Do outono, para a rola calibrosa do meu primo

                                                                                  Do outono para a rola calibrosa do meu primo

Nunca vou esquecer aquele outono conturbado.
Eram momentos duros para o movimento estudantil, o governo reduzira drasticamente os investimentos nas universidades estaduais, com redução no quadro de funcionários da burocracia, na infra-estrutura, nas bolsas para pesquisas, na segurança do campus universitário, com terceirizações em áreas estratégicas e em todas as áreas acadêmicas. Havia rumores de policiais à paisana pelo campus, o que irritou a comunidade acadêmica.
A situação era insustentável, lembro de um fato que aconteceu na Unesp, uma professora foi violentada no campus que não tinha iluminação, a informação correu feito lastro de pólvora em todas as demais universidades e mais relatos eram compartilhados. Foi á gota d’água para que os diretórios acadêmicos convocassem uma assembléia deliberativa para uma grande greve. Uma noite antes da assembléia, dois alunos da geografia caminhavam para o ponto de ônibus, e foram abordados por supostos policiais a paisana, deram voz de prisão porque os estudantes portavam um cigarro de maconha. Como os supostos policiais não se identificavam os alunos não acataram ordem alguma, o que era um bate boca, virou agressões físicas e outros estudantes se aglomeraram tentando negociar, em vão. A confusão do lado de fora, chegou até as salas de aulas, ás bibliotecas, aos restaurantes, as quadras de jogos, aos anfiteatros, ás salas de defesa de teses, aos grandes pólos de produções cientificas, onde houvesse um grupo da comunidade acadêmica o clima de tensão se instalou.
Uma a uma as aulas começaram a ser paralisadas, os protestos ecoavam por toda a cidade universitária, viaturas da polícia chegavam ao campus, foram recebidos com palavras de ordens e com bloqueios nas principais ruas, logo começaram aparecer faixas e cartazes contra a entrada do polícia no campus, uma agitada e furiosa multidão decretavam as paralisações de todas as atividades. Perto dali ocorria um campeonato de rúgbi, perceberam a confusão e logo se juntaram aos manifestantes, quebraram os vidros das viaturas e libertaram os estudantes que estavam detidos, spray de pimenta, cassetetes e tiros para o auto, demonstravam que a noite do começo do longo outono se transformaria por dias de inferno. Durante toda a noite, a polícia salivando caçavam os mais agitados e furiosos, as prisões ocorriam sem o menor sentido. Tanto a polícia e a reitoria, sabiam que na manhã seguinte, ocorreria á grande assembléia na maior área livre da universidade. Quando amanheceu os canais de televisão noticiavam o ocorrido da noite anterior e que a reitoria não havia permitido que a assembléia acontecesse, e que todos deveriam voltar ás aulas imediatamente.
Desobediência total. Eu estudava pela manhã e já sabendo do quebra pau na noite anterior, decidi ir para a assembléia, com o voto pronto e a consciência tranqüila, no itinerário dentro do ônibus sentia que as pessoas não estavam confortáveis, outros estudantes foram embarcando com faixas e cartolinas, os muros perto da universidade estavam pichados com palavras de ordens, o trânsito estava infernal, o que me deixou muito irritado, eram 07:00 horas da manhã, eu queria encontrar os meus amigos para decidirmos como votaríamos na assembléia e quais os rumos tomaríamos diante da situação. Desci do ônibus e percebi porque o trânsito não andava e as vias que davam acesso à universidade, estavam bloqueadas pela polícia que não demonstrava bom humor. Encontrei um colega, que quando me viu, ficou muito animado, logo tratamos de reunir o pessoal delimitando um ponto de encontro, aos poucos todos e todas foram chegando, nos reunimos num bar e pela televisão assistíamos o que acontecia dentro do campus, logo veio á notícia que a assembléia ocorreria ao meio dia. O agito de viaturas da tropa de choque, deixou a atmosfera muito pesada, entramos no campus e a sensação era de terror, sentimos perigo no ar, mas logo foi se afastando quando uma passeata de estudantes de outras universidades do interior e da baixada estavam se juntando a nossa assembléia, papéis picados voavam pelos ares, rojões anunciavam a solidariedade estudantil, fumaça vermelha tingia o céu, bandeiras revolucionárias tremulavam no céu cinza daquela manhã, antes do meio dia o campus já estava tomado.
