Comi o Espanhol que me Perseguia



Fugir, na natureza, não é um ato de covardia, mas de sobrevivência, conceitos de coragem/covardia foram feitos pela humanidade e por vezes nos prejudicam; bem como atos de coragem na natureza são puramente atos de necessidade; sou partidário disso.
Uma vez comprovei tais afirmações por experiência própria.
Saindo do hospital onde trabalho como enfermeiro, depois de um plantão, fui encontrar com amigos num bar com música ao vivo no bairro Batista Campos, em Belém; amigos que não encontrava tinha muito tempo; foi um momento muito legal, repararam que minhas idas à academia deram resultado e estava pegando um corpo, nos cabelos raspados, afinal minha calvície aos trinta e dois anos já estava avançada demais para o meu gosto.
“Mas não está raspaaado, raspado… Tem fioszinhos de consolo aí” disse rindo uma amiga.
“Pra lembrar que meus cabelos eram castanhos claros e tão embranquecendo” Rimos
Minha barba feita é apenas uma exigência do trabalho, mas preferiria mantê-la maior, não estava tão mal na cor, não tão branco assim, e como todos teciam elogios sobre meu sorriso, acabo me considerando “não-feio” por uma questão de humildade mesmo.
Dos sete que combinaram (me excluindo da conta), vieram três, depois mais dois, em momentos separados; é sempre uma delícia reencontrar pessoas especiais depois de tempos sem se ver, uma madrugada no bar parece não ser o bastante, mas o tempo necessário pra revelar o que é conveniente no passado e manter os segredos do presente ocultos, pois os passados, o tempo trata de revela-los ou enterra-los.
Durante as conversas convidados extras apareceram, como já era intuído, dois companheiros das duas únicas meninas do encontro foram ao bar; uma, a casada Reneé, o marido foi deixar no bar, ficou um pouco, só voltou pra levar a esposa pra casa, foi muito simpático e era bonito, o cara devia ter a nossa idade, trinta e poucos; outro, namorado de uma, apareceu quase no final, enquanto esperávamos a conta, segundo essa minha amiga, a Daniela, eles foram pra baladas diferentes e decidiram se reencontrar de taxi para voltarem juntos; achei bem legal, um casal que tem sua independência; este era um belo rapaz de uns vinte e cinco para vinte e sete anos, estava alto da festa que vinha e nos cumprimentou com várias gracinhas, muito espirituoso.
Rachei o taxi com um dos amigos que moravam perto de casa, no bairro da Pedreira; cheguei e nem me intimidei com a bebedeira ou cansaço, meu próximo plantão seria só no domingo a noite, poderia aproveitar o resto dessa madrugada de sexta pra sábado para fazer o que quisesse, mesmo que fosse pra ficar em redes sociais; precisava adicionar mais alguns do encontro que ainda não estavam na minha lista de amigos, dois amigões e as duas meninas, logo o fiz e fiquei vendo besteiras de amigos, grupos e páginas até o dia começar a clarear quando decidi deitar e dormir, demorou um pouco, mas foi.
Acordei no sábado perto da hora do almoço pra ter um dia bem preguiçoso, quem trabalha em plantões sabe que muitas vezes ficamos muito cansados e nem dá muita vontade de sair, eu geralmente gosto de badalar logo após os plantões porque quero aproveitar o pique, sei que isso mina a minha saúde, corporal e mental, mas é bem mais cômodo, quando paro dificilmente tenho disposição pra voltar, a não ser para o trabalho, porque gosto e preciso.
No domingo acordei cedo, fiquei de bobeira pela manhã e fui ao shopping para almoçar por lá, daí já iria pro hospital, acabei chegando bem antes do início do meu plantão e fiquei de bobeira conversando besteira com meus colegas na saleta dos enfermeiros; me arrumei e uma hora antes do plantão já comecei a trabalhar, ficava na parte de sutura, não é o local mais lindo e fofo de trabalhar, a grosso modo é “um local de remendo” das pessoas, bem importante, mas nada bonito de se ver boa parte das vezes, não me importo de estar lá, mas sei que tem funções melhores (ou menos piores, dependendo do ponto de vista) pra enfermeiros trabalharem num hospital.
Todo domingo é quando trabalho mais, aliás fim de semana é sempre mais agitado que dias normais, as pessoas se cortam, se acidentam e me parece que adoecem mais nos sábados e domingos e nesse dia não era exceção. Porém o mais inusitado foi a presença de Vinícius, o marido da minha amiga que tinha encontrado na madrugada de sexta passada, na sala de sutura, tinha saído para chamar o rapaz que distribui os itens que usamos na sala e estava faltando linha, na volta encontrei ele vestindo um uniforme de futebol, descalço com a perna e rosto sangrando. Quando ele me viu deve não ter me reconhecido de cara, mas ao brincar com ele sobre a Reneé lembrou logo.
“Ah, você é o amigo da Rê, não é?!”
