O Vizinho



(Esse conto foi escrito e baseado em fatos verídicos. E embora seja um tanto longo, a construção dos relatos se faz necessário para melhor compreensão do leitor. Obrigado por ler e perdoe os eventuais erros de ortografia.)

Me chamo Sky e tenho 22 anos. Sou do interior do Rio de Janeiro, uma cidadezinha com apenas 124 mil habitantes chamada Resende, onde a cultura rural, antiga, religiosa e conservadora prevalecem na maioria dos espaços públicos e privados e pode ser extremamente exaustivo ser um rapaz gay, afeminado e assumido em uma cidade tão relutante com a questão homoafetiva. Com exceção do meu lar, pelo menos. A minha família convivia genuinamente bem com as minhas questões particulares, caso eu me abrisse sobre elas.
Apesar de ter nascido e crescido como fruto do Vale do Paraíba(região Sul-Fluminense), sempre visitei minha família paterna na grande Rio de Janeiro, onde morei pelo período de 2011/2017 e voltei no último ano, para trabalhar e ajudar meu irmão com os negócios da família. O quê, de primeira, me desanimou bastante: voltar para essa cidade claustrofóbica e com vida noturna LGBTQ inexistente. Foi difícil aceitar que eu teria menos diversão e mais trabalho, em um lugar onde tudo parece morrer após as dez horas da noite. Minha vida sexual, concluí, estava acabada.
De qualquer forma, eu precisava tomar a frente desses negócios e, tirando minha ótima convivência e aceitação da parte da minha família em relação à minha sexualidade, algo que também me animou um pouco sobre me mudar para cá, foi o fato de descobrir que dividiria vizinhança com um homem muito interessante, com quem eu passei a sonhar assim que o vi pela primeira vez.
Eu me mudei numa sexta-feira à noite e o dia havia sido longo e cansativo. Talvez acender um baseado me fizesse bem.
Assim que cheguei, fui recebido pela minha mãe. Comemos e conversamos enquanto ela me mostrava as minhas acomodações: meu quarto antigo no segundo andar. Tantas descobertas eu fizera naquele que agora mais parecia uma caixa de brinquedos repleta de coisas que não me serviam mais. No entanto, sempre fui um pouco egoísta e, saber que quase tudo que era meu ainda estava no lugar, me aliviou repentinamente.

- Menos mal. – pensei enquanto acendia um cigarro. Tirando a roupa e abrindo o chuveiro em seguida.

XxX

Após o banho, minha mãe se retirou para dormir no primeiro andar e finalmente pude ficar um pouco sozinho. Decidi fumar e relaxar até que o meu próprio sono recaísse sob as pálpebras. Eu estava exausto, mas sem o menor sono. Fui até a sacada do meu quarto onde costumara passar a adolescência sonhando, planejando e imaginando. Com quatorze anos, eu costumava achar que encontraria o grande amor aos vinte. Mas só consegui acumular alguns ex-namorados babacas e outros que até combinaram comigo em diversos aspectos, mas que, por algum motivo, não haviam permanecido. E eu até lido bem com a vida amorosa, sem relacionamentos mais sérios e etc. Embora sinta falta de transar regularmente (e com mais certeza do pós-sexo). Principalmente agora que havia me isolado no que, para mim, parecia o fim do mundo.
Enquanto tragava o cigarro de seda e índica, os estalos da ponta crepitante e a nuvem que se formou à minha volta me fizeram procurar uma posição mais discreta antes que algum vizinho me visse e decidisse chamar a polícia, os bombeiros ou até mesmo um padre exorcista.
Apaguei também as luzes do quarto antes de encontrar uma cadeira confortável e camuflada no escuro da sacada, me sentei e fiquei escondido nas sombras do luar, entre as cortinas. De onde estava, eu podia ver boa parte da rua e o interior de algumas casas mais próximas à minha, principalmente a do meu vizinho. A casa era enorme, linda. Quantas pessoas morariam ali? Pensei.
Todas as luzes estavam apagadas, embora um abajur estivesse aceso, com a luz pouco nítida (fraca mesmo), mas meio bruxuleante, balançando como uma vela à brisa, quase apagando. Estava vindo de uma outra janela no segundo andar, onde, pude perceber, tinha outra luz acesa, mas quase imperceptível, vinda do interior da casa.
Estiquei-me melhor para descobrir de onde vinha a segunda luz. Era um corredor intenso que dava no interior de um quarto que só era possível ser observado a partir de uma fresta de luz que vinha de um possível banheiro anexo. Havia um sofá encostado no criado-mudo ao lado, , tentei olhar para a capa, mas não consegui distinguir direito. Embora o suficiente para perceber que, no meio da escuridão, alguém estava no sofá.
Numa reação automática de susto, quase perdi o baseado, mas consegui sugá-lo o suficiente para impedir que caísse. Meus olhos piscaram frenéticos tentando enxergar a forma no sofá. Traguei o cigarro de maconha com mais intensidade. Curioso, desconfiado. Era difícil distinguir com a iluminação baixa e a distância, mas ainda sim, depois de alguns minutos consegui perceber três coisas: era um homem, estava sentado e se movendo.