A assembléia teve início com muitos atrasos e várias perturbações, boatos brotavam com tamanha facilidade que já não nos assustávamos mais. O clima tenso e a atmosfera pesada contribuíam para o sentimento de medo, “quem tem medo das ferroadas, não és digno de saborear o mel da colméia”. Ocorreu de forma bem acalorada. Na pauta, estavam os pontos mais críticos, se deflagrávamos a greve por tempo indeterminado, o fim da terceirização dos serviços administrativos e a reposição salarial do quadro de funcionários e professores, ou, se deixávamos tudo como estava e retomávamos as aulas. Outro ponto de pauta que entrou para votação na assembléia daquela manhã era a ocupação da reitoria, o fim da polícia no campus e a valorização da guarda universitária. Ponto a ponto todos foram aprovados, outras universidades já haviam realizadas suas assembléias e, aprovada a participação na greve, aguardavam o resultado de mais duas, que no decorrer do dia engrossaram o movimento.
A ocupação da reitoria, é o ponto de pauta mais crítico, deu inicio no começo da tarde. Barricadas foram montadas e o prédio esvaziado. Sabíamos que o governo não aceitaria aquela humilhação, e que a repressão seria violenta como é típico em São Paulo. Abastecemos de colchonetes, cobertores, produtos de limpeza e outros pertences doados por sindicatos e comunidades simpáticas à nossa causa. O fornecimento de água, energia elétrica e telefones foram imediatamente interrompidos, sabíamos que a noite na ocupação da reitoria não seria nada fácil.
Afastei um pouco da agitação e liguei para a minha casa, ao telefone minha mãe foi ríspida e grossa. Intoxicada pelo veneno midiático da televisão que criminalizava dia e noite o movimento estudantil, e enaltecia a postura do governo, me disse que aquilo era uma aberração, uma pouca vergonha esse bando de maconheiro fazer o que querem. Fiquei muito desapontado e horrorizado, e não adiantava retrucar, desliguei o celular para economizar bateria e tive uma crise de soluços com choros intercalados. Não percebi que alguém se aproximava, senti uma mão grande, forte e quente pousar sobre o meu ombro esquerdo e me apertar.
- Está tudo bem?
Uma voz rouca, doce e acolhedora quebrou o momento de paralisia que eu me encontrava. Ergui os olhos vermelhos e marejados de lágrimas e vi um baita homão alto e branco, na camiseta tinha o bordado do brasão do time de basquete da economia, sua testa estava toda suada, as pontas dos seus cabelos pretos e lisos estavam molhadas, tinham os braços mais longos que já vi, vestia um short amarelo mais forte que gema de ovo que descia até os joelhos, usava um tênis encardido com o cadarço todo esfiapado e apresentava estar muito assustado.
- Posso sentar?
Nem tive tempo de responder, o homão da economia puxou a barra dos shorts com as pontas dos seus longos dedos revelando suas coxas peludas e brancas, suspirou e ficou em silêncio por alguns minutos, seu rosto era rosado e tinha uma barba bem espessa, senti um perfume levemente amadeirado que lembrava no fundo um toque de flor de maracujá, com os braços cruzados entre as longas e torneadas pernas tinha o olhar fixo num ponto qualquer. A minha paciência já estava se esgotando, será que era um espião infiltrado? Demonstrando um pouco de irritação com aquela situação embaraçosa perguntei.
- Oi como você se chama?
Ele me olhava cuidadosamente sem pestanejar, queria falar algo, mas continuava me olhando fixamente, percebi que no meio do seu queixo havia uma covinha bem saliente que demonstrava um charme além do seu olhar sedutor. O silêncio foi quebrado com um belo sorriso.
- Me chamo Pedro, e sou da economia, como você se chama e porque está chorando?
- Me chamo Leonardo, estou com o meu emocional abalado e já está passando, foi um destempero que tive ao ligar para a minha mãe. Não é nada de mais.
- Não parece Leonardo, você estava soluçando e as lagrimas escorriam sem parar, olha, a situação é muito complicada para todos nós e nossos familiares não vão entender porque estamos aqui, somente o tempo dirá por que estamos defendo esta causa, universidade pública e de qualidade para todos. Leonardo, que bom que você está aqui, está luta tem o seu suor, a sua coragem e o seu sonho por dias melhores, você está escrevendo uma página na história.
- Sabe Pedro, vocês economistas são mais complicados do que eu imagino, que bom que você também está aqui, não vai ser fácil, mas quem não se manifesta tem que aceitar o futuro que vier. Obrigado por estar do lado certo da história.