“Lembrou então” sorri
“Pow, que bom que você está aqui, se eu te explicar a história, podes reforçar pra ela o que aconteceu”
“Porque?” já percebia que tinha algo de errado, mas continuei sorrindo
“Putz moleque, cabei brigando durante a bola com os caras”
“Que caras?”
“Meus amigos mesmo”
“Hum” comecei a limpar a perna dele
“Bem, não era bem meu amigo, mas o cara era convidado de um deles e chegou na bola se achando todo, reclamando de todo mundo, se achando o profissional, peguei corda”
“Entendi”
Ali não tinha como não reparar no corpo dele, estava todo suado com um uniforme sujo de cores azuis e vermelhos; era branco, suas pernas, parte que poderia ver melhor, eram grossas, como de jogador de futebol mesmo, peludas, bonitas, o corpo não era mal, não era malhado, tinha apenas a insinuação de um corpo bem bonito, bem distribuído, senti curiosidade pra saber se tinha pêlos no corpo, não sabia se armaria pra isso, deu vontade; fui para o rosto dele e pude reparar melhor, deixei ele sentado na maca, olhando pra sala, e comecei a limpar, o rosto era de um espanhol e tinha algumas (poucas) marcas de espinha, branco com sobrancelhas grandes e grossas, bem delineadas, nariz adunco mas bem desenhado, lábios finos que tinham um sorriso com dentes bem crescidos; apesar de bem feita, mostrava que tinha uma densa barba, com aquela mancha meio azulada de quem tem a pêlos grossos e acabou de raspar, o rosto tinha um formato quadrado apontando pra um queixo dividido, os cabelos um tanto grandes, partidos, davam um ar menos maduro, mais moleque, acrescido da situação que estávamos, um garoto aflito que se machucou e precisava de uma desculpa, era bem engraçado.
Enquanto limpava e começava a sutura ele explicou que minha amiga não gostava que ele brigasse, coisa que já foi mais recorrente, mas que Reneé tinha conseguido apaziguar, comentou sobre um caso, antes de casarem, que quase os fez terminarem de vez; pediu meu reforço na história que ele havia se machucado durante a partida e que tinha sido feio a ponto de parar no hospital, garantiu que comentaria que tinha sido eu a cuidar dele e previu que ela tentaria comprovar a história; como esse problema era deles, achei mais prudente concordar com o esquema, não parecia nada de mais e ainda evitaria problemas entre eles.
“Já te examinaram quanto a alguma outra escoriação ou algo assim?” tinha algo em mente
“Não, pelo menos que eu saiba, acho que eram só esses mesmo”
“Levanta aí” indiquei a camisa “pra ver se tem mais alguma coisa” ia tirar minha curiosidade, ele prontamente levantou.
Era como tinha deduzido, nada malhado, mas o corpo bonito estava alí, apesar da definição corporal estar no campo da intuição era perceptível e tinha gostado, tinha pêlos ralos no peito que desciam em linha reta para além do umbigo, poucos pêlos ralos estavam na barriga e insinuavam ao mesmo caminho; a barriga, magra, mas tinha seu atrevimento para frente e isso, para mim, dava um charme. Examinei o corpo, tocando com a ponta dos dedos, mas firmemente, e achei dois hematomas que comentei com ele.
“Isso dá pra explicar pela bola mesmo, toda vez que vou, venho com um ou dois machucados” disse ele risonho
“Tudo bem então, leva essa pomada que ajuda bastante e passa sempre antes de dormir”
“Obrigado, tá de pé nosso lance?”
“Claro” ri
“Tudo bem”
“Espera aí..” Ele tinha que levar a guia à recepção, relatei o tratamento, assinei e entreguei a ele pedindo que levasse, agradeceu de novo e se foi. Apesar de incorreto (pra mim), gostei da experiência, era um belo espécime, sorte da minha amiga.
Voltei na segunda à tarde, quase de noite, mesmo se entrando cedo, se a pessoa for solícita (como sou), acaba eventualmente ficando até mais tarde. Cheguei em casa acabado, segunda pega um pouco da loucura do domingo e isso mói os ossos de qualquer um que trabalhe nesse ritmo; só comi algo na rua mesmo, cheguei em casa pra um banho e cama.
Tinha a terça livre, só pegaria outro plantão na noite do mesmo dia e resolvi continuar em casa de bobeira até o meio da tarde onde iria pra academia, fiquei vendo umas séries, uns filmes e em redes sociais; tinha mensagens pra mim e vi que era justamente a Reneé perguntando num jeito serelepe se tinha pegado meu marido, confesso que me senti um pouco mal por lembrar dos pensamentos que tive ao cuidar dele, mas não tomou demais meu humor ou algo assim, expliquei a situação confirmando a história que eu e Vinícius tínhamos combinado, correu bem, ela aceitou e ficamos conversando trivialidades, me perdi nos papos e posts até a hora da academia, quando citei que sairia pra malhar ela comenta que o marido recomeçou na academia também, que já estava no local, intimamente fiquei imaginando o espanhol puxando ferro, que delícia seria, hehe, mas me contive em comentar o quanto isso faz bem e recomendar o mesmo pra ela, que se esquivou com a despedida, espertinha.
