A dor do amor

       A minha saga sofredora teve início, com a descoberta de um grande amor. Quando pela primeira vez o coração disparou automaticamente, em uma reação reflexa, e a adrenalina povoou meu interior ao deparar com aquela mulher, descobri o significado de uma avassaladora paixão. Ela no primeiro contato visual, olhos nos olhos, me hipnotizou. Seu corpo era escultural, sua delicada face eram contornos perfeitos e seu perfume, uma fragrância envolvente, traduzia-se numa poderosa arma de sedução. O primeiro contato foi o mais breve possível, porém desejei encontrar novamente, a mulher dos meus sonhos.
       Com o decorrer do tempo, a paixão foi um fogo crescente culminando num incêndio de grandes proporções. Nesse ínterim meus olhos focalizavam exclusivamente aquela pedra preciosa de valor inestimável. Ela era a atriz principal em minha produção cinematográfica. Jamais, na realidade e até mesmo em minha fantasia, existia uma atriz coadjuvante. A dama reinava absoluta. Seus olhos remetiam ao brilho das estrelas no céu, seus lábios traduziam a maciez das pétalas de uma rosa.
        Em companhia da musa inspiradora vivia um romance eterno. A cada despedida, incontáveis lágrimas vertiam em meu rosto sofrido por sua breve ausência. As lembranças dos seus gestos amáveis, das suas doces palavras, do seu carisma e de sua meiguice, povoavam meu pensamento a todo o momento.
        Porém os encontros foram se espaçando a intervalos cada vez mais longos, tendendo ao infinito, numa linguagem matemática. A dor pela distância da minha paixão, apertava meu sensível coração. Buscava refúgio nas palavras, compondo poesias amorosas destinadas com exclusividade àquela mulher, razão de minha existência e fonte dos meus desejos reprimidos.
        O cotidiano se tornava uma verdadeira amargura na falta daquela alma angelical. O destino resolveu interferir e inevitavelmente nossos laços afetivos e amorosos se romperam. Era impossível digerir um romance não correspondido. Entretanto, ela nunca se entregou completamente de corpo e alma a mim e o recíproco não é verdadeiro. Minhas sinceras juras de amor não foram suficientes para transformar nossa novela num final feliz.
        Restava-me apenas lamentar a grandiosa perda em minha vida. Sentia um forte aperto no peito e um vazio imenso em meu teimoso coração que ainda buscava forças do além para pulsar por ela. A cada dia crescia lentamente a consciência que deveria esquece-la completamente, para poder reconstruir minha alma sofrida e viver uma inédita paixão. E o único remédio para realizar este dificílimo feito descrito anteriormente seria, o tempo. Este transcorria na velocidade de uma tartaruga marinha. Responsabilizava-o, pela remanescente angústia, e latentes recordações alegres ao lado daquela mulher.
        Os dias foram passando, os meses foram passando, os anos se passaram. Ela continuava a povoar insistentemente meus pensamentos. Será que o tempo seria ao invés de um remédio, um placebo? A resposta para a tal crise existencial deflagrada é negativa. O que ocorreu de fato foi a apresentação pela primeira vez, a mim, do poder mágico do amor. A paixão devastadora por aquela reluzente dama se transformou numa adoração pura e ao mesmo tempo doentia por aquela figura feminina.
        A paixão é passageira, como a beleza do arco-íris com suas cores vibrantes. Intensa como o sol emanando os raios ultravioletas. Já o amor é duradouro como o que sinto por aquela estonteante princesa, e eterno como a lembrança da união dos nossos lábios num envolvente e prazeroso beijo.
        Devido o seu distanciamento, um imenso período longe dela, o coração se acostumou e aprendeu a conviver com sua ausência. Porém em algum lugar dele, sempre estará cativo a aquela meiga alma feminina, a qual, infelizmente eu não soube encontrar o caminho que conduzia a seu desejado e amado coração.                       

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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico jôo

Nome do conto:
A dor do amor

Codigo do conto:
1201

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
03/05/2003

Quant.de Votos:
2

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