Diogo - Achando um ap novo. Parte 1



Desde quando desembarquei meu coração não me dava descanso do mesmo jeito que eu queria mais que tudo ver o Fabio de novo, meu medo de encontrar ele com o Ryan me consumia, Lucas estava me enchendo o saco falando que eu precisava falar logo com Fábio mais nos primeiros meses eu ia viver dentro do quartel e não queria que nosso encontro fosse por telefone e por falar em telefone deus é testemunha do quanto tive que me controlar para não voltar no dia em que Ryan me ligou, suas palavras estava vivas em minha mente e era o real motivo de eu esta em pânico, por temer que ele tivesse concretizado suas palavras.

Ryan: Diogo, cara eu sinto muito, mas preciso te contar que estou apaixonado pelo Fábio.
Diogo: O que?! Que merda é essa Ryan, pedi para você cuidar dele e não roubar ele de mim.
Ryan: Diogo não foi eu quem fui embora, você abriu mão dele quando escolheu ir para recife e você sabe disso, eu tentei irmão mais depois de hoje eu não posso mais mentir e nem fugir.
Diogo: Como assim, o que aconteceu Ryan seu filho da puta?
Ryan: Diogo eu vou lutar por ele, eu estou apaixonado e só queria que você soubesse por mim e não pela vadia da Jana.

Levou muitas consultas com a Doutora Ana para entender e “aceitar” essa conversa, era compreensível que ele se apaixonasse, mas minha esperança era de que Fábio ainda me amasse e respeitasse Ryan, Lucas não quis me contar nada nem quando eu o ameacei, a única coisa que ele sempre me dizia era pergunte a ele, o máximo que ele me contava era sobre outros babacas que passaram pela vida do Fábio (essa parte que não seja lida pela doutora Ana se não ela me interna) Fiquei em um hotel por dois dias sem sair na rua, com medo de ser visto, e quando o dia de me apresentar chegou peguei um táxi e fui, o quartel foi a condição do meu pai de me deixar voltar e eu aceitei até porque eu sempre achei foda as forças armadas, se eu pegasse gosto os amigos do meu pai iam me dar uma força para ingressar na carreira militar, no primeiro dia foi bem pesado, nossos superiores não deram folga, ainda bem que sempre tive um bom desempenho físico o que me fez me destacar logo no primeiro dia, eu levei mais tempo para morrer como os outros, no fim das nossa obrigações eramos liberados para banhar e jantar, ainda tinha que me acostumar com o fato de que agora eu tinha hora para tudo, no jantar alguns recrutas da minha turma falavam comigo e eu gostei de poder já fazer amizades.
Os treinos eram intensos, na primeira semana estávamos sendo preparados e testados, era como um tempo para adaptarmos com a nova rotina como me destaquei no final da semana fui mandado para um outro grupo onde eles diziam que eu me daria melhor, na segunda semana eu conheci o cara que ficaria responsável pelo nosso treinamento o Sargento Freitas, ele era jovem devia ter uns 26 anos, era branco e muito bonito, um homem sério e muito respeitado por ser considerado um prodígio dentro do quartel, todos falavam que ele iria longe no exército, na maioria das vezes ele apenas observava e quem conduzia nossos treinos eram outros Cabos. Com quase um mês eu já estava cem por cento adaptado, por ser concentrado e muito bom com o fuzil eu pegava serviço de guarda no quartel, o que eu adorava, muito tempo sozinho em uma guarita me permitia pensar um pouco sobre tudo.
Quando apareceu minha primeira oportunidade de folgar e poder sair do quartel eu quase tive uma crise de pânico, liguei para a doutora Ana e ela me ajudou a me acalmar, era seu único paciente que tinha seu número pessoal e ela era uma rocha para mim, depois de conversar com ela por vinte minutos cheguei a conclusão que não estava pronto, o quartel se tornou uma fortaleza para mim e eu não estava pronto para sair dela, então juntei o útil ao agradável e troquei com um amigo que estava desesperado para ver a namorada mas estava de serviço, ele me agradeceu umas cem vezes e disse que me devia uma, já estava acostumado a cobrir alguns amigos então eu tinha muitos favores, só que naquela vez foi um deles que me fez um grande favor, eu só ia render o outro recruta duas da manhã então achei melhor dormir um pouco no alojamento, acordei faltando meia hora e a ansiedade querendo me consumir achei melhor me apresentar logo para meu posto e esperar a troca de turnos lá, assim que cheguei dei de cara com o Sargento Freitas, era estranho como a farda dava a ele mais idade do que ele realmente tinha, sua postura era rígida e ele era meio assustador para os outros, eu não era nem um dos seus “favoritos” e nem um dos seus “marcados”, apenas fazia o meu trabalho.

Sarg. Freitas: Recruta Vieira, chegou cedo, ainda falta meia hora para seu turno começar. (Sempre metódico e com uma voz severa.)
Eu: Sargento Freitas! (bati continência) resolvi esperar aqui se não tiver problema para o senhor.
Sarg. Freitas: Pode sentar, já jantou? (fiz que sim com a cabeça) Tudo bem pode descansar, não quero que você durma no seu turno.

O Sargento Freitas era realmente bonito e a farda lhe dava um charme, essa pose de homem forte e rígido me deixava curioso, era a primeira vez que um homem me atraia e ele era a porra de um sargento do exercito, era muito azar, e pensar nisso automaticamente me levou para Fabio, eu passava horas do meu dia pensando no que ele estaria fazendo, se estava bem, maldita regra de não ter contado, “muito inteligente em Diogo” eu pensava,

Sarg. Freitas: Algum problema Vieira?
Eu: não senhor!
Sarg. Vieira: Então porque essa cara de enterro?
Eu: (Tava tão na cara assim?) Não foi nada senhor, apenas pensando na vida.

Ele sorriu, era a primeira vez que eu o via sorrir e seu sorriso iluminou a sala, ele me olhava de forma mais suave e sentou perto de mim,

Sarg. Freitas: Vieira, a vida pode ser complicada mesmo, na sua idade passei por umas coisas bem complicadas, mas uma coisa que aprendi é que a vida segue, independente do que você faça ela segue, então no lugar de se lamentar você deve viver.
Eu: O senhor é bem sábio.

Nós dois rimos,

Sarg. Freitas: Nada, só sofri um pouco de mais na vida, o exercito me ajudou a dar um rumo na vida, espero que você também encontre seu rumo. (ele piscou o olho esquerdo e voltou para os seus afazeres, mexendo em sua papelada.)

Passei a noite inteira pensando no que o Sargento havia me falado, ele era um poço de sabedoria pelo jeito e era reconfortante ouvir seus conselhos de vida, sempre dava um jeito de pegar serviço nos turnos que eu sabia que ele estaria e pouco a pouco fomos criando o hábito de conversar antes do meu turno começar.
Meu segundo mês no quartel já estava quase no fim quando fui surpreendido pela escalar ao ver que eu não estava de serviço por três dias seguidos, fui falar com o meu imediato que disse que a escala foi montada pelo próprio Sargento e que não tinha erro algum, eu não poderia ter três dias de folga, não queria ter que sair da minha fortaleza da solidão ainda, então fui falar com o Sargento.

Eu: Senhor! Posso falar com o senhor por um minuto. (Falei ao entrar em sua sala)
Sarg. Freitas: Pode falar Vieira.
Eu: Senhor, eu estou com uma folga de três dias.
Sarg. Freitas: Sim, as outras negociamos depois. (Ele volta o rosto para o computador como se a conversa tivesse acabado.)
Eu: Senhor, pode dar a folga para o Goulart, ele foi pai recente e acho que.
Sarg. Freitas: Recruta, você vai no alojamento e vai pegar suas coisas e vai para casa, vejo você no plantão da madrugada daqui a três dias e antes que você abra a boca de novo isso é uma ordem.

O Sargento Freitas sabia que desde que eu entrei no quartel não tinha tirado uma folga sequer, o medo de ser visto por alguém ou ainda pior pelo Fabio me consumia a alma, então apelei para o melhor recurso que eu tinha,

Eu: Senhor! Posso ficar no alojamento? É que eu não tenho casa.
Sarg. Freitas: Como assim não tem casa?
Eu: Desde que vim para cá não aluguei nenhum lugar e não tenho lugar para ficar.

Freitas gargalhou e quando percebeu pela minha feição ficou incrédulo por perceber que eu falava a verdade, então pegou o telefone e fez uma ligação, como não me mandou sair fiquei em pé esperando.

Sarg. Freitas: Lelê bom dia…sim estou bem…preciso de um favor…nem começa garota…preciso que arrume um ap com um bom preço perto do quartel…é para um recruta meu…sim! eu faço isso sem problemas…o quanto antes…beijo se cuida e me avisa assim que tiver algo.

Eu estava incrédulo olhando como ele mudava seu tom e a forma de falar quando não era o Sargento Freitas.

Sarg. Freitas: Pronto, minha irmã é corretora e ela é muito boa, acredito que antes da sua folga acabar você vai ter um teto Vieira.

Continua…


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Ficha do conto

Foto Perfil fahell
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Nome do conto:
Diogo - Achando um ap novo. Parte 1

Codigo do conto:
204845

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/07/2022

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