Meu coração palpitou um pouco, tentei ver o rosto, mas toda a extensão estava parcialmente submersa na escuridão. Mal dava para ver os pés. No entanto, com muito afinco, consegui ver quando ele levou o braço esquerdo até um interruptor testanto a luz do cômodo em que estava. Tive um vislumbre rápido de todo o seu corpo e o homem estava totalmente nu, como viera ao mundo. A distância entre nós era relativa, uns 30 metros talvez. Voltei meus olhos para a parte inferior do corpo, que nada tinha de inferior. Mesmo de longe, exalava magnificência. E ele estava alisando o próprio mastro; o membro ereto como uma viga; a cabeça brilhando, devia estar gotejando, não consegui discernir. Mas durara apenas alguns segundos. Ele estava desligando e ligando repetidamente. Testando até conseguir acendê-lo com energia total. Por fim, conseguiu.

No primeiro instante, fiquei boquiaberto, chocado, até mesmo constrangido, mesmo que ele não fizesse a menor ideia de que eu estava ali. Quase soltara um riso cômico, como quem acaba de ver algo inusitado beirando ao ridículo. E é óbvio que eu já havia visto um pau antes, mas, naquelas circunstâncias, parecia um filme de comédia americano. Pensei estar delirando até. Mas nunca sofrera nenhuma alucinação em qualquer uma das vezes em que me drogava.

Logo após essa crise frenética de quase riso, minha ficha finalmente caiu para o que estava acontecendo: um homem totalmente nu estava se masturbando na direção exata da minha janela. Movendo seu pau grosso e duro(eu pude perceber) há poucos metros de mim. E, tu bem, era meio estranho mas não me senti culpado. Eu estava na minha própria casa agora. Estava até feliz pela sorte que tinha.