Nossa amistosa conversa foi interrompida por vôos rasantes dos helicópteros da polícia e das emissoras de televisão, logo olhamos assustados para o céu e percebemos que o sol já se punha e a noite caia rápida com todo o seu sereno. Não era seguro estar ali, eu tinha me afastado apenas para fazer uma ligação. Pedro se levantou e me ajudou ao levantar, me puxou com força e o meu rosto foi parar no meio do seu abdômen, nossas pernas se cruzaram, quando percebi já estava abraçado junto ao seu corpo. Desejava ficar ali pra sempre, me sentia bem, com proteção e acolhimento. Pedro percebendo a situação em que nos encontrávamos, delicadamente abaixou o seu corpo e me acolheu mais ainda junto ao seu, meus olhos se fecharam e um forte calafrio tomou conta da minha espinha, os macios pelos dos seus braços acariciavam o meu pescoço, meu peito doía por causa das fortes batidas do meu coração. Afastamos um do outro e caminhamos em direção ao prédio onde todos estavam nos juntamos aos demais, em poucos minutos aconteceria uma nova reunião para dividir as tarefas da primeira noite de ocupação na reitoria, Pedro se juntou com a galera do direito para elaborar um manifesto de denuncia de como os cofres das universidades eram saqueados pelas incompetentes administrações, eu fiquei com o pessoal da filosofia, letras e antropologia para a elaboração de manifestos e moções de repúdios que seriam distribuídos nos locais de maior movimentação da cidade, ficou aos nossos cuidados o contato com parlamentares e movimentos sociais solidários à nossa causa, os demais, se encarregaram da segurança, do recebimento de doações, alimentação e limpeza.
As reuniões eram intermináveis, debates acalorados, discussões que varou a madrugada. O cansaço era nítido no rosto de cada um, o que mais dava nojo era a “pornografia midiática” que não parava de criminalizar o movimento estudantil, estava claro a idéia do senso comum, pregavam todos os rótulos no movimento; de maconheiros á filhinhos de papai. Durante a madrugada, numa roda de fogueira e violão avistei Pedro, vestia um moletom cinza com capuz que encontrou no fundo da sua mochila, e as mãos enfiadas nos bolsos que sobressaltava suas coxas, o brilho dos seus olhos eram os mesmos daquela tarde. Fiquei alguns minutos observando aquele homem, quão belo era. Nossos olhares se cruzaram pelas labaredas da fogueira, com um aceno de mão Pedro me chama para o lado em que estava, fui caminhando lentamente como um cervo em campos verdejantes. Só quando cheguei bem perto, percebi que Pedro não estava sozinho, ao seu lado, sentada no chão, estava Karina uma estudante da psicologia que possuía um cheiro muito forte de cachaça, com uma saia muito florida e com listras douradas que cobriam até as pontas dos dedos do pé, percebi que estava descalça, os longos cabelos embaraçados denunciavam que não via um par pente á muito tempo. Cumprimentamos friamente, fiquei incomodado com aquela figura bicho grilo dos anos 70 ao lado de Pedro.
A noite era fria e o medo insuportável, os helicópteros faziam barulhos estridentes, muitos de nós estávamos encolhidos ao lado da fogueira, alguém muito sábio pegou um violão e soltou os primeiros acordes de uma canção revolucionária, líamos os manifestos de apoio em voz alta que chegavam a todos os momentos, vez ou outras recebiam a visita de parlamentares e figuras do mundo artístico, a alegria e a coragem voltaram em nossos corações, cantávamos o hino da Internacional Socialista em várias línguas de braços dados. Porém, lá pelas tantas da madrugada, soubemos que o governo conseguiu na justiça uma reintegração de posse para qualquer momento. A reintegração seria calcada na violência da repressão, foi convocada uma nova assembléia para decidirmos o que fazer, meus olhos procuram Pedro, vi apenas Karina junto com outra garota que pouco demonstrava preocupação com a notícia que acabara de chegar, quando localizei Pedro vi no seu semblante uma grande preocupação, seriamos presos e responderíamos um grande processo.
- Leonardo?
- Fala Pedro, o que houve?
Ele não me respondia, e nem precisa, sabíamos o que ia acontecer, No final das decisões da assembléia, votamos pela resistência. Pedro passou a mão no meu cabelo e no meu rosto, nos afastamos. Fiquei com a minha turma de curso, tentei descansar um pouco, mas não conseguia, pensei em ficar mais um pouco com Pedro, mas era hora de ficar com a minha turma de curso, até mesmo porque eu estive o dia todo longe deles e perto do Pedro.
As 06h00 horas da manhã, havia uma neblina muito densa no campus, alguns corajosos pássaros se aventuravam levantar vôo, o ronco de duas motos da polícia escoltava um carro branco que parou um pouco longe de onde estávamos, um grupo de alunos receberam a intimação formal para a imediata desocupação da reitoria. Simbolicamente, pegamos a intimação e queimamos na fogueira, estava declarada a guerra. O dia transcorreu com muita agitação, a comida era racionada, não tínhamos água e nem telefone na reitoria, andávamos até aos outros prédios. Numa dessas caminhadas conversava com Pedro, sempre atento e calado, aparentava cansaço, estava prestes a se formar, e eu no meu primeiro ano de faculdade. Pedro me ofereceu um pouco de café e perguntou o livro que eu estava lendo durante a noite. Durante a madrugada, ele foi me visitar e me encontrou num profundo sono e não quis me incomodar.
