COMO UMA VACA



Olá, leitor. Sei que você não me conhece, aliás, nem tem a mínima noção de quem sou. Assim, é claro, devo fazer uma breve apresentação da minha pessoa, uma vez que pretendo invadir, por meio da sua pessoa, o mais íntimo de um ser humano, que são os seus sentimentos. Ou melhor, a sua libido, o seu tesão. Meu nome é João Paulo (fictício, é claro, assim como todos os meus dados pessoais), tenho 25 anos, meço 1,67 m, peso 65 kg. Não sou malhado, mas tenho meus atributos físicos. Cabelos pretos, olhos cor de amêndoa. Moro na região metropolitana de Belo Horizonte. E sou gay. Não vejo este último detalhe como importante, pois sempre foi algo muito natural em e para mim.
O episódio que vou contar ocorreu há uns bons anos, creio que por volta de 2011 ou 2012. Estava voltando da escola, distraído, quando, de repente, passou por mim um carro. De repente porque eu andava tão distraído que não percebi a sua aproximação. Automaticamente, olhei para o carro. Não necessariamente para o carro, mas para quem o dirigia. De relance, percebi que era um rapaz da minha cidade, com quem nunca havia travado contato. Passou, já se foi, pronto. Pensei eu. Mas me enganei. O motorista forçou um retorno um pouco mais adiante. Até aí, tudo normal. Afinal, quem nunca mudou o destino ao longo de um trajeto ou mesmo se deu conta de ter se esquecido de algo e teve de voltar?
O anormal foi que, desta vez o carro veio quase parando e, estranhamente, bem mais próximo da lateral da rua, por onde eu seguia, agora em sentido inverso ao seu. E quando cruzou comigo, o motorista fez questão de praticamente parar. Olhando-me de cima a baixo, balançava a cabeça como se confirmasse algo. Pude perceber, nitidamente, a sua língua entre os lábios. Sempre fui safado, mas não ousado. Por mais que, no meu subconsciente, quisesse, não fiz nada. E então, de repente, o motorista acelerou. Afastou-se de mim e só então pude perceber as minhas pernas bambas. Afinal, a pessoa que me assediou tão descaradamente era nada mais que o sonho de consumo de qualquer menina ou garotinho que se desse ao desfrute do sexo entre iguais, como eu. Mas, por mais safado que eu fosse, ainda era virgem! Nunca houvera nada mais que troca de carícias – se assim se podem chamar as passadas de mãos – entre mim e os coleguinhas das peladinhas de futebol. Se as pernas estavam bambas, o pescoço estava firme e, automaticamente, virou a minha cabeça em direção ao carro que afastava, levando a minha oportunidade de ter as preguinhas inauguradas. Eu disse que o carro se afastava? Qual não foi o meu susto ao perceber que ele estava retornando e se aproximando cada vez mais de mim. Não fosse uma cidade pequena, onde todos se conheciam, teria eu pensado em alguma violência e gritado ou mesmo corrido, abortando tudo.
Mas desta vez decidi que, se o motorista era ousado, eu seria tanto quanto. Parei, virei-me de frente para o carro que se aproximava, e encarei o motorista. Ele não se assustou com a minha postura e parou o carro rente a mim. Novamente escaneou o meu corpo, como se avaliasse um material em exposição. Moreno, rosto sexy, queixo quadrado, mas com uma covinha deliciosa, olhos meio esverdeados, cabelos revoltos, castanho-escuros, foi o que eu vi. Corpo extremamente sensual, calças justas, delineando as coxas e o bumbum farto, jeito meio jingando de caminhar era o que eu havia visto. Sim, havia visto. Pois eu era mais um de seus enamorados. Nunca havia ouvido a sua voz até que ele resolveu quebrar mais esse paradigma ao me perguntar:
        _ Para onde você vai?
        Meu Deus! Quase esqueci como se fala. Uma voz meio rouca, um jeito de falar como se não houvesse aberto os lábios... Mas eu consegui, com as graças de algum santo de plantão, responder o nome do meu bairro, que era logo adiante. Ele então me disse que passaria por lá e me perguntou se eu aceitaria uma carona. Eu era virgem, mas não bobo. Aceitei e entrei ao seu lado. Inocentemente pensei que seria mesmo apenas uma carona, esquecendo-me de que ele havia ido e voltado algumas vezes. E que isso era suspeito.
        Fomos adiante, sem trocarmos palavras. Ao chegar à rua principal, e quase única, de meu bairro, eu lhe apontei a minha casa e pedi para que me deixasse lá, já pensando nos agradecimentos. Então, ele me surpreendeu, me falando que estava indo rapidamente à fazenda da família, que era perto, e perguntando se eu não gostaria de conhecê-la, ainda que brevemente. Aí eu vi vantagem. Desceu em mim a necessidade de conhecer a “fazenda” dele, e logo disse que sim.
