Perdição



A história que passo a contar, aviso logo de início, não terminou de forma positiva. Os fatos que aqui narro, quase acabaram com uma amizade de mais de quinze anos, esfriando por completo uma relação de coleguismo iniciada em meados dos anos oitenta, amizade essa que não acabou por completo por ter sido construída em meio às dificuldades e agruras da vida no trecho, de obras espalhadas por grande parte do Rio Grande do Sul e localidades espalhadas por toda a região sul. Também os nomes quero manter em sigilo, portanto, usarei nomes fictícios, mas, nada esconderei dos fatos e acontecimentos ocorridos num período bastante complicado de minha vida.
Após um hiato de cerca de cinco anos, eu e Fagundes voltamos a trabalhar juntos em um mesmo projeto, a construção do fórum de Cachoeirinha, região metropolitana da grande Porto Alegre, cidade movimentada e de grande importância industrial para o estado. Fagundes, mais velho do que eu dez anos, é um homem trabalhador, profissional gabaritado e de uma vontade férrea incontestável. Aquilo que se propõe a fazer, ele faz, e bem feito. Por esses dias do inicio da obra, me contou que resolvera criar raízes em Cachoeirinha, pois estava cansado da estrada e pretendia ali criar sua filha e talvez ter mais um filho para alegrar os dias do casal. Sua mulher, aliás, era uma morena estonteante. Mulher da lida doméstica que não descuidava da beleza. tinha ascendência Guarany, tinha nascido de uma família de índios do alto das Missões, fronteira com a Argentina, no extremo oeste do estado. Fagundes, originário da serra Gaúcha, era um alemão de olhos azuis como o céu, pele avermelhada tostada do sol e, um cabelo que lembrava a palha de milho maduro. Uma das maiores paixões de Fagundes é a mecânica de automóveis, gosta de desmontar e montar carros velhos, que restaurados vende por um bom preço. é o que faz nos dias de folga e fins de semana.
Dezembro, sol quente e o dia espichado por causa do horário de verão, resolvemos que após o expediente eu sempre iria com ele até sua propriedade para tomar um chimarrão, uma caipirinha e ao cair da noite ele me levaria até o terminal do ônibus para que eu fosse embora. O fim do dia para o transito nessa região, é complicadíssima e, os horários mais tardios são os mais favoráveis. Em uma segunda feira, fizemos o combinado, embarcamos no carro de Fagundes e fomos para sua casa. Passamos no mercado, compramos erva, cachaça e limões e finalmente chegamos a sua casa. O lugar, eu já sabia, foi uma grande garagem de ônibus, um galpão enorme de toras de madeira e um telhado muito alto de zinco, em um pé direito de dez metros. Fagundes pretendia construir sua casa dentro de galpão e, aos poucos ir desmanchando-o, permanecendo abrigado enquanto erguia a sua nova moradia. Uma idéia genial, pois, poderia construir abrigado do tempo, aproveitando melhor os dias quentes e abrigado dos dias frios. Sua morada então, se resumia a um canto do galpão, onde os móveis estavam espalhados em um grande espaço, os lugares divididos por chapas de compensado. Improvisado mas seguro e confortável. Logo na entrada ficavam os automóveis que ele restaurava e, segundo por um corredor era a garagem do automóvel, bicicletas área de serviço e a seguir as dependências da casa propriamente ditas. Uma porta rústica separava esse primeiro ambiente dos demais. Logo depois dessa divisão se avistava os moveis de uma espécie de sala de estar com um grande sofá, rodeado de diversas poltronas e uma imensa ilha com aparelhos de som e imagem, onde se destacava a enorme televisão, um telão espetacular. Fui recebido com sorrisos por Odete, sua esposa. Depois ela chamou a filha que fazia mais de cinco anos que eu não via.
_Ela é meio tímida. Disse.
_ Tímida, não. Ela é esquisita. Completou Fagundes, dando gargalhada.
