Surpresa amiga - Jogos Embriagados

Corrigindo: foi um dia normal; a noite sim foi peculiar aos montes (sorriso tímido).

Era mais um dia quente nesse clima infernal do Rio de Janeiro, porém com certo teor especial, já que meu irmão completava 25 anos. Nós não somos fãs de comemorar tal dia e etc., para nós é apenas um dia como qualquer outro, no entanto, ele decidiu chamar nossos amigos, fazer algo pra comer, comprar umas bebidas (isso na verdade foi improvisado no meio da noite). Kitten estaria lá, obviamente. Depois de oito meses assumidamente namorando e sentindo-nos as pessoas mais trouxas do mundo.

E o melhor, claro, era o fato de que poucas pessoas sabiam sobre nossas tendências. Bem, mesmo que soubessem, não é algo comumente compreensível ou que não seja julgado.

Meus amigos – que acabaram por tornar-se de Kitten também – estavam em dúvida sobre ir ou não. Eles haviam acabado de se mudar e gastar com transporte público atualmente é um luxo e tanto. Verbena tinha também a preocupação de incomodar, mas nossa casa é tão frequentada pelo grupo que minha mãe passou a gostar das festas que acontecem no terraço. Aquilo estava mais para uma reunião, porém fica formal demais usando essa palavra.

Beerd e Verbena decidiram finalmente vir, já tarde da noite. A ‘festa’ ainda continuava, então não havia problema algum chegar mais tarde. Quando finalmente chegaram, fui logo servindo uma cerveja bem gelada para Beerd – coisa pela qual ambos somos apaixonados. Subimos para ficar com o resto do pessoal e, não muito depois, deram a ideia de um drinking game. Isso é rotina nos nossos encontros, então quando alguém falou de um novo jogo, todo mundo ficou animado com a ideia. Umas – bastante – doses depois, o pessoal começou a ir embora, ficando apenas os casais. Meu irmão precisava acordar cedo para ir trabalhar, então ele e a namorada foram dormir.

Eu, Kitten, Verbena e Beerd ainda tínhamos disposição, então resolvemos jogar e beber um pouco mais. Por mais estranho que pareça ninguém estava bêbado, e, na verdade, foi melhor ainda dessa forma. Depois de desistirmos da brincadeira, uma ideia surgiu quase em conjunto quando pensamos em transar ali mesmo, um perto do outro. Conversávamos algo do tipo, relacionamento, sexo, até eu revelar que tenho kink em exibicionismo. Uma coisa acarretou a outra e eu admiti estar com vontade de ficar sem roupa. Rimos muito da minha cara, obviamente, era impossível não fazê-lo (estou rindo enquanto escrevo essa parte).

Foi a coisa mais espontânea da minha vida até hoje.

Kitten e eu já havíamos feito sexo naquela noite, depois de uma pequena fuga da festa (foi um dos tópicos da conversa, aliás). Afinal, duas semanas sem ver aquele corpo nu é uma eternidade na minha cabeça. E foi um ótimo jeito de matar a saudade. Certamente nunca vou me cansar de jogá-la em minha cama e ver seu sorriso de paixão e prazer.

Fiquei preocupado por ela, claro, a última coisa que eu gostaria de ver seria seu desconforto. Ela disse que estava tudo bem, e não nego, fiquei meio surpreso.
Falei que gostaria de ser voyeur primeiro, morria de curiosidade de como seria assistir alguém fazendo sexo. Eu nunca imaginaria acontecer nessa ocasião, com um casal de amigos, mas foi melhor pela confiança que eles sempre passaram. Numa alternância entre observá-los e trocar beijos com a Kitten, fomos aos poucos entrando no mesmo ritmo que eles. Beerd pediu para buscar os colchões para deixar tudo mais confortável, então os peguei e deixei no lugar. Começamos a nos beijar e acariciar e penetrar quase ritmicamente, eu ainda os observando, curioso (talvez pudesse aprender coisas novas). Kitten adotou sua postura dominadora e virou meu rosto. “Você é meu; presta atenção em mim!”. Vibrei naquele momento. O clima esquentava dos dois lados, em ambos os colchões. Era uma experiência tão diferente que ainda não sei descrever; sei apenas que foi ótima.

“Quero pegar a Kitten” – disse Verbena. Eu, sem reação, olhei para minha namorada ali deitada e com os olhos perguntei se estava okay. Ela começou a rir e consequentemente os quatro caíram na gargalhada. Retornamos aos atos, até Verbena repetir seu desejo. Um pouco cansado, abri espaço e as deixei se divertirem. Desci para buscar água e ao voltar, me deparei com uma cena inesperada – não diferente do resto da noite, claro - enquanto as duas se divertiam, Beerd se masturbava observando-as. Tirei a roupa de novo e comecei a fazer o mesmo. Fui rumo ao colchão e comecei a chupar Kitten. Seu gemido de combinação com o beijo de Verbena e meus estímulos me deixava ainda mais excitado. Beerd juntou-se a nós e começou a masturbar Verbena; parecia uma dança ensaiada que seduzia a todos, mas na verdade foi sua espontaneidade e surpresa que deixou tudo mais bonito.
Depois de me segurar um pouco, introduzi novamente meu pênis em Kitten, deixando espaço para Beerd continuar a masturbar Verbena. Na continuação da ‘dança’ que entrelaçava nossos corpos – mesmo sem acontecer de fato o swing -; tapas, gemidos, suor, beijos (num relance, até entre mim e Beerd – c’est la vie em todas as ocasiões, oras!), ficamos exaustos por um bom tempo.

Cada casal voltou a seu momento em seu colchão. Kitten estava mais exausta que todos (nem imagino o porquê...) e disse pra encerrarmos. Não relutei muito, perguntei se ela tinha certeza ou se queria retribuir o favor a Verbena, mas minha querida dominatrix estava cansada demais até para trocar de roupa.
Fomos dormir e deixamos os outros dois se curtindo (quem nunca dormiu ao lado de seus amigos enquanto transavam né?!). Acordamos com uma brisa suave passando pelo terraço; nada parecido com aquele clima horrível do dia anterior. Talvez a melhor sensação fosse a de que o que acabara de acontecer tinha sido tão natural que ainda estávamos no mesmo humor de antes de tudo; e nada ia mudar.

Algo tão inesperado com pessoas que você ama e confia pode ser revigorante. Afinal, o que é a vida senão uma jornada de experiências?