Agora que já me apresentei pra vocês, lhes contarei como foi que resolvi o problema da homofobia de um dos meus tios, chamado Nicolau (mais conhecido por todos da família por Lau).
Tio Lau é o maior tesão. Tem 42 anos, é pedreiro dos bons, é casado com Tia Lourdes, tem um casal de filhos e era macho, conservador e cabeça dura pra caramba. Trocando em miúdos, era a homofobia em pessoa. Mas em compensação o cabra é um macho pra nenhuma mulher ou viado colocar defeito. Vejam só, se estou mentindo.
Ao contrário de mim, ele é relativamente baixo, bem moreno, bastante forte devido aos trabalhos braçais que executa diariamente, tem poucos pelos no corpo, tem um dote normal (18cms) e tem uma bunda perfeita, que rendiam altos elogios por todos da cidade interiorana em que moramos, o que o deixava possesso de raiva até alguns dias trás, quando cuidei direitinho do caso dele. Cheiroso e limpo que é uma beleza. Meter então, é com ele mesmo, o que descobri meio que por acaso ou por acidente sei lá, no primeiro dia em que papai me obrigou a trabalhar como servente de pedreiro para ele, que muito machista e desconfiado de minha bissexualidade, já me recebeu no maior mal humor.
- O quê que tu tá fazendo aqui, Neto? Pode tratar de dar meia volta e se mandar da minha obra, agorinha mesmo.
- Em primeiro lugar, bom dia Tio Lau! Tudo bem com o senhor? Em segundo lugar, não pense que estou aqui por livre e espontânea vontade, porque não estou mesmo. Sua péssima companhia não me agrada em nada. Só estou dando o ar da minha graça na “SUA” obra, porque seu irmão, que por acaso também é meu pai, me deu ordens expressas para vir ajudá-lo, o que significa que querendo o senhor ou não, vai ter que me aturar, porque não estou nem um pouco a fim de apanhar de cinto, caso eu dê meia volta e retorne pra casa agora. E em terceiro e em último lugar, saiba que o senhor é muito do mal educado e do mal agradecido. Ao invés de me atirar pedras, deveria me receber mas era com flores nas mãos, está me entendendo Brucutu?
- Te agradecer? Flores nas mãos? Que viadagem é essa, menino? Tu não está careca de saber que detesto, odeio e que tenho o maior nojo desses macho-fêmea, que andam por aí, achando que são normais “caboco”. Te quebro todos os dentes se tu não falar que nem homem comigo, seu atrevido. Fique sabendo que obras, não são lugares pra gente afrescalhada feito tu não. Tá me entendendo, seu projeto de chibungo? Só vou te deixar ficar por aqui “HOJE” e bem longe de mim em consideração ao meu irmão, que apesar de não querer enxergar a realidade em relação a doença da bichice que está lhe contaminando dia após dia, tanto quanto eu é cabra macho e não merece a tristeza que está prestes a se abater dentro de sua própria casa.
- Santa ignorância! Melhor nem perder saliva respondendo esse lixo que o senhor acabou de vomitar, viu Tio Lau? E quer saber do que mais, porque o senhor não pega sua opinião, que pra mim é o mesmo que um monte de merda e não enfi...
- NEEEEETO! NEEEETOOOO! Olha o respeito e essa boca, seu malcriado duma figa. Pense bem se vai mesmo terminar de dizer o que começou, pra não ficar sem cu agora mesmo, heim. Pra eu te deixar pelado e lhe enfiar um pedaço bem grosso de pau no cu, sem dó nem piedade, pra tu tratar de virar homem de uma vez por todas, pouco custa fedelho.
Não sei porque, mas naquele momento senti um misto de raiva e de tesão ao mesmo tempo, que enquanto respondia as ofensas do troglodita gostosão, acabei fazendo algo que nem eu até hoje não sei como tive coragem de fazer. Desci as calças, virei de costas e mostrei a bunda pra ele. Atitude que naquele instante começou a mexer com o intimo dele e que dois dias depois acabou resultando na primeira das muitas sacanagem que estamos fazendo sempre que temos oportunidade.
- Nossa! Pra quem tem tanto horror de gays, o senhor não acha essa sua ameaça pra lá de estranha não, “titiiiioooo”? Olha lá, heim? Será que tirar minha roupa e enfiar um pau bem grosso nessa beleza de bundinha aqui ôhh, é coisa de cabra macho mesmo, Tio Lau?
De olhos esbugalhados, de boca seca e depois de dar uma enorme patolada na jeba, Tio Lau se calou completamente e pouco tempo depois, como que num passe de mágica, começou a mudar seu comportamento. Aos poucos foi trocando ideia comigo, me ensinado o serviço, ficando mais manso, mais educado, mais gentil e no final do dia, como que num passe de mágica, ele não só me contratou para ser seu ajudante, como me deu carona até no portão de casa, me deixando mais do que cabreiro e desconfiado de suas reais intenções. Fato esse, que assim que desci do carro, me levou a pensar comigo mesmo:
“ O que será que esse maluco do meu tio está me aprontando? Não...! Porque tanta mudança assim em tão pouco tempo, com certeza coisa boa não deve ser. Preciso ficar de olhos bem abertos e bem atento às atitudes dele, pra eu não cair na arapuca que ele certamente está armando pra mim. Agora que ele é uma maravilha de macho, isso ele é, viu? Ôhhh homem gostoso, viu? Se eu pego esse filho da puta desse meu tio homofóbico num canto, meto-lhe o cu tão bem metido, que acabo com essa porra desse preconceito dele em um segundo. Ahh quer saber de uma coisa? Vou aproveitar que estou morrendo de tesão, e vou correr pro banheiro tomar meu banho batendo uma boa duma punheta pro infeliz.”
