O Contrato do Cabaço




Esse conto aborda fetiches do meio BDSM (humilhação e similares). Caso não curta tais assuntos, recomendo passar.

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Leonardo, ou Léo, era o típico garoto de programa que você veria em sua caçada diária nos aplicativos de pegação. Academia em dia, corpo coberto em tatuagens e ar de dominância compunham o rapaz de vinte e tantos anos que embarcara na profissão pouco depois de ingressar na faculdade. Ele porém era cem por cento e orgulhosamente heterossexual. Apesar de ser um público escasso para os garotos de programa em geral, Léo era um absoluto sucesso entre as mulheres da grande cidade. Claro que você jamais poderia apontar quais delas já havia provado dos prazeres do rapaz, especialmente porque Leonardo era um profissional íntegro, com quem o sigilo era a regra número um.
A virilidade e a irônica moral do rapaz faziam do sexo dele um parque de diversões, mas com óbvias restrições. Pela maior parte do tempo seu ânus era região intocável! Fio-terra só aconteceu duas vezes, e por quase o triplo do preço.

Qualquer um com o mínimo de conhecimento sobre o meio sabe que os maiores clientes de profissionais do sexo são os incrivelmente endinheirados. Aqueles que em hipótese nenhuma você poderia mencionar a ideia de terem feito o ato, mas todos sabem que aconteceu. No fim das contas, nenhum trabalhador de salário mínimo vai afundar as contas com prostitutes e arriscar ficar sem comida na dispensa ao fim do mês. O público feminino que se deleitava com Leonardo não era diferente – empresárias de sucesso, pensionistas de militares, esposas de ricaços! Todas, em um momento ou outro de curiosidade ou necessidade, passaram pelo flat do moreno, e foi por intermédio de uma das inclusas neste último grupo que o breve destino de Léo foi traçado.

Carlos André, empresário do crescente cenário industrial da cidade era um coroa de meia idade relativamente bem conservado. Peludo e barrigudo, podia não ser o sonho de consumo da maioria dos leitores, mas ainda tinha fôlego e ânsia pelo sexo. Isso não significava muito para o casamento monótono que levava com Maria Divina. Era uma instituição – como ele mesmo dizia – bem fundamentada, mas sem prazer, amor ou nada que os românticos esperam levar para o resto de sua vida.
Ele honestamente não ligava. Sabia que sua mulher tinha uma vida sexual sem ele, bem como ele, justamente, tinha a sua própria. E nesta ele fazia tudo que a honra de um casamento conservador jamais, em hipótese alguma, permitiria sem um escândalo.

Numa noite de um sábado qualquer ele recebe uma notificação e nota sua mulher movimentando um dinheiro pouco (para eles!) através do Pix. O que não seria problema algum, não fosse por ela – talvez por descuido da era moderna – ter usado a conta conjunta do casal ao invés de sua própria e, ainda por cima, ter enviado a quantia para uma pessoa física de nome desconhecido, ao invés de uma loja ou serviço. Provavelmente por puro tédio de uma noite monótona de fim de semana, ele decidi checar quem seria o dono de tal nome.

O Instagram o entrega milhares de Leonardos sem pista de qual poderia ser. Mas uma busca somando nome e sobrenome no Google revela tudo: um site oferecendo serviços sexuais estampa a cara de um Léo T. e o passo a passo para garantir seus serviços. Dentre eles, enviar no pix de pagamento um código específico nomeando uma fruta.
Carlos André novamente checa o aplicativo de sua conta conjunta. Nos detalhes da nota de envio, lá está a prova do crime: "Banana!"

Carlos André dá um risinho. Quem diria que Maria Divina gostava de pagar para ter sua vida sexual agitada? Uma mulher tão bonita e inteligente poderia conquistar qualquer jovenzinho onde quisesse – e de graça!
Mas em um segundo pensamento, faz sentido que uma pessoa nas condições de casada e endinheirada dela queira garantir um alto sigilo em suas "transações", Leonardo oferecia isso e muito mais.

