A dona do armário



Sempre procurei de dar de hétero, embora o meu interior sempre tivesse alguma caída a um cara um pouco mais velho do que eu de preferência que tivesse pinta de macho. Algo que até aos trinta e pouco levei tudo na escondida. Ninguém sabia fora de mim.

Nos meus trinta e dois anos, resolvi descaradamente sair do armário. Pelo menos no cine pornô de São José dos Campos ou na sauna masculina da Rua Sebastião Hummel. Nunca ia de cara limpa, por mais que o ambiente era escuro, sempre eu ia de boné e raibam. Na pandemia aproveitava, sem raibam, mas de boné e máscara.

Ia e percebia que chovia de cardápios para aquilo que há anos eu recusava, mas que o coração desejava.

Ninguém saiba desse minha turnê, nem meus amigos de infância.

Certa vez, pequei amizade forte com uma garota chamada Shirley. Nunca a confessei desse meu lado, em toda ocasião era hétero, só não tinha namorada e a desculpa era o estudo.

Ela nunca me perguntou se eu era gay, mas às vezes entrava nesse assunto sem deixar pista que era para mim a indireta.

Por ocasião, um dia a pequei falando com o namorado no telefone e escutei falar que ela estaria comigo e não era para se preocupar. Assustei. Fiquei com medo de ele vir tirar satisfação comigo. De início a repreendi. Ela sorriu e toda tímida me confessou que para o seu namorado eu era gay e não gostava de mulher, algo que ele aparentava de alguma forma acreditar.

Os dias passaram e para minha surpresa, ele me procurou e ficamos um bom tempo conversando. Surgiu a pergunta se eu era gay mesmo. Fiquei em pane. Vai que era o momento da qual ele tanto desejava desvendar para quebrar minha cara. Fiquei entre o sim e o não.

Com medo de apanhar respondi que sim. Afinal, ele era bonito e charmosão. Em troca o pedi segredo e propus lhe dar o respeito que fosse. A surpresa foi maior ainda, o cara me cantou, dizendo que eu era um gay bonito. Agradeci.

De repente me chamou para ir até a um bar ali perto para tomarmos uma. Com medo eu fui. Tive receio de ser algum plano psicopata para dar um sumiço em mim. Que nada! A sós dentro do carro. O assédio começou. Mãos fortes, respiração excitante e provocadora começou a atirar para o meu lado. Fiquei sem força. Cara bonitão e todo tarado pra cima de mim, não tive força. Shirley que me perdoasse, afinal, estive num madeiro da cruz por causa dela.

Quando vi, já não conseguia recusá-lo, e sim oferecer o que ele procurava ardentemente sobre mim.

Quando vi, senti que Shirley merecia a atitude que Silvano veio procurar em mim. Transamos e fizemos o diabo há quatro a sós. Dei com gosto e mediante a uma verdadeira puta da qual nem eu mesmo me reconheci. Mamãe que me perdoe, pois me reencarnei sobre uma profissão da qual ela jamais desejou para quaisquer filhas. Imagina para eu que nasci homem?

Após de duas trepada, descobri o sentido o porquê de Shirley dizer que às vezes fugia dele, por mais que o amasse. O cara ela faminto e selvagem. Dava cada cavalgada que senti fortes balanços sobre o carro estacionado numa área privado de um dos shoppings de São José dos Campos.

Shirley nunca descobriu das inúmeras tragadas que Silvano me deu. Nunca a contei, mas graças à infelicidade de ela me expor como gay ao faminto selvagem, nem precisei mais frequentar o cine pornô ou sauna masculina da cidade. Sempre que Silvano me procura, eu tinha a honra de fazer de graça naquilo que eu pagava para ir aos meus lazeres eróticos.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
A dona do armário

Codigo do conto:
199483

Categoria:
Fantasias

Data da Publicação:
16/04/2022

Quant.de Votos:
3

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