Me arrumei rapidamente, não sou desses que gosta de ostentar marcas e ficar se exibindo, como ex-gordo e futuro musculoso (se minha disciplina permitir, admito), prefiro ficar na minha sempre. Faço os aparelhos de musculação, natação e boxe, como não tenho muita regularidade tento fazer o máximo que posso quando vou malhar. Na academia, saí dos aparelhos estava caminhando para a piscina quando dou de cara com Vinícius, estranhei na hora, mas não demonstrei.
“O espanhol não espera nem as feridas sararem…” brinquei
“Olha só! Você aqui!” abriu um sorriso bonito, de lado
“Eu malho aqui, tás começando agora?”
“Resolvi voltar, tenho que me cuidar, né?!”
“É bom mesmo” a esse momento já ficava um tanto sem graça, o via de sunga e além do corpo e rosto bonito, o volume da sunga azul escura era bem marcada
“Você ainda demora aqui?”
“Bom, tô saindo da musculação pra natação agora…”
“E eu saindo…”
“...É, isso…” dou um pequeno suspiro “e depois boxe, daí tomo banho e volto pra casa, ainda trabalho hoje”
“Ah, saio antes, dá pra te esperar pra pagar um suco pra você, foi tranquilo em casa e só de citar seu nome já deixou a Rê longe de brigar comigo”
“Ah, que bom, confirmei a história, ela levou de boa”
“Ó! Mais um motivo pra te agradecer, então assim” ele se enrolou na toalha, eu já estava sem tênis e tirava a camisa “Eu te espero sair do boxe pra gente tomar o suco, não é o bastante, mas é o mínimo”
“Haha, tudo bem, se fazes questão…”
“Sério!”
“Tudo bem” Já íamos saíndo em lados opostos
Ia pro banheiro colocar a sunga e ele para o armário dele quando já estávamos de costas um pro outro eu escuto algo que ele disse pra mim, não tinha entendido.
“Tás com um corpão” repetiu ele, fiquei enrubescido
“Ah… Valeu! Haha” aquela risadinha sem graça...
“Um dia ainda chego aí” Mas que papo esquisito, o que salvou foi estar numa academia
“Só ter disciplina” desconversei
“Vou ter” e ele foi. Fiquei pensando ‘o que foi isso?’
Saí da natação e fui ao boxe, gosto muito desse momento, não sei outras pessoas, mas o bob (aquele boneco que usamos pra socar) é um dos seres que mais amo e mais violento, sempre que termino dou um beijinho na boca dele, meu instrutor sempre tira graça.
“Imagina isso com namorado”
“namorando o beijo vem antes…” risadas sacanas; além disso o pessoal do boxe é muito legal.
Saindo da sala, na porta, Vinícius já estava a espera, me surpreendi.
“Ah, oi!”
“Você quer suco de que?” Um sorriso sacana no rosto dele
“Do que tem?”
“Hummm… Vamos lá ver!” rimos
Conversamos sobre as aulas de boxe no caminho, meio que fiz uma boa propaganda da aula que ele se animou em tentar. Na lanchonete ao lado da academia tomamos o tal suco prometido e ficamos conversando sobre a Reneé, trabalho e outras amenidades, mais do lado dele, que é advogado trabalhista, realmente descendente de espanhóis (“estava muito na cara?” ele brincou, “era um chute” rimos), tinha uma boa relação com a minha amiga, só reclamava do controle que ela tentava exercer sobre as coisas, nesse ponto poderia concordar, mas ele levava para o relacionamento deles, então fiquei na minha; ficamos conversando uma boa hora, até ele indagar sobre eu, especificamente.
“E você? Trabalho? Vida? Coração? Tô dando uma palestra sobre mim, melhor voltar ao modo conversa” rimos
“Não, tudo bem, tá rolando uma conversa boa, mas… o que posso falar?” pensei uns poucos segundinhos “Sou um cara normal, moro só, trabalho como enfermeiro…”
“Onde? Lá mesmo?” curioso demonstrava
“Sim, no Adventista”
“Você é adventista?”
“Não!” risadas dos dois “Só trabalho lá…”
“Ah… tudo bem...”
“Minha rotina varia entre os plantões, fica meio ocupado o que impede um pouco as questões do coração...”
“Porque?”
“Sei lá… Nem é tanto trabalho, admito, ele é mais uma desculpa, a verdade é que tô bem solteiro, tranquilo, ainda não tenho vontade de procurar alguém…”
“Mas as vezes esbarramos…”
“Aí tudo bem, não tem como evitar, mas se não acontece, melhor não provocar…”
“Mas e as saidinhas?”
“Aí as esbarradas acontecem mais” comecei a rir, ele só sorria
“Na academia, por exemplo?”
“Não… uns olhares aqui e alí, mas algo concreto nunca aconteceu”
“E gente comprometida?” um mini alerta acendeu em mim nessa pergunta, coisa do passado
“Só beijo, no máximo transa, mas compromisso não”
“Nunca?”
“Nunca não, mas hoje em dia só assim, SE eu ficar com a pessoa, prefiro gente solteira, lidar com solteiro já é complicado, imagina com uma pessoa e mais outra que não pode saber? Melhor não…” sorri, ele concordou com um rosto sorridente.
“Bom doutor, melhor eu ir antes que a Rê me ligue” ri da expressão
“Doutor?”