Para Carlos não importa. Novamente, o casamento era uma formalidade, e em uma esfera de convívio, ele gostava de sua mulher. Ela merecia felicidade.
Mas ali, sozinho em casa, na penumbra, em frente à tela que estampava o rapaz seminu e um gritante texto "Apenas mulheres! 20 centímetros garantidos!", a oficina do Diabo começou a trabalhar na cabeça de Carlos André. Quantas casadas aquele moleque traçou? Quantos cornos ele criou? Será que ele não tinha uma dívida de dignidade com o resto dos marmanjos do mundo?
Naquela noite Carlos ligou para um contador, um juiz e um advogado.

No domingo à tarde Leonardo descansava. Em uma semana, ele já tinha um salário mínimo inteiro garantido – e estava pronto para a próxima! Pouco tempo após o almoço, enquanto deitado no sofá, o rapaz recebe uma mensagem no site que facilitava seus serviços:
"Proposta irrecusável! – de C. André".
O nome o brochou na hora. Quantas milhares de propostas irrecusáveis ele já não recebeu de outros homens? Todos acreditando que tinham o pau ou a bunda de ouro que mudariam os rumos da mentalidade do jovem homem. Todos redondamente enganados!
Léo foi direto e reto:
"Não leu o anúncio, viado? Só mulheres!"

O que ele não esperava era a resposta quase imediata detalhando sua noite anterior com uma madame chamada Maria Divina. Muito menos esperava ler os detalhes de quem ela era e especialmente com quem ela era casada.
Um homem que não era nenhum Bruce Wayne, mas era mais rico do que Leonardo jamais poderia imaginar. E no final da mensagem o adendo: "Acha justo eu ficar de corno?"
Nem um, nem dois, nem três: dezenas de homens chifrados já descobriram os contatos de Léo e espumando tentaram tirar satisfações. E ele só ria: "Só faço o meu trabalho!" – denotava. O que nunca aconteceu foi um poderoso bater na porta de suas mensagens para tirar satisfações, aquilo era diferente. Mesmo andando na corda bamba sabendo que muitas de suas clientes eram madames, Leo nunca se preocupou com um corno de grande influência ligando os pontos e chegando até ele. Ficou um pouco ansioso, mas quis apelar ao bom senso do traído, usando ainda a sua clássica desculpa:
"Quem traiu foi ela! Eu sou apenas um trabalhador fazendo o meu!"

Do outro lado das telas Carlos André dava risada vendo que aos poucos o rapaz vinha entrando na sua arapuca. Ao menos já dava corda para uma conversa onde pudesse se justificar.
E porque fazia isso se não ligava para o próprio casamento e a vida sexual de sua mulher? Diversão oras! Gente rica gosta de se divertir às custas dos outros. Já fazia tempo que ele não vivia uma aventurazinha que só o dinheiro pode comprar, e ali começava uma.
Ele pediu o email de Leonardo e lá, em uma mensagem mais detalhada e para surpresa do rapaz, clarificou que não tinha interesse em puni-lo pelas brincadeiras com sua esposa. Pelo contrário, tinha interesse em seus serviços tão cobiçados. Mais especificamente ainda, queria o tesouro bem guardado que ser de buceta alguma poderia aproveitar plenamente.

"Ora!" se indignou Leonardo. Aquela conversa tinha dado a volta. Ele já tinha dito e repetiria: "Só trabalho com mulheres! E meu cu ninguém tocou nem vai tocar!"
Naquele ponto Leonardo tinha um leve receio: toda a estrutura da situação parecia o levar para a sinuca de bico de uma chantagem. Era mais do que provável que nas próximas mensagens o bem-de-vida exigisse seu corpo ou acabaria com sua vida sob justificativa da traição. Mas não foi o que aconteceu, Carlos André seria um pouco mais capcioso.

"Sei muito bem disso!", começou. "E é justamente o que eu quero. Não exatamente comprar seu cu, mas especificamente o seu cabaço!"
E gargalhou quando mandou essa.
"Vamos ver. O que o cabaço de um rapaz como você custa? Por volta de…?"
E em sequência lá estava. Uma quantia que, para uma pessoa como Carlos André, não era nem mais que os 10% do garçom dos restaurantes que frequentava. Mas para Leonardo, era uma guinada considerável em sua vida, nem que fosse por alguns meses.

