No banho de cachoeira



Por JJ

Junho de 2021

Era um feriado prolongado na primavera. No meu país laico, se comemora dia de santo católico e no caso ,da padroeira, é dia de feriado nacional. Então decidi fazer uma viagem, descansar um pouco, me afastar da rotina e aceitei o convite do meu amigo Oto para uma visita a seus familiares no interior, no Vale do Jequitinhonha.
Negociei na empresa, umas horas acumuladas e consegui fazer uma semana de recesso. Assim, poderíamos aproveitar ao máximo do passeio.
Chegamos ao sábado bem de madrugadinha e fomos recebidos com alegria pelos seus pais e irmãs. Sua mãe uma feirante conhecida na cidade, se preparava para mais um dia de feira e já logo nos ofereceu bolo, queijo, biscoito de polvilho assado e um “cafezim fresquim” feito no fogão à lenha pelo Seu Antonico, pai do Oto. Eu já os conhecia, pois já tinha ido outras vezes, mas eles sempre me recebiam como se fosse a primeira vez.
No quarto impecável, lençóis muito bem passados, toalha bordada sobre a cama, sabonete e até chinelos, já estavam à minha espera.
Oto como sempre abriu a mala de presentes e entregou a cada um, os presentes que no decorrer do ano foi comprando e guardando para entregar na sua visita anual à sua família. Os olhos brilhavam a cada vestido, tintas de cabelos para as irmãs, artigos de moda para a sobrinha e sobrinhos adolescentes, brinquedos para as crianças e uma infinidade de coisas para a mãe e o pai e ainda para uma e outra vizinha, por quem ele guarda carinho especial. Era bonito de se ver.
Dona Carmem me tratava como uma celebridade e quando eu chegava à feira, ela me apresentava todos com o orgulho de receber um visitante da capital. Olhares curiosos me fitavam com indagações silenciosas. Ela dizia que a toda hora a mulherada assanhada perguntava “quem era aquele homem enorme e garboso” que estava visitando a barraca dela e ela orgulhosa, dizia que era visita da capital hospedada em sua casa.
Seu Antonico adorava contar com voz pausada, calma e sempre sorridente, as histórias do lugar, sobre tudo o que acontecia. Dava as notícias de tudo e de todos. E a mesa do café, era o local mais propício para suas resenhas, que eu ouvia respeitoso e atencioso a cada assunto, a cada história. Algumas lendárias, sobrenaturais, que ele relatava com tamanha veracidade que quase se acreditava e dava um arrepio na espinha ao ouvi-las. Falava de figuras míticas que habitam o imaginário do povo do Vale, de suas ancestralidades e interações com seres de outras dimensões, das quais, eu sentia as vibrações, mas sequer sei explicar ou descrever.
Todo aquele ambiente me fascina, embora desde 2014, não retornei mais lá. As mortes de dona Carmem e Seu Antonico trouxeram-me desalento e não tive mais vontade de voltar.
A cidade é pequena, em uma região bonita, de montanhas muito peculiares, lajedos e maciços de pedras que fazem uma paisagem belíssima e particular. A vegetação de transição entre cerrado e caatinga, também fazem da região um santuário de beleza indescritível, embora o progresso predatório pelo plantio extensivo de café, de eucaliptos e a exploração de pedras preciosas e granito não hesitem em destruir a natureza em nome da acumulação de capital.
Um dos meus divertimentos preferidos era caminhar pela natureza local. Pelas picadas estreitas, fotografando as paisagens, observando pássaros, as cores das flores geralmente muito vivas, os incontáveis veios d’água que vão se encontrar formando um riacho, ou ribeirão até chegar ao rio Jequitinhonha já mais embaixo, perto de Itaobim; observar as pessoas em sua lentidão e trabalho contínuo na roça, na fabricação de farinha, nos fornos de goma de mandioca, na “fazeção” de biscoito de polvilho, no plantio de milho e feijão para alimentação da família.
Em uma destas caminhadas, Oto sugeriu que devêssemos ir à cachoeira a pouco mais de três quilômetros da cidade.
Assim combinamos de sair cedinho na segunda feira, com um carro alugado de um vizinho que nos levaria e depois buscaria. No domingo, Oto teve que alterar seus planos e então não poderíamos ir à cachoeira.
Na segunda Feira, já após o almoço eu estava deitado quando Adnilton, irmão caçula de Oto, me chamou para irmos à dita cachoeira. Oto não estava em casa, e fomos de moto pela rodovia Rio/Bahia até encontrarmos uma estrada de terra empoeirada e seguirmos por uns dez minutos até à porteira de uma fazenda.
Ele saiu da moto, abriu a porteira por onde entramos e seguimos até que ao fim de uma pequena elevação da qual eu pude ver a cachoeira desenhando formas com suas águas em cascatas por uma longa extensão de pedras em tobogã, formando várias piscinas de água morna e natural, da cor de conhaque se acumulando em um lago raso e calmo bom pra gente se banhar.
Adnilton, que gosta de ser chamado de Nilton ou Tinho, foi lavar sua moto enquanto eu me despia e de sunga fui aproveitar daquela água, daquele sol.