No dia seguinte, assim que cheguei na obra, fiquei ainda mais desconfiado do coroa, que ao contrário do dia anterior, quase me recebeu com flores nas mãos de verdade.
- Bom dia, Neto? Dormiu bem, rapaz?
- Bo-Boo-Booom di-dddi-dia, tio Lau? Dormi muito bem, obrigado. E o senhor?
- Também dormi muito bem. E então? Pronto pra pegar no batente, sobrinho?
- Prontíssimo, Tio Lau. Por onde devo começar? Vai me ensinar a assentar tijolos hoje, tio?
- Não! Hoje vamos tirar o dia para terminar de comprar o resto do material que precisaremos para terminar a obra. Como detesto e não tenho muita paciência com esse tipo de serviço, vou precisar muito de sua ajuda, ok? Podemos ir?
- Podemos sim. E pode ficar tranquilo que farei o que puder para que saia tudo com a compra de seus materiais, beleza?
Apesar de muito cansativo, o dia foi muito produtivo e no final dele, quando pensei que meu tio estava me levando pra casa como no dia anterior, me enganei redondamente e quando vi já estava de volta na obra. E mais ressabiado e atento com a mudança de comportamento do coroa, que a cada hora me tratava melhor, assim que chegamos, fui logo dizendo:
- Uê, tio Lau! Porque viemos para a obra? O senhor não está cansado, não? Achei que íamos direto pra casa. Confesso que eu estou exausto e louco por um banho.
- Te peço só mais um pouquinho de paciência, sobrinho. Esqueci de lhe dizer que como o cano de água que abastece a minha caixa d’água estourou hoje pela manhã bem em frente ao meu portão, vou ter que tomar banho aqui hoje. Inclusive, como disse que está louco por um banho, porque não aproveita e se lava por aqui também, Neto? Melhor ainda, faço questão que tome banho aqui, porque para agradecer sua grande ajuda hoje, “vou te levar pra comer fora” e não aceito uma recusa de jeito nenhum. Isso é uma ordem, ok?
- Bem! Se é uma ordem, quem sou eu para desobedecê-la, não é verdade? Pode ir tranquilo tomar seu banho, que em seguida tomarei o meu.
- Deixe de bobagem, rapaz. Você é homem, ou um caroço de jaca? Como não tem mais ninguém por aqui, somos tio e sobrinho e principalmente porque somos dois homens e tudo que você tem no corpo eu também tenho, para não perdermos tempo, tomaremos banho juntos e não se fala mais nisso.
Nessa hora fiquei mais gelado que picolé e bastante nervoso me pus a pensar antes de responder:
“ Puta que pariu! Sujou, mas sujou legal. E agora? Pelado junto com o homofóbico mais sarado e gostoso da face dessa terra, é sinal de pau duro na certa. Nem pensar que poderei cair numa esparrela dessas. Por outro lado talvez eu nunca mais tenha outra oportunidade tão maravilhosa como essa de ver meu macho predileto peladão. E agora? Tomo ou não tomo esse banho com o tesudo? Não! Melhor não arriscar. Vou dar um jeito de sair fora dessa encrenca agora mesmo.”
- Sabe o que é tio? Cof, cof, cof... É..., é..., digo..., Cof, cof, cof.. pensando bem..., Cof, cof, cof ... há dias que estou para gripar e sendo assim vou agradecer sua gentileza, mas não acho aconselhável tomar banho e depois sair nesse tempo que na mesma hora que está quente, fica frio.
- De onde você tirou essas ideias mais sem pé nem cabeça, “rapá”? Primeiro que já faz mais de oito meses que o calor nos castiga dia e noite e segundo que banho nunca fez mal pra ninguém. Deixe de bobagem e vamos logo tomar nosso banho, porque estou faminto e tenho certeza que você também está.
- Confesso que com fome eu estou mesmo, mas em relação ao banho, acho melho...
- Nem vem que não tem, Neto! Pode parar por ai mesmo,ok? Aposto que está, mas é morrendo de vergonha de ficar pelado na minha frente e vice versa o que é uma enorme besteira e que vamos acabar com ela, agora mesmo nem que seja na base da arbitrariedade. Traduzindo, o "senhor" quer fazer o favor de obedecer minha ordem e tratar de me acompanhar até o banheiro imediatamente, para não perder o emprego que acabou de conquistar, "senhor Rebelde"? Não vou falar duas vezes, heim? Anda cara! vem logo! deixa de frescura ...
Continua ...
Pra mim este é seu melhor conto. Os demais não curto nem um pouco. Mas parabéns por este conto.
Bela história, meu lindo! Parabéns! Beijoca
Amei...
Bem bacana
Caralho
Vai logo, gato.
P.s.: Se tiver uma foto do corpão do tio vai dar mais tesão ainda
Na essência o conto é bom, deu pra entender que o tio é gostoso e tal, mas tá enfeitado demais.