O rapaz arregalou os olhos. Já tinha recebido propostas absurdas de clientes. Mas nunca uma naquele nível. Foi ali que achou ser um trote, com certeza uma brincadeira de mal gosto de alguém que de alguma forma sabia quem tinha sido cliente dele nos últimos dias.
Mas bem ali, no rodapé do email, vinham junto todas as informações de contato, referência e garantia que provavam que sim: era o empresário Carlos André quem o contatava naquele dia.

Com toda honestidade, Carlos André não estava preocupado que Leonardo não aceitasse a proposta. Era uma brincadeira para ele. Uma diversão às custas da instabilidade das finanças de um "freelancer" da vida. Mesmo um garoto de programa de luxo do nível do Leonardo ficaria balançado com tal proposta. O coroa sabia bem disso e queria aproveitar! Entretenimento de qualidade na cabeça dele.
Mas eis que a resposta o surpreende – em partes.
"Vou pensar sobre." – atestou Leonardo.

Naquele dia, novamente Carlos André ligou para um contador, um juiz e um advogado.

Dois dias se passaram e nada. O coroa bem-de-vida deu a causa como perdida. Mas tudo bem, não era nenhuma questão de vida ou morte, era um mero trote. E se o rapaz tivesse dignidade, ia passar adiante.
Mas não passou. Na quarta lá estava o tímido email: "É essa grana toda mesmo? Por uma vez só?"
Carlos riu maroto. Confirmou que sim: todo o dinheiro era de Léo em troca de sua virgindade anal. Em seguida afirmou algo curioso: todo o processo seria acertado com antecedência pessoalmente, em um momento em que Carlos André entregaria ao garoto um contrato definindo todos os detalhes da "aquisição".
Leonardo estranhou. Contrato? Para uma foda? Mas em todo caso gostou de primeiro ver pessoalmente o homem em um cenário não-sexual. Assim teria certeza de que aquele era o tal empresário corno e não um golpista ou sacana querendo fuder – em ambos sentidos – com a sua vida.

Na quinta Leonardo recebeu detalhes do lugar onde devia se encontrar com Carlos. Vendo o endereço, se preencheu de ansiedade. Na sexta, lá estava se ajeitando para ir ao combinado: o escritório de Carlos André, em sua própria empresa. Não tinha erro nem confusão, aquilo estava mesmo acontecendo.
Ao entrar no escritório de médio porte, cara a cara com o homem que queria o seu reto, Léo não sabia o que fazia. Mantinha pose de machão? Mantinha pose de profissional?

— Este documento detalha tudo que eu vou fazer com você e como você deve se comportar durante o ato. – disse o empresário arrastando um bloco de folhas para o prostituto. Neste momento, em que enfim a grande ficha caiu de vez e estremeceu o rapaz da cabeça ao cu, Leonardo decidiu que, se era pra acontecer pois então ele ia mostrar que, dando o cu ou não, o macho era ele. E que daria as cartas por ali.
— Eu pensei melhor, e já que é assim, eu quero mais! Pra tirar minha virgindade você vai ter que pagar o do… O triplo! O triplo do combinado! – afirmou, com bastante convicção. Se perdesse a chance de ganhar aquela grana, pelo menos suas pregas saíram intactas.
Carlos André olhou bem sério para ele, nenhuma expressão senão por uma leve tremida em sua pestana. Após uns segundos de silêncio, respondeu:
— Tudo bem.
O menino levou um choque! "Tudo bem?" Fácil assim?
— Porém trate de ler bem o contrato e o envie para mim até segunda. – prosseguiu Carlos. – Senão enviar, vou entender que desistiu. Leia com carinho.
E deu uma piscadinha marota de quem enfim começava a botar as garrinhas para fora sobre o rapaz.

Durante aquele novo fim de semana, Leonardo nem conseguiu marcar novos trabalhos. Ficou em casa bebendo nervoso e olhando intranquilo para o bloco de folhas do contrato. Se ele leu? Isso é outra história. Leonardo era um rapaz de ação! Ler demais não era para ele! E ali, meio bêbado e ansioso, ele fez o que fazia na faculdade e acreditava piamente que funcionava: leitura dinâmica. Leu um ou dois parágrafos de cada página e saiu assinando tudo.
Trato feito.

