UMA NOITE EM NÁPOLES

Jonathan Glosser estava radiante! Afinal, estava na Itália …, ou melhor, em Nápoles! A terra de seus ancestrais maternos. E mesmo com o mundo mergulhado em um dos mais dolorosos e profundos conflitos armados daquele século, o rapaz de dezenove anos sentia-se energizado por estar ali, participando e contribuindo, como também conhecendo lugares que ele jamais imaginaria vir a conhecer ao longo de sua vida.

Alistado no regimento de artilharia leve, batalhão de morteiros, ele chegara à Europa em 1944, e ficara estacionado em Nápoles, no aguardo de novas ordens de movimentação. E enquanto isso não acontecia, ele aproveitava a folga oportuna para conhecer a cidade.

Em dado momento, sua atenção foi desviada para um grupo de soldados da infantaria que cercavam um grupo de mulheres. Era um grupo de homens que pareciam oferecer algo para elas. Logo, ele descobriu do que se tratava; aquelas mulheres foram recrutadas para o trabalho pesado, que na ausência de homens para realizá-los, ficavam ao encargo de esposas, mães e filhas, a sua execução.

E por ser um trabalho duro e árduo, com uma paga quase inexistente aliado à falta de alimentos, elas se submetiam ao sacrifício de oferecer seus corpos em troca de comida! Eles estavam em uma pequena praça, no canto mais ao norte, onde não havia saída e a curvatura dos edifícios permitia que alguma libertinagem fosse praticada sem a intervenção alheia.

Os soldados, alguns jovens demais e outros curtidos demais, depois de beberem muito vinho, ousavam tentar a sorte com aquelas mulheres, cujos rostos exalavam um ar de distinção …, poderiam, muito bem, ser esposas fiéis e mães dedicadas, mas a guerra transforma todos em animais, principalmente quando não há comida nem esperança.

Ao lado de duas delas, os homens empilhavam latas de alimento pronto (refeições de campanha), e Jonathan não demorou a perceber que se tratava de uma “negociação”, da lei da oferta pela procura.
A pilha crescia, e crescia até que alcançando uma certa altura a mulher aceitasse o “preço” em troca de um sexo rápido. Uma delas, aparentando uns quarenta e poucos anos, ao ver que a pilha chegava até a altura de seu ombro, olhou para o soldado que mais depositara “ofertas”, e depois de fitá-lo detidamente, abaixou a cabeça deitando-se sobre o chão de pedras.

Ainda com certo receio, ela levantou o vestido de algodão azul, exibindo seu ventre desnudo, e a virilha coberta de pelos, e abriu as pernas esperando pelo sacrifício em favor da sua própria sobrevivência. Neste momento, os homens cerraram o círculo, enquanto empurravam para dentro dele o rapaz que ganhara a competição.

Meio desajeitado e inseguro, ele baixou suas calças e cuecas e jogou-se sobre ela como um fauno enlouquecido. Copulou furiosamente, apenas pelo tempo suficiente para que descarregasse sua carga de esperma nas entranhas da mulher, cujo olhar parecia perdido e o rosto inexpressivo compadecia-se em não exibir qualquer espécie de sensação ou sentimento.

O infante levantou-se, puxando as calças e tentando recompor-se da melhor forma possível. A mulher, por sua vez, levantou-se e colheu as latas de comida, afastando-se discretamente, lenta e silenciosa.

Jonathan observou aquele ritual patético com uma vontade de vomitar; não pelo acontecimento em si, mas pela degradante constatação de que a guerra transformava as pessoas, mostrando o que elas tem de pior. E enquanto ele estava imerso nesses pensamentos, e o grupo ainda estava às voltas de conseguir mais sexo daquelas mulheres indefesas, ele notou uma mulher passando ao largo de todos.

Era uma linda italiana, de pele morena bronzeada, longos cabelos negros encaracolados e uma ginga que despertava um desejo incontrolável de estar ao seu lado; ela olhou para o grupo com discrição, e sem diminuir o ritmo de seus passos seguiu em frente, ignorando a sorte de suas conterrâneas para sobreviver. Todavia, ela não foi de todo ignorada, pois, dois soldados desviaram sua atenção dos demais, afastando-se sem despertar a atenção alheia indesejada.
No instante seguinte, eles caminhavam alguns metros atrás da mulher, que, por sua vez, notando a perseguição pouco sutil, apertou ainda mais o passo, temendo que eles tivessem em mente algo que não lhe agradaria e que poderia lhe custar muito caro.