“Eu aceito ser teu ‘espanhol’ se aceitares ser meu ‘doutor’” mais uma colocação dúbia, o pior é que ele falava com tanta propriedade e naturalidade que ficava bem difícil saber se isso era direto ou indireto, achei melhor não questionar. Ri da frase.
“Tudo bem, espanhol, até a próxima”
“Até”
Eu sentia que aquelas pulgas que ele soltava estavam eficientemente se alojando atrás da minha orelha e me fazendo ficar desconfiado, só não sei se ele gostaria do modo, porque, se ele realmente estivesse me cantando, não rolaria MESMO, a Reneé pode ter muitos defeitos, mas é uma grande amiga e não faria isso com ela de jeito nenhum. Ou pelo menos evitaria ao máximo, ninguém se conhece de verdade.
Fui em casa tomar banho e me arrumar para o plantão, quase chego atrasado, foi super tranquilo e me sentia bem porque nessa semana só teria plantão na quinta pra sexta e ficaria com o fim de semana livre. Cheguei em casa na quarta no meio da tarde e fui para a academia de novo, isso é explorar demais a si, mas queria ficar tranquilo enquanto isso e sem me preocupar em sair, nesse dia foi como qualquer, musculação, natação, boxe… Na saída que as coisas ficaram esquisitas; já me despedia das moças que ficam na recepção quando um carro estava logo a frente da porta da academia, era Vinícius. Buzinou e me chamou; me dirigi a ele, achei estranho, mas não seria descortez com ele.
“Doutor!”
“Ei Vinícius! Tudo bem?”
“Estava passando e vi você, voltei pra oferecer uma carona, quer?”
“Minha casa não é tão longe, posso ir andando, mas obrigado...”
“Já tô aqui, bora lá! Prometo não demorar como ontem no suco” eu ri
“É que tô bem cansado, vim direto de um plantão, só quero comer, banhar e dormir”
“Então, pra que cansar mais?” riu todo danado
“Se eu entrar capaz de dormir aí mesmo”
“Aí eu cuido de você, melhor que do que você cuidou de mim” Isso era pra me convencer? Não estava funcionando...
“Não sei…”
“Vamos, doutor!” bateu no assento do carona “entra, te deixo a salvo em casa” ele estava provocantemente lindo, dentro de um terno preto, camisa preta e gravata prateada listrada com linhas vermelhas bem finas
“Mas sem desviar” condicionei
“Com certeza não, o caminho é a sua casa mesmo” Isso indicava outra coisa, mas como percebi que ele não desistiria abri a porta do carro e entrei com minha mochila.
Ele perguntou do plantão, como foi no trabalho, respondi de forma geral que foi tranquilo e teve poucos atendimentos, que era normal naquele dia da semana, tentou engatar mais detalhes do trabalho, mas desconversei perguntando da Reneé, respondeu laconicamente que estava bem, ainda não tinha voltado do trabalho, o que era difícil, Reneé e um dos rapazes do encontro mencionado no início eram os únicos médicos mesmo, nos conhecemos durante a residência deles, e ela era a única do grupo que tinha consultório próprio, o que fazia ficar mais fácil fazer o horário de forma a não se sobrecarregar. Achei melhor não contestar, poderia estar errado, exceções acontecem.
Fui indicando as direções enquanto isso e chegamos na minha casa, quando busquei um local pra morar, tinham muitos apartamentos, mas naquele tempo não tinha condições de pagar condomínio além do aluguel, fiquei numa casa, hoje até poderia bancar condomínio, mas já me apeguei à casa e estou lá por quase cinco anos.
“Então é aqui que você reina, doutor?”
“É…” como previ, o cansaço estava batendo forte, sentia necessidade de ser lacônico.
“Quer ajuda com as coisas?”
“Tudo bem” aceitei, só queria entrar e descansar, dormir. Ele pegou minha mochila e tirei as chaves do meu bolso, abri portão e porta; ele adentrou junto comigo.
“Está entregue, você quer mais alguma coisa?”
“Não, já chega, já abusei demais”
“Isso não foi abuso, com certeza”
“Tá” me joguei no sofá coçando os olhos de sono “valeu mesmo”
“Abuso, abuso mesmo” ele sentou ao meu lado “Seria isso” e começou a alisar minha coxa, subindo
“O que é isso?” De repente meu sono foi passando com o susto da situação
“Abuso” disse sorrindo, com a outra mão foi pegar o meu braço e acariciá-lo
“Vinícius…” Não sabia como agir, estava surpreso, com sono, cansado, mas estava gostando. Quando não devia.
“Você tá com sono, né?! Quer que te ajude na siesta?” Que homem pra usar as palavras…Ele foi beijando meu pescoço. Tentei empurrar ele, mas mal tinha forças, sejam físicas ou de vontade.
“Vinícius, não…”
“Vem” sussurrava “vem logo, onde é o quarto?”
Não, não poderia deixar, tinha que agir pra quebrar aquilo, foi quando me soltei dos carinhos, peguei no rosto dele com cuidado, olhei nos olhos dele e disse.
“Sou amigo da Reneé, não cara!” Ele hesitou, foi quando aproveitei pra levantar e mandar ele embora “Vai, vai que é melhor”
“Tudo bem, desculpa…”
“Tudo bem, só não faz isso…”