Com contrato assinado em mãos, Carlos foi quem tomou as rédeas de toda situação. Indicou ao rapaz quando e onde ele deveria se apresentar para o abate.
Era no sábado à noite, em uma casa à margem da cidade que pessoa nenhuma diria ser propriedade de um homem como Carlos André, mesmo que por dentro tudo nela fosse devidamente ajeitado com muita classe.
Do momento que saiu em casa até o momento que se confrontou com a campainha do local, a cabeça de Leonardo latejava. Começava a se questionar sobre ter assinado o contrato bêbado, sobre não ter rasgado os documentos. Mas no fim das contas, ele ainda queria o dinheiro e já até havia recebido uma parte.
Não sentia aquele nervoso desde a vez em que fez seu primeiro programa.

A campainha tocou, a porta se abriu. Risonho e diferente do sério homem que atendeu Léo no escritório, Carlos André recebeu o homem de braços abertos e o mandou entrar no casebre. Trancou as portas e o indicou as direções.
— Quer uma água antes de começar? Uma bebida? – questionou com ar de camaradagem.
— Não, valeu. – respondeu Léo sentindo o nervosismo aflorar.
— Então vá por ali, entre naquele quarto.

E qual não foi a surpresa de Leonardo ao abrir o quarto semi escuro e se deparar, no fundo dele, com três silhuetas sob uma luz tímida dividindo um conhaque.
— Quem são eles?! – exclamou.
Carlos André tomou a dianteira e acendeu as luzes do quarto.
— Para quê esse escuro todo? Tão parecendo um monte de morcego! – disparou, e as quatro figuras riram entre si.
— Quem são eles?! – repetiu Leonardo – Meu lance era só com você!
— Quem disse? – perguntou Carlos André enquanto um murmurinho temperado com risinhos se compartilhava entre os três homens ao fundo.
— Nosso combinado, porra! Você não disse que VOCÊ ia tirar cabaço?
— Disse ora! E vou! Mas você não leu o contrato? – questionou o empresário indo em busca da cópia original, assinada pelo próprio Leo, que ele deixou por garantia em uma escrivaninha no quarto. Com ela em mãos, leu o parágrafo que instiuía:

"O ato acontecerá em dada data _/_/___, em dado local _______; sob presença do comprador, do vendedor, do produto e de três testemunhas de fato: um contador, um juíz e um advogado."

O nervosismo de Léo começou a tomar a cabeça. Como caralhos saltou aquele parágrafo? Dar o cu já era humilhação o bastante. Mas poderia guardar isso para si a sete chaves. Agora, dar o cu e ter plateia?! E para quê diachos precisariam de pessoas daqueles cargos? Mas a resposta era óbvia. A intimidade risonha entre os quatro homens mostravam que eram todos amigos de Carlos. Não tinha formalidade nenhuma, estavam ali pelo showzinho.
Era o bastante, deu meia volta e declarou com voz grossa.
— Não tô afim disso não! Tô indo embora!
Carlos limpou a garganta e parou o rapaz aonde estava.
— Tem certeza? Ô Valente! – virou-se para um barbudo de cara cínica no meio dos três homens – Já que o rapazinho aqui não presta atenção no que lê, lembra aí a ele o que acontece se ele não respeitar o combinado!
E o outro homem, em termos formais mas com postura que obviamente mostrava diversão com tudo que acontecia, declarou:
— Bom, em caso de quebra dos termos assinados, o vendedor deve ressarcir os valores já pagos além de pagar um valor de 30% do preço original como rescisão contratual.
E aí que Leo se deu conta de que estava fudido antes mesmo da foda começar. A parte do pagamento que havia recebido, já tinha investido em certas compras, e jamais teria de onde tirar aqueles 30% extras para cobrir a rescisão. Ficou calado e suando frio.
— Bom. – disse Carlos fechando a porta do quarto – Tudo esclarecido. Podemos começar! Tira a roupa.

