Descobertas com Vladimir -- Parte 1



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Início, aos 16

Entre meus 11 e 12 anos, meu pai e mãe ainda não haviam comprado nossa casa própria. Nos mudávamos com frequência por conta dos empregos dos dois serem um pouco instáveis e em determinado momento da minha vida precisei morar em São Gonçalo, um grande município do RJ que é, na verdade, uma grande zona periférica. Fomos para um bairro chamado Pacheco, bem na periferia mesmo porque meu pai e mãe não estavam com boas ofertas de trabalho. Logo, o padrão de vida acabou descendo bastante.

Antes de nos mudarmos para Pacheco, papai e mamãe me alertaram sobre a "temperatura" do bairro da maneira deles: a maior parte das famílias no local era de baixa ou baixíssima renda, seria necessário se enturmar bem para não ser fichado por ninguém, havia muita gente barra pesada e as crianças eram mais agressivas e difíceis para fazer amizade, principalmente se você não é o garotinho que gosta de jogar futebol ou de forçar paquera com as garotas da vizinhança por exemplo. Então, basicamente: ou você se adapta rápido ou sofre. Não tinha outro papo.

Dito e feito, comecei a fazer meu pé de meia. Ficava na rua quando a mãe deixava, voltava pra casa quando rolava um movimento estranho, jogava uma pelada com a galerinha quando deixavam, jogava umas bolas de gude (e eu perdia quase todas porque eu era péssimo) e fugia das brigas de pipa porque eu tinha medo de cerol e de levar vareta de pipa dentro do olho. Na época, eu também era um dos poucos no bairro que tinha um Super Nintendo e jogava direto com alguma galerinha (minimamente caótica) que eu chamava lá pra casa.

Uma vez, saindo de casa para brincar na rua, um garoto me chamou de dentro do seu quintal. Ele me perguntou se era que eu tinha um Super Nintendo e tava jogando Mario Kart. Confirmei que sim, meio confuso no momento, e ele me disse que sabia o que eu estava jogando pela TV dele - a antena do meu console dava sinal para a TV que ele tinha na sala de alguma forma que a gente não entendia. Esse foi o gatilho para começarmos uma amizade bacana. A amizade foi se formando, comecei a jogar na casa dele, ele visitou a minha e começou a jogar comigo e por aí vai. No final, eu frequentava mais a casa dele do que ele a minha.

Vladimir era seu nome. Ele era mais velho, mais desenvolto, estava por volta dos 16 anos e tinha um comportamento mais rebelde que eu - a mãe era evangélica mas era bem brincalhona, ele falava mais palavrões, era mais zoeiro e bobalhão, paquerador e tarado pra pegar uma novinha sempre que via, e até mexia com várias das mulheres que passavam na rua junto dos outros amigos dele. Eu não tinha essa vibe, até porque ainda nessa época garotas não eram algo do meu interesse. Eu era muito zoado por conta disso e não gostava muito de algumas brincadeiras (principalmente as de cunho sexual), ou melhor, eu não sabia como levar na esportiva embora todo mundo fosse zoado por igual.

Os papos sexuais na minha frente começaram a surgir depois de eu frequentar mais ou menos uns 2 meses de jogatinas na casa dele e talvez tenha levado esse tempo para ser o suficiente para "untar a confiança necessária" na bandeja. Elas ficaram frequentes entre ele e seus amigos de longa data e isso me gerou na época uma curiosidade em algumas coisas.

Eles falavam sobre bronha/punheta, mulher pelada, "pirocada", brincavam de apertar e "elogiar" o volumão na bermuda ou a bunda uns dos outros e até mostravam os pentelhos um pro outro de vez em quando pra pagar de machão exibido. Na década de 90 para 00, isso era bem natural. Depois de várias conversas e várias vezes deles me perguntando sobre bronha, e após dizerem de fato o que era, bati e gozei pela primeira vez sozinho em casa e aí acabei descobrindo o que era o tal orgasmo pela primeira vez. Depois desse tempo, a coisa toda de corpo e amizade com homem começou a mudar um pouco na minha cabeça.

Os pentelhos e pelos corporais, dele e da galera, estavam mais desenvolvidos e os músculos do Vladimir começaram a se desenvolver rápido, já que ele costumava levantar uns pesos no quintal de sua casa nos intervalos das nossas partidas de videogame. Alguns treinos, inclusive, eram feitos juntos com os amigos, alguns um pouco mais altos, outros mais baixinhos e magrelos. Era estranho entender o que rolava no meu pau quando eu observava todas as veias pulsando nos braços dele, fora os peitos saltando pra fora após o supino, flexões e seus trapézios explodindo com os treinos de ombros. Isso, incluindo a mania dele de sempre coçar mais o saco e apertar forte o pau puxando a bermuda pra baixo quando terminava o treino. Minha mente entrava em confusão e no final do dia ele era o que ficava na minha cabeça. Ele, os pesos e o corpo mais suado. Algo me despertava um interesse em cada uma dessas cenas.

