O REENCONTRO

Não sei se já te falei algum dia, mas minha mente muitas vezes viaja, voa para bem longe, vai para outros lugares e pensamentos estranhos tomam conta de mim e como sempre tenho uma grande necessidade de colocá-los para fora. E como se minha alma saísse do meu corpo...
Nunca vou me esquecer daquele dia que recebi tua resposta no celular. Lembra da pergunta? Que dia vou te ver fardado? Essas palavras nunca saíram da minha cabeça: “é só marcar a hora e o local...” Quando li não acreditei. Achei que estava sonhando. Depois pensei, ah... ele falou brincando, mas algo dentro de mim queria que fosse realmente verdade. Já te vi fardado uma vez, lembra? La no GATE. Depois disso não mudou nada. Você continuou sendo o mesmo homem para mim...
Tem algo que me deixa intrigada. Toda vez que você fala que uma mulher te canta, aguça mais ainda minha curiosidade e digamos aumenta minha libido. Porque será que você tem essa necessidade de me contar as cantadas que você recebe? Freud explica... E como se você estivesse me dando uma indireta, tipo, hei, todas me cantam e você porque não? Eu não te atraio??? E isto que eu sinto e é isso que você me transmite.
Calma, não estou falando de sexo. Ambos somos casados, lembra? Mas sabe de uma coisa??? Eu tenho um desejo, uma fantasia que me persegue. Uma vontade totalmente louca... Ah se eu pudesse...
Minha imaginação vai longe. Estou vendo um quarto, não consigo definir bem o local. Parece-me que é um quarto de um chalé, no meio do mato. Está frio, muito frio. No centro do quarto tem uma cama com uma linda cabeceira é uma cama de madeira maciça. Muitos travesseiros e almofadas. Tem um tapete de pelo bem alto e foto e a lareira está acesa. As luzes estão apagadas. O quarto está na penumbra...
Ao lado da cama tem duas pequenas cômodas da mesma madeira da cama. Em cima de cada uma delas têm dois castiçais, lindos, grandes, de bronze. Cada um deles com três velas... No ar um cheiro de incenso, mas daquele que queima nas igrejas e eu amo esse cheiro.
Tem uma mesa no canto cheia de iguarias: vinho tinto, queijos, pão, uva. Pelo jeito depois vai ter um banquete.
Espera, estou ouvindo um barulho, parece uma porta abrindo e depois fechando. Eu acho que é você que está chegando...
Estou tremendo de frio e de excitação. Não sei o que me espera. Dentro de mim há uma mistura de sentimentos: medo, excitação, uma total confusão, uma mistura de sensações. Estou na expectativa, estou muito ansiosa.
Enquanto estou absorvida pelos meus pensamentos, quando eu menos espero, você entra no quarto. Viro-me e vejo o seu semblante. Sua silhueta parada na porta. Um homem alto. Aquele homem para o qual muitas vezes quis dar colo, sim, eu, tão pequenininha...
Você está usando uma farda. Não consigo distinguir qual, está muito escuro. Acendo as velas dos castiçais para enxergar melhor. É a farda do GATE! Você está impecável todo de preto. Você está usando uma jaqueta, luvas, coturno, aquela máscara aonde só aparecem seus olhos. Ah, estou vendo suas algemas, sua arma. Você está 100% fardado. Mal consigo acreditar o que os meus olhos estão vendo.
Tua imagem imponente parada na porta me excita. Agora seu rosto está descoberto. Vou até você, não falo nada. Pego na sua mão e te conduzo até a cama. Estou zonza, embriagada de emoção. Seu semblante está sereno e ao mesmo tempo você parece tão cansado e senta na cama. Nossos olhares de cruzam. Ponho minhas mãos no teu rosto e percebo que ele está gelado e a ponta do nariz também. Beijo sua testa, suas bochechas, a ponta do nariz e depois suavemente teus lábios, que também estão frios, mas que logo esquentam. Tiro sua jaqueta, tua arma, tuas luvas. Você deita na cama de roupa e tudo, inclusive com o coturno.
Você continua me olhando. Seu olhar é tenro. Percebo que você está meio intrigado com minha roupa. Percebo sua curiosidade através do seu olhar que está me fixando, como se estivesse me penetrando.
Estou com um sobretudo preto. Botas de cano alto, salto fino. Debaixo do sobretudo estou usando algo diferente, parecido com o que você está usando. É uma fantasia de policial. Estou vestindo uma camiseta preta, sem manga com a escrita POLICIA na altura dos seios. Uma saia preta, curtíssima, aberta dos lados (o que segura a saia é um cordão entrelaçado que deixa a mostra a lateral da calcinha) que é preta, fio dental.
Fico na sua frente, abro o sobretudo. Você está observando tudo, me olha de cima para baixo de um forma sensual, quase selvagem e dá um sorriso de menino malvado. Deixo o sobretudo cair. Me aproximo de você e pego as algemas que estão em cima da cômoda. Sim, as suas algemas.
Você não fala nada. Está atento a todos os meus movimentos. Suavemente pego seus punhos, um de cada vez, e te prendo na cabeceira da cama com as algemas. Pego um lenço que está ao lado da cama e vendo seus olhos.