        Então eu vi a minha casa ficando para trás, assim como aconteceria em breve com as minhas pregas. Comecei a sonhar e olhei pelo canto dos olhos o vão entre as suas pernas. Mas quase que meus olhos não conseguiam chegar lá, porque as coxas estavam antes! Que coxas!!! Mas eu forcei, e meu olhar seguiu em direção ao seu destino. E eu vi então o pacote! Que pacote! Parecia aqueles pacotes de meio quilo de feijão que eu buscava na venda de meu padrinho para a minha mãe. Atochado, sem espaço até para ventilação, como se fosse embalado a vácuo. Ensacado, pronto para a entrega. E fui eu que me entreguei. Tanto babei que ele me perguntou, me assustando:
        _ E aí? Gostou?
        Fiz a sonsa e perguntei:
        _ De que?
        Ele não respondeu, mas o seu sorriso meio de lado sim. Então ele se apresentou, embora para mim não precisasse, pois já sabia o seu nome.
        _ Sou o Carlos.
        _ Prazer. Sou o João Paulo.
        Ouvi claramente quando ele quase sussurrou: prazer você vai sentir daqui a pouco. Logo em seguida fiquei imaginando se a minha imaginação estava me pregando peça. Mas a entrada da fazenda estava a nossa frente. O meu abatedouro. Entramos e ele logo parou o carro em uma espécie de paiol, mas sem uma das paredes. Foi entrando pela casa, eu fui seguindo-o. Não conhecia nada ali. Passamos por um cômodo grande, com uma mesa também grande, de madeira bruta. E ele seguiu adiante, virando à esquerda. E eu, seu cachorrinho, logo atrás, com os meus cadernos em uma bolsa, uma espécie de mochila. Já estávamos em um quarto, com uma cama de casa, ainda um pouco desfeita. Ele pegou o meu material escolar e jogou sobre uma mesa que estava ao lado. E me perguntou em que ano eu estava na escola. Quando lhe disse, ele logo riu e falou que a matéria de que ele mais gostava quando estudava era Biologia, para saber sobre reprodução. Disse-me que tinha 27 anos e, por isso, não estudava mais. E que nem sabia se a forma de se reproduzir ainda era a mesma. Eu gostei do papo e lhe disse que isso não devia ter mudado nada. Ele perguntou se tínhamos aulas práticas de reprodução, porque ele adorava. Eu disse que, infelizmente, não. Ele então me olhou com uns olhos gulosos, como se estivessem sorridentes, e me disse:
        _ Isso é uma falha enorme na educação de hoje. Vou corrigir isso pra você.
        Dito isso, me pegou nos braços fortes, me ergueu e me virou de costas pra ele. Eu, baixinho, ele, com mais ou menos 1,80 m. Ficou me sarrando, passando o seu pacote, agora em forma de bastão, na minha bundinha ainda vestida. Ainda, porque ele logo tratou de corrigir esse deslize, retirando a minha calça do uniforme escolar, que saiu levando a cueca consigo. Fiquei nu, desprotegido, a sua mercê, ainda suspenso. Literalmente ele me jogou de bruços na cama, que, para minha surpresa, era macia. Ouvi o barulho do zíper da sua calça sendo aberto. Mas não houve nenhuma preliminar, que era o meu sonho. Nada de cunete, embora eu não soubesse o nome disso. Nada de beijos, meu desejo. Nada de me alargar com os dedos. Um, depois outro... Nada disso. Queria ter ouvido o barulho da camisinha sendo aberta. Queria, porque não houve. Senti a sua mão áspera no meu rabo. Que susto! Que dor! Mas eu queria. Queria servir ao meu homem. Sim, porque agora ele era meu. Por mais que sonhasse, nunca imaginei um dia ser possível. Novamente senti a sua mão, mais precisamente os seus dedos. Ele estava passando cuspe na minha olhotinha. De repente, sinto algo quente se encostar na entradinha do meu cuzinho. Era a cabeça da sua vara que se aproximava. Mas eu nem a havia visto. Não sabia como ela era. Ela não fora apresentada a mim. Chegou e já foi invadindo. Ou tentando invadir. Forçava e eu me afastava. Era medo associado com dor. Mas havia também o tesão. Ele colocou mais cuspe. Colocou não: jogou, porque não foi com os dedos, mas uma cusparada, direto da sua boca para o olho do meu cu. Que pontaria! E vamos a uma nova tentativa. Nada. Ele então me falou que eu estava travando. Que eu estava dificultando e que isso só iria fazer doer. Sugeriu-me relaxar e fazer como se estivesse no vaso sanitário, fazendo força para fora. Eu queria e não queria. E não entrava.
        Ele, então, resolveu jogar sujo. Estava me pegando de 4, me deixando totalmente exposto, como se o meu cuzinho fosse um produto que estivesse sendo leiloado nas festas de Santo Antônio, muito comuns em minha cidade. Colocou a mão em minhas costas, me forçando a me deitar na cama. E encostou o seu corpo ao meu. Eu fui ao céu e não voltei! Aquele corpo másculo, aquele cheiro de homem, de homem do campo. Aquele peito peludo. A sensação de estar sendo dominado. E, para melhorar, começou a passar aquela barba em minha nuca, me dando leves lambidas no pescoço. Senhor, a carne é fraca. Ao mesmo tempo, o seu cajado alternava as investidas, ora no vão entre as minhas coxas, ora passando sugestivamente na portinha do meu cu, como se estivesse indeciso entre tocar a campainha ou entrar de vez. E os seus lábios então começaram a açoitar os meus ouvidos. Ora me lambendo, ora me dando mordidinhas, ora me falando: olha o que eu tenho pra você... sei