A ordem veio fria, agora era Carlos quem falava grosso. Tirar a roupa não era problema, já tinha feito isso em diversas ocasiões, diversos cenários, já não tinha vergonha. Mas aqueles quatro pares de olhos o observando como se fossem animais com fome eram uma novidade pouco bem vinda para Léo. Se sentia menos convicto, menos homem, menos ele.
Os quatro homens baixaram ao mesmo tempo em que Léo baixou a cueca. E ali, sem estímulos para acordar, balança mole sua ferramenta de trabalho tão apreciada. E mesmo ali, ela era, de fato, enorme.
— 20 centímetros garantidos! – bradou Carlos. Novamente os outros gargalharam. Era um som que já incomodava Léo, seu pau até deu uma encolhida.
Carlos André voltou-se novamente à escrivaninha. De lá voltou com uma caixa preta em mãos. Parou a frente de Leonardo e o questionou.
— Sabe o que é isso?
Ansioso pelo que viria o rapaz balançou a cabeça negativamente e rapidamente se indignou ao ver o que a caixa portava.
— Não vou usar isso! – berrou.

Naquela pequena caixa preta, reluzia cintilante e prateada uma gaiolinha em forma de pau. Convivendo no mundo sexual, o rapaz sabia muito bem do que se tratava, e novamente expressou nervoso:
— Não vou mesmo!
— Vai sim! – adiantou Carlos, o algoz. – Mas você não leu mesmo a porra do contrato, né? Vê se aprende pra vida moleque: não se assina nada sem ler! Ô Valente! Lê aí pro sem noção o que tá na página três!
Novamente, o barbudo risonho se apressou em folhear uma cópia do contrato, e ali na terceira página, quando os termos do documento já esqueciam a formalidade e começavam a beirar a grosseria, se instituía:

"Em nenhum momento o vendedor pode usar outra ferramenta que não seja o produto comprado. Só o comprador pode usar de diversas ferramentas para alcançar o prazer. A compra só se dá por finalizada quando tanto o comprador quanto o vendedor alcançarem o prazer."

Em outras palavras, não bastava para Carlos gozar com o pobre coitado. Ele queria que Leo gozasse pelo cu!
A humilhação só se aumentava no peito do rapaz. Sem opções, ele deixou que o coroa manuseasse seu pau para que a castidade fosse colocada. O frio do metal e o peso do pequeno cadeado eram incômodos, especialmente naquele pau de grande porte que Leonardo tinha orgulho de ostentar, mas agora sonhava que fosse bem menor afim de sustentar aquela gaiola sem maiores inconveniências.
Sufocado naquela prisão, o pau gordo do menino tentava escapar pelas frestas. E a visão da piroca ficando avermelhada como quem perde o ar novamente despertava o riso da pequena plateia no outro canto do quarto.
Contendo também o próprio riso enquanto se sentava no sofá ao lado dos colegas, Carlos declarou.
— Agora vamo dar uma atenção ao produto que importa né! Vira de costas para a gente!

Leonardo obedeceu e deu aos coroas a visão daquela linda e arredondada rabeta que possuía. Ele podia não deixar ninguém trocá-la, mas ter um corpo inteiramente bem trabalhado fazia parte do pacote de ser um garoto de programa. Toda mulher ama ver um homem de bunda bonita. E aqueles homens famintos também amaram.
— Chega aqui mais perto da gente! – ordenou Carlos, e Leo, sem jeito obedeceu. Andar com aquele aparato no pau era uma tortura, aquilo já começava a ficar agonizante.
— Relaxa que no começo é assim mesmo! – disse um dos colegas risonhos do empresário – Se ficar pensando demais nisso piora!
Ao chegar em frente ao quarteto de sádicos, Léo novamente se virou de costas e, pela primeira vez na vida, sentiu uma mão de homem tocar suas nádegas.
— Olhaaa! Durinha! Parece que já nasceu querendo dar! – disse Carlos com escárnio – Sente isso, pessoal!
E ali, por alguns estressantes segundos, Leonardo sentiu não uma, nem duas, mas oito mãos masculinas fazendo a festa em sua bunda carnuda.
— Já deu… – quis relutar, mas logo foi barrado pelo novo dono de seu cu.
— Vai dar quando a gente quiser! – gargalhou – Empina um pouquinho pra gente e abre bem essa bundinha com as duas mãos vai! A bunda é bonita mas eu tô interessado é no cu!