Fiquei mais algumas horas da manhã com Pedro, conversamos sobre literatura e a política do País, era agradável e muito doce estar com Pedro, outras pessoas juntou- se a nós e a conversa ficou mais animada. Almoçamos todos juntos, dividimos as duas únicas marmitas que ganhamos e uma garrafa pet de chá de romã, estávamos sentados na grama perto do prédio da geografia com as pernas esticadas tomando sol.
Na entrada principal da cidade universitária acontecia uma grande agitação, muitos veículos da imprensa montavam os seus acampamentos e erguiam suas antenas, do outro lado da avenida enormes caminhões da tropa de choque já se posicionavam, a todo o momento chegavam mais ônibus e desciam soldados com escudos, os cães da polícia não paravam de latir. Era uma cena de terror, um verdadeiro espetáculo midiático, percebemos que a repressão seria televisionada. O clima ficou mais tenso quando começamos queimar pneus, alinhar as caçambas perto do prédio da reitoria, uma fileira de caminhões blindados com canhões de jato d’água começaram abrir caminho e avançar sobre o campus. Pedro me puxou pelo braço e aos gritos ordenou que entrasse na reitoria, todos estavam correndo, ouvimos as primeiras bombas explodirem com força e a tropa avançando. Quando dei por conta Pedro não estava mais perto de mim.
A repressão durou o dia todo, principalmente em horários que os telejornais estavam ao vivo. Bombas foram lançadas dentro da reitoria, ouviam-se tiros de balas de borracha a todo instantes, o cheiro do gás lacrimogêneo era insuportável e já não se respirava.
Na porta da entrada da reitoria os policiais fizeram um corredor polonês com os escudos perfilados prontos para nos esmagar, um a um fomos caminhando até os ônibus que nos levariam para a delegacia. Alguns, levaram vários tapas na cabeça quando passava pelo corredor. Embarcaram-nos como se fossemos gado, expostos para as filmagens e registros fotográficos da imprensa burguesa. Quando o ônibus se pôs em movimento um filme ia passando na minha cabeça, variam pessoas com cartazes de apoio nas calçadas, outras acenavam com sinal de positivo e aplaudiam. Não entendia esta forma de apoio, estávamos sendo presos.
Só mais tarde na delegacia depois de horas a fio de espera, soubemos que o secretario de educação havia entregado do cargo. Abraçamos-nos, derrubamos o secretario, agora entendia as manifestações de apoio na rua. Queria abraçar o meu amigo Pedro, mas nunca mais o encontrei.
Quando sai da delegacia exausto, sujo e cansado demorei em raciocinar o caminho de casa, me sentia tonto e sonolento. Quando cheguei em casa, era muito tarde, foi à vez do segundo interrogatório, desta vez para a família. Uma lastima, respondia sem muita convicção e não via a hora que aquela ladainha terminasse, percebia que a hipocrisia e a intoxicação midiática estavam impregnada nas pessoas, mas estava orgulho da minha atitude de militante de fato. Os dias foram se passando, minha mãe estava emburrada comigo, era hora de repor as aulas, repor as matérias e correr atrás das pendências que não eram poucas. Marcamos uma grande passeata de comemoração na avenida paulista, um fato histórico desses não pode cair no esquecimento, para a minha alegria encontrei Pedro alegre e radiante, sempre lindo e musculoso.
Pedro foi ferido por balas de borrachas nas costas e nas coxas quando ajudava um amigo que estava intoxicado pelo gás lacrimogêneo. Tinha sido levado para outra delegacia, estava passando por maus bocados com a sua família, que discordavam veemente de sua atitude, falei o que estava passando em casa também, Pedro segurou a minha mão e rimos altos, nos abraçamos e nos beijamos no rosto, tanto que Pedro me levantou do chão, falamos de nossos sonhos e o de uma sociedade livre. Logo, Pedro ficou em silêncio e anunciou que iria para o Rio Grande Norte onde terminaria sua pesquisa para a tese, não pude esconder a tristeza que se formou em meu rosto, recobrando a situação, lhe desejei boa sorte.
