Uma carta de amor para Breno



Breno, hoje o Google Agenda me notificou que seu casamento completou cinco anos. Sim, faz cinco anos desde a última vez em que nos vimos. Incrível como o tempo passa tão rapidamente! Você estava extremamente lindo naquele terno da Dior. Lembro perfeitamente quando me chegou à minha casa dizendo que havia pedido a mão da Camila em casamento e que precisava de mim para auxiliá-lo na escolha do terno. Você me disse que não levava jeito para essas coisas e que eu sabia bem de todos esses detalhes (risos). Eu, como sempre, me prontifiquei em ajudá-lo, mas nunca lhe disse que, quando desligara a ligação, chorei intensamente e entrei em uma profunda tristeza. Apesar de achar que você e a Camila foram feitos um para outro, não estava preparado para vê-los oficializarem a união.
Você chegou à minha vida em um momento em que a poeira teimava em querer baixar dentro mim. Foi quem mais me ajudou a superar a perda de meu pai para o câncer. Recordo que me mandou mensagens questionando por que estava há uma semana sem frequentar as aulas, frisando que o Enem se aproximava e não podia perder as aulas de revisão, foi quando lhe disse que meu pai estava internado e a previsão dos médicos era de que ele estava em sua última semana de vida. Você fez questão de ir me visitar no hospital, ainda trouxe flores para minha mãe e a abraçou desejando que Deus prolongasse os dias de pai. Minha mãe, no fundo, embora amasse muito meu pai, o Marcos, queria que o Senhor o levasse para que todo aquele sofrimento acabasse.
Você me convenceu a ir à escola para que pudesse ver a revisão de Literatura. Disse que a professora iria resumir os principais romances. No momento em que ela estava abordando o livro Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo, recebi a ligação do hospital me informando que meu pai havia sofrido uma parada cardiorrespiratória, e que precisavam de mim urgentemente no hospital. Eu entrei em crise de choro na mesma hora, você, mesmo sem entender, mas já deveria prever o que estava se passando, disse que tudo iria ficar bem. Eu pedi ajuda a você para ir comigo ao hospital, pois não me sentia bem. Você não hesitou e me acompanhou, chamando o táxi e indo durante todo o percurso alisando meus cabelos e dizendo: "vai ficar tudo bem, cara".
No hospital, encontramos minha mãe aos prantos e deduzimos que meu pai havia partido. Foram dias difíceis e você sempre estava ao meu lado. Até que, com o tempo, as coisas foram se acalmando e a vida fazia toda tristeza diminuir. Não sei se você lembra, amigo, que, no dia da divulgação da classificação dos aprovados no curso de Medicina, você me ligou tão eufórico e feliz por ter conseguido. Realmente mereceu bastante, e me alegrei junto com você. Disse que a turma havia combinado uma festa e que todos deveriam estar presentes, mesmo aqueles que não haviam sido aprovados, como no meu caso.
No dia da festa, numa sexta-feira, você disse que passaria em minha casa e íamos juntos. Assim aconteceu, chegando lá, comemoramos, dançamos e você bebeu bastante. No final, já não estava sóbrio e perguntou se podia dormir em minha casa, pois sua mãe iria ficar muito chateada se o visse naquele estado. Eu prontamente disse que sim. Como minha mãe estava na casa da irmã dela e só voltaria na segunda-feira, não teria nenhum problema. Você realmente estava muito bêbado. Quando chegou lá, acabou tropeçando no degrau da escada e feriu o joelho. Eu o levei ao meu quarto, ajudei a tirar a bermuda e a camisa e o direcionei até o banheiro. Nesse momento, Breno, era inegável que já estava apaixonado por você. E, apesar de saber que você me considerava como um irmão e que era apaixonado pela Camila desde o segundo ano do Ensino Médio, eu não poderia negar meus sentimentos.
No banheiro, você parecia não conseguir tomar banho sozinho e gritou me pedindo o sabonete. Quando entrei, você estava pelado com o pênis meio ereto. Eu tentei evitar olhar, mas não conseguia. Era inevitável não olhar para aquele pau que aparentemente 18cms, e um corpo de uns 70 quilos, para quem tinha 1.75cm, sem falar da pele moreno clara. Enquanto eu tinha coxas grossas, uma bunda que chamava atenção, e de altura de 1,74cm e com a pele branca. Você todo brincalhão, ainda que bêbado, me chamou pra passar o sabonete no seu membro. Eu senti que estava muito nervoso e tentei rir pra disfarçar a atração. Eu disse que se continuasse me provocando, eu realmente iria passar. Você me disse: "você é mole, venha bundão". Eu tirei a roupa e entrei embaixo do chuveiro, nesse momento percebi que ficou ainda mais excitado, e pegou em minha mão levando em direção ao seu pênis. Eu o segurei e comecei a masturbá-lo. Você gemia baixinho e pedia para que continuasse. Não resisti e acabei pondo minha boca nele e chupando vagarosamente, enquanto você se movia pra frente e pra trás, empurrando-o na minha boca. Lembro que estávamos tão excitados e envolvidos. Você me pegou por trás e me pôs encostado na parede e começou a roçar o pau em meu cu. Até que começou a entrar, e, quando entrou, me beijou enquanto socava. Não demorou muito para que ambos gozássemos. Nos limpamos, e você meio que cambaleando se deitou em minha cama completamente pelado. Eu esperei você dormir para ir deitar com você, acabei me despindo e deitei com a mão sobre o seu peitoral. Parecia estar sonhando e naquele momento a única coisa que queria era ficar para sempre ali com você.