Um dia, eu estava tentando passar uma fase num jogo difícil que alugamos para eu e ele zerarmos. Como de costume, ele fazia um intervalo de 1h pra treinar, pra manter o corpo em dia. Quando eu ia na cozinha, dava para vê-lo na garagem treinando, levantando peso e fazendo cara feia nas repetições enquanto o corpo acumulava suor e veias explodindo da pele. Após acabar uma última série e me chamou:

- Pedrin, chega aí!
- Diga! - respondo eu, o percebendo sentado na cadeira de supino.
- Chega aí, pô. Falá contigo!

Eu me aproximo um pouco mais dele. Ele me olha, cansado e respirando profundo de boca aberta, suado, com o peito inchado pelas repetições. Se levanta e, sendo um pouco mais alto que eu, apenas me restou neste momento olhar pra ele e esperar algo estranho:

- Se liga. Ó como meu peito fica. Tem que treinar, pô.
- Tô vendo, ué. Tá forte. Eu vou treinar ainda, daqui uns anos.
- Tá braaaabo. Dá um soco nele! - disse ele, após flexionar o tórax.
- Soco? Quê?
- Dá um soco nele. Vai! - responde ele, ficando em posição armadurada e firme esperando a investida.
- Você tá falando sério? Dar um soco?
- Vai porra. Finge que é um saco de areia. VAI!
- Mas pra quê?
- VAI PORRA!
- Tá, calma.

Fiquei em posição, me preparei, e soquei. Ele aguentou firme, sem cara feia. E me estimulou a bater mais. Continuei socando os punhos em seu peito e ele continuou a pedir mais força. Continuei dando os murros, enquanto a cara feia dele aumentava, eu só parava pra prestar atenção nos músculos do peito de Vladimir, ainda inchados do treino, firmes como uma pedra. Depois de mais uns 5 ou 6 murros, parei e ele começou a se gabar do momento.

- Aí, porra! Duro que nem uma pedra. ÉEEE!
- Tô vendo.
- Curtiu?
- Curtiu o quê?
- O treino. O peito como fica...
- Fica duro, ué.
- Exato. Dá a mão...
- Pra quê você quer a minha mão, caraio?
- Dá a mão, porra.

Eu dei a mão, e ele pede para abrí-la. Assim o faço, e ele a coloca logo em cima do seu peito, sem mais nem menos. A partir desse momento, o que já estava duro nas minhas pernas, ficou ainda mais.

- Aperta.
- A-apertar?
- APERTA O PEITO, PORRA!
- Tô-tô apertando. Calma.

Começo a apertar o peito de Vladimir. Minhas mãos começam a tremer e sinto um arrepio na espinha. O fato de estar com um peito de um homem como aquele, duro feito pedra, fazendo uma cara de apreciação por cada apertão me deixou extasiado, mas era necessário se manter firme na postura de homem.

- Tá duro né?
- Tá. Bastante - respondi, enquanto eu seguia apertando.
- Aperta. Se liga... - disse ele, vibrando os músculos do peitoral esquerdo.
- CARALHO, tem como fazer isso?
- Malhando, tem. Foda, né?
- Aham! - disse eu, enquanto continuava a apertar seu peito. Mais e mais.
- Tá, agora tira a mão porra. Parece até que curtiu, porra! Hahahah!

Eu fiquei extremamente sem graça logo após sua fala e me defendi, tentando tirar o alvo de mim dizendo que apenas fiz o que ele pediu.

- Calma, cara. Tô zoando. Relaxa! - disse ele, tentando deixar o clima calmo.
- Tá. Mas não espalha essa porra pra ninguém.
- Calma, cara. Cê tá estranho. Que que foi?
- Esse negócio de botar sua mão no teu peito e gostar. Nada a ver!
- Relaxa. Tu botou a mão no meu peito só cara. Coisa de treino.
- Tá. Saporra mermo.
- Ihhhhhh, koé... haha! Fica de boa.
- Show.

Depois desse dia, voltamos a jogar até de tardinha. Fui para casa após a mãe dele chegar e fiquei com aquela sensação na minha cabeça. O pau não amolecia, e minha cabeça ficava pensando em como foi interessante a sensação de um músculo de peitoral duro na palma da mão, ao mesmo tempo em que minha mente fabricava a conclusão de que eu e ele havíamos feito algo errado. A amizade continuou por mais 3 meses. Eu e ele não mencionamos esse assunto ou fizemos algo parecido novamente. Eis que minha mudança para Niterói aconteceu e o distanciamento da nossa amizade se deu por completo. Segui meu rumo, segui minha vida.

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Continua na PARTE 2.


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Ficha do conto

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pedrolimabittencourt

Nome do conto:
Descobertas com Vladimir -- Parte 1

Codigo do conto:
203921

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/07/2022

Quant.de Votos:
3

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