Primeiras vezes



Não tenho um bom histórico com “Primeiros”; Primeiro encontro, beijo, dia da escola.Mas estava lá em um ,no último respectivamente.É clichê, mas é só clichê pois quase todo mundo já passou por algo parecido.Aquela sensação de confusão e de que você não pertence a aquele espaço, sensação essa que vem provavelmente dos olhares de estranhamento dos alunos mais velhos para você, pobre calouro.
        Assisti minhas primeiras duas aulas, que nunca tem algo de interessante é só pura apresentação.Pelo menos você percebe como todo mundo está tão assustado como você.
        Então no intervalo eu fui entregar alguns documentos que faltavam na secretaria.Chegando lá outros dois calouros na minha frente, eles estavam lado a lado, logo ótimo eu vou ter que esperar como se fosse só um.
        Um deles me chamou a atenção, ele era bem o meu tipo de cara, nerd, magro e com cara que não tem noção do básico de interação social, que charme.Como deu a entender, meu padrão romântico é meio diferente do normal, é algo que eu sempre me senti julgado mesmo eu não falando para pessoas que fariam isso.
        Então quando eu me dei conta, eu já tinha puxado uma conversa com ele.O amigo dele é tão interessante quanto um episódio de Rick and Morty feito para crianças de 10 anos.Mas eu e ele tivemos aquela conversa sem sal e morna que dois estranhos tem em situações como essa.Logo depois ele foi embora e nem perguntei seu nome.
        Eu não pensei muito sobre depois disso, até a integração dos calouros começar, aquela coisa que fazem para as pessoas introvertidas conseguirem amigos mais rápido mas acaba que a maioria das pessoas que precisariam desse evento ficam sozinhas de qualquer jeito.
        Então eu encontrei o nerd charmoso de novo, então decidimos fugir daquele evento social nem um pouco desconfortável e forçado e fomos para atrás da quadra.E ficamos conversando por um bom tempo, e finalmente eu consegui saber seu nome: Henrique.
        Entre os meses viramos o que eu mais temia: BONS AMIGOS!
        Claro que eu não demonstrava minha incrível atração por ele, ou pelo menos tentava, e formamos um grupinho de amigos muito divertido.Mas eu e ele ficamos mais próximos, mesmo porque eu fica meio que grudado nele.
        Um dia, depois de almoçarmos fomos para o banheiro escovar os dentes.E geralmente ele passava desodorante de um jeito que sempre aprecia aqueles pelos que conectam o fim da barriga a pélvis, Cachorro safado, ele devia saber que eu adoro isso.Até que ele simplesmente tira a camiseta e eu fiquei na minha pose que eu chamo “Eu estou totalmente desconfortável mas adorando esse momento e estou fingindo que não está acontecendo nada”.Tentei disfarçar o máximo que pude, infelizmente interpretar a porta número 3 em todas as peças de teatro no ensino fundamental não me ensinaram a autar muito bem, e ele acabou notando.
        -Aconteceu alguma coisa ? -Ele perguntou
        -Aaan.Nada nada, é só que… Você é muito branco, meu deus. - Tentei disfarçar o máximo que pude, fui tão ruim que até o Fiuk chamaria minha atuação de medíocre.Henrique deu uma risada de canto de boca e falou:
        -É… É só que eu não vou muito na praia.
        -Mas você mora tipo duas quadras da praia.
        -Sim, mas não significa que eu vou pra lá, você mora perto de uma creche mas você vai pra lá?
-Uhh.. Não.
Eu precisava pensar em algo rápido para sair daquela situação.
-Tetinha! - Eu gritei e apertei um mamilo dele.
Ele só riu e apertou um mamilo meu como vingança, depois ele colocou outra camisa e saímos do banheiro.Eu queria acreditar, mas nem em meus pensamentos mais otimistas ele não notou algo de estranho em mim.São vários fatores que ele pode ter percebido: Meus olhos não desgrudando de seu tronco desnudo, Meu rosto vermelho, Meu casaco amarrado na cintura fazendo como se fosse uma saia para disfarçar minha ereção, o aperto no mamilo... Mas depois desse dia tudo meio que ficou meio diferente.