Ela carregava consigo uma sacola, cujo peso dificultava sua fuga, e os dois homens, entreolharam-se, vendo ali uma oportunidade imperdível. Jonathan observou a cena e, instintivamente, percebendo o que estava por acontecer, decidiu seguir o grupo, preocupando-se com a sorte daquela mulher.

Em poucos minutos o grupo desapareceu por uma viela estreita, e o jovem artilheiro seguiu em seu encalço; seguiu-se, então, uma perseguição que se esgueirava por mais vielas e passagens sem claridade, obrigando o soldado inglês a intensificar suas passadas, até que ele perdesse de vista seus alvos.

Jonathan, então, desesperou-se, pois ele bem sabia que a intenção daqueles homens não mediria esforços em conseguir submeter a sua presa aos seus instintos animalescos. Temendo ver frustrado seu intento de proteger a fragilidade de uma mulher decente, Jonathan correu de um lado para o outro, até que um grito estridente chamou sua atenção.

Orientando-se como era possível, logo, ele encontrou o grupo; haviam se refugiado em um beco pouco iluminado, onde um dos homens segurava a mulher que gritava e se debatia em vão, enquanto o outro, pouco mais velho, preparava-se para o ataque.

-É melhor vocês a deixarem em paz! – asseverou Jonathan com tom enérgico.

-E quem vai nos impedir, pirralho! – respondeu o agressor, com fúria nas palavras.

-Pirralho! – exclamou Jonathan, seguido de uma sonora gargalhada – Com este tamanho! Você só pode estar de brincadeira!

-Vou te ensinar uma lição, seu idiota! – devolveu o sujeito.
O tamanho de Jonathan, aliado ao seu porte atlético foi engrossado pelo sangue irlandês que fluía em suas veias, que somando-se à mistura latina, redundou em uma boa briga; ele bloqueou o golpe do sujeito, acertando-lhe um cruzado de esquerda. A pancada foi tão forte que o sujeito caiu sentado com um ar estonteado.

Antes de avançar na direção do outro agressor, Jonathan certificou-se que o primeiro ficaria fora de combate, acertando sua nuca com uma vigorosa joelhada. Ao ver-se em maus lençóis, o outro soldado, soltou sua presa e correu na direção do amigo. Jonathan aproximou-se da mulher, perguntando em um italiano sofrível se ela estava bem.

-Sim Senhor – ela respondeu em um inglês passável – Eu sei sua língua. Obrigado.

Jonathan ficou sem saber o que dizer. E quando ela o convidou para um café em sua casa, o rapaz demorou algum tempo para aceitar. Caminhando ao lado daquela linda italiana, o jovem soldado sentiu-se premiado, principalmente por saber que a protegera e evitara que ela sofresse um abuso degradante e desnecessário.

A casa da mulher, cujo nome era Milena, era dois pequenos compartimentos na parte superior de uma oficina. Havia a cozinha com um tosco fogão, mesa e cadeiras, e um quarto com uma cama alta e larga, uma pequena cômoda e uma penteadeira cujo espelho fora parcialmente danificado. Milena apressou-se em preparar o café, que segundo ela, fora obtido com o escambo de seus últimos pertences de valor.

Enquanto saboreavam a bebida fumegante, Jonathan quis saber mais sobre Milena; ela lhe contou que, antes da guerra, ela e seu marido, Giovanni, tinham um pequeno restaurante e que eram felizes; mas, depois de sua partida para o combate, tudo desmoronou como um castelo de cartas e, agora, ela estava à beira da desgraça de ver-se sem futuro.


Repentinamente, Milena irrompeu em lágrimas copiosas, soluçando e respirando com dificuldade; Jonathan, cuja experiência com as mulheres, além de pífia, era ingênua, ajoelhou-se em frente dela, oferecendo seus braços como único apoio que poderia dar-lhe naquele momento. Ela o abraçou, encostando sua cabeça sobre o ombro do rapaz, tentando conter seu choro.