A menina então chegou, e eu fiquei de boca aberta. Ela era linda, tinha pouco mais de um metro e meio de altura, morena de olhos azuis, que mesmo nesse estado miscigenado como o nosso, é bastante raro. Normalmente as morenas daqui tem no máximo, os olhos verdes, o que já é muito bonito. Ela vestia um shortinho diminuto, e sua camiseta branca deixavam a mostra seios bastante desenvolvidos e perfeitamente simétricos, arrebitados e com uma auréola proeminentemente destacadas. Quando a abracei, senti um tremor em seu corpo juvenil e ela apertou seus peitos contra o meu, que curvado a abracei e beijei nas duas faces. Seu cheiro era doce e despertou em mim um desejo que, meu respeito por Fagundes abafou imediatamente e, retornamos aos assuntos corriqueiros.
_A última vez que te vi, tua ainda usavas fraldas, guria! Disse.
_É tio? Mas não uso mais. Rimos os quatro.
Mariana desapareceu ligeiro por entre os móveis e divisórias. Fagundes a seguiu com olhar e, Odete comentou:
_Essa guria vai me dar trabalho! Referiu-se obviamente, observando os quadris e a bunda perfeita da menina, ao que Fagundes completou:
_Não se depender de mim. Essa guria só vai namorar quando tiver trinta e cinco anos. Caímos na gargalhada com a piada do amigo.
O fim do dia transcorreu muito agradável, bebemos um pouco, comemos e fui embora. Tudo parecia nos eixos e sob controle nas próximas visitas, mas aos poucos a coisa foi tomando outro rumo. Mariana desenvolveu afeto por mim, e estava sempre por perto. Tocava-me o corpo com freqüência e se esfregava em mim. No início eu pretendi que aquilo era descuido, mas, no fundo eu percebia que havia algo de diferente em seus toques, seguido de olhares languidos e mordidas de lábios anormais para uma simples amizade. Ela costumava sentar-se em eminha perna, próximo ao joelho e friccionava sua vagina e nitidamente obtinha prazer nesse contato, eu me apavorava, mas, estava embarcando naquela cilada. Um dia ela me deixou com enorme constrangimento, pois, urinou em minha calça, após um orgasmo devastador em que senti seu corpo todo estremecer e um som rouco brotou de sua garganta. Odete estava na cozinha e Fagundes atendia um de seus vizinhos interessado numa camioneta que estava restaurando. Naquele dia tive que dizer que derramei a água do chimarrão em minha roupa, o que fiz na verdade após o ocorrido. Como sempre acontecia, Mariana saia correndo e ia para seu quarto, ou sei lá para onde.
Muitas vezes ela vinha por trás do sofá, e quando todos estavam distraídos com a televisão, ela sussurrava coisas devassas em meu ouvido e, roçava os lábios em minha nuca, afagando meus cabelos. Nessas ocasiões, meu pênis intumescia e tornava difícil a minha situação. Passeia usar calças mais folgadas para disfarçar. Eu um homem de trinta e cinco anos, estava perdendo a batalha, estava sucumbindo à pressão daquela garota. Minhas visitas passaram a visar àquela situação e não mais a amizade dos velhos amigos. Eu estava envergonhado.
Mariana sabia exatamente o momento e à hora de atacar. Era sorrateira, sórdida e carregada de más intenções. Um dia, uma bela e quente tarde de janeiro em já fazia mais de um mês daquela situação, estávamos como de costume assistindo o jornal do final da tarde, Odete estava em Porto Alegre e Fagundes voltara à obra para atender um empreiteiro que estava com um problema em uma concretagem noturna que faria, ficamos eu e Mariana às sós. Nesse dia ela desabotoou minha camisa e passou a acariciar meu peito, ao perceber minha voluptuosa ereção, baixou meu zíper e, sem que eu conseguisse reagir tomou meu membro em suas mãos e começou a acariciá-lo, fazendo menção de colocar na boca. Chegou mesmo a colocar, porém, não o tocou, mas, vi-o sumir dentro de sua cavidade oral. Eu gozei torrencialmente, com esperma saltando para tudo quanto foi lado, pela primeira vez desde que essa situação começou. Ela como sempre, nessas horas, ao chegar ao limite, ou extrapolá-lo, dava risada e corria. Outra vez em uma situação parecida, quase fomos pegos por Odete, que chegava trazendo água para o chimarrão. A maluca também costumava vir do quarto depois que se