Como tudo começou - Parte 1



O quão difícil é conhecer totalmente outra pessoa?! As coisas mudam de rumo em questão de segundos, e você acaba descobrindo que nem conhece a si mesmo.

*Jul-2016 *

A vida não é difícil. Foi exatamente meu pensamento durante a manhã quente de sexta-feira. Acordei as 10 da manhã, como de costume, sem muito o que fazer durante o dia. Fui até a cozinha e coloquei uma xícara de café preto – eu sempre tomo café preto – e voltei para o quarto. Em Salvador está sempre fazendo calor, até quando chove, e naquela manhã não era diferente.

Com o ventilador no máximo, me sentei na frente do computador e comecei a olhar as páginas de animes para ver se tinham lançado novos episódios dos que normalmente acompanho. Para quem está lendo isso a minha vida pode parecer um tédio, mas as coisas estão prestes a se agitar de uma forma um tanto quanto inesperada.

-Filho, levanta e vem me ajudar na cozinha – minha mãe chamando da porta do quarto

-Calma, acabei de acordar – minha resposta já era automática, era assim em todos os dias.

Escrevi tanto e acabei nem me apresentando, sou Felipe; 22 anos; 1,77 de altura; 72kg; moreno; cabelo castanho; olhos castanhos; estudante de Direito. Me considero uma criatura de hábitos, acordo tarde todas as manhãs, tomo meu café, fumo um cigarro (não me julguem), e sento pra assistir animes, e pra quem não sabe o que é, procure no google. A tarde eu reviso alguns livros e artigos de Direito, são chatos, mas me dedico na faculdade; a noite tenho aulas, com uma turma de crianças - metidos a espertos - e quando volto pra casa vou para a academia, até Nerds tem que se manter em forma, depois varo a madrugada na internet. Sou básico assim.

Hoje é um dia atípico. Tenho um círculo de amigos bem limitado, e um deles está fazendo aniversário, por isso vou quebrar a minha rotina para comparecer a um bar, que não vou gostar, conversar com pessoas sobre fatos aleatórios e tentar passar por essa experiência para depois voltar ao meu quarto, na minha vida pacata e rotineira. Pelo menos era nisso que eu acreditava.

*21:15 – Hora de sair *

Ivan, resolveu que iriamos no mesmo carro até o bar no centro, o meu ficou na porta de casa. Entrei na porta do carona do Ford cinza, com cheiro de novo e abracei meu amigo.

-amigo, que bom que você resolveu sair da toca, está bonito – Ivan me mediu por inteiro – nada mau, polo e jeans escuro, pena que você não me dá bola, héteros são minha especialidade.

-Ivan, você não se comporta, mas você também não está nada mau, se eu gostasse me homem eu te pegaria fácil - brinquei com ele piscando o olho e tirando um sorriso do moleque “vamos embora antes que eu desista, só saí de casa porque é seu aniversário”.

-Lipe, se você não viesse eu ia te arrastar daquele quarto, amarrado, e te jogar no fundo da mala do meu carro novo, mesmo se você estivesse de pijama.

-Não minta, você só queria me ver de pijama e se aproveitar de mim – rebati sorrindo

Ivan revirou os olhos e deu a partida no carro “preciso passar na casa de mais um amigo meu que também vai pegar carona, depois seguimos pro barzinho”

-Mais um gay? Estou percebendo que essa noite vai ser em clima de purpurina

Vamos lá pessoal, não sou homofóbico nem nada do tipo, mas gosto de provocar meus amigos, Ivan e eu nos conhecemos na academia, perto de casa, nunca tinha tido um amigo Gay na vida. Revezamos um aparelho de musculação e acabamos amigos depois disso, tem coisas que são inevitáveis

Seguimos em direção a casa desse novo cidadão, que não era longe, apenas duas ruas de distância da minha. Paramos à porta do amigo dele, para esperar, e Ivan e eu estávamos entretidos na conversa. Eu estava tão imerso que não percebi ele já havia entrado no banco de trás do carro.

-Boa noite meninos – eu acabei pulando, meio assustado, no banco do passageiro.

-Boa jovem, vamos seguir viagem? - respondeu Ivan que, ao que parece, tinha percebido a chegada do novo passageiro.