O que aconteceu a seguir, foi inexplicavelmente sutil e delicioso; Milena encarou o rapaz, e cerrando os olhos, deixou que seus lábios encontrassem os dele, cerrando um longo beijo quente e ousado. Ele, por sua vez, com sua parca experiência com o sexo oposto, deixou-se levar pela situação, saboreando os beijos que a linda italiana lhe oferecia.

Depois de algum tempo, Milena levantou-se e tomou a mão de Jonathan, convidando-o a segui-la; sem buscar por explicações, ele assim o fez …, eles foram para o quarto, e Milena incumbiu-se de despir o rapaz. Lentamente, ela tirou sua jaqueta de campanha, sua camiseta, exibindo o peito nu do rapaz.

Ela fitou aquele tórax masculino bem delineado, abraçou-o para sentir seu calor; fez o mesmo com as botas, com as calças e, finalmente, com a cueca, deixando à mostra uma nudez masculina e viril que ela, havia muito tempo não via, e, muito menos, sentia.

Eles se abraçaram e Milena usufruiu daquele corpo quente e viril, cuja masculinidade pulsava contra seu ventre; ela convidou-o a deitar-se na cama, e ante os olhos incrédulos de um jovem soldado, Milena despiu-se das roupas velhas que a cobriam pudicamente. E sua nudez era como uma singela poesia ante o caos que reinava no entorno.

Jonathan deleitou-se em observar cada detalhe daquele corpo exuberante; os seios médios ainda firmes exibiam mamilos intumescidos, rodeados por aureolas róseas que se destacavam na pele morena. O ventre esguio descia anguloso até a virilha coberta por delicados pelos que protegiam o reduto mais desejado por qualquer homem.

Com passos suaves, Milena foi até a cama e deitou-se ao lado do rapaz, aninhando seu corpo bem junto ao dele.
Ele a abraçou, sentindo-lhe o calor, a respiração irregular e o suspiro que, as vezes, ela expirava, ansiando por algo que o tempo e a guerra lhe roubara sem perdão. Jonathan procurou os lábios dela e eles tornaram a se beijar, só que desta vez com mais intensidade e sofreguidão. Junto aos beijos seguiram-se as carícias, inicialmente tímidas, e que, aos poucos, foram tornando-se mais ousadas em uma cumplicidade sem palavras.

Milena, a certa altura, ofereceu-lhe os mamilos, e sem nada dizer, seu olhar bastava para que ele compreendesse a mensagem; ele, então, os beijou carinhosamente, e segurando os peitos com suas mãos, fez com que sua boca saboreasse os mamilos durinhos, sugando-os como frutas frescas prontas para dar e receber prazer.

Milena sentia-se plena da sensação de ser mulher nas mãos de um homem …, em nada pensava, não se recriminava, e, muito menos, sentia arrependimento …, Jonathan era o que ela precisava para aliviar toda a tensão e toda a amargura que a solidão causada pela guerra lhe impingira de forma tão dolorosamente eloquente.

Entregando-se ao prazer, ela deixou-se pertencer a ele, tocou seu membro, sentindo toda a vitalidade do desejo masculino jovem e pleno. Massageou o rapaz, revitalizando-se com a rigidez que rocava seu ventre em uma franca provocação …, um desejo queimava em seu interior; precisava sentir-se mulher, nem que fosse uma última vez.

Desvencilhando-se dos braços de Jonathan, Milena deitou-se de barriga para cima e esperou pelo seu amante; Jonathan, tentando parecer o mais natural possível, subiu sobre ela, e com os olhos fixos nos dela, deixou que seu membro pulsante invadisse as entranhas de sua parceira.

Milena deu um gemido alto, enquanto abria-se ainda mais, projetando sua pélvis para cima, deixando-se ser preenchida pela virilidade do jovem soldado inglês. Seguiram-se uma sequência quase interminável de movimentos, gemidos, suspiros, juras de paixão e beijos e mais beijos. Formou-se uma aura de tom avermelhado, envolvendo o casal que se entregava à plenitude do prazer.

E os gozos vieram …, como ondas …, intensas, vigorosas e cuja fluidez premiou uma mulher vencida pela tristeza, pela ausência e pela frieza de uma guerra da qual tornara-se vítima. Jonathan dedicou-se a proporcionar o máximo prazer para sua parceira, concentrando seus esforços físicos e sensíveis a deixá-la satisfeita, e esquecendo tudo que a rodeava …, ele queria que ela fosse apenas uma mulher buscando um prazer que o mundo lhe furtara sem aviso.

