Odete arisca




Maria foi embora e minha avó empregou outra moça bem mais jovem e muito mais escura que ela. Era também mais bonita, pernas longas e bem torneadas, ombros roliços e peitos grandes. A barriga parecia lavrada em pedra, dura e lisa. Seduziu-me na hora a formosura daquela rainha de Sabá. Não havia detalhe em seu corpo que não me atraísse. Os olhos grandes e escuros de pomba assustada estavam em permanente alerta. A boca carnuda mal despregava os lábios quando falava, um pouco por timidez e mais por discrição. Minha avó apresentou-a a todos de casa e eu pus-me de tocais a espera de agir. Tolamente me considerava um profissional na arte da sedução, esquecendo que fora Maria que me seduzira.
Embora completamente diferente de Maria, pouco mais que uma adolescente, enquadrei-a na mesma categoria. Habituara-me a ver as moças que se empregavam em casas de família como fáceis, não dando importância às muitas nuances que as diferenciavam.
A nova empregada chamava-se Odete e vinha da roça. Quando sua mãe deixou-a com minha avó, recomendou: “sabe cozinhar, mas precisa de um polimento para se sofisticar”. Judiciei maldosamente com os meus botões: “aposto que para a putaria já tem sofisticação”.
Por vários dias procurei oportunidade para dar o bote na rainha de Sabá. Diga-se de passagem que não foi fácil numa casa com cinco pessoas, embora grande.
Meu avô tinha um sítio próximo da cidade, propriedade comum às antigas famílias que dividiram as grandes fazendas coloniais entre seus inúmeros descendentes. Num sábado cedo foram todos para o sítio. Como era hábito eu fecharia a loja de tecidos ao meio-dia e também iria. Odete ficara para preparar-me o almoço e em seguida arrumar a casa. Não deixei passar em branco essa oportunidade de ouro. Comemorei intimamente minha ousadia e os prazeres que daí viriam. Devia isso embora não soubesse ao hábito de estar com mulheres. Maria fora a primeira, mas tivera outras nos cabarés da cidade, consolidando a falsa convicção de que as mulheres são presas fáceis. Por isso partiria para cima de Odete sem temer uma resposta negativa de sua parte.
Fechei a loja meia hora antes e encontrei-a atarefada na cozinha entre panelas. Fitei-a tão insistentemente que ela se desconcertou. E inquiriu com um sorriso tímido:
— O que foi?
— Nada, estou admirando sua beleza.
Ela virou-se de costas, corando. Embaraçada, deixou cair uma colher. Antes que se curvasse para pegá-la, eu já a oferecia de volta. Tão próximos ficamos, ela ruborizada até o último fio de cabelo, que não me contive e abracei-a forçando um beijo. A princípio ela debateu-se tentando fugir, mas esmaguei seus lábios carnudos com a minha boca. Aos poucos foi cedendo e eu segurei firmemente a sua língua úmida e paralisada com a minha. O passo seguinte foi tirar-lhe o vestido ordinário. Duas lindas pernas surgiram encaixadas com perfeição no quadril exuberante. Sustive a respiração admirado. Olhei-a nos olhos e recordei a pombinha assustada da chegada. Ela permanecia imóvel, parecendo uma estátua talhada em mármore negro. A sua atitude não era de entrega passiva ao macho dominante. Era de puro terror. Por toda a vida acrescentei as diferentes reações de cada mulher àquilo que se tornou depois o meu vasto cabedal de sedutor. Eram ferramentas de grande utilidade para avaliar o conforto ou o desconforto, a permissão ou a recusa, a excitação ou o terror de uma mulher à minha abordagem. Com Odete não era o caso. Não desenvolvera ainda a contento essas táticas e por isso mesmo, sem levar em conta sua reação, livrei-a da calcinha de algodão, revelando sua bucetinha bem cuidada.
Diferente de Maria, tinha apenas um triângulo de cabelos aparados rentes à pele, um dos ângulos morrendo sobre o início da greta. Para meu espanto ainda não havia encontrado mulher assim. Os pequenos lábios excediam os grandes formando uma franja. Deram-me a impressão de alguma coisa dependurada em risco permanente de queda. Muito envergonhada cobriu a bucetinha com ambas as mãos. Esse movimento projetou os braços sobre os peitos, cobrindo-os parcialmente.
Quis despregar-lhe as mãos para melhor apreciar aquela joia, mas ela resistiu. E deu-me uma razão para tanto pudor:
— Sou virgem.
Relutei em acreditar, mas ela manteve-se firme, resistindo a maiores intimidades. Desisti. Completamente desestimulado, ela a um canto da cozinha junto ao fogão, já vestida, parti para o sítio sem ao menos almoçar.
Na segunda-feira com absoluta discrição, evitando constrangimentos desnecessários, alegou muita saudade da mãe e foi embora.
Aprendi com Odete mais uma lição na vida, e a todo o momento isso acontece: as mulheres não são todas iguais. Por incrível que pareça, esse episódio — aprimorando meus métodos —, permitiu que me tornasse um conquistador ainda mais irresistível.

Foto 1 do Conto erotico: Odete arisca


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Comentários


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aventura.ctba Comentou em 22/05/2015

Nossa amei seu conto meu amigo, que delícia, me deixou com muito tesão. Votado. Quando puder, faça uma visitinha na minha página, sua amiga aqui vai adorar, tenho contos novos postados. Ângela: Casal aventura.ctba




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Ficha do conto

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janiojanjao

Nome do conto:
Odete arisca

Codigo do conto:
63274

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
07/04/2015

Quant.de Votos:
7

Quant.de Fotos:
1