Esse pensamento automaticamente se tornou um gatilho para que as minhas mãos se afundassem no moletom, dentro das roupas. Sentei em meio às sombras, estava totalmente camuflado. E curioso em demasia.
Sem nem mesmo perceber, estava tragando o baseado o mais rápido possível. Tão rápido para que eu pudesse me livrar dele logo, afinal, embora minha cabeça estivesse bagunçada com o quê meus olhos presenciavam, um tesão incontrolável me golpeou com a força de um soco. Meu pau dentro do shorts, começara a se encorpar, tomando forma e tamanho, ocupando espaço na box apertada.
Me desfiz do cigarro enquanto sentia minha cabeça pulsar com o efeito do fumo, e assim também minha cabeça de baixo. Levei uma das mãos ao shorts enquanto observava o homem alisar seu próprio peitoral parcialmente peludo. Só então reparei em seu rosto, que embora a iluminação não revelasse tanto, pude ver pelo menos o esboço assimétrico da face. A boca não era muito grande, mas fazia movimentos de gemidas baixas, provavelmente só ele estaria ouvindo. Desejei que fosse ao pé dos meus próprios ouvidos. E esse pensamento me fez babar entre as pernas; massageei a cabeça do pênis com o meu dedo indicador e todos os meus pelos se ouriçaram.
O homem barbudo e bastante calvo aparentava ter uns quarenta anos, e o físico era tão bem conservado quanto sua disposição para se punhetar ofegante e em ritmo acelerado. Ele subia e descia a mão sobre a rola melada e eu tentei imaginar o som que ela faria se estivesse totalmente enterrada na minha garganta, me fazendo sufocar.
Ele alisava os mamilos enquanto mordia e lambia os lábios e isso estava me dando tanto tesão que comecei a imaginar a voz daquele novo vizinho sussurrando meu nome enquanto socava forte no meu rabo.
Descia a mão pela extensão da barriga peluda, segurava o saco com uma das mãos e a outra continuava fiel ao mastro. Em certo momento, jogou a cabeça pra traz sussurrando o que quer que fosse. E isso me fez devanear que, de repente, fosse uma confirmação de que ele estava mesmo sussurrando meu nome. O que era ridículo, mas me excitava a ponto de ofegar entre suspiros de desejo.
E eu o desejei muito. Enlouquecidamente. Queria sentar no colo daquele homem e fazê-lo gozar com todas as minhas energias. E, mais do que tudo, queria ouvi-lo gemer. O som inaudível me deixava mais perturbado ainda. Como se fosse a minha chance de imaginar o que quisesse.
Percebi que o sujeito iria gozar a qualquer momento, quando sua respiração se desesperou e ele juntou as duas mãos para se punhetar.
Tentei acelerar meu ritmo para que o acompanhasse, eu queria gozar JUNTO com ele, embora estivesse à metros de distância, correndo o perigo de ser pego pelo próprio homem. Mas ele já estava no ápice de sua masturbação, quase gozando, e mesmo que eu estivesse cada vez mais tomado pelo tesão, não o alcançaria, afinal, ele já estava mordendo o próprio pulso para abafar o som do gemido grosso. Eu perdera a chance, por hora.
- Tá gozando. – sussurrei enquanto minha mente viajava par um mundo indistinto, perigoso e alucinante. Assistir aquele homem se tocar com adoração me levou à um estado quase catatônico de tesão. – Tá gozando, tá gozando, ah.... – O volume da minha voz foi abaixando.
A droga já estava trabalhando em seu efeito mais genuíno, aguçando todos os meus sentidos. Meu anus piscava, faminto por rola, de forma que eu não aguentei e tive que levar um ou dois dedos até ele. Como passivo, sabia que nada substituía uma boa rola, mas, não era muito difícil trabalhar sozinho também. Eu conhecia meu corpo, e esse, agora estava em transe.
Enquanto, de longe, o desconhecido mordia o pulso como quem sente muita dor, abaixei minha calça e segurei a borda da blusa com a boca, me masturbando. Acirrei os olhos para tentar decifrar que expressão era aquela, mas não fui capaz de enxergar com clareza. Imaginei seus olhos revirados. Dava pra perceber o quão alucinado ele estava. O peitoral subia e descia frequentemente, pulsando com o êxtase e uma das pernas pareceu chutar involuntariamente, provavelmente um espasmo.
Ele lambeu a boca enquanto aproveitava os últimos segundos daquela gozada que, qualquer um perceberia, tinha sido uma ótima experiência.
E embora ele já tivesse terminado, minha mão, toda melada, ainda alisava a cabeça do pau, embora com menos ritmo.