O prazer prolongou-se ao longo da tarde, e com pequenos intervalos para sorrisos, beijos e breves confissões apaixonadas, Milena e Jonathan prosseguiram na maratona de prazer ingênuo e sem compromissos com o futuro, até mesmo porque além de incerto, o futuro poderia ser perigoso e doloroso. Milena conheceu cada detalhe do corpo atlético do jovem inglês que, por sua vez, explorava todos os recônditos sensuais e insinuantes da italiana de sorriso largo, gestos carinhosos e olhos brilhantes.

E quando a noite chegou, eles ainda tinham vigor suficiente para atravessarem a madrugada, entre as danças de seus corpos, cheio de languidez voluptuosa e insaciável. Jonathan, pela primeira vez em sua vida sentiu o sabor agridoce do sexo feminino, incentivado por Milena que, em gestos professorais, ensinava a ele os segredos que deixavam todas as mulheres submissas ao prazer proporcionado por um homem.

Da mesma forma, ele deixou-se levar pela ousadia de uma língua arredia que pousava sobre seu sexo sem qualquer pudor, deliciando-se dele como quem saboreia um delicioso sorvete, e fazendo com que o jovem soldado subisse e descesse ao paraíso por tantas vezes que acabara por perder a conta.

E a única palavra capaz de expressar o que sentiam no momento era “sublime”; sem limites, sem censura, sem reprovação, sem crítica. Jonathan e Milena entregaram-se de corpo e alma a uma experiência sensorial única e que jamais poderia ser descrita ou mesmo repetida com a mesma harmonia e simplicidade com que um homem e uma mulher fazem amor.

E após tanto devaneio e tanto esforço, o casal recém-conhecido, acabou vencido pela exaustão que os conduziu a um sono profundo e necessário.

EPÍLOGO

Quando os primeiros raios do sol da manhã invadiram sem aviso o pequeno quarto de Milena, ele a encontrou desfrutando de um sono profundo e envolto em uma aura de plenitude e satisfação. Ainda com os olhos semicerrados, ela tateou a cama estreita a procura daquele que a fizera sentir-se mulher mais uma vez …, todavia, nada encontrou!

Abriu os olhos e lutando contra a agressão da luz, olhou em torno, procurando por Jonathan …, e não demorou para que Milena descobrisse que ela, novamente, estava só, entregue a própria sorte e a um destino inevitável e não querido. Teve ímpetos de chorar, mas não tinha mais lágrimas, pois elas lhe foram roubadas por um destino impiedoso e, algumas vezes, cruel demais. Não lamentou a própria sorte e conformou-se com o que julgava inevitável.

Lavou-se com a pouca água que ainda lhe restava, vestiu-se e seguiu em busca de sobreviver mais um dia. Fez um pouco de chá, aproveitando aquele que guardara ao sol dias antes e que mesmo fraco era suficiente para afogar suas mágoas. Preparou-se, então, para seguir para o mercado na expectativa de conseguir algum alimento em troca de um pequeno colar de prata e um par de sapatos de salto alto que lhe fora presenteado por Giovanni, a última lembrança de um marido, de cujo rosto já não mais se recordava muito bem.

E qual não foi sua surpresa ao abrir a porta que dava para a pequena escada que descia para a rua e ver que um caixote de madeira jazia ali; tinha as inscrições em inglês da intendência militar do Reino Unido, e sobre ela jazia um pequeno bilhete.

Com certa afobação, Milena pegou a caixa e o bilhete, retornando para dentro de sua casa; abriu o pequeno pedaço de papel, e ao lê-lo, as lágrimas, teimosamente, correram por seu rosto.

“Querida Milena, nesta caixa te deixo algumas coisas que te ajudarão por algum tempo. E eu te prometo que, quando essa guerra terrível tiver fim, eu voltarei para te reencontrar. Jonathan”.

Depois de choramingar pelas palavras tão lindas de um jovem soldado que conhecera apenas por algumas horas, Milena abriu a caixa e, surpresa, conferiu seu conteúdo. Dentro dela havia comida enlatada, ovo em pó, leite em pó, café, chá, e algumas outras iguarias.