Seu corpo está todo tremendo, apesar de ainda não ter tirado tua roupa. Não sei se é de prazer ou de medo. Aproximo-me, fico bem pertinho e sinto sua respiração, ela está ofegante. Fico tonta com o cheiro do seu perfume, que me é conhecido, é o L’Eau Dissey, aquele da CAZO que você comprou. Amo esse perfume. E você sabe disto. Beijo suavemente sua boca, varias vezes, devagar, bem devagar. Depois te beijo de forma selvagem, quase animal. Brinco com a sua língua, dando pequenas mordidas nela e depois mordo levemente seus lábios e mais uma vez minha língua passeia dentro da sua boca.
Paro. Sua respiração está cada vez mais ofegante. Levanto tua blusa preta e beijo calmamente o seu peito e depois dou umas lambidas e mordidas.
Abaixo a tua calça devagar. Deparo-me com uma cueca samba canção de seda preta com detalhes brancos e vermelhos. Espera, são pequenas caveiras. Fico extasiada com essa visão. Amei. Simplesmente adoro a sua versatilidade e sua criatividade.
Começo a beijar tuas pernas e depois devagarzinho subo até suas coxas. Você não está vendo nada e muito menos pode tocar em mim. Estou no comando Cabo JR... Você está preso, não pode fazer nada. Sim eu estou te dominando.
Você está gemendo, mas é um gemido que nunca ouvi o que me deixa super excitada. Não resisto e subo em cima de você. Sinto sua excitação no meio das minhas pernas. Estou quente, pegando fogo e você também. Passo levemente minha mão sobre a sua cueca de seda e dou um beijo no seu pênis por cima da cueca.
Aproximo-me para que você possa sentir o meu perfume, para que ele possa entrar pelas tuas narinas. É um perfume afrodisíaco, excitante e que você jamais saberá o nome, pois é somente meu. Ninguém usa, é único, foi feito exclusivamente para mim. Nenhuma outra mulher terá meu cheiro, por mais que você procure jamais você esquecerá esse perfume, misturado com o meu cheiro. A mistura é super excitante, e te deixa extasiado.
Ambos estamos muito excitados, mas não precisamos fazer sexo. Não dessa vez. Deito em cima de você e a sensação do contato dos nossos corpos é simplesmente maravilhosa. Existe uma energia tão forte, tão profunda, tão envolvente.
Nos dois sentimos prazer, sem penetração. Você goza primeiro com o toque da minha mão no seu pênis e eu gozo logo em seguida. Masturbo-me para você e você adora.
Nós não precisamos nos entregar ao ato carnal. Nossa ligação é karmica, somos duas almas que se reencontraram, pois já fomos amantes em outra vida. Tenho certeza disto. A história se repete, o passado e o presente se misturam. Já vivemos um amor proibido. Ambos éramos casados e nos apaixonamos. Nossos encontros eram as escondidos, nos lugares mais estranhos e ninguém nunca descobriu.
Mas um dia, de uma hora para outra, você mudou de cidade, foi transferido. Foi embora com sua família e eu nunca mais te vi, nunca mais tive suas notícias. Descobri que você perdeu o meu contato, sua mulher achou e jogou fora sem jamais te falar isso. Ela sabia o tempo todo que existia outra mulher, mas preferiu conviver com isto para não te perder. E eu achei que você tinha me esquecido. Agora tudo ficou mais claro. Ela nos afastou.
Nunca me conformei com tua partida e, não entendia o porquê você nem ao menos se despediu.
E de repente te reencontro nessa vida. Assim, do nada, por um acaso o destino nos uniu novamente. Agora que temos uma segunda chance não vou deixar que nada atrapalhe o nosso amor.
Solto as algemas e tiro a venda. Você dá um suspiro, teu semblante está tranqüilo, sereno. Ficamos abraçados por um longo tempo, sem falar nada, pois sabemos de tudo. Tudo o que aconteceu no passado e o que está acontecendo no presente.
Você está faminto e eu também. Atacamos o banquete que está a nossa espera, os pães, os queijos, a uva. Tomamos o vinho e ele nos esquenta mais ainda.
Estamos exaustos, mesmo não tendo feito amor,   estamos tão cansados.
Deito ao seu lado, puxo o lençol e a coberta, cobrindo nossos corpos, pois apesar da lareira estar acesa está fazendo muito frio.
Está tudo muito quieto. Ouço somente o barulho da madeira queimando. Faço uma oração. Sinto uma energia muito boa perto de nós. É como se alguém tivesse nos protegendo, nos amparando. E agradeço a Deus por mais essa chance.
Adormecemos abraçados, estamos em paz, pois nos reencontramos. Só não sabemos como vai terminar a nossa história desta vez....
Gostou? Não precisa ficar assustado. Acho que eu daria uma boa escritora.
Isto tudo está bem resolvido na minha cabeça. Não estou carente, e nem você. Mas tem algo em você me deixa desconcertada. Às vezes não preciso falar nada, basta somente te olhar. A troca de olhares diz tudo.
NÃO ESTOU ENLOQUECENDO, estou muito lúcida, tranqüila e muito consciente de tudo que escrevi. Não se preocupe, está tudo sob controle. Até o próximo capítulo....


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Ficha do conto

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pimentinha

Nome do conto:
O REENCONTRO

Codigo do conto:
10729

Categoria:
Fantasias

Data da Publicação:
09/11/2010

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2

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