A pandemia me bagunçou



Já havia anos que tinha deixado aqueles desejos pra trás, a vida com minha mulher estava boa, trabalho também tranquilo, enfim aquela vidinha básica de cidadão de classe média, 44 anos, trabalhando no centro do Rio de Janeiro e morando na cidade vizinha.
Mas aí veio a pandemia logo no início de 2020, a pressão natural que todo mundo sofreu, o isolamento em casa, medo, um pouco de depressão etc.
Foi na época da Páscoa que finalmente fui à rua, ver preço de chocolates, e foi como se estivesse viajando pra outro país, tamanha a necessidade de sair de casa, verdadeira euforia.
E que coincidência, quem encontrei logo na primeira vez que saí? O cara com quem, anos antes, eu ainda trintão e solteiro, tinha tido algumas experiências eventuais. Nos cumprimentamos, conversamos amenidades, ambos de máscaras e sem muita aproximação, mas o olhar dele penetrante me deixaram intimidado, até por conta do que houve no passado.
Lê (vou chamá-lo assim) é uns dez anos mais novo que eu, negro, bonito, sorrisão simpático, corpo magro de personal trainer, enfim um cara muito atraente sob todos os aspectos. Mas de fato o que sempre mexeu comigo, de verdade, era aquele jeito masculino, seguro de si, quase arrogante, ao mesmo tempo que tem um papo maroto que te leva pra onde quer. E quando pediu meu watzap no fim dessa conversa não tive como negar, mas de verdade queria muito que ele não entrasse em contato.
Pura ilusão. Dez minutos depois já recebi sua mensagem, e logo já estávamos zapeando e sem muita cerimônia ele foi me perguntando e descobrindo que eu havia parado com as “brincadeiras” há alguns anos.
Embora sem ser direto, nos dias seguintes recebi convites continuamente pra ir tomar um café na casa dele, pra experimentar o café expresso de uma máquina nova que tinha comprado, e bla bla bla, enfim todo aquele papo que eu já conhecia bem. Resisti a todos os convites, mas na quinta-feira antes do domingo de Páscoa acordei nitidamente pensando bobagens, e a primeira mensagem no celular era dele:
- Bom dia! Cadê meu ovo de chocolate?
Imediatamente respondi, aproveitando que minha mulher não estava perto:
- kkkk e vc merece?
- Claro que mereço! Isso e muito mais- Lê já respondeu rápido.
- Pede pra namorada po..
- To solteiro, sem ninguém, se vc não me der um chocolate ninguém vai dar
- Sei... - e parei de responder.
Tomei café, um bom banho, e saí pra rua com a listinha de ovos que minha mulher me deu pra comprar, e em uma das lojas um atendente negro de sorriso bonito me fez lembrar novamente do Lê. Abri o celular pra ver se tinha mensagem e sorri quando li:
- Já comprou o meu?
- Que tipo vc gosta? - dei corda.
- Meio amargo da... - e em seguida disse o nome da loja mais cara que havia.
- Folgado você hein!!!! Tá se achando!
- Vc sabe que eu mereço.
- Vou pensar. Passa o endereço que de repente peço pra te entregar aí.
- Não! Vem me entregar pessoalmente. - e passou o endereço.

Eu sentia meu coração batendo, aquela sensação estranha, de medo, desejo, tensão, tudo junto ao mesmo tempo. A loja que ele queria estava bem perto, mas eu não pretendia comprar daquele chocolate nem pra minha mulher, era muito caro. Pensei “vou comprar e mandar entregar na casa dele”. Cheguei na porta, a tensão continuava, aguardei minha vez e então pedi o ovo de chocolate meio amargo pra presente, e enquanto a atendente embalava me disse que não estavam mais entregando porque havia muitas encomendas. Aquela sensação de estar sendo empurrado pra algo que intimamente eu dizia que não queria tem o poder extraordinário de nos enganar. Pensei “eu deixo na portaria e vou embora”.
Saí com o chocolate na mão e peguei um táxi em direção ao endereço que eu já conhecia de cor e salteado, e no caminho as lembranças voltavam forte, das vezes que eu também dizia pra mim mesmo que iria lá só tomar um café e terminava nu com o negro deitado sobre mim, falando sacanagem enquanto eu só gemia baixinho.
Parei na porta do edifício e num lampejo de lucidez pedi ao taxista pra esperar. Mas quando o porteiro me anunciou e em seguida me mandou subir, sem pensar dispensei o taxista e subi.
Ele abriu a porta com aquele sorriso safado, e assim que entrei perguntei muito sem graça:
- E o café?
Ele continuou sorrindo e me olhando de alto a baixo, em silêncio constrangedor, e então em dois segundos tirou a própria blusa e abaixou o shorts, mostrando uma cueca branca que contrastava com a pele negra, e dentro um pacote já enorme.
- Ajoelha!
- Cara só vim tomar um.. - mas um tapa rápido, nem forte nem fraco, me interrompeu a frase. E depois veio novo tapa com a outra mão, tão rápido quanto o primeiro.
- Abaixa!
Ajoelhei, cabisbaixo e envergonhado, me sentindo sem nenhuma autoridade moral pra manifestar qualquer reação, e o enorme pênis preto despontou na minha frente. O negro ainda fez menção de dar mais um tapa, mas eu pedi baixinho pra parar, mostrando que não seria necessário, e depois de olhar admirado aquela virilidade exuberante fechei os olhos e com toda a delicadeza botei a ponta da cabeça na boca, ouvindo o gemido gutural do macho.
A mão grande dele acariciava minha cabeça e pescoço, e eu acarinhava o piru com minha boca do jeito mais atencioso possível, cheirava sua virilha, dava beijinhos no sacão e nas bolas, lembrando de tudo exatamente como era anos antes.
O resto é o que todos já imaginam. O macho me possuiu, e por sorte foi carinhoso e paciente, percebendo como eram sinceros meus apelos pra ser cuidadoso.
Fui embora todo comido, estapeado, envergonhado. Mas voltei ao apartamento durante toda a semana seguinte, mal tinha coragem de olhar no rosto do porteiro, até Lê saciar completamente o apetite acumulado e parte da minha lucidez retornar.
Estou conseguindo evitar seus convites pra tomar “café”, mas não sei até quando.
Se alguém souber como ajudar, segue meu e-mail.


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Comentários


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Comentou em 15/03/2021

Mudando de número já é um começo! E também procurar ajuda psicológica

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bonys Comentou em 14/03/2021

Tirando a parte dos tapas eu gostei!

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adrocarva Comentou em 13/03/2021

Muito excitante o conto. Tô com o pau babando aqui. Gostei muito. Aparece lá no meu perfil e confere os meus últimos contos 130 - 133. Se curtir vota e deixa seu comentário lá.

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lima9 Comentou em 13/03/2021

Se vc tá com vontade vai e da bem gostoso pra ele

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kekogato Comentou em 13/03/2021

Não recusa nada, aproveita um bom negro alfa a gente não pode deixar na mão e nem escapar, aproveita o tempo que puder e qdo acabar, segue em busca de ser feliz. Ótimo conto.

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ksn57 Comentou em 13/03/2021

Votado - Se é Negro e Você gosta, aproveite, a vida são dois dias, e o Carnaval três... Aproveite e saborei !...

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cariocacasado1207 Comentou em 13/03/2021

Delicioso




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico docsigilo

Nome do conto:
A pandemia me bagunçou

Codigo do conto:
174559

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
12/03/2021

Quant.de Votos:
7

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