Fantasia

Era sem dúvida a mais comentada festa do ano. O famoso baile de máscaras. Fantasias... ousadas, mais leves, mas sempre destacando a face. Os olhos disfarçados, no intuito de despertar o interesse. Chegará o dia, noite estrelada, brisa agradável, enfim... contribuindo para o evento ser perfeito e gravado na memoria. Belas moças, rapazes, casais. A festa transcorria em sua normalidade, flertes em demasia... sempre a procura de desvendar o mistério. Olhares, sinais... recados nas mãos dos garçons... glamour e sofisticação. Entre bebidas e sorrisos, ela num grupo de amigas, ele... que desde o inicio acompanhava os passos daquela que com o passar de alguns minutos, estaria em seus braços. No seu grupo, o rapaz era o mais falante, ditava a conversa, exercia com maestria e contribuía para as gargalhadas dos demais colegas. Bilhete entregue na mão da moça... um aceno constrangido por parte dela, retribuído facilmente... pois de fato o cortejo era de sua vontade. Em suas linhas dizia o recado: Não lhe conheço mas se aqui existisse um castelo, a coroa de princesa estaria sobre sua cabeça... podemos conversar? O garçom responsável pela entrega do bilhete esperou a moça devolver o recado. Assim soava: Aceito seu convite... em 10 minutos, siga pelo corredor de entrada, segunda porta a esquerda. Ele confirmou a ela, sorrindo. O tempo chegou disse ele aos rapazes a sua volta, não demoro, apenas conversa. Risos em polvorosa por parte dos amigos. O mesmo ela parecia dizer para as amigas. Ela saiu na frente em direção ao local combinado, pelo corredor a cada passo que ele dava, a sensação de conquista tomava conta do seu ego. Ela, por sua vez... tremula, mas com uma certa coragem pela situação que se apresentava. Ao encontro dos corpos... risos... aproximação... sem palavras. Ele a tomara pela cintura. Trazendo-a junto a si. Um beijo quente, expressivo, digno de uma cena de filme. Envolvidos, desconhecidos, porem ardentes. Ela, recuou, reclamando da ousadia repentina... mas com o gosto da paixão nos lábios. Máscaras ao chão, confronto de olhares... ela com belos olhos negros, ele com olhos verdes... fortes, demonstrando o vigor. Sem falar nada, ele novamente se aproximou, agora tocando-a docemente, mãos ao rosto, beijos em seu pescoço. Chamas acesas... o corpo dela transpirava. Ele tomou a iniciativa que certamente iria acontecer, a trouxe junto a uma mesa, o vestido valorizava as pernas da moça... ela gritava por dentro. Mas o silêncio precisava ser mantido, então, sacando-lhe o vestido, ela semi-nua. Loucura, calor... êxtase, uma sincronia de movimentos. Ela o puxava pela gravata... mordia-lhe a boca, queria ser invadida, a qualquer custo, ele a seduziu. Em pleno ato... ele a estendeu sobre a mesa, ficando próximo, de pé, a frente dela, ela retorcia-se... gemia com classe, no momento em que era possuída. Movimentos leves, com breves golpes de puro instinto. A moça disse aos sussurros que a posição em que se encontrava, estava sendo incomoda. A voz dele apareceu dizendo: fale minha deusa... sou seu escravo agora. Puxando a cadeira ela o fez sentar... tomou um fôlego, se aproximou, ele a beijava entre os seios... se conheciam... impulsos, vozes ao ouvido... segredos. Aquela conversa se estendia... ela não hesitou, pondo-se em seu colo... subitamente. A madrugada a dentro, ambos... envaidecidos pelo desejo incontrolável. Novos jeitos... novas posições, queimavam. Assim sem nomes, sem falas... somente malícia... chegaram ao final da conversa exaustos e com o semblante a pleno brilho, retornaram ao salão principal, despertando a curiosidade dos convidados, mas voltaram livres de alma lavada,.. para a roda de amigos que os aguardava. A lembrança ficou marcada para os dois, porém o acontecido revelou que algo tinham em comum, a forte atracão despertada... em meio a melodia da festa.