Broderagem nos bastidores do reality show

Olá amigos, vou contar uma historia real que aconteceu comigo um tempo atras. Sou ex participante de um reality show muito famoso em nível nacional, o mais famoso na área gastronômica. Vou alterar algumas informaçõezinhas de leve pra não entregar a identidade dos envolvidos ;-)
Tudo começou quando eu já estava de saco cheio da minha profissão. Trabalhava na área de finanças ha muitos anos a já tinha alcançado uma posição executiva dentro de uma grande empresa multi nacional, mas, apesar do sucesso profissional não me sentia realizado como pessoa. Todos os dias não via a hora de chegar em casa e começar a cozinhar, o que modéstia a parte faço muito bem. Essa frustração foi crescendo e aumentando ao ponto em que decidi largar tudo e tirar um ano sabático para me dedicar inteiramente à viagens e à culinária. Cozinhava todos os dias para família e para amigos e foi numa dessas que uma amiga sugeriu: -“bebe, por que você não se inscreve nesse reality show?” Eu nunca havia cogitado me inscrever em programa de televisão mas nesse clima meio que de brincadeira acabamos gravando um video e enviamos para a inscrição do tal reality. Para minha surpresa um mês depois recebi uma ligação, estava pre selecionado.
O processo de seleção foi longo e muito intenso, foram muitos testes de câmera, entrevistas e dinâmicas de grupo. Pessoas diferentes participavam de diferentes atividades em diferentes horas e logo fui percebendo que as mesmas pessoas estavam sempre juntas nessas etapas. No meio disso tudo ja começamos a fazer amizades. O grupinho ia se formando, pessoas super legais e bonitas iam se juntando naquele clima gostoso e super especial do que estava por vir. Será que a gente entra? Será que vão selecionar a gente? Super frio na barriga. Fiquei logo muito amigo do Paulo e do Marcelo (nomes fictícios) e passamos a torcer juntos uns pelos outros, criando um laço estreito entre nós. Foi difícil mas no final das contas estávamos selecionados! Começavam as gravações e eu estava ali com meus dois novos amigos.
Bom, sem entregar muito, eu sou um cara bonitão, simpático, descolado, nos meus 30s, corpo maneiro, sorriso bonito. O Paulo é bem gato. Alto, meio loiro, uns 26 anos, meio nerd moderninho, magro forte, com um jeito meio desengonçado super fofo. O Marcelo ja tava ali nos 30 e tantos, um homão! Pensa num cara charmoso, daqueles que te olham no fundo dos olhos quando param pra falar com você. Moreno, corpo normal, voz firme, um daddy gostoso! Na época eu era comprometido e ambos também, cada qual com suas namoradas.
Muito bem! O programa ia rolando e a gente passava literalmente 12 horas por dia trancados num camarim minúsculo entre as gravações. No começo era meio estranho estar ali trancado com 20 estranhos mas logo logo ja estávamos todos super íntimos. Acho que a produção nos colocava naquela situação de propósito pra justamente nos obrigar a interagir muito uns com os outros. E funcionou! Amizades (e inimizades) intensas começaram a brotar. Devo dizer que a minha edição desse reality estava recheada de delicias. Muita gente linda! Principalmente mulheres gatíssimas (das quais peguei algumas, mas isso fica pra outra historia, hehe). Uma galera animada. Saiamos cansados das gravações mas íamos pras casas uns dos outros pra cozinhar, treinar, beber e festejar (não é a toa que eu to sempre com cara de ressaca nos episódios). Não demorou muito para que nesse clima de alegria e nessa intensidade as pegações começassem a surgir. Toda semana era um namoro que acabava, um novo casal se pegando, uma farra aqui e ali, e o pessoal que trabalhava na produção também não escapava, a gente pegava geral! Uma delicia!