Eu não conseguiria ficar meses conversando com ele sem mencionar o fato de eu ser gay, e ele sempre falou de garotas, um clássico caso de amigo gay apaixonado pelo seu amigo hétero, mas depois do fatídico caso do “Fuik gay no banheiro com o amigo gostoso” nunca mais eu ouvi dele sobre o assunto garotas.Além disso ele se aproximava mais de mim fisicamente, mas de resto tudo estava relativamente normal.
Mas eu estava subindo nas paredes por causa da possibilidade de existir uma possibilidade de Henrique estar interessado em mim.Mesmo com minha experiência de amigo gay apaixonado por hétero nunca ter passado de uma ilusão na mente de um adolescente com tesão, eu ainda alimentava esse romance platônico com esperança porque eu tinha alguns pontos para me basear, mesmo esses sendo muito subjetivos e provavelmente más interpretações.
Pouco tempo depois disso foi o aniversário de Henrique.A festa foi na sua casa e foi tudo bem divertido, como ele tinha poucos amigos e logo assim poucos convidados. Comemos pra caralho.Mas tudo que bom tem que acabar, e logo eu era o último convidado da festa e estava tentando chamar um uber para me tirar de lá porque o clima estava meio estranho.Mas a corrida estava dando algo envolta de 40 reais, e era inimaginável eu pagar essa quantia, isso é tipo quanto uma locadora de filmes deve lucrar por mês.Mas o aniversariante (Na realidade não era o aniversário dele, tinha se passado alguns dias e a festa foi no fim de semana, mas isso nem é tão relevante.) deu uma ideia:
-Ei, dorme aqui! Porque amanhã a gente vai sair cedo e a gente aproveita e leva você para casa.
-Claro! Eu vou só ligar para minha mãe!
Eu corri para o canto mais próximo e fiz o que disse.Tentei parecer assustado e ansioso, mais do que eu realmente estava, para ver se ela vinha me buscar, mas ela adorou a ideia, e falou que poderia com todo o prazer.E depois ela desligou na minha cara.
Tentei não aparentar estar tão ansioso quanto realmente estava.Tipo eu adoraria fazer qualquer coisa com Henrique, claro, mas ao mesmo tempo eu estava aterrorizado com a chance de acontecer.Mas eu deveria levar até o fim, mesmo que seja só dormir num colchão ao lado dele, o que é a coisa mais provável de acontecer.
Fomos ao quarto dele, e era bem grande para um cômodo que dormia só uma pessoa.Tudo estava relativamente normal, e eu já até tinha aceitado que nada ia acontecer e estava bolando meu plano de roubar uma cueca dele.Na quele momento eu estava jogando um Storytelling de um cavaleiro que tinha que procurar o cálice sagrado mas acaba encontrando o verdadeiro tesouro do mundo, a amizade ou alguma merda educativa assim.Até que de repente a luz apaga e eu vejo só Henrique com o notebook sentado em sua cama.
Não sei o porquê que eu fui ver o que estava acontecendo.Na tela do computador portátil estava a pornografia mais explícita que podia se encontrar, algo impressionantemente fácil de um adolescente achar hoje em dia.Ele simplesmente foi um pouquinho para o lado como se disse: “Vem senta aqui! Vamos ver coisas legais!”.E depois ele disse isso de fato.
Ele colocou num vídeo tipo “Comi a madrinha da minha prima”.
-Vai esse daqui porque a história dele é muito boa.- E com muito boa leia-se “Péssima em todos os sentidos”
Estava subentendido que não é esse tipo de pornografia me excita.Mas tem aqueles caras que veem pronografia juntos dos amigos e acho que era aquilo que ele tava em mente.Depois de uns minutos de tortuosas atuações a primeira teta feminina pula na tela.Eu estava suando frio.Raparei no volume na calça de meu companheiro de pornografia, e ela estava alertando uma ereção das brabas.