Com uma vergonha infinita, Leonardo obedeceu. Inclinou um pouco o tronco e abriu ambas as nádegas. Ouviu assobios e elogios gozosos quando revelou o próprio cuzinho.
Um anos intocado, de pregas bem fechadinhas que nunca sonharam ver algo entrar ao invés de sair. Ao redor, uns poucos pelos que insistiam em crescer, mas Leonardo insistia em raspar. Ao notar tal detalhe, o Valente advogado denotou:
— Raspadinho assim já tava esperando visita, né?!
Leonardo engoliu seco uma resposta bruta. Mas antes de pensar em qualquer coisa, ouviu uma nova ordem.
— Dá uma piscadinha pra gente ver!
Nunca sonhara em fazer isso, nem mesmo sem querer. Mas ali naquele momento e, para seu desespero, intencionalmente, Leonardo piscou o cu para banca de jurados de seu corpo.
— Porra! Uma dessas com o pau dentro é gozo na certa! – exclamou o homem também barbudo ao lado direito de Carlos, este que era o tal juiz que o contrato definia que devia estar ali.

— Será que tá pronto pro uso? – questionou Carlos subitamente – O contrato diz que tá bem limpinho, hein!
Essa parte Leonardo havia lido e, apesar do desgosto teria feito de qualquer forma, detestava sujeira. Antes de sair de casa tomou um banho caprichado e pela primeira vez na vida lavou o cu profundamente com intenção de uso.
— Tá sim! Eu lavei! – denotou.
— E como a gente vai ter certeza que você tá falando a verdade? Nem leu o resto do contrato! – intercedeu Valente jogando contra o pobre rapaz.
— Lavei sim! – insistiu o rapaz.
— Tudo bem, gente, tudo bem! – interrompeu Carlos – Vamo deixar que o juíz determina isso pra gente! Vem cá!
E puxou Leo pelo braço o deixando mais exatamente na frente do colega ao seu lado direito.
— Diga lá, Zé! Tá no ponto ou não!
Com mãos grandes e grossas o juíz abriu as bandas da bunda do moleque de modo firme e, com uma certa ferocidade, deu quatro fungadas profundas naquele cuzinho virgem. A sensação daquela cara afundada em meio a sua bunda e a barba roçando suas coxas e períneo deram umas pontadas curiosas no corpo de Leonardo. Que na primeira fungada se tremeu e quase pulou para a frente.
— Acho que ainda precisa de uma lavada! Só para garantir! – deu o veredito.

Léo não conseguia entender. Era óbvio que tinha feito a própria higiene! Se havia algum cheiro mais incômodo naquela região, era natural de ser um cu, oras. Mas ao notar os quatro homens rindo entre si, ele novamente sentiu que tinha algo de combinado perversamente naquela interrogação.
— Então vamos para o banheiro! – instruiu Carlos.

A caminhada até o novo cômodo foi de mais inconveniência para o pauzão sufocado do moleque. Tinha até medo de que ficar muito tempo naquela situação fosse o fazer mal, mas não tinha como contestar.
O banheiro era incrivelmente espaçoso para uma casa simples como aquela. Os cinco cabiam lá com folga, mas essa era parte que incomodou Leonardo.
A ele foi entregue um kit de enema e ele ficou parado olhando os quatro.
— Com licença, por favor! – tentou pedir, mas logo foi barrado.
— A gente tem que ter certeza que você tá cumprindo os combinados! Essa que é a função das testemunha! – disse o advogado pentelho.
— Me dá aqui que eu mesmo vou fazer tudo por garantia! – exclamou Carlos André tomando as ferramentas de higiene das mãos de Léo – Apoia as mãos ali na parede do box e empina bem a bunda!
O garoto fez como ordenado, sentindo a cada momento mais do seus status de macho sendo tirado de si. Quando sentiu o biquinho fino do enema entrando em seu cu pelas mãos de outro homem, já não sabia o que pensar, a sensação sequer causava dor, mas era uma baita furada no ego. Quando sentiu a água entrar, quase teve um tremelique; estava puro gelo!