“Não conta pra ela, viu?!” Que obviedade…
“Claro que não, nem pensar”
“Segredo?”
“Só… Vai, cara!”
“Tudo bem, desculpa… Até mais…” Nem respondi. Só escutei a porta batendo, depois o portão.
Nem tomei banho nem nada, fui pra cama dormir, aproveitar o cansaço pra esquecer. Mas nem todo sono é perene, acordei e a lembrança veio.
O pior é que tinha gostado, só de lembrar o toque dele na minha coxa, do calor da respiração dele no meu pescoço, nossa, meu pau pulsava… O cara tinha o charme, a malandragem e parecia ter uma pegada… Mas tinha a Reneé… Não!
Meu plantão começaria antes do meio dia então tratei de me arrumar logo para ir trabalhar, cheguei antes e já me enfiei no trabalho, tinha acontecido um acidente feio e tive mais atendimentos que o normal, menos mal. A noite, no trabalho, consegui ficar mais tempo que o normal no sofá da saleta dos enfermeiros, mas mesmo assim não pregava o olho, fiquei pensando no filho da puta do espanhol que tava começando a mexer comigo quando devia continuar lá sendo hetero. Tentei me distrair no celular, redes sociais, vi um post de uma amiga, a Daniela da reunião do início, me convidando pra ir a uma festa na casa dum amigo do namorado; bem que ela tinha comentado no encontro algo sobre, mas não levei a sério, pra ser sincero, nem lembrei, mas gostei da idéia, me distrair e conseguir alguém pra esquecer esse espanhol maluco.
Voltei ao trabalho e pontualmente no horário, já de noite, saí do hospital, fui, como de costume, direto pra academia rezando pra não esbarrar com Vinícius, ledo engano… Saí da piscina pro vestiário, o vi esperando nossa turma terminar pra que a dele entrasse; mirei ele e o mesmo me fitou com olhos preocupados, expressando o arrependimento, no fundo me disse ‘menos mal’.
Saia do boxe e ele me esperava na porta, um dejavu que me deixa sempre surpreso.
“Tudo bem, doutor?”
“Tudo” concordei com a cabeça, olhando sério pra baixo
“Desculpa aquilo na sua casa, tentei mesmo me aproveitar, mas não é o certo a se fazer com você”
“Vamos esquecer isso” agora olhava nos seus olhos, sério “melhor pra nós dois”
“Esse é o problema, não tenho esquecido”
“Foi recente, deixa passar um tempo que sai da memória”
“Não, não isso” vi um sorriso contido se desenhar nos seus lábios
“O que foi?”
“Você”
“Eu fiz o que?”
“Você, não te esqueço” o sorriso estava tentando escapar para o rosto dele
“Você é casado cara, com minha amiga, já fiquei com caras assim, quando um se revela desse jeito, nem fico impressionado mais, o problema nem é seres casado, é com quem és casado”
“Eu sei, já percebi isso, mas não dá, não está dando… Lembro de você cuidando de mim com tanta atenção, me tocando o corpo, conversando e sendo meu cúmplice… E para piorar, você é lindo, porra quem pode me condenar por sentir vontade de você”
“Reneé?” retruquei irônicamente
“Eu sei… Mas se for só uma noite, só para eu te ter um pouco” eu já discordava com a cabeça
“Melhor não”
“Prometo, doutor, tô a tanto tempo sem saber o que é ficar com um cara, e você aparece…”
“Não cara, não...” nem esperei ele persistir, saí de lá deixando ele falar sozinho. Senti vontade de olhar pra trás, a imagem dele com o machucado na testa, todo triste arrependido me fez sentir mal, mas me controlei, era melhor pra todos.
Cheguei em casa apenas pra comer, banho e dormir, essa sensação de cansaço é uma merda, mas adoro, principalmente quando acordo depois de um sono profundo.
Acordei no meio da tarde, almocei num supermercado perto de casa e voltei, só pra ficar na internet, combinei pela rede social com a Daniela que me pegaria em casa com o namorado.
Início da noite eles apareceram e fomos, era o chá de casa desse amigo do namorado da Dani, acabei indo meio que de penetra, mas nem estava preocupado, no caminho fomos conversando e vimos que tinham muitos amigos em comum na festa e fiquei ainda mais tranquilo.
A casa era linda, um jardim legal, casa grande, não tinha muita gente ainda, o que até era melhor pra me ambientar, logo encontrei outros amigos de universidade e criamos uma roda dos egressos, comentando sobre os tempos de aulas e trabalhos, estágios e os empregos atuais de cada um; quem lembrava de mim puxava papo do meu emagrecimento e carequisse, mudar de visual sempre proporciona uma bom início de conversa com quem já é conhecido.
O anfitrião, um rapaz super simpático, falou com todos na roda, estava recém-divorciado e remontava a casa, um papo rápido sobre separação ocorreu, mas logo ele se foi pra receber outras pessoas na festa. Estava numa conversa animada sobre política, assunto que não domino tanto, mas estava divertida, escrachando políticos regionais e tudo estava indo muito bem; não lembrava de trabalho ou qualquer outra obrigação e problemas.

