguei ver os moleques me seguindo. De repente, enxerguei uma borracharia aberta... corri para lá. Acho que assustei o borracheiro, correndo e chorando, sem conseguir falar... Então, ele segurou meus ombros com duas mãozonas fortes e me obrigou a parar quieta. Fez eu olhar para ele, respirar e contar o que tinha acontecido. Falei dos moleques e ele me pôs sentada num banco e saiu para rua. Encontrou os garotos ali perto e os afugentou. Disse que me levaria até o carro e trocaria o pneu... Falei que, provavelmente, os moleques haviam roubado todo meu dinheiro e eu não teria como pagá-lo. O borracheiro, porém, me tranquilizou, dizendo que seria por conta da casa. Eu estava tão desesperada quando cheguei ali que vi aquele homem como um salvador, um herói. Não sei o que deu em mim, mas não resisti e dei-lhe um abraço...

– Que loucura...

– Não tinha segunda intenção... era só gratidão e alívio... mas ao me pendurar naquele pescoço taurino, sentir seus braços musculosos enlaçando minha cintura... senti o cheiro forte daquele homem suado, seu peitoral firme contra meus seios... fiquei tão excitada que, meio sem pensar, prolonguei aquele abraço, até todo seu corpo estar colado no meu. Acho que ele ficou meio constrangido no início, mas não resistiu... logo senti o pau duro, latejando contra minha barriga.

Laurita abriu a boca e os olhos, fingindo espanto, mas sem conseguir esconder que já estava excitada com a história. Continuei:

– Naquela hora virei uma puta... não consigo entender o que aconteceu comigo... se foi a pressão do casamento, se foi a idéia de ser mulher de um homem só pela vida toda... eu sou tão nova! Nunca tive outro homem além do Tiago... -- caí em lágrimas mais uma vez.

– Fica calma, menina, eu não estou te julgando... mas termina de contar o que aconteceu...

– Bem... a partir daquele abraço, acho que agimos por instinto. Ele me suspendeu nos braços, me beijou como se estivesse com fome, mordendo meus lábios, meu pescoço.... agarrou minha bunda com aquela mãozona... eu só queria senti-lo dentro de mim... envolvi sua cintura com as pernas e o ajudei a abrir o macacão. Ele deu um puxão no vestido que deixou desse jeito... arrancou a calcinha... nem sei onde ela foi parar. Então, senti o pau grosso, quente, já todo melado, se enfiando entre minhas coxas. Ele me pôs deitada numa bancada cheia de ferramentas, abriu minhas pernas ao máximo e enfiou sem dó. Eu gritei e gemi, mesmo sabendo que a borracharia estava aberta e qualquer um que passasse na frente poderia ver aquela cena...

– Ele nem usou camisinha?

– Nem lembramos disso... enquanto metia, ele acabou de rasgar meu vestido, agarrava e beijava meus peitos... não aguentei aquilo tudo... gozei antes dele. Foi a coisa mais intensa que senti na vida... o mundo todo desapareceu... eu fiquei flutuando no nada...

– Nossa...

– Só que, assim que tive o orgasmo, comecei a pensar de novo... ele continuava metendo na minha buceta eu pedi pra ele tirar. Claro que isso o deixou muito bravo. Eu esperneei e ele não insistiu... ficou lá com aquele pauzão apontando pro teto, puto da vida comigo... cheguei a ter medo de apanhar... mas... também já tava ficando com tesão de novo...

– Safadinha!

– Expliquei pra ele que não estava tomando pílula, pois vou me casar amanhã e meu noivo quer um filho logo... Ele riu e perguntou se eu ia mesmo casar no dia seguinte... deve ter me achado a maior puta do mundo... como eu estava me sentindo puta mesmo, fui acariciando seu pau... minha intenção era fazê-lo gozar com a mão, só que ele tinha outros planos.

– O quê???????

– Me agarrou novamente e me jogou numa pilha de pneus, com a bunda levantada. Segurou meu quadril, empinando bem e então eu senti a língua dele no meu rego, mexendo no meu cu... protestei quando percebi qual era a intenção, mas ele não me deu ouvidos... e pra falar a verdade, eu já estava louquinha pra ele me enrabar...

– Caralho!

– Agarrou meu cabelo com uma mão e a cintura com a outra, me deixando totalmente submissa. Foi esfregando o pau entre minhas nádegas e, de repente, deu um estocada forte no meu rabo... devo ter gritado muito... não tenho nem noção... mas, apesar da dor, foi ficando bom senti-lo entrando aos pouco em mim... comecei a rebolar no pau dele, enquanto ele metia e tirava, cada vez mais rápido... quando estava por gozar, pegou na minha buceta e eu acabei tendo outro orgasmo, ao mesmo tempo em que ele gozava dentro de mim.

– Isso é uma loucura sem tamanho... um completo estranho...

– Sim, eu sei, Laurita... assim que ele tirou de dentro, entrou no banheiro, acho que foi se lavar... me bateu um desespero, fiquei em pânico novamente... saí correndo, não sei direito como saí da vila e vim parar aqui...

– Fedendo a foda...

– Não tinha com ir pra casa neste estado... só você pode me ajudar... – recomecei a chorar.

– Tudo bem, fica calma, menina. Vai tomar um banho, você tá cheia de porra ainda... vou te emprestar uma roupa e pensar na história que vamos contar para teu futuro maridinho... O coitado já vai casar corno! Nem imagino o que virá pela frente!


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Comentários


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bisteca Comentou em 13/09/2020

Adorei, tanto é que mereceu meu comentário.

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praiano Comentou em 31/07/2020

Votado com louvor

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dinhopfrn Comentou em 05/06/2020

Muito bom

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Comentou em 12/11/2018

O melhor conto que já li no site. Delicioso! ;9

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Comentou em 23/10/2018

delicia de conto

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Comentou em 17/07/2018

Conto delicioso.

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Comentou em 17/07/2018

Que tesão de conto

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miguelita- Comentou em 17/07/2018

Maravilhoso ! Muito bem escrito e detalhado !

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fetrans Comentou em 17/07/2018

Nossa, que delícia!

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profmari Comentou em 17/07/2018

Muito excitante e, além disso, adorei a variação da técnica narrativa.




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Ficha do conto

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gabkiel

Nome do conto:
Perdida numa tarde suja

Codigo do conto:
120936

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
17/07/2018

Quant.de Votos:
20

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