— Ah, para! – exclamou – Tá muito gelada!
— É melhor assim pra evitar ressecamento. – disse Carlos. Mentira deslavada, mas entretida os outros marmanjos.
Estar arreganhado pelado, com uma mangueira no cu, tendo o reto preenchido mesmo que por água na frente daqueles marmanjos ainda de roupa deixava Léo se sentido o mais sem valor dos objetos sexuais. Fechava os olhos mas não queria nem imaginar a cena na própria cabeça. Onde é que tinha se metido por grana? O valor cobria mesmo toda aquela humilhação?
O desconforto na barriga não deixava ele pensar direito. Foi quando Carlos enfim tirou a mangueirinha do enema do cu do rapaz e contestou.
— Acho que tá bom. Senta ali na privada pra tirar.
O rapaz obedeceu e se sentou no vaso, com uma pontinha de esperança de que os quatro homens iam dar ao menos essa pequena privacidade a ele agora que a maior parte do processo já tinha sido feita. A esperança logo saiu quando viu os quatro se prostrando em pé ao seu redor no vaso, o olhando de cima com superioridade de quem ainda tinha uma masculinidade para chamar de sua.
— A gente tem que conferir se ficou limpo mesmo. Senão depois tem que repetir o processo!
O moleque se frustrou e se retraiu, era a maior vergonha do mundo. Mas a água precisava sair, só o restou deixar acontecer. Cada barulho do processo só o torturava com mais vergonha na frente dos homens que davam risadas estrondosas com os sons mais altos que ele fazia. Junto com água, Léo sentia sua masculinidade saindo pelo cu.

Quando sentiu que já não havia mais água para tirar o rapaz se levantou. A água no vaso estava cristalina, comprovando que ele de fato havia se higienizado antes de sair de casa.
— Poxa! Parece que não precisava fazer de novo mesmo! – atestou Carlos só para chutar o cachorro morto. Léo sentiu raiva, mas, novamente, não teve o que fazer. Aqueles 30% ecoavam na cabeça.

De volta ao quarto, os três companheiros de Carlos voltaram a se sentar no sofá de plateia.
O anfitrião declarou o que se seguiria:
— Bom, é chegado o momento né gente! Acho que é hora desse cuzinho descobrir a alegria de conhecer uma piroca!
Leonardo engoliu seco enquanto olhava pro chão.
— Ah não, Carlão! – interrompeu, mais uma vez, o inquieto advogado – Dessa vez eu vou ter que defender a outra parte! O cuzinho dele é mega apertado, vai se arrebentar todo pra aguentar uma tora!
— Eu concordo! – se expressou pela primeira vez o terceiro membro do conselho de descabaço, Tadeu, o contador – Tem que amaciar o coitado primeiro!
— Calma, calma, minha gente! Já pensei nessa ocasião e vim preparado! – disse Carlos, seguindo novamente à bendita escrivaninha que até então só tinha trazido presentes ingratos ao jovem nu.
Dela, ele trouxe uma caixa bem maior que a última, e Leonardo tremeu só de imaginar o que poderia sair dali.
Carlos colocou a caixa na cama e enfim a abriu. Sobre uma espécie de estofado roxo, repousavam seis consolos e plugs de diversos tamanhos reluzindo sob a luz do quarto. Léo fechou os olhos e virou o rosto, que desgosto.
Já tinha usado brinquedos do tipo tantas vezes nas fantasias de suas clientes. Mas sempre nelas! E agora teria que ficar do outro lado?