Então eu o vi, de repente meu coração parou de medo, depois bateu mais rápido, acelerado na velocidade do desejo e receio que tinha, o espanhol estava conversando com alguém e ficava alternando entre o seu ouvinte e meu olhar, que fugia do dele; será que estava me seguindo? Provavelmente; mas não queria ficar ali perto pra saber, só de pensar que poderia haver uma outra investida como aquela me deixava nervoso por antecipação; falei com um amigo que ia no banheiro e saí, aproveitei que tinha uma aglomeração na porta e me misturei, a esse ponto não sabia se ele tinha me visto ir em direção à saída, só pensava em evitar contato com ele. Atravessei a porta e na passagem pelo jardim ainda cumprimentei alguns conhecidos e sai pra rua, fui em direção à parada de ônibus e olhei pra trás, nada dele, tanto melhor!

Ainda não estava muito tarde, era bem antes da meia noite quando peguei o ônibus de volta pra casa, não demorei já estava fechando as portas ainda com aquela cena dos olhares que Vinícius me dava; como ele sabia que estaria lá? O que estava pensando em fazer?? Achei melhor não prolongar esse tipo de pensamento, sabia muito bem onde isso levava…
Cheguei a deitar na cama, já pronto pra assistir um filme pela internet e dormir sem me preocupar em desligar coisa alguma… Apenas relaxar. Quando no meio do filme meu celular toca, um numero desconhecido, como tinha saído antes da festa, poderia ser a Dani, usando qualquer celular, pra tentar falar comigo, me procurando, achei melhor atender e me desculpar com ela. Porque atendi?
“Doutor” a voz embargada insinuava uma embriaguez
“Oi?”
“Doutor, quero te ver”
“Vinícius?”
“Me deixa ver você…”
“Estás bem?”
“Não, quero ver você”
“Estás porre espanhol, vai pra casa…”
“Adoro quando você… Me chama de espanhol...”
“Vai pra casa, chama um táxi”
“Não... Quero ir aí, ver você”
“Não Vinícius! Estás porre, não te arrisca, não vem pra cá” ele riu
“Tô aqui na frente da tua casa doutor, abre aqui…”
“O que??”
“Abre pra mim” mesmo porre com essas colocações, nossa...
“Estás aqui?” escutei ele suspirando impaciente
“Abre a poooorta…” desliguei e levantei da cama, fui do jeito que estava, só com um short e camiseta regata.
Abri a porta e vi o carro dele, o próprio estava encostado mexendo no celular alguma coisa que não conseguia fazer, só percebeu minha presença quando fui passar a chave no portão pra abrir, soltando um sorriso lindo, mesmo com a bebedeira (acho que a bebedeira deixou mais charmoso).
“Boa noite doutor, vim me consultar”
“Bateste na porta da casa errada, sou enfermeiro, não médico” abri o portão
“Você está bem?” veio logo me puxar pra um abraço, estava exalando álcool, mas estava tão bem vestido, com um perfume gostoso, senti cheiro de cigarro também; não neguei, sei que pra gente bêbada não se consegue negar e queria mais era voltar pra casa, aquela hora não era a melhor pra ficar na rua, em se tratando do meu bairro, tinha que me precaver.
“Tô, tô bem, vem entra…”
“Tô me sentindo mal, doutor, do jeito que te tratei”
“Eu sei, mas tá tudo bem, só esquecer”
“Não consigo, fico querendo de ter... ” ele parou um segundo “Psst! Não, te ver”
“Sei…” Entramos em casa e deixei ele no sofá pra fechar a porta
“Desculpa doutor, ato falho” acabei rindo
“Ok…”
“Vem cá, senta aqui, deixa eu te ver” sentei ao lado dele
“Cadê teu celular?” perguntei já sério
“Pra que você quer meu celular?”
“Pra avisar pra Reneé”
“Vai chamar ela?”
“Claro, alguém tem que vir te buscar”
“Mas pra quê?”
“Pra te levar, estás porre, não tem condições de dirigir”
“Ela não sabe dirigir”
“Ela dirigia na universidade”
“Não tem carteira”
“Puta merda”
“Eu durmo conti… Aqui... Deixa doutor...” estava, a despeito de qualquer emoção que estivesse sentindo por ele, começando a considerar a possibilidade de deixar ele dormindo em casa. Em casa, não comigo.
“Faz o seguinte espanhol, fica aqui na sala que vou lá dentro rápido”
“Rápido?” Já ia me dirigindo ao quarto
“Sim, rápido, fica…” Peguei o lençol que estava usando mesmo, um travesseiro e voltei rápido na sala, ele já estava tombando para o lado, significava que poderia dormir, o que era excelente.
Já fui ajeitando ele no sofá, ajeitei o travesseiro, tirei os sapatos e cobri ele, já se aninhava no sofá como uma criança, era uma cena tentadora, um homenzarrão daquele se ajeitando feito um menino desamparado, dava vontade de ficar al. velando o sono delei, mas tinha que ir contra isso. Vi que a respiração já estava pesada e fui ao quarto, tirei outro edredom, parei o filme, desliguei tudo e me joguei na cama.
No escuro silencioso fiquei me revirando, ia de um lado da cama para o outro sem conseguir pegar no sono, fechava os olhos insistindo nesse recurso sem sucesso, minha cabeça repetia em looping a cena dele dormindo aninhado no sofá e do dia que toquei o corpo dele, bem como da noite que ele me tocou como um faminto desejando um banquete; a cama crescia de tamanho, a tal ponto que esticava meus braços como um cristo carioca a fim de preenche-la, sem sucesso também; chegou ao momento que já estava excitado, a imagem recorrente me enlouquecia, tentava pensar na minha amiga, mas minha mente insistia no seu marido. Sentei na cama com uma postura rendida, observando o chão e, na minha visão periférica, meu pau duro como rocha desejando o corpo que jazia indefeso no outro cômodo, que sabia que me queria. Pode parecer uma desculpa esfarrapada, mas pensei ‘Como lutar contra isso? Não se luta, se entrega’.