No dia seguinte, acordei às 08h, você ainda estava dormindo. Aproveitei para preparar o café da manhã. Desde que meu pai havia falecido, minha mãe quase que não ficava mais em casa, a conselho de minha tia que não queria vê-la entrar em depressão. Assim eu tinha de aprender a me virar praticamente sozinho em tudo, tendo de, inclusive, aprender a cozinhar.
Preparei suco de acerola, pois era o que sempre pedia quando íamos lanchar, comprei um bolo de cenoura na padaria ao lado, e pão francês. Notei quando você acordou, pois ouvi o barulho da porta do quarto abrindo. Veia até a cozinha com a mão na cabeça, perguntando se tinha remédio para dor de cabeça. Arrumei o remédio, você o tomou e sentou-se à mesa para tomar café. Enquanto comíamos, você me disse que estava com uma sensação estranha, e me disse que não se lembrava de nada, apenas que havia pedido pra dormir em minha casa. Eu disse que deveria ser o efeito da ressaca e que isso era normal. Disse que machucara o joelho enquanto subia a escada. E você me pediu muitas desculpas por todo o constrangimento. Eu, obviamente, disse que estava tudo tranquilo e que queria que viesse mais vezes. Acabamos rindo.
Os dias se passaram, você começou a cursar medicina junto com a Camila, mas ainda mantínhamos o contato. Até que um dia, ao entrar no Facebook, vi que vocês assumiram estar namorando. Eu fiquei com muita raiva e acabei desativando minha conta e bloqueando seu contato. Estava disposto a esquecer essa paixão platônica. Até que, num dia de sábado, minha mãe chegou ao meu quarto dizendo que você estava na sala me esperando. Meu coração acelerou, era como se a tentativa de esquecê-lo não tivesse adiantado em nada. Quando o vi, você me disse: "Cara, o que aconteceu? Estava tentando falar com você, tentei até te ligar, mas seu número está sempre indisponível". Eu, com bastante vergonha, disse que foi porque havia sido roubado e acabei perdendo todos os contatos.
Você nem pareceu ter atentado muito, e disse que o motivo da procura era a marcação do casamento com a Camila. Nesse momento, interiormente meu mundo havia desabado. Mas busquei transparecer normalidade e me dispus a ajudá-lo no que fosse preciso. Dias se passaram e percebi que não estava disposto a viver mais essa paixão platônica. Em conversa com minha mãe, resolvi que faria intercâmbio na Austrália. Marquei a viagem para o dia seguinte ao seu casamento, já que não poderia recusar o convite de ser padrinho.
Chegado o dia, acordei e tudo o que desejava era que o casamento fosse mentira. Nenhuma tentativa de esquecê-lo havia surtido efeito até o momento, a esperança era de que a viagem o fizesse. Breno, recordo como se fosse hoje quando o vi na igreja esperando a Camila e eu entrei para ficar ao seu lado e do lado dos demais padrinhos. Eu o abracei, e notei que estava muito nervoso. Eu desejei felicidades e que tudo ficasse bem. A Camila emocionou a todos quando entrou, realmente estava linda. Você merecia alguém como ela, de fato. Após o casamento, fui diretamente para casa e no dia seguinte embarquei para Sidney.
Deixei com minha mãe a responsabilidade de avisá-lo que havia viajado. Ela me questionou porque eu mesmo não havia dito, disse-lhe que porque você estava muito ocupado com o casório, e iria perder tempo querendo me convencer a não ir.
Breno, hoje após cinco anos aqui na Austrália, estou voltado definitivamente ao Brasil. Minha mãe veio um ano depois de mim e, por isso, perdi todos os contatos com você. Não sei se já tem filhos, se está bem. Estou lhe mandando esta carta pois senti na obrigação de lhe contar tudo, e quero saber se ainda podemos se amigos.
Com carinho,
Felipe.

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Comentários


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leon8281 Comentou em 05/04/2020

Nossa :'(




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Uma carta de amor para Breno

Codigo do conto:
153981

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
01/04/2020

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