masturbava e passava os dedos úmidos em meus lábios, seu cheiro me acompanhava o resto da noite. Eu estava chegando a um extremo de minhas possibilidades, estava fraquejando e não via saída para aquele impasse. Continuava, me afundava naquele martírio ou, me reerguia e dava um basta. Passei a evitar os olhos do amigo e, também passei a rarear a visitas, as quais eram cada vez mais complicadas e, eu acreditava que já estava visível aquela rotina. No trabalho, eu evitava o colega que começou a me questionar sobre minhas atitudes em relação a ele. Eu não tinha como me safar. Fagundes um dia me perguntou se Mariana havia me dito ou feito alguma coisa que me magoara. Eu quase entornei o caldo, resisti.
Apesar de nunca ter acontecido um contato sexual propriamente dito entre eu e a garota, a vergonha e o arrependimento tomaram conta de mim. Afastei-me completamente de Fagundes, pedi transferência para outro projeto da empresa e por um período entrei em uma severa depressão. Eu confesso que errei, por meses eu perdi a moral, eu não fui forte o suficiente para resistir e, todo o ocorrido não esteve de acordo com minha personalidade e criação. Perdi a amizade de boas pessoas, amigos incríveis que fiz baseado na confiança mútua e no respeito ao qual eu joguei na lama. Também não tive coragem de procurar Fagundes e contar-lhe a verdade. Seria duro demais para ele e a esposa. Talvez a menina sofresse alguma conseqüência e, muito provavelmente a lei fosse camada à baila. Hoje recuperado, muitas vezes sonho com Mariana, vejo seus olhos e seus sorriso, sinto seu cheiro e acordo suado no meio da noite. Tenho fé que isso vai passar.
Amigos, isso é um fato verdadeiro e não omiti nem acrescentei nenhum detalhe, apenas nomes foram ocultados. Não desejo isso a ninguém pois, o que sofri durante e após os acontecimentos foram de enlouquecer. Soube recentemente por um colega em comum, que Mariana se formou em psicologia e se prepara para trabalhar. Fagundes terminou sua casa e segue fazendo seus restauros automotivos. Sua esposa, Odete está grávida novamente e brevemente um menino estará correndo pela nova casa. Essa imagem, de família feliz tem me ajudado a apagar da memória aquelas tardes tórridas em que o desejo se sobrepôs a moralidade e meu caráter esteve a ponto de se romper. Também estou em um relacionamento maduro, que tem me ajudado a superar todas as vicissitudes advindas daquele momento.
Escrevi essas linhas com intuito de que sejam a cortina final sobre esse pedaço de minha existência e, com elas pretendo alertar aos irmãos que passem por uma situação parecida.
Foto 1 do Conto erotico: Perdição


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Comentários


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aventura.ctba Comentou em 25/09/2021

Que delicia meu amor, simplesmente amei, votado é claro. Leia meu último conto, irei adorar sua visita na minha página, bjinhos Ângela

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pauldhuro Comentou em 23/09/2021

Como ja disse, alguns erros ortográficos devem ser perdoados pelos amigos leitores pois, escrevo às escondidas, direto no celular.

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cristina23livre Comentou em 23/09/2021

Interessante, hoje so li historias com narrativas fortes, nao so funk, funk, essa historia foi bonita, aquela luta do instinto de homem animal contra o homem culto q preserva a familia, a amizade, é uma luta para lá de desigual, muito dificil, 10 p ele que conseguiu se afastar e evitar o pior

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flamengo21 Comentou em 23/09/2021

ja passei por isso, e sei bem como é...historias...segue a vida. votado




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Ficha do conto

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pauldhuro

Nome do conto:
Perdição

Codigo do conto:
186638

Categoria:
Virgens

Data da Publicação:
21/09/2021

Quant.de Votos:
5

Quant.de Fotos:
1