Ao esvaziá-la, Milena ainda notou que havia um pequeno envelope depositado no fundo. Ao abri-lo, mais uma surpresa; ele guardava uma certa quantia de libras esterlinas, acompanhadas de um pequeno bracelete de ouro. Mais lágrimas encheram seus olhos e Milena teve um impulso incontrolável de sair em busca de Jonathan e gritar para ele que estaria a sua espera, mesmo que isso significasse abandonar seu casamento e entregar-se a ele.

Lamentavelmente, o tempo passou …, em silêncio …, e a guerra chegou ao fim …, mas, Jonathan não reapareceu …, e sem ele, esgotaram-se as esperanças de Milena de reencontrar seu salvador e protetor. No entanto, Giovanni retornou …, perdera parte da perna direita e seu rosto estava cheio de cicatrizes, resultado da explosão de um morteiro.

E assim, a vida de Milena seguiu seu curso …, triste e vazio; quando a noite chegava tudo ficava mais difícil; Giovanni queria tê-la todas as noites, insaciável, grosseiro e abusivo. Ele não era mais o mesmo. Não havia amor, nem carinho, muito menos suavidade …, a suavidade inocente de um certo soldado inglês …

Enquanto entregava-se aos desejos animalescos de seu marido, agora, um desconhecido, cuja sensibilidade morrera no campo de batalha, Milena fechava os olhos e imaginava Jonathan ali, sobre ela, arfando com sutileza e fazendo-a sentir-se mulher …, sentir-se fêmea.

Certo dia, alguém bateu a porta de sua casa, que agora ficava no campo, onde Giovanni conseguira um bom emprego. Ao abri-la, ela deu com uma senhora acompanhada de um oficial inglês. Sem saber o que fazer ou o que dizer, Milena esperou. A senhora estendeu-lhe uma foto que ela, imediatamente, reconheceu ser Jonathan. “

Eu sou a mãe dele”, disse a velha senhora. “Eu precisava conhecer a mulher que fez meu filho tão feliz que ele não se importou em morrer longe de casa. Mas, agora, olhando para você, sei que ele morreu feliz e que sua morte não foi em vão. Ele me escreveu a seu respeito e eu quis conhecer a mulher que o fez tão feliz e tão corajoso. Obrigada, minha querida!”.

Os olhos de Milena encheram-se de lágrimas e ela quase sentiu o chão lhe faltar enquanto era carinhosamente abraçada pela velha senhora. O oficial inglês permaneceu estático com a característica fleuma de seu povo. Depois de algum tempo, Milena e a Senhora Ethel, esse era o nome da mãe de Jonathan, desvencilharam-se, e ainda em lágrimas, a italiana convidou-a para um chá. Gentilmente, ela agradeceu, mas disse que precisava partir, pois empreendera tal viagem apenas para entregar-lhe a foto de seu filho.

Despediram-se em prantos, e a velha senhora, amparada pelo oficial, foi conduzida até o veículo que os aguardava. Milena ficou ali, parada na soleira da porta olhando o carro desaparecer na estrada. Olhou mais uma vez a foto de seu Jonathan e guardou-a junto ao peito.

-Quem era, Milena? – perguntou Giovanni que caminhava com certa dificuldade, acostumando-se ainda com a prótese que lhe fora presenteada por uma comunidade católica.

-Apenas uma velha amiga – respondeu ela, ocultando os olhos avermelhados da visão de seu marido.

-E o que ela queria, afinal? – ele perguntou com certa impaciência, mostrando-se mais preocupado que curioso.

-Queria dizer que me amava, pelo que eu fui – respondeu Milena com um sorriso discreto – E eu lhe disse que a amaria para sempre, pelo que ela foi para mim!

Giovanni nada entendeu, mas conformou-se e entrou perguntando sobre o jantar. Milena não respondeu, apenas sorriu olhando o pôr do sol.

Foto 1 do Conto erotico: UMA NOITE EM NÁPOLES

Foto 2 do Conto erotico: UMA NOITE EM NÁPOLES

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Ficha do conto

Foto Perfil trovão
bemamado

Nome do conto:
UMA NOITE EM NÁPOLES

Codigo do conto:
112317

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
27/01/2018

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