Se não bastasse a tristeza de perder Pedro, ainda tinha que tolerar a ladainha de minha mãe. Dei de ombros e não dei mais importância alguma, mas a tristeza me perseguia e me sentia só, muito chateado, eu tinha medo não conseguir repor a tempo minhas matérias. O tempo passava, os meses voavam, estava fazendo uma pesquisa na internet e a página de uma rede social aberta, logo me chamou a atenção que meu primo me chamava para conversar, há anos que não falava com o meu primo que mora numa cidade perto de São Paulo.
Papo vai papo vem, contei para o meu primo da minha atual tristeza, ele quis saber o que havia acontecido no outono. A minha idéia era não contar com medo ser reprimido, mas para a minha surpresa, meu primo foi o único que me dava atenção.   
Sempre quando o tempo permitia visitava as fotos do meu primo, e ficava admirando como Deus é generoso com algumas pessoas. Mas numa bela noite estávamos on line e ele me chama atenção de uma forma ríspida, fiquei totalmente atônico porque jamais esperaria que meu primo pudesse me repreender daquela forma, Junior disse que sempre estávamos on line e era desrespeitoso da minha parte não conversar com ele. Daquele dia em diante acabei aproximando mais do meu primo, enviava recados por e-mails e falávamos de tudo: família, mulheres, futebol, música, faculdade, nossos irmãos, nossas mães e outros assuntos relevantes á sociedade. Em uma dessas conversas, depois de muito tempo elogiei o seu corpo atlético e perguntei se fazia muito sucesso com as mulheres, “claro que sim Leo”, eu inda não muito satisfeito perguntei qual era a marca de leite que ele tomava para manter aquele corpo atlético, imediatamente me responde que é à base de muitos exercícios, alimentação balanceada, nada de bebida alcoólica, namorava bastante e o leite de caixinha. Junior me pergunta se eu estava namorando, e o que fazia na noite de São Paulo, se freqüentava algum bar alguma casa noturna enfim essas coisas de conversas entre primos, logo respondi os lugares, o tipo de som e os melhores dias, até ai nada de mais, corajosamente perguntei qual a sua marca de leite preferida, Junior me responde com muita tranqüilidade que nunca havia se atentado para marca de leite e me pergunta:
- Leonardo você gosta de leite?
- Sim, meu caro primo eu gosto, faz bem para a saúde não é?
- Depende do leite Leonardo, os melhores são diretamente da fonte.
- Sério Junior, e como você sabe que os melhores leites são da fonte e que fontes são essas?
- Leonardo, você nunca tirou leite da fonte, nunca agitou uma fonte de verdade para ver o leite sair?
- Credo você está me estranhando primo não sou gay não cara, sou espada.
Rimos com esta conversa, mas foi á conversa mais picante que havia tido com Junior pela primeira vez em anos, realmente ele e eu havíamos crescido o bastante para conversar sobre esses assuntos que é tabu em nossas famílias de tradição religiosa, no mais ficou a promessa e o desafio de quem quiser leite teria direto da fonte e de graça, e o único trabalho era apenas tirar o leite, agitar com moderação. Fui dormir pensando nesse tal leite, e o que seria tirar leite da fonte... Junior havia me dito que não pode desperdiçar nenhuma gota... nada. Meus pensamentos foram á loucura, mas pairava no ar se realmente eu podia confiar em meu primo e ir adiante com este assunto e como ir, pensei que estava ficando louco desejando amar meu próprio primo, e se alguém soubesse seria o meu fim e o de Junior também, escândalo puro! Num belo dia, ele estava on line e pergunta se eu estava brincando e se eu queria leite da fonte, mas tinha que tirar com minhas próprias mãos, tentei desconversar o que foi em vão, como estava sem argumentos para me defender de tamanha ousadia solicitei que me enviasse um e-mail e prometi que responderia, mas a minha intenção era ganhar tempo e me armar, no mesmo dia recebi o e-mail de Junior:
- E ai primo, você acha que estou brincando? Aparece um fim de semana e vamos conversar beleza?
- Claro que você só pode estar brincando Junior, sei lá tenho minhas dúvidas, porém o que me conforta é que posso confiar em você, podemos falar de tudo por e-mail?
- É primo não duvide não, falei sério mesmo e se você estiver de quatro na minha frente com o cú marcando vou perfurá-lo e pode ficar tranqüilo que não vou comentar pra ninguém, jamais comentaria tenho namorada, vem num fim de semana e você vai ficar no meu quarto, e já te peço para não guardar suas emoções, fale e faça o que quiser.
- É Junior, realmente vejo que não posso duvidar de você não, já que posso confiar tanto assim vou falar todas as minhas emoções mesmo as mais selvagens e não vou ficar marcando de quatro pra você. E sobre o fim de semana irei às minhas férias, ou seja, no próximo mês, pode ser?
- Demoro Leonardo, aparece ai que os seus sonhos e as suas vontades eu faço, cospe na cabeça do pau e já pra dentro e pode colocar sua mão debaixo do meu cobertor que você vai mexer com dragão e depois para deixar ele calmo vai ter que cair de boca ou dar o cú.
Não podia ser verdade o que estava acontecendo, nesta novela de e-mails que se estendeu por semanas imaginei come seria ver Junior pessoalmente, um homem digno das telas de Hollywood. Combinado a data da minha chegada Junior sairia para uma balada comigo e mais um amigo, e para minha felicidade sua namorada não iria.
Há meses que eu não sentia tamanha alegria, Junior foi o único que me entendeu o que havia acontecido naquele outono. Numa sexta feira de inverno fui voando para cidade do meu primo, meu coração estava a mil, não tardou e ele chegou no fim do dia, eu estava conversando com minha tia e não percebi que Junior entrará pela porta dos fundos e dei de cara com ele no corredor, minhas pernas ficaram bambas, um fio gelado correu da cabeça aos pés, minha boca secou, meus olhos brilharam, sentia algo inexplicável por dentro, respiração acelerada e o corpo imóvel. Junior vestia um short azul marinho de náilon e uma camiseta regata também da mesma cor que salientava todo o seu volumoso peitoral, segurando a chave do carro com uma mão e com a outra mão no bolso imediatamente abre o sorriso mais belo do planeta, já com os braços abertos vem ao meu encontro e me abraça calorosamente, foi necessário eu ficar nas pontas dos pés e ele me levantou do chão com muita facilidade, o contorno da musculatura do seu corpo arrepiava toda a minha espinha.   
- Léo meu querido primo que bom que você veio, e como foi de viagem já está de férias?
- Sim, já estou nossa que bacana ver você, está tudo bem, já terminou a faculdade não é mesmo rapaz, no mais a viagem foi tranqüila.
- Primo vou descansar, depois vou retornar para o trabalho e a noite vamos sair, vamos para um lugar bem legal, esteja preparado não podemos perder tempo. As 22h30 em diante sairemos ok.
- Certo beleza estarei pronto.
Se não morri desta vez não morro nunca mais, ao anoitecer fui tomar banho e me preparar para chegada de Junior, jantamos em família e imediatamente saímos para pegar seu amigo que iria conosco, dentro do carro percebi o tamanho de suas pernas, “este carro está pequeno para você Junior”, rimos. Já com o seu amigo fomos para um supermercado comprar algumas bebidas. Junior cordialmente me mostra a cidade e suas avenidas, os pontos de encontros da galera, lamentava pelo frio, mas vestia uma camiseta rosa que torneava todo o seu tórax. Por onde passávamos Junior arrancava suspiros, percebi que os olhares vinham de ambos os sexos. Para a minha grande surpresa chegamos num bar rústico e pedimos bebidas, eu com uma caipirinha, seu amigo com uma cerveja e... pasmem, Junior pediu um whisky, mais uma surpresa para mim, mas a surpresa maior estava por vir. Lá pelas tantas da noite, decidimos ir embora o frio cortava a alma, riamos muito com qualquer assunto, fruto das bebidas que brindamos naquela sexta feira, levamos seu amigo pra sua casa, nos despedimos e apenas com um olhar Junior vira para o meu lado e, com um sorriso maroto e os olhos brilhantes de um leopardo faminto, diz:
- Agora é você Léo, diga para onde quer ir e o que quer fazer, a noite é toda sua você é minha visita, você quem manda.
- Eu Junior?
- Sim Leonardo, é só dizer para onde quer ir, se é pra casa, para um lugar que queira conhecer, enfim esteja á vontade.
- Ai meu Deus e agora eu não conheço nada aqui nem sei onde estou, sei lá cara para onde você for eu também vou meu querido, disse que sou sua visita.
- Tudo bem então, lá vamos nós para um lugar que começa com “M” e termina com “L”.
- Sério você está louco?
- Você quer? Você vai gostar seus sonhos irão se realizar.
Neste momento senti um calor que tirei todo o meu casaco, fazia 8º e estava com calor, peguei um pouco de vodka que havia no carro e tomei numa golada só, Junior começou a rir e pediu para eu ter calma que tudo daria certo, chegamos ao motel (que não lembro o nome minha memória não processava mais nada) e demorou em sermos atendido, Junior sem nenhuma gota de vergonha por estar com outro homem pediu uma suíte, nos dirigimos para o quarto passando por outros carros, entramos na garagem e imediatamente subimos, a minha aflição era tão grande que tropecei num degrau e cai na cama, liguei a TV e as luzes das laterais que deixou o quarto num clima bem aconchegante. Abracei meu primo que estava deitado e agradeci pelo passeio, dei um abraço meio sem jeito, vergonhoso, ele me puxa pela cintura, beija meu pescoço e diz para eu lhe abraçar com mais força, obedeci imediatamente, senti o perfume cítrico e amadeirado do seu corpo, o calor de sua pele, sua respiração ofegante, seu corpo dourado e esculpido era difícil de abraçar, um tórax enorme totalmente diferente e maior do que tinha visto nas fotos. Fui á loucura e pensei comigo mesmo: “se não for com meu primo não será com mais ninguém neste mundo”. Junior só com um braço me pega pela cintura encosta meu corpo no seu e faz com que minha mão deslize pelo seu peito, pressionou minha virilha por cima das minhas vestes, fiquei um bom momento passeando minha mão até tocar em seu pau já totalmente enrijecido, bem devagar aperto e sinto os músculos de seus braços se movimentarem pelo meu pescoço, sua respiração dá sinais de aceleração, abro o zíper de sua calça e vejo um volume assustador se mexendo dentro da cueca, delicadamente deslizo meus dedos pelo elástico de sua cueca branca tomando o cuidado para tocar em seu membro, dou umas mordidelas por cima da cueca e pequenos apertões. Meu corpo flutuava.
- Tira minha calça Leonardo, tira logo, que tesão é este cara, chupa meu pau, mama gostoso, mama. Tira o leite do meu caralho.
- Calma espartano eu tiro sim, vou tirar o seu cinto primeiro e depois a calça está bem, mas tenha um pouquinho de paciência porque vou tirar a minha também.
Não precisou nem de um minuto, tirei minha camiseta, sua calça e a minha também, e pude sentir com minhas próprias mãos suas coxas grossas, peludas e torneadas, foi á primeira vez que vi alguém com umas coxas tão perfeitas de pelos tão macios, e em minhas mãos pude tocá-las e acariciar os pelos, abracei calorosamente meu primo e mordisquei seus mamilos, e que mamilos, descendo minha língua sedenta para mamar contornando a musculatura do seu peito, pelo seu abdômen, subindo e descendo bem devagar, logo encontrei o caminho que desce até o seu pau e mordi bem devagar, uma mordida mais forte que a primeira. Junior solta um grito que levei um susto e num puxão só arranca a cueca e deixa seu pau babando de tesão, um pau pulsante, latejante, com as veias alteradas e quente feito brasa.
Aquele mastro quase não fechava em minha, e começo chupar, nunca tinha sentido algo tão grande em minha boca, uma sensação maravilhosa e gostosa até engasgava, não desperdiçava nem pouco do liquido pré gozo, não parava de chupar, chupava tanto meu primo que ele gemia tão alto e tinha todas as contrações que me deixava com mais tesão, obedeci quando Junior me pediu para chupar suas bolas, e que bolas, se mal cabia em minhas mãos que dirá em minha boca, mas as chupei uma por uma, passando a ponta da língua por todo o seu saco, uma explosão de prazer e felicidade do que o verdadeiro amor é capaz. Abro minhas pernas e sento em cima da sua cintura.
- Chupa mais Léo chupa que boca é essa, você vai dar para mim não vai, nossa vou enlouquecer quero comer seu cu, te enrrabar, apertar sua bunda... hããããã...!
- Quero mamar... mamar muito Junior, mas não vou dar não é muito grosso e grande, vai doer.
- Então mama minha bezerra, mas que vai dar vai dar sim, mama mais.
Na verdade eu queria mesmo era sentir aquele mastro dentro de mim, foi então que pedi para o meu primo me ajudar, sem a menor cerimônia ele me pega pela cintura coloca em cima de seu abdômen abre minhas nádegas e me faz deslizar até a sua rola. Alisa minhas costas e encosta a cabeça do seu pau entre uma nádega e outra, pronta para explorar algo mais, pensei comigo é agora, Junior segurando minha cintura, ele tinha o controle de tudo, qualquer movimento brusco ou errado eu seria enrrabado com muita força, eu não tinha mais o que fazer, minhas mãos estavam em cima do seu peito, meus dedos afundados nos seus pelos, eu ainda não estava seguro. Percebendo meu desespero e meu medo, Junior acaricia minhas costas passando confiança e me tranqüiliza que vai ser muito bom, mas nada me aliviava estava tenso, eu sabia da urgência daquele macho que quer a sua posse, bem devagar encosta a cabeça do seu pau no meu orifício, senti pressionar meus esfíncter, subindo e descendo e dando algumas empurradinhas para forçar a entrada, comecei a gostar e gemer sentia a vibração do seu pau. Eu, meio sem jeito, mas com vontade de agradar meu primo macho, pedi para colocar só um pouquinho, Junior também gemia de prazer e colocou a cabeça do seu pau bem na entrada do meu cú, suas mãos seguraram minha cintura para eu não me levantar, quando senti entrar a cabeça do seu pau uma dor enorme me rasgava e pedi que parasse porque estava doendo muito, minhas carnes queimavam feito brasa. Junior me pediu calma que logo eu não iria sentir mais dor e ficou parado pra eu acostumar com aquela sensação estranha, mas de prazer, empurrou mais um pouco o seu pau, soltei um grito abafado devido ao susto e logo passou, ele me pergunta se ainda estava doendo eu disse que sim e era melhor ele parar, mas Junior não me atendeu, com uma das mãos verificou até onde havia entrado e depois com as duas segurou minha cintura novamente e fez enterrar o restante que faltava do seu mastro dentro de mim. Soltei outro grito abafado e lágrimas rolaram dos meus olhos, Junior em êxtase de prazer não via nada, ele parado com os olhos fechados esperando eu assimilar o golpe fazia movimentos leves de entrar e sair, meu cuzinho que estava ardendo muito, aos poucos foi se acostumando com aquele volume dentro de mim que tinha me dilacerado, foi intensificando seus movimentos, ele sussurrava muitas coisas, algumas sem sentido e elogiava dizendo que meu cú era o mais apertado e gostoso. Sentindo aquela jeba calibrosa dentro de mim, comecei a desfrutar da minha relação com o meu primo, pele com pele se atritavam.
Neste vai e vem com o pau todo enterrado em mim enfiou o mais fundo que pode e senti suas bolas baterem em minhas nádegas, eu adorava, ele me comia com maestria e eu cavalgava feito uma cadela no cio, a situação ficou mais louca ainda quando Junior me disse que iria gozar, e gozou, gozou genialmente e senti jatos de leite, ou melhor, de porra em meu cú, cada gozada sacudia o meu corpo, fazendo-o levitar como se estivesse num limpo temporal, eu não queria parar de sentir aquilo. É uma sensação, de ter trepado com um verdadeiro macho. Desabei em cima de seu peito de tão cansado e exausto, paramos um pouco e tiramos um cochilo, e o pau lá, meia bomba dentro de mim. Terminada a loucura saímos com pressa porque meu querido macho trabalha pela manhã. Eu estava com muita dificuldade para sentar no carro, chegamos em casa e meu primo percebeu que eu estava mancando, havia me descabaçado, delicadamente arrumou a minha cama e me sentou, segurou a minha cabeça, acariciou as minhas orelhas e apagou a luz. Ouvi o barulho do zíper da sua calça descer, segurando os meus lábios começou passar a cabeça do seu pau nos meus lábios como se estivesse passando baton, aos poucos minha boca foi se abrindo naturalmente, senti o liquido pré gozo, viscoso e salgado, chupando deliciosamente aquela rola e com as minhas mãos apoiadas nas tornadas coxas peludas, fechei os olhos e me entreguei ao prazer, aquele pau estava profundamente atolado na minha boca, a pouco havia me desvirginado, a respiração do meu primo foi ficando acelerada, segurou a minha cabeça e agachou um pouco, num instante, jatos de porra quente bateram no fundo da minha garganta, inundando todo o espaço da minha boca. Junior só tirou o pau da minha boca porque comecei à engasgar. Tentei me recuperar, demorou um pouco, ficamos em silêncio, percebi que meu primo estava feliz, jogou um cobertor por cima de mim e foi para a sua cama, apaguei e não vi mais nada.
Quando acordei, a cama do meu primo estava vazia, fui para a cozinha e atendendo o pedido de minha tia, fiquei o fim de semana. Loucuras aconteceram.
Foi o meu primeiro fim de semana de férias na casa do meu primo, os outros dias vão ficar para outro conto, inclusive um fato que quase desmaiei quando seu irmão bate a porta do banheiro. Retornei várias vezes para a casa do meu primo na primavera, foi o único lugar onde eu consegui escrever a tese do meu trabalho, onde há uma página inteira de agradecimentos à Junior
Passo dias em ansiedade, mas feliz por conhecer uma fonte inesgotável de prazer.   




   
      

                                 
                  


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Comentários


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adrocarva Comentou em 13/12/2017

Daí tche. Muito bom teu conto. Me fez lembrar de coisas boas




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Ficha do conto

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atikus

Nome do conto:
Do outono, para a rola calibrosa do meu primo

Codigo do conto:
110148

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
10/12/2017

Quant.de Votos:
2

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0