que você gosta... eu te vi rebolando quando estava passando por você, querendo a minha vara... vou fazer com você o mesmo que o boi da minha fazenda faz com as vacas... Nesta hora ele rompeu todas as minhas barreiras. Imaginar-me preenchido por ele, como dois animais no cio, me levou à loucura. Sem perceber, empinei a minha bunda. A sua vara, que se encontrava à porta, à espreita, à espera de um convite, prontamente aceitou. A cabeça entrou e o meu grito saiu. Deve ter sido ouvido na Praça da Matriz. Fiz de tudo para escapar dele, mas os seus braços me seguravam, o seu corpo poderoso me retinha. E ele ao meu ouvido apenas tentando me acalmar. O pior já passou... respira... só vou continuar quando você estiver bem... que cuzinho quente... nunca vi um carinha enfrentar minha piroca com tanta coragem como você...
        Eu quase não ouvia. Também não enxergava nada, pois as lágrimas vieram sem que eu percebesse. Somente ouvia as suas palavras como se fosse em um sonho, meio difusas... e sentia aquele invasor em minhas entranhas. Não sei por quanto tempo ficamos assim. Dizer que a dor se transformou em prazer seria mentira. A dor diminuiu um pouco, mas continuava sendo dor. O que me aliviava um pouco eram as suas tentativas de massagear o meu ego, assim como a satisfação do sonho realizado. Eu estava debaixo do macho que era o sonho de consumo de, creio, metade da minha cidade. A minha respiração foi normalizando, e creio que ele deve ter sentido o meu corpo relaxar. E começou a se mover devagar, quase imperceptível. Quando eu me lembrava de que havia engolido apenas a cabeça, que faltava outra imensidade para me arregaçar, dava vontade de desistir. Porém eu não sabia o quanto ainda faltava, e a esperança de que fosse pouco me dava um resquício de coragem.
        E ele foi. Insistente, devagar... mas sempre em frente. Eu percebi cada mísero milímetro da sua tora me invadindo, me dilacerando. Parecia um colosso em brasa. Porém, de repente, lembrei-me da associação que ele fez de nós com o touro e a vaca, e isso me deu uma coragem que não sabia que tinha. Joguei o meu quadril para cima, arreganhei o meu rabo e, coincidentemente, foi na hora em que ele estava forçando. Foi como uma enchente, que invade, sem nada que a detenha. Senti os pelos da sua púbis tocarem as polpas da minha bunda. Mas não me senti. Senti o aconchego do seu corpo junto ao meu. Mas não me senti. Senti o cheiro do macho. Mas não me senti. Senti o seu toque másculo. Mas não me senti. E senti a sua tora que, imponente, ia e vinha em mim. E, apesar da dor, apesar do não prazer, me dei conta de que este era o meu destino: servir, ver o macho satisfeito. E me entreguei a minha sorte.
        E ele continuou, por quanto tempo não sei. Só sei que, de repente, senti a sua respiração ofegante, as suas estocadas mais fortes, mais profundas. E ele gozou. Gemendo? Não. Aquilo mais pareciam uivos. De macho. Quantos jatos de porra? Não sei. Sei apenas que, apesar da dor ainda presente, eu estava realizado. E somente então eu pude ver a sua vara. Por incrível que pareça, ainda dura, como se quisesse outra vez. Linda, reta, grossa. Uns 18 a 20 cm. Mas nem pude curtir direito porque me veio à cabeça que precisava urgente usar duas desculpas em casa: uma para a minha demora ao voltar da escola, outra para andar como um pato.

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Comentários


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Comentou em 04/10/2021

Esqueci de agradecer seu comentário no meu conto, que foi o que me trouxe aqui... realmente espero poder ler mais textos seus!

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Comentou em 04/10/2021

Que delícia! Muito sensual, esse abandono do menino ao predador e a seu próprio destino de servir... E bem escrito! Um dos melhores relatos de primeira vez que li. Só achei curto, porque queria ler muito mais!

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negro40bh Comentou em 05/04/2021

Creio que agora, anos depois, você possa os presentear com um conto tão intenso quanto este, mas que o seu prazer, que agora acredito ser imenso seja a nós declarado...

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negro40bh Comentou em 05/04/2021

Belo conto, belo texto! Sinceridade nas confissões, capricho nos detalhes..

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olavandre53 Comentou em 15/04/2020

Cláudio, vc escreve bem demais. Nossa, é super verdadeiro o que digo, ok? Bjus e me dé mais prazer com a sua caneta, tá bom?




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Ficha do conto

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profissa

Nome do conto:
COMO UMA VACA

Codigo do conto:
153750

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
29/03/2020

Quant.de Votos:
13

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