Infelizmente... o programa é uma competição e a cada novo episódio uma pessoa era eliminada. Eu e meus novos amigos estavamos sempre tensos tentando nos manter no jogo. Mesmo que um estivesse salvo da eliminação ainda assim continuávamos tensos com a possibilidade de que um dos outros dois fossem eliminados. Passamos a "cuidar" uns dos outros. Nos ajudávamos dentro e fora das gravações. Quando um cometia um erro o outro aparecia pra ajudar, quando um não sabia uma receita o outro vinha passar a cola, quando um estava triste os outros vinham consolar. Criamos de fato uma broderagem forte entre nós. Começamos com o habito de nos abraçar bem forte todos os dias antes de entrar para as gravações, um abraço bem apertado delicioso, principalmente o abraço com o Marcelo, puta que pariu! Que abraço gostoso, a gente se segurava por um minuto antes de irmos para as provas, aqueles braços gostosos, aquela barba no pescoço, aquele perfume cheiroso, corpo colado. Uma mistura de tensão, adrenalina e carinho. Aquela hora do abraço passou a ser minha hora favorita do dia e eu fui percebendo que a cada dia nossos abraços ficavam mais longos. Fui percebendo também que o Marcelo ficava mais e mais próximo de mim. Ele cantava de galo, tirava onda de pegador, tinha fama de mulherengo, mas a medida em que o jogo nos deixava mais e mais vulneráveis via que ele me olhava mais e mais intensamente. Aquilo mexia comigo (apesar de ser bissexual abertamente e ja ter pegado vários caras antes), será que eu to vendo coisa onde não tem? Tentei até frear a situação mas já era tarde... eu já tava num crush total pelo Marcelo!
O programa ia rolando, as pessoas iam sendo eliminadas. Entramos num joguinho de provocação, ele falava da namorada dele, pegava mulher nas nossas farras, fazia piada de mim e as vezes até me jogava uns baldes de agua fria, mas eu sou esperto, saquei de cara que ele tava fazendo de tudo pra ver minha reação. Eu joguei também, peguei umas meninas participantes, deixava duvidas no ar, brincava com a cara dele, tudo pra provocar. A tensão entre a gente ia crescendo exponencialmente, a ponto dos outros participantes perceberem. Chamavam a gente de casalzinho e passaram a fazer piadinha: - “ih olha la! O Marcelo tentando fazer ciuminho nele!” Isso deixava ele louco. Não baixava nunca a guarda de macho alfa pegador.
O clima entre nós dois foi ficando mais e mais tenso ao ponto de que em uma das provas do programa brigamos feio. Era uma prova em grupo e nós brigamos o tempo todo, o que ficou muito evidente na edição desse episódio. Era muita coisa acumulada, tensão, adrenalina, carinho e tesão. Tudo explodindo ali, pro Brasil inteiro ver. Era muito provável que naquele episódio a vaca fosse pro brejo, mas no final conseguimos nos acalmar e trabalhar juntos. Resultado: vencemos! Vencemos e explodimos de felicidade. Nos abraçamos por uns 5 minutos e fomos para o mezanino juntos, onde ficamos nos bolinando o tempo todo sem parar. Uma felicidade intensa mas que acabou logo, nosso amigo Paulo acabava de ser eliminado!
Naquele dia cheio de alto e baixos só nos restava uma coisa, beber. E beber muito! Saímos dos estúdios e fomos os três direto pra casa do Marcelo pois sua namorada estava fora da cidade. Três caixas de cerveja, nós três naquele quintal e mais ninguém, pronto! Era tudo que precisávamos. Estávamos livres pra encher a cara, chorar, rir, fazer piada, nos abraçar e celebrar nossa parceria até ali. A bebida ia entrando e eu e Paulo íamos nos soltando mais, super carinhosos um com o outro. A gente sentava no colo, se beijava no rosto, fazia declarações de amizade mas Marcelo não dava o braço a torcer, quanto mais via o carinho entre nós dois mais ele se reprimia. Marcelo não se soltava e passou a ficar com ciúmes, a ponto de começar a provocar: - “vou ligar pra umas piranhas virem aqui apagar meu fogo”. O que foi logo rejeitado por mim e pelo Paulo que queríamos curtir aquele momento só entre os "brothers". Mas Marcelo não quietