Fui para a sala da primeira aula sem ser visto por marcelo.ele ria e mechia com os outros como o idiota que sempre fora.encontrei mauricio ja na sala.ele havia guardado um lugar pra mim ao lado dele.fui pra la correndo.eu me sentia um garotinho apaixonado perto dele.aquilo nao estava certo.
-bom dia-disse mauricio sorridente.
-otimo dia-eu disse.
Mauricio sorriu e voltou para suad coisas.as garotas ainda davam em cima dele violentamente.
-assannhadas-murmurei.mauricio riu.
Fiquei quieto depois.marcelo...eu o havia eleito meu primeiro alvo logo de cara.mas sentia uma vontade de ser original naquele momento.nao queria fazer nada muito parecido com o que havia feito antes.queria uma vinganca nova.aquilo ia dar trabalho.peguei meu celular e digitei uma mensagem para edgar.
"Descubra o que puder sobre marcelo.rapido."
Em minutos ele me mandou outra mensagem:
"Operação invalida.não podemos atender no momento.tente mais tarde."
Otimo.meu cumplice resolveu fazer greve.fechei a cara e tentei estudar. na troca de salas puxei edgar por banheiro e o encarei.
-o que houve?-perguntei.
-eh o segundo dia de aula-disse ele-vou precisar de mais tempo para investigar mais sobre aquele idiota.
Eu tive que me calar.era realmente muito cedo para me vingar de alguem.precisava de um maior envolvimento.
-tem razao-eu disse.
-se divirta-disse edgar rindo-quando marcelo estiver no ponto te aviso.
Saimos do banheiro e nos separamos.mauricio me esperou antes de entrar.nossa segunda aula era de geografia.nunca faziamos nada e no 2° ano nao foi diferente.nosso professor de geografia so sabia nos mandar resumir textos.e nunca faziamos isso.
-vem na minha casa hoje?-perguntou mauricio.
-pode ser-eu disse.estava esperando que ele me convidasse.-depois da aula?
-sim-disse mauricio.
Continuamos a aula que passou rapido.logo estavamos no.intervalo e eu fiz de tudo pra passar despersebido por marcelo e seus amigos idiotas.era cedo demais pra entrar na linha de fogo.ao sair da escola fui para a casa de mauricio com ele.ficava perto da minha rua.nao sei como nao o encontrei antes.
-nos mudamos pra ca este ano-contou ele.-fica mais perto da escola.
-sao so voce e sua mae?-perguntei.
-sim-disse ele-desde que sou bem pequeno.
Mauricio abriu a porta da casa.nao era diferente das outras casas do bairro.era espacosa,organizada e familiar.ele me.levou pro seu quarto.
-minha mae passa o dia todo na fabrica.
-o que ela faz?
-chicote eletrico-disse ele-eh a dona do galpao.fornece chicotes pra empresa que fabrica aquecedores.
-entendo-eu disse.
Mauricio de repente tirou a camisa na minha frente.eu cai sentado na cama vendo aquele corpo atletico,perfeito.desviei os olhos rapido.ele pegou outra camisa e a colocou.
-entao...-eu falei-o que vamos fazer?
-bem...-mauricio parecia tao perdido quanto eu.-voce joga?
-nao muito-sussurrei lembrando que sempre fui pessimo com videogames.
Mauricio sorriu.
-tambem sou pessimo-confessou rindo.
Passamos a tarde em seu quarto.tentando encontrar um jogo que os dois conseguissemos jogar.conversamos a maior parte do tempo sobre coisas bobas e sem sentido.mauricio conseguia fazer algo que nenhum outro garoto jamais havia conseguido.ele me fazia esquecer da vinganca.eu nao sentia raiva perto dele.
Nao nos separamos ate o anoitecer quando a mae dele chegou.eu sai rapido e voltei pra casa.mauricio insistiu em me acompanhar e depois me chamou pra sair mais tarde.
Aceitei sem pensar muito.tomei banho e esperei mauricio na esquina da minha casa.ele de repente apareceu sorrindo na rua.fui ate ele.descemos para o centro da cidade.nao tinha muito o que fazer por la no meio da semana,mas dava pra se destrair nos bares e pracas.conversamos um pouco mais enquanto andavamos.
-voce realmente fez tudo aquilo que disseram ano passado?-perguntou mauricio.
-sim-eu disse desconfortavel.nao imaginava que eu estivesse tao falado assim.-
-por que?
-porque eu queria me vingar das pessoas que haviam me feito mal.renan era uma delas,mas pra me vingar dele eu tive que me envolver muito com a familia de denis.eu acabei perdendo o controle.tive que revelar alguns esqueletos escondidos no armario da familia.
Mauricio pensou um pouco e sorriu.
-achei bem feito-disse ele-meu pai sempre quis que patricia se casasse com denis.achei bem feito o denis ter pêgo ela com renan.nunca gostei de patricia,mesmo sendo minha meia irmã.
-tambem nao gosto do meu irmao-eu disse-nunca tivemos um relacionamento legal.este ano ele foi pra faculdade e nao mora mais aqui.dei graças a deus por isso.
Logo estavamos em minha casa.compramos umas latas de refrigerante e ficamos no jardim.mauricio bebeu quieto e olhou a rua silenciosa.
-voce esta namorando alguem?-perguntou ele em um tom curioso.
-nao-respondi.-estou solteiro e voce?
-solteiro tambem.-depois daquilo ele nao disse mais nada.senti que mauricio esperava uma deixa ou um.incentivo,mas eu nao estava pronto para o tipo de relação que ele poderia querer.
Quando entrei pra ir dormir resolvi ligar para edgar antes.ele nao atendeu.achei estranho.tentei mais algumas vezes,mas ele nao me retornou.fui dormir preocupado.no dia seguinte sai pra escola me sentindo estranho.de repente fernanda aparece na esquina de olhos arregalados.
-o que aconteceu?-perguntei.
-Edgar-ela disse rouca-pegaram ele na rua ontem enquanto ele voltava pra casa.
-o que aconteceu?onde ele esta?
-no hospital.-disse ela-esta bem machucado.
Nao fui pra escola.fui com fernanda direto pro hospital.nao era horario de vistas e a mae de edgar disse que podiamos ve-lo se voltassemos mais tarde.ainda assim nao fui a aula.fiquei esperando.me sentindo mal por nao ter ido ate a casa dele na noite passada quando ele nao atendeu o telefone.
Quando chegou o horario de visitas a mae de edgar me deixou entrar e conversar com ele.edgar estava acordado,mas abatido.o braco quebrado e o rosto machucado.edgar havia dito para todo mundo que nao sabia quem havia batido nele.que nao havia visto o rosto.mas eu sabia que para mim ele diria.quando a mae dele saiu do quarto eu fui ate ele.
-quem fez isso?-perguntei.
Ele nao respondeu.
-edgar...eu sei que voce sabe.me diga -implorei aflito.
Ele tentou falar.
-eu nao vi o rosto-disse ele-estava coberto,mas um deles.o que bateu em mim estava sem camisa e eu vi uma tatuagem.uma tatuagem de serpente.
-tatuagem de serpente?-eu disse.tentei usar aquela informacao para apontar um suspeito,mas nenhum cara que eu havia visto sem camisa tinha uma tatuagem.os alunos da escola eram a maioria menor de idade...nao podiam fazer tatuagem mesmo com autorização.tinha que ser alguem mais velho.alguem conhecido.de repente eu tive uma suspeita.quando o horario de visitas acabou eu sai e fui para casa.eu tinha muito que planejar...continua...