-Prazer, Felipe – falei sem olhar pra trás

-Jonathan, mas pode chamar de Jon – ele respondeu logo atrás do meu banco

-Então pode chamar de Lipe

-Sem intimidades aqui, tira o olho Jon, Lipe é hetero mas é meu – Ivan já tinha colocado o carro em movimento

Jon deu uma risada alta da aparente tentativa de Ivan de parecer chateado, daí para a frente a conversa seguiu animada. Jon parecia ser um cara bacana, com ideias interessantes; conversamos sobre política, sobre música, e acabei descobrindo que era um DJ, tocava nos finais de semana nas boates de Salvador, e foi assim que conheceu meu amigo/aniversariante baladeiro. Depois de 40 minutos de carro, chegamos ao nosso destino. Saí do carro (eu precisava fumar um cigarro), e quando a porta traseira abriu, eu paralisei.

Caros leitores, não sei dizer o que aconteceu comigo naquele dia. Até aquele momento eu só tinha ouvido a voz dele, mas quando aquele cara saiu do carro eu quase tive um ataque do coração. Fiquei parado, com o cigarro a meio caminho da boca, e Jon me abre um sorriso. “uau!” foi a única palavra que eu poderia pensar pra descrever ele. Estatura baixa, provavelmente 1,65; pele muito branca; cabelo castanho caindo nos olhos; e um corpo completamente malhado, os braços pareciam de iam estourar aquela camisa. Tenho que admiti que na hora me peguei admirado pela aparência dele.

-Vamos? - Ivan tinha aparecido ao meu lado, eu nem tinha percebido

“sim” consegui dizer depois de dar uma tragada profunda no cigarro e me recuperar do embaraço.

Saímos do estacionamento andando lado-a-lado, eu completamente envergonhado por ter encarado demais, e ele e Ivan conversando animadamente sobre algo que eu não estava ouvindo. Finalmente chegamos à mesa, fui apresentado ao grupo de amigos do Ivan, mas esquecia seus nomes na mesma hora, sentei numa cadeira vaga enquanto o garçom trazia um balde cheio de cerveja para nossa mesa e distribuía nos copos de vidro. Tomei uma golada ainda tentando me recompor.

“como diábos olhar pra um homem me deixou desse jeito?” foi o que me perguntei, completamente aéreo, a verdade é que nem me toquei que Jon havia sentado ao meu lado.

-pensando em que? - ele me perguntou me encarando

-A, me desculpe, eu não conheço nenhuma dessas pessoas da mesa, isso me deixa meio tímido.

-Não se preocupe, gostei de você então podemos ficar conversando aqui mesmo.

Acho que nessa hora devo ter aparentado nervoso, e mais uma vez pensei “por que porra eu tô nervoso?! Estava conversando com o cara agora mesmo no carro”. Continuamos a conversar sobre assuntos variados, acabei também interagindo com outras pessoas e meu nervosismo foi abrandando. Conversei também com Aline, uma garota bem legal, me passou o número dela e prometemos nos encontrar. Mas, por mais que eu tentasse, não conseguia parar de conversar com Jon. Coloquei na cabeça que era só uma questão de amizade, e que eu ter ficado nervoso com a aparência dele era só admiração.


*4 dias depois*

Eu consegui, em 4 dias, desenvolver uma amizade bem singular com Jon. Nunca construí uma amizade em tão pouco tempo. Logo descobrimos interesses comuns por séries, conversávamos todos os dias, ele descobriu que eu frequentava a academia e, por sua casa ser perto da minha, passamos a frequentar a mesma academia, nos mesmos horários. Depois de sete dias já frequentávamos a casa um do outro, assistíamos séries no meu quarto comendo pipoca. E foi num dia desse que as coisas mudaram.

Estávamos deitados um do lado do outro, assistindo, quando ele olhou pra mim. Retornei o olhar e ele não desviava o rosto, me encarou por um tempo e simplesmente me deu um selinho. Não foi um beijo de língua, foi algo simples, mas que provocou um efeito intenso. Senti meu membro subir numa velocidade absurda, e fiquei constrangido. Ele percebeu que fiquei desconfortável e sussurrou “Desculpa” voltando a olhar para a TV.

Continua...


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Comentários


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maximilan Comentou em 20/12/2018

Adorei primeiro capítulo... Adoro uma novelinha. Quando puder dá uma conferida nos meus. Beijos. Votado.




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico armandoz

Nome do conto:
Como tudo começou - Parte 1

Codigo do conto:
130257

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
19/12/2018

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8

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