-Eu vou tirar, tá bom?
Como eu não poderia proibir ele visto minha situação de medo e submissão eu só concordei com a cabeça.
O pinto dele não tinha nada de especial, exceto por uma coisa: ERA O PINTO DELE.Minha ereção não pode ser contida neste momento, e minha calça estava travando uma batalha contra meu volume.Henrique deu uma olhada para meu desespero olhando para essa batalha e falou:
-Pode fazer o mesmo, não dá nada.
“Não dá nada”, claro. Eu fiz o mesmo e meu dote não é nada a se gabar, Nisso éramos parecidos, dentro do padrão sexual.Ótimo.Estávamos nos masturbando, mesmo sendo meio estranho contando o fato dele saber que eu sou gay.Mas acho que essa era a quarta ou quinta coisa nós estávamos pensando.
Até que o vídeo acaba.E então ele vai para a aba de pesquisa de diz:
-Acho que você não tá gostando muito, vamos ser empáticos.
Eu nem estava mais pensando direito, era tanta testosterona no meu cérebro que estava só aceitando.Mesmo dá para agradar os dois colocando num vídeo bissexual.Ele colocou num gay.Era algo genérico, acho que eram dois twinks fazendo sexo na faculdade por dinheiro.
Os dois garotos estavam meio desconfortáveis, mas isso não os parou de punhetar seu companheiro, ai ai o capitalismo foi longe demais.Até que um deles começa a chupar o pau do outro.
-Como deve ser o gosto de um pau? - Perguntou Henrique.Essa situação e essa pergunta são tão inconcebíveis juntas que eu nem vou comentar…
-Ahh.. Sei lá.Eu nunca chupei ninguém.Deve ser algo meio salgado, eu acho… - Consegui dar a resposta mais sem graça do mundo, eu deveria receber um prémio por isso
Depois de uns 5 segundo de silêncio total (Exceto pelo vídeo) Henrique falou:
-Você quer descobrir qual é o gosto de um?
Ai meu cu fechou.Mesmo eu acreditando que poderia acontecer algo, sempre fui muito cético.Mas agora foi,ele pediu.Jesus…Eu fiquei um tempo sem responder, sem pleno silêncio do pânico interno que sentia.Me virei para ele e disse:
-É tão óbvio?
Ele ficou meio sem entender, Nesse momento ele parecia tão confuso como eu.
-É tão óbvio que eu sinto atração em você?- Logo depois o silêncio mais estranho que eu já passei tomou conta da sala.
-Ah… Sinceramente? Sim. - Disse Henrique - Sabe aquela situação que tá na cara de todo mundo mas ninguém fala necessariamente? Era você comigo.
Bem era suposto de eu ficar envergonhado, mas eu só fiquei meio decepcionado com desabilidade em fingir.Meu deus eu sou um descarado.
-Desculpa - Disse de um jeito bem culpado - Eu não tinha noção que eu deixava todo mundo desconfortável…
-Bem nem todo mundo, a Fran que sempre Shippou a gente e acho que ela fez até uns desenhos da gente junto.
Eu e ele rimos, e fiquei pensando se sairia muito caro enquadrar uma folha de A4.
-Mas além dela eu também nunca me importei, sempre achei bem fofo na verdade.
Só uma palavra passou pela minha cabeça: “Fofo?”
Quando me dei conta Henrique tinha me beijado, e meu deus, que beijo.Foi intenso, íntimo e rápido, tipo uma ejaculação precoce.Mas diferente da ejaculação o beijo foi muito bom.E foi escalando para um amasso mais intenso, até ele for me dar um chupão, e isso me preocupava por dois motivos: Um de que eu não queria ter essa marca para as pessoas ficarem me perguntando depois e a outra porque eu vi em algum lugar que teve um mexicano que morreu depois de tomar um chupão e estourar uma artéria.Então eu brevemente considerei minha morte no melhor cenário que minha mente adolescente poderia me proporcionar.