Às vezes eu percebia os olhares de Tinho sobre mim discretamente enquanto cuidava de sua moto. Ele, um homem jovem, na época tinha uns vinte e poucos anos, corpo magro, moreno bem definido compatível com a sua altura, de físico atraente, com pelos bem distribuídos pelo peitoral lhe dava ainda mais um aspecto de homem feito. Boca bem desenhada, dentes muito brancos, com lábios carnudos, olhos pretos e brilhantes. Tudo dentro dos conformes. Então tirei umas fotos dele e elogiei seu corpo bem delineado e a cor de sua pele. Ele deu um sorriso safado e meio gaguejando, agradeceu e me ofereceu uma cerveja, ponderando que havia levado para mim, pois estava de piloto e não poderia beber. Agradeci a delicadeza e aceitei a cerveja bem conservada em um pequeno cooler de isopor.
Sentei-me próximo dele, bebendo a cerveja enquanto ele lavava a moto. Quando ele finalizou, disse agora é minha vez de banhar. E jogou-se na queda d’água escorregando pela pedra lisa até a piscina que se formava abaixo. E me chamou. Pode vir, a pedra é lisa, não vai te machucar.
Eu me sentei e deixei meu corpo escorregar. Quando fui chegando ele se aproximou para me amparar e a gente se trombou caindo eu por cima dele e nos misturamos na água entre risos e respiração ofegante, pois eu respirei um pouco de água.
Ele me perguntou se estava bem e eu, em uma encenação a la novela mexicana, disse que não e que precisava de respiração boca a boca, simulando um desmaio na água. Ele não hesitou em beijar-me longamente me deixando completamente surpreso e mole com aquela pegada.
Ali mesmo na água, Tinho, começou a acariciar meu rosto, me olhando fixamente nos olhos, com um sorriso leve que parecia apaixonado. Fiquei confuso com a situação, pois embora que eu silenciosamente e secretamente o achasse um macho lindo e imaginasse loucuras sexuais com ele, não tinha ideia de que algo real pudesse acontecer entre nós.
Eu apenas correspondia a suas caricias me entregando ao momento, aos seus toques, aos seus carinhos. Sua mão passeava delicadamente sobre meu corpo e ele ia levemente dando-me beijos pelo rosto, pelo pescoço. Aos poucos os beijos foram substituídos por uma viagem lingual pelo meu corpo todo, me deixando todo eriçado e mole feito uma gelatina. Eu ali deitado na água, sentindo seu corpo sobre o meu, e ele passeando sobre mim, como se estivesse reconhecendo terreno, sugava meus peitinhos, mordia meus mamilos e eu me debatia de tesão nas águas mornas da cachoeira.
Eu que geralmente nas relações sexuais me posiciono como ativo, senti-me completamente entregue aos desejos e vontades daquele jovem macho. Eu seria dele, do jeito que ele me quisesse.
Minhas vontades já não me pertenciam. Ele me dominou completamente, como um encantador de animais, daqueles que domesticavam cavalos selvagens nos filmes do velho oeste.
Então ele esfregando sua pele molhada sobre a minha, chegou até meu rosto, entregando em minha boca, sua rola dura e latejante, para que eu mamasse e eu obedeci abnegado enquanto ouvia seus sussurros e gemidos misturados aos sons da água que descia das pedras, e sentia um vento suave e frio tocar nossos corpos molhados.
Eu de olhos fechados, somente sentia toda atmosfera que se desenvolvia. Era como se eu tivesse sido transportado para outra dimensão, em que eu me sentia flutuando em uma bolha, em um espaço sem nenhuma força gravitacional.
Eu só ouvia sons da água, de pássaros, do vento e dos seus gemidos, enquanto se movimentava sobre meu corpo, me usando para satisfazer suas vontades.
Lentamente senti que ele puxava o cordão de minha sunga, afrouxando-a e me desnudou. Senti-o abrindo minhas pernas e tocou levemente com os dedos a entrada de meu cuzinho. Eu dei uma leve retraída como resposta, e ele então me virou de quatro, e com as mãos abriu cuidadosamente minhas nádegas, e meteu a boca no meu cuzinho molhado, me arrancando arrepios e gemidos loucos. Involuntariamente comecei a mexer os quadris num rebolado leve e ele atolando seu rosto na minha bunda, me sugando o cuzinho, mordendo de leve os pelos e me fazendo delirar de prazer.
Minhas pernas perderam completamente o equilíbrio, eu me desgovernava e me deixei cair sobre a água.
Ele então entendeu que era a hora do seu gran finale. Retirou do cooller uma bisnaga com um creme, que passou no meu cuzinho e na sua rola e começou a metê-la no meu buraquinho, ela deslizou macia até o fundo e eu sentia que esta sendo todo aberto por dentro. Ele começou a socar e gemer gostoso. As batidas na água produziam um som de pressão e eu me deliciava sentindo aquela piroca me fodendo gostoso, naquele entra e sai sem fim.
Eu sentia que a velocidade das fodidas ia aumentando e ele gemendo mais e mais e ficando mais ofegante até que senti a sua explosão dentro de mim. Ele me encheu com sua porra quente e farta ao mesmo tempo em que eu também deixei explodir o meu gozo na água.
Ele novamente me virou pra si e me beijou com força, entrelaçando nossas línguas molhadas e permanecemos deitados um sobre o outro sentindo a água que lavava nossos corpos cansados e saciados.
Já era de tardezinha, o sol já ameaçava se esconder por detrás dos lajedos, e o céu começara a se avermelhar. Os pássaros já iniciavam seu alarido, em bandos, procurando se recolher.
Era hora de retornarmos. Eu na sua garupa, pegamos a estrada de volta. As cenas se repetiam na minha cabeça e eu voltava feliz.
Depois deste dia, nunca mais tocamos no assunto. Tudo ficou vivo e eternizado e minhas lembranças. Espero que nas dele também.