Sai com meu membro ereto como estava e fui na sala, ele já estava de bruços num sono audível e profundo que seu ronco denunciava, sentei no sofá, na altura da sua cintura, coisa instintiva, retirei o edredom e comecei a acariciar a costa dele por baixo da camisa que vestia, o ronco parou e só a respiração era audível, passeava minha mão da costa pra cintura e minha mão apertava-o como um presente de natal desejado; logo ele tornou do sono e se virou, os olhos tentando enxergar no breu, mas deve ter visto só minha silhueta assim como via a dele, passei a acariciá-lo na barriga e tórax, bem como seus cabelos revoltos e ele correspondeu acariciando meu tórax, passando pro meu rosto. Ele não precisou forçar nada, minha mão achou seu rosto, seu queixo e mirei minha boca na dele, acertei como o mais habilidoso dos arqueiros.
Ele beijava tão bem, uma boca gostosa, pequena, mas macia, sua língua me procurava, áspera e quente, o bafo de álcool resistia e era um combustível que incendiava ainda mais meu desejo. Fui desabotoando a camisa sem pressa naqueles botões que se recusavam ao meu toque, ele apenas acariciava meu corpo por baixo da minha camiseta; quando libertei os botões, separamos o beijo e ajudei ele a se despir, puxei minha camiseta por trás e me despi também, deitei com ele e nos entrelaçamos no minúsculo espaço que o sofá nos deixava, dois homens grandes demandavam mais que três ou quatro assentos de lado, mas continuamos alí, nos estudando, boca à boca, corpo à corpo, calor com calor.
Senti seu pau duro, ele fazia questão de rebolar esfregando no meu pau que já a minutos estava nesse estado, meteu a mão no meu short e acariciava minha cintura, bunda, a costa da minha coxa, tentava apalpar o máximo que podia. Me afastou um pouco e tentava tirar a calça, tinha que vencer o cinto e o botão com ziper da calça jeans, aproveitei que se desajeitou e impedi de continuar, puxei seu braço.
“Vem” não discutiu, levantou meio cambaleante, ajudei na direção, a esse momento os olhos já acostumaram com o escuro.
No quarto à meia luz, joguei ele na cama, o espanhol soltou uma risada safada e continuou a tirar o cinto e a calça, logo abaixou tudo com cueca e tudo, o pau asteou naquele barco ibérico que eu queria navegar, eu abaixei meu short e fiquei nu, ele apenas de meias. Naquele ponto, mais nada nos impedia de ter um ao outro.
Me joguei em cima dele, riu de novo, nos beijamos enquanto nos ajeitávamos na cama, agora devidamente preenchida, com um pouco mais de luz pude apreciar o corpo dele e a parte que ainda era misteriosa pra mim, o pau dele era lindo, quase do mesmo tamanho que o meu, não era tão grande, era fino, não tinha uma rola de ator pornô, tanto melhor, era linda; circuncidado, era envolto de uma mata densa de pentelhos, o saco grande se destacava, aparentemente o pau e saco eram bem rosados, então estava perfeita para colocar na minha boca, não me fiz de rogado; ele, já prevendo meu movimento, foi levando o braço para minha cabeça. Saboreei aquela caceta linda como gosto, usava a língua para acariciar a cabeça sempre que podia, estava com os olhos vidrados nele que fechava o olho de prazer, virava a cabeça pra trás e gemia baixo e lentamente, acompanhando meus movimentos, quando percebeu que eu estava de quatro, chupando ele, batendo bastante e olhando nos seus olhos, percebi que ele gostou mais, não tirava os olhos dele e ele repetia “Ai doutor” sem parar; tinha momentos que percebia que ele queria me chupar, fazer um sessenta e nove, mas aquele momento teria que ser do meu jeito, para o meu prazer, depois de tudo ele voltaria para a minha amiga e aquela poderia ser a última vez. Que ele me esperasse, já que teve tanta energia para me seguir.
Me demorei ali, por vezes acelerando, vezes indo lentamente, dei um trato no saco dele, chupando cada bola demoradamente, desci ao períneo e rapidamente ele abriu as pernas esperando minha língua curiosa ao cu dele, no cheiro deu para perceber que ele havia se limpado, estava preparado para uma noite de foda, o espanhol era cuidadoso. Só toquei a pontinha da língua de leve num ponto do cu e já fez piscar, silvando gemidos de prazer, ele estava muito sensível, deveria querer muito aquilo; fui acariciando com a ponta da língua todo o contorno do cu, segurava o braço dele e o senti arrepiar, parei e procurei os mamilos, duros feito pedra, ele estava gostando, não larguei eles e tentei enfiar minha língua naquele cuzinho delicioso, ele tomou um susto e urrou um “caralho!” e senti se arrepiar de novo. Usei a língua pra amaciar o cu dele o máximo que pude, era um cuzinho liso, excelente pra meter sem ter tanto cuidado.