Previ que eu gozaria, mas não naquele momento. Provavelmente o cara iria se retirar e eu também, incrédulo, embasbacado, correndo para a minha antiga cama, no meu antigo quarto, louco para acabar o que, por sorte, começara.
No entanto, para a minha surpresa, o homem acendeu um cigarro, ainda largado no sofá, com as mãos encharcadas de porra e, provavelmente, suor também, afinal, seus músculos brilhavam na claridade, devia estar transpirando. Endireitei-me na cadeira, abandonando o pênis e subindo o moletom novamente. Queria observá-lo saborear aquele cigarro. Tentaria guardar o máximo que pudesse de seu rosto em minha memória, para fantasiar mais tarde.
Ele ficou algum tempo, pouco mais de um minuto, tragando e tragando, a cabeça jogada para trás, observava o teto, presumi. Alisava a própria perna vez ou outra, e então com mais frequência, até que passara a massagear o saco também, depois o peitoral e o pênis.
O membro voltara a endurecer, crescer em sua mão, e ele o massageava, o alisava, e então começara a lamber os próprios dedos, melados de porra. Ele tragava os cigarros, o esperma colando seus lábios ao filtro.
- Caralho! – exclamei ao ver que ele nem mesmo esperara o pau amolecer por completo para começar a se masturbar novamente.
A essa altura, enquanto ele se masturbava e lambia o próprio gozo, fiquei pensando que talvez ele fosse um tarado, sádico, louco. De qualquer forma, meu pau começara a latejar novamente e eu soube que, independente do que quer que aquele homem fosse, eu gostaria de fodê-lo até não aguentar mais. Ele me despertara um tesão que aumentava como uma chama. Incontrolável. Ele se tocava e fumava e espasmava, lambia os lábios, lambia dos dedos, se deliciava com aquele mel. Parecia tão apetitoso. Até mesmo para mim, que nunca gostei de porra ou do contato direto com ela. Mas a dele, eu soube naquele momento com toda certeza do mundo, eu queria.
No êxtase do meu prazer, gozei sem nem mesmo perceber. Meu pau jorrara todo o sulco armazenado no saco, e eu senti molhar a minha coxa dentro do moletom, escorrendo pela minha perna. Fiquei meio perdido, mas era o prazer de ejacular de forma eficiente.
- Ah, caralho! – no impulso, soltara um gemido mais alto do que o necessário para continuar escondido. Talvez ele tivesse ouvido.
Ele havia parado de se tocar, e eu vi sua cabeça procurando de onde viera o som.
Estou fodido, pensei imediatamente. Ele poderia não ter me visto mas com certeza me ouviu gemer.
Ainda com o pau na mão ele se levantou e caminho pelo corredor da casa, vindo até a janela, ainda tentando encontrar alguém que pudesse ter feito aquele som. Eu.
Tentei me esconder, mas estava em pé na sacada e nem mesmo havia me dado conta disso. Sabia que se entrasse para o quarto, por mais sorrateiro que fosse, ainda sim ele me veria. Então decidi ficar parado, estático, sem me mexer, para que talvez ele não me visse ali. O que obviamente deu errado. Ele me percebeu.
- Saia daí. Já estou te vendo. – Ele disse na minha direção. Parado à janela da casa ao lado. – Vou chamar a polícia.
Minha cabeça rodou com uma leve tontura, talvez pela sensação de ser pego ou por ter gozado há menos de um minuto.
- Desculpe. – eu disse, constrangido. – Não precisa, não vai acontecer novamente. – tentei ser o mais amigável possível, minha voz vitimista e envergonhada demonstrava isso.
Ele, parado há poucos metros de mim, ainda com o pau na mão, me analisou por um breve momento. Eu senti como se estivesse fodido, de várias formas, mas nenhuma delas era positiva. Pensei no problema que aquilo me causaria. Eu estava encrencado. Mas então ele disse.
- Não pode ficar olhando as pessoas pela janela dessa forma. É errado, você sabe? – ele disse, sério, ainda com os olhos fixos, me encarando abertamente. Eu apenas balancei a cabeça em concordância assumindo a culpa. – Há quanto tempo está aí? – ele perguntou.
- Há algum tempo. – falei sem saber em qual direção olhar. Para ele ou para o pau ainda duro em suas mãos.
- Você me atrapalhou um pouco. Eu estava em um momento privado.
- Eu sei. – respondi mais como um pedido de desculpas.
- E agora você me deve.
- Como assim? – fiquei atônito. Ele me exigiria quantias absurdas por aquele erro.
Ele olhou para o membro em suas pernas e então se voltou para mim. Me analisando de cima à baixo.
- Me deve uma gozada.

Ele deixou a sua sacada, com um sorriso malicioso nos lábios, como quem prepara a cama na intenção de deitar-se nela. E aproveitar o máximo que puder.
E eu sou, mesmo sem muita certeza sobre o futuro, que aquele homem, me daria algum motivo para permanecer ali por quanto tempo fosse necessário.


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Comentários


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theweekend Comentou em 20/09/2018

Maravilhoso <3 Troye REI!

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sampa Comentou em 18/09/2018

Que tzão! Parabéns.




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Ficha do conto

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crybaby

Nome do conto:
O Vizinho

Codigo do conto:
125577

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
17/09/2018

Quant.de Votos:
4

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