O aluno novo - S01E09

-Você precisa experimentar um homem de verdade, sabia? -Caio sussurrou em meu ouvido.

Me virei para olhar em seus olhos e fiquei o encarando. Senti que ele precisava de uma aprovação minha para continuar, por isso dei um beijo nele, bem lento e calmo, como uma forma de dizer que ele podia fazer o que quisesse comigo.

Quando ele recebeu meu beijo pude sentir ele ir a locura.

Ele puxou meu cabelo para trás e começou me beijar ferozmente. Eu sentia sua mão passar pelo meu ombro e arranhar minhas costas. Por mais que eu quisesse algo mais carinhoso a tensão sexual que se instaurava fez eu me entregar por inteiro a Caio.

Ele sabia fazer, e fazia muito bem. Comecei sentir ele colocar seu pau dentro de mim de uma vez só, o que me fez dar um grito de prazer e dor ao mesmo tempo. A medida que ele ia estocando cada vez mais forte ele ia puxando meu cabelo e de vez em quando dando tapas em minha bunda.

-Eu vou fazer você receber o que sempre mereceu, um homem de verdade - ele falou - agora você é só meu.

Comecei a escutar uma música tocar bem baixo e ia ficando cada vez mais alta. Caio ia ficando embaçado e eu comecei perder a visão daquela cena.

Acordei assustado tentando entender em que lugar estava, não lembrava de muita coisa noite anterior, até que olhei para o canto do quarto que estava e pude ver Caio sentado em uma cadeira brincando com um violão.

-Te acordei? - ele perguntou

-Sim -falei sonolento

-Você estava tão bonitinho dormindo, desculpa.

-Você toca? -perguntei tentando fugir do assunto

-Sim, e você? - ele olhou em meus olhos - quer tocar uma pra mim?

-Não sei tocar violão - respondi ignorando sua piada de duplo sentido - mas você sabe pelo visto, né? O que gosta de tocar?

-O que você quer ouvir?

-Você quem sabe, me surpreenda -respondi o encarando.

Caio ficou me encarando por um tempo antes de seus dedos começarem a dedilhar o violão. Era uma melodia doce, romântica. Eu tinha a impressão de já ter escutado aquela música, mas não sabia cantar.

Caio sabia tocar violão muito bem, e quando eu achei que não poderia ficar melhor, ele começou a cantar. Sua voz era doce, nem combinava com aquela pose de cara mal que ele tinha. Quando Caio cantava, parecia que eu podia ver uma outra pessoa ali em minha frente.

-Just promise me, you'll always be a friend, cause you are the only one - Caio finalizou a música.

-Que lindo, quem canta? -perguntei vidrado em como ele estava lindo.

-Ed Sheeran - ele respondeu - depois coloca em sua playlist, o nome da música é "One".

-Pode deixar.

Peguei meu celular que estava ao lada da cama de Caio e vi que tinha várias ligações perdidas. Dentre essas ligações algumas eram de Léo e outras do meu pai.

-Preciso ir para casa, minha mãe precisa saber de tudo - falei encarando a tela do meu celular - você pode me deixar em casa?

-Tudo por você - Caio falou levantando-se e prestando continência.

Confesso que achei fofo e engraçado ao mesmo tempo. Me levantei e fui ao banheiro lavar o rosto antes de ter que encarar todos os meus problemas.
Quando sai do banheiro Caio estava com dois capacetes na mão e e uma jaqueta de couro.

-Está pronto? -ele disse esticando um capacete em minha direção.

A verdade é que eu tinha pavor de moto, e acho que Caio percebeu isso. A medida em que ele ia acelerando eu ia cada vez mais apertando meus braços em volta de sua cintura. Por um momento cheguei acreditar que ele estava acelerando de propósito para sentir meu corpo mais próximo ao dele.

Quando chegamos em minha casa, pedi a Caio que ele entrasse comigo caso meu pai tivesse lá. Por mais que ele não soubesse da história, em nenhum momento ele perguntou, apenas concordou com a cabeça e disse que se era isso que eu queria, ele me ajudaria no que fosse.

-Precisamos conversar - disse meu pai assim que entrei em casa.

-Estou ocupado - respondi andando em direção a escada e comecei gritar minha mãe.

-Sua mãe não está em casa Gustavo, deixa de ser infantil.

-Infantil? Você tem outro filho fora do casamento e eu sou infantil? Você sabia que eu e o Léo nós beijamos? E nós podemos ser irmãos! -gritei irritado

-Voces não são irmãos. Eu sou babaca mas não a esse ponto -ele gritava cada vez mais alto - o Léo tem uma irmã, e ela sim e minha filha e você quer saber mais? Sua mãe sabe de tudo.

-Eu não acredito em você - respondi trincando os dentes - a única coisa que concordo com você é que você é um completo babaca.

Escuta aqui Gustavo - ele disse segurando meu braço - se você não quiser levar uma surra pra deixar de ser mimado...

-Se você não me soltar agora, eu mesmo faço questão de dar meu jeito de acabar com essa palhaçada toda, nem que eu tenha que ir até a imprensa.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa eu senti sua mão acertar meu rosto em cheio.

-Bate mais -gritei - agora sim você tá mostrando o quão filho da puta você é. Engravida mulheres fora do casamento, bate no filho. Me bate mais, anda, BATE.

Um, dois, três. Pude sentir ele me dar mais três socos. Eu estava sem reação, nunca imaginei o senhor perfeitinho do meu pai levantando uma mão se quer pra mim.

Quando ele fechou a mão novamente para me bater pude ver Caio o puxando pela camisa, o afastando de mim e acertando um soco nele.

-A próxima você que você encosta uma mão se quer nele, lembra que eu vou te cobrir de porrada. - Caio disse o socando.

-Não se mete no que não é da sua conta - meu pai disse empurrando Caio e tentando o segurar pela camisa.

Caio foi mais rápido. Quando meu pai se aproximou dele, Caio o segurou pelo pulso e o contorceu de maneira que ele ficasse imobilizado.

-Agora ele é problema meu - Caio respondeu.

Eu já não sabia mais o que fazer, mas eu precisava tirar toda aquela história a limpo. Será que minha mãe realmente sabia que meu pai tinha uma filha? Porque ela não contou nada?

Corri em direção a meu quarto, peguei algumas roupas e coloquei em minha mochila. Desci as escadas rapidamente preocupado com Caio que estava imobilizando meu pai para que eu pudesse pegar minhas coisas.

-Gustqvo, se você for embora com ele, você nunca mais entra por essa porta -meu pai falou olhando em meus olhos.

-Eu só entro novamente por essa porta quando você sair daqui -respondi.

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Antes que alguém me mate, já postei esse conto a alguns dias e ele não pública de jeito algum.

Desculpa a demora. Fiquei alguns dias no hospital pois tive um probleminha de saúde. Para compensar vocês ainda hoje vou postar mais um episódio que será narrado por Léo.
Estamos nos aproximando da reta final do conto que deixará uma segunda temporada em aberto para caso queiram. Beijos!