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Comentários


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lucasleke Comentou em 21/08/2022

Caralho... Que trepada gostosa mano.

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moraesinho Comentou em 15/08/2022

Nossa que delícia de conto. Votado.

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morsolix Comentou em 09/08/2022

Sensibilidade e saudosismo fazem a nota marcante deste conto,que,através da descrição de paisagens se desenrola um encontro erotico, lascivo.Por vezes que poderia ser suprido alguns detalhes iniciais mas não prejudica a narrativa. Excelente.

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kzdopass48es Comentou em 08/08/2022

Amigo...você me fez reportar para minha infância, quando ia tomar banho de cachoeira com os amigos...apesar de nunca ter rolado nada de sexo com nenhum deles, mas sempre tive muita vontade de ser putinha dentro daquela água fria, ter um macho gostoso comedor me enrabando, me enchendo de porra, beijos suculentos e falando putarias em meus ouvidos... Nota mil!!! S2 Betto o admirador do que é belo S2

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fmike Comentou em 23/07/2022

O autor cria uma atmosfera saudosa , não economiza detalhes na descrição de suas experiências ,provocando ao leitor a soltar a imaginação .Texto bem cuidado .Delícia de conto .Parabéns

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engmen Comentou em 20/07/2022

Conto bem escrito e envolvente.

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ksn57 Comentou em 15/07/2022

Votado - Tudo muito lindo, gostei, delicia de foda essa, hen ? !!!

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olavandre53 Comentou em 12/07/2022

Obrigado pela punheta que toquei. Vem escrever bem assim na minha cama, ok?




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Ficha do conto

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jjdiasdias

Nome do conto:
No banho de cachoeira

Codigo do conto:
204323

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
11/07/2022

Quant.de Votos:
22

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