De prazeres, loucuras, taras e fetiches

Minha deusa,
Você me perguntou se os orgasmos masculinos eram sempre iguais. Eu te respondi que não e até te contei uma história meio estranha que aconteceu comigo.
Agora, insone, queria te dar uma resposta mais detalhada.
Digamos que eu estivesse imobilizado, amarrado talvez, e alguém (poderia neste caso ser tanto uma mulher quanto um homem) me excitasse e me masturbasse mecanicamente. Eu teria um orgasmo.
Seria, provavelmente, muito pouco prazeroso.
Agora, imaginemos que você me dissesse: ‘Quero engolir todo o seu suco’, e me chupasse, de joelhos, olhando-me nos olhos, com uma expressão safada...
Meu gozo seria explosivo!
Nem vou tentar expor aqui todas as luzinhas de prazer que estariam piscando no meu cérebro, que estaria qual um pinheirinho de Natal!
Mas, só para te dar uma pequena ideia, vou descrever três das muitas luzinhas que se acenderiam em meu cérebro libidinoso:
1) quando uma mulher me chupa até o fim (o que, se aconteceu uma dúzia de vezes nos quase cinquenta anos em que estou sexualmente ativo, foi muito), meu cérebro entende (e se regozija com) a noção de que ela não tem repugnância por algo que a maioria considera nojento, que ela me aceita por inteiro, me curte, se excita, gosta até de minha porra (estou escrevendo sem papas na língua, para você, com uma candura e crueza que jamais ousei expressar para uma mulher antes).
2) Tenho vários fetiches: por pés, mãos, dominação, submissão, etc. Você ajoelhada aos meus pés, talvez até beijando e lambendo, antes de começar no meu pau, me deixa superexcitado (eu também me excito muito com uma cena como você em pé ou sentada, e eu a seus pés, beijando-os e olhando submissamente nos seus olhos, pensando, sou seu escravo, faço qualquer coisa para lhe dar prazer).
3) O fato de você não fechar os olhos, mas sim olhar diretamente nos meus, talvez com um sorrisinho maroto nos lábios que roçam meu membro, me acende aquela fantasia de que a música A cúmplice fala: de dia uma menina, à noite uma mulher (e uma ‘puta’! Todo homem sonha com uma mulher que é uma dama na sociedade e uma puta na cama).
Não vou lhe pedir que faça o que descrevi acima. Se quiser fazer, hoje ou em outra ocasião, é claro que eu adoraria. Mas, quero lhe pedir só uma coisa para nosso encontro daqui algumas horas: vá de botas. Quero estar aos seus pés, descalçando-as devagar, afagando, lambendo, chupando seus pés, não desgrudando meu olhar do seu por um segundo.
Desculpe a crueza da linguagem, mas, eu me excito com ela (estou, neste momento, excitadíssimo, até desconfortável, de tão duro que está meu pau). Sei que você me ama e que, se passei dos limites com minhas fantasias e linguajar, você me perdoará. Se tudo o que falei não lhe agrada ou, talvez até lhe repugne, jamais tratarei desses assuntos novamente.
Estou contando as horas para te ver.
Que coisa louca! Mais beijinhos em sua boca do que os peixinhos a nadar no mar!