Depois que percebi que deixei o cu dele anestesiado da minha língua, subi pra beijá-lo, já encaixando meu pau no meio melado da bunda dele, tentou gemer, não deixei com o beijo, só houve uma respiração intensa pra manifestar o prazer. Chupei o queixo dele, o pescoço, as pegadas bem fortes faziam a coisa bem intensa, quem via de fora poderia pensar que estaríamos brigando. Deixei o beijo e pedi bem safadamente.
“Chuparme la polla” ele riu
“Por supuesto” rimos baixinho, ele desceu
A despeito da boca pequena, como era macia, não engolia tudo, mas chupava com vontade, era como um sedento num jarro de água, me sentia como a droga de alguém que tinha uma recaída e não se preocupava com uma overdose, beijava e chupava minhas pernas, levantando-as, fiquei apreensivo porque queria do meu jeito, e dar pra ele ainda não estava nos meus planos, mas ele parou nos meus pés, beijando, lambendo, até chupar o meu dedão; nunca tinham feito isso comigo e eu adorei, nunca pensei que o meu dedão do pé poderia me fazer ficar tão louco ao toque de uma língua, estava me descobrindo um pouco mais.
Então ele se jogou ao meu lado, me puxou pra cima dele, acomodei meu pau no períneo dele e se abriu pra mim, entendi o que queria, o beijei mais uma vez e peguei a camisinha na gaveta ao lado da cama, pus e voltei a posição de frango assado, logo comecei a invadir aquele cuzinho, ele pedia pra ir devagar, mas ignorava, segurei ele bem forte e fui metendo, ele fechando os olhos, rangendo dentes e gemendo de dor pedia pra parar,mas só parei quando entrou tudo, menos devagar do que ele queria, mas estava tudo dentro.
“Isso é castigo?” brincou
“Não vais sair dessa cama impune” beijei ele que me fez chupar sua língua, já estávamos suando, começando a ficar ofegantes.
“Você já me marcou mais que esse machucado aqui” mencionando o corte na testa, ainda estava lá, do jeito que deixei.
“Tu achas? Vamos ver se dá pra marcar mais” comecei o vai e vem, ele silvava, gemia, mordia os lábios, meu pau entrava e saia com dificuldade, mas ele estava com um braço seguro por cima do meu ombro, envolvendo o pescoço, outro se punhetando; metia bem quando as pernas cansaram, segurei elas com os braços e continuei mais forte, ele adorava, “Doutor gostoso” e “Delícia” repetia, chegou ao ponto em que já chupava um mamilo dele, metia no seu cuzinho enquanto ele segurava nas minhas costas, se punhetava enquanto meu quadril espancava sua bunda;nas vezes que sentia que poderia gozar, desacelerava, beijava ele e atrapalhava sua punheta ainda mais, ficamos um bom tempo nessa brincadeira quando ele disse que queria gozar
“Ainda não” meu sorriso anunciava a brincadeira
“Tá difícil segurar, doutor”
“Aguenta”
Tirei meu pau do cu dele e fui chupá-lo de novo, estava babando de tesão, sorvi aquele néctar todo e engoli de novo o pau dele, ele avisou que ia gozar, mas continuei, senti que o pau pulsava e parei, foi quando meti nele de novo, ainda em frango assado, direcionei meu rosto ao pau dele.
“Agora sim, goza”
“Na cara?”
“Na boca” e sorri, ele fechou os olhos balançando negativamente a cabeça e pronunciando algo que não entendi, mas sabia que a expressão era de satisfação, começou a bater rápido e eu a bombar no cu dele, era de uma concentração enorme aquela posição pra mim, mas queria fazê-lo, e mesmo assim foi eu quem gozou primeiro, não tirei meu rosto de lá, minha boca abriu naturalmente, para urrar enquanto derramava leite, rebolei bem enquanto gozava, coisa que ajudou muito Vinícius que, ao me ver gozar gozou quase em seguida, tentei aparar o máximo de porra que ele jorrava com vontade, consegui até encostar a ponta da minha língua na cabeça do pau dele enquanto ele gozava; quando ele desfaleceu, tirei o pau do cu dele, que olhou pra mim, comecei a rir em direção a ele e o beijei, compartilhando a porra dele com ele mesmo, quando percebeu me beijou com mais intensidade, gostava mesmo de putaria.
Deitamos lado a lado, cansados, ficamos em silêncio um bom tempo, escutando apenas a respiração um do outro. Ele foi quem quebrou a calmaria.
“Posso dormir aqui na cama?” rimos
“Quer conchinha?” abriu um sorriso e os olhos eram holofotes em plena penumbra
“Vai, o banheiro é ali, vai te limpar, vou o outro” nos levantamos e nos separamos, ao voltar, o vi já embrulhado embaixo do edredom
“Conchinha” falou todo sorridente, arrancou uma discreta risada minha. Acabamos dormindo de conchinha mesmo.
Tentei, corri, fugi, resisti, mas fui pego, pela minha necessidade.

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Comentários


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lucasarrombadordecu Comentou em 26/12/2016

delicia

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universitário21 Comentou em 13/04/2015

Por culpa sua estou todo gozado... Parabéns...

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nelson xavier Comentou em 13/04/2015

Delicioso teu conto! Adorei ter lido! Obrigado por compartilhar tao deliciosa aventura! Fez uma galera sentir inveja de você! Tem continuação? Brigaduuuu




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Comi o Espanhol que me Perseguia

Codigo do conto:
63518

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
12/04/2015

Quant.de Votos:
8

Quant.de Fotos:
4