Carlos André pegou o menor dos plugues, com um formato ovalado e um ridículo, chamativo cristal decorativo azul na ponta. Aproximou-o do rosto do rapaz e perguntou em tom cínico:
— Gosta desse aqui ou prefere outra cor?
Ao som das risadas, buscou um pote de lubrificante na escrivaninha, encharcou o plugue e voltou-se a Leonardo. Novamente o exigiu que abrisse a bunda com ambas as mãos e começou a introduzir o brinquedo.
Sentir aquela invasão provocava tantos sentimentos que o garoto nem sabia descrever. O maior deles era dor, principalmente quando a base da forma oval começou a forçar sua entrada no buraquinho apertadinho dele. Mas foi quando maior parte entrou de vez, alocando o plugue numa só tacada em seu cu e dando uma estocada súbita e direta em sua próstata que Leonardo sentiu algo que nunca sentira antes, e o maior medo no seu peito era descobrir o nome de tal sentimento.

Foi trazido de volta à realidade pela risadaria dos homens apontando para o brega cristal azul saindo de seu cu.
— Tá linda, princesa! – zombou o juíz.
— Da uma rebolada pra gente ver como ficou, vai! – mandou Carlos. Léonardo se negou e recebeu um berro ao pé do ouvido – Anda!
Com uma pontada de medo, obedeceu. A cada mexida sem jeito de sua bunda o cristal reluzia mais, e os marmanjos no sofá faziam uma algazarra de berros e risadas com a cena, contribuindo para aquela tremenda vergonha.
Mas, especialmente, cada mexida de sua bunda realocava o volume do plugue em seu cu, trazendo a Leonardo uma extensão daquela nova sensação que ele nem sequer sonhava em conhecer. Já não doía, havia um pequeno incômodo, mas ele queria sentir um pouco. Era isso que temia em admitir.

— Agora é o seguinte! – bradou Carlos André – Isso é pro seu próprio bem, pra você não sair daqui aleijado no fim do dia. Eu e os rapazes vamos tomar umas cervejas aqui e você vai ficar dando umas voltinhas pela casa com seu cristalzinho no cu, entendeu? Que é pra ficar bem amaciado na hora de receber as pirocas. Se se comportar, a gente te dá uma breja também!

Um detalhe numa das últimas frases acendeu o alerta vermelho na cabeça de Leonardo enquanto a macharada saia do quarto: "Pirocas"?!
De forma alguma! O combinado era só um!
Aquilo já tinha passado de todos os limites possíveis. Sairia daquela casa, rasgaria aquele contrato, mandaria um foda-se para aqueles nojentos! O que eles poderiam fazer afinal? Um contrato daquele tipo sequer tinha validade para acabar com a vida dele? Será que os tribunais não veriam como piada?
Não importava. O importante era sair daquela casa. Mesmo que tivesse que pagar a dívida da rescisão, daria um jeito. Mas queria sair dali com o resto de sua dignidade.
Foi aí que o incômodo de algo que já havia até esquecido voltou a latejar: seu pau tava trancado, ele nem sequer tinha visto a chave que o prendeu naquela situação. Não podia sair dali com o pau enforcado numa gaiolinha.
Pior ainda: olhou em volta no quarto e se deu conta de que suas roupas haviam desaparecido. Estava agora completamente refém das vergonhas que aqueles coroas o faziam passar. Ouviu uma voz grossa bradar de fora do quarto:
— Vem, princesa!
E mais risos estrondando pela casa alimentando sua humilhação.
Não tinha jeito. Agora era aguentar tudo aquilo, torcer para que acabasse rápido e apagar aquele dia da sua história e da sua cabeça.
E lá foi ele dar voltinhas pela casa como mandado; trancado e plugado, sentindo novidades na próstata que preferia nunca ter descoberto e aguardando as próximas ordens do dono de seu cabaço.
Da próxima vez que visse um contrato, faria questão de ler.


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Comentários


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gordinho64 Comentou em 26/04/2024

Porque não terminou um tesao o texto

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gordinho64 Comentou em 06/02/2024

Cadê parte final

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tommy98 Comentou em 28/03/2022

Otimo conto aguardo a continuação.... O conto não pode acabar assim quero saber o que aconteceu com Leonardo.

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rotta10 Comentou em 27/03/2022

Maravilha adorei seu conto, estou aguardando a continuação e também posso ser sua putinha gostosa




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico baianover

Nome do conto:
O Contrato do Cabaço

Codigo do conto:
198298

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
26/03/2022

Quant.de Votos:
21

Quant.de Fotos:
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