E lá eu fui para o ouro.Chupar um pau não é tão intuitivo quanto parece, nem tão fácil.Nesse momento eu percebi que vídeos porno eram nem um pouco educativos, mas puro entretenimento.E fiquei no vai e vem por algum tempo, e o que me movia eram os gemidos dele que eram meio agressivos, mas encantadores.Mas depois disso eu tirei a camisa dele e finalmente eu vi de novo essa visão tão boa que era seu corpo.
Fui direto para os mamilos e fiquei os lambendo e os excitando, e pelo que parecia ele gostava, ou ele estava apenas fingindo para me agradar.No fim eu estava lambendo seu peito e desci para sua pélvis com minha língua.E nisso Henrique já estava apertando minha bunda e a acariciando.
Aí veio na minha mente: Vai acontecer.Meu deus vai acontecer.Mas sem tempo para refletir Henrique falou:
        -Se ajoelha na cama.
E assim fiz, ele encostou seu pinto no meu e começamos a nos masturbar conjuntamente.Sua mão me acariciava e isso me deixava muito fora de mim.Depois de algum tempo ele saiu da cama e tirou a calça.Entendi como um convite para ficar nu também.Bem, eu não sou a pessoa mais confortável com meu corpo, mas o que é um peido para quem está cagado?
Nós nos beijavamos enquanto ele me dedava com seu indicador e dedo do meio, para um “Hétero” ele sabia muito de sexo gay.Esse questionamento eu deixo para você leitor, porque eu não estava pensando muito bem.Encostei no ouvido dele e disse:
-Eu quero você dentro de mim. - Roubei de um filme porno genérico? Roubei.Mas entrou no clima, é isso que vale.
Ele me virou e começou um cunete.Foi na mesma quantidade estranho e excitante.Depois disso ele começou a cutucar minha “porta” com seu “ariete”.Eu relaxei o máximo que pude e deixei entrar.A Lubrificação da camisinha que ele deixou tudo mais fácil e prazeroso.Parabéns para quem vai só no cuspe e na coragem, eu não consigo.
Nós gemiamos baixo, mas não dava para controlar.Ao mesmo tempo não queríamos acordar a família inteira de Henrique.Ele estava em cima de mim, mas logo depois eu subi em cima dele e quiquei o máximo que pude.Ele me abraçou e bombou mais forte do que nunca.Eu e ele sabíamos o que estava acontecendo sem falarmos uma palavra.Logo Henrique soltou um gemido mais profundo e se jogou na cama.Depois disso ele tirou seu pinto dentro de mim e começou a me chupar, e logo eu tinha gozado também.Que cavalheiro.
Estávamos abraçados ainda pelados.Decidi curtir o momento o máximo que pude, por que mesmo poderia ser algo de só uma vez.Isso poderia destruir nossa amizade.Mas sempre algo é destruído para algo maior ser construído.Demos alguns amassos e dormimos assim.De madrugada eu acordei e me vesti e o cobri, não ia dar sorte ao azar, alguém poderia nos ver assim.
Acordamos, tomamos o café da manhã normalmente, como se nada tivesse acontecido.Era meio bizarro ter acontecido algo tão grande e importante comigo e tivesse que agir como estivesse tudo normal, Ainda mais na frente dos pais dele.
Entramos no carro e os pais dele foram na frente.Por grande parte da viagem, ele colocou sua mão em cima da minha.A gente estava ouvindo algo no meu telefone, na minha playlist de rock no spotify.Logo meu destino chegou, e desci na minha casa, agradeci a carona e olhei para Henrique por um pequeno momento que já deu a entender o que eu queria.
Me joguei na cama e revivi tudo que tinha acontecido.No fim tudo deu muito mais certo do que eu já imaginei, eu não sei o que seria de Segunda, mas naquele dia eu só queria curtir meus pensamentos sobre tudo que aconteceu, sem pensar no que pode acontecer, porque no fim não está no meu controle.

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Ficha do conto

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darkus

Nome do conto:
Primeiras vezes

Codigo do conto:
120414

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/07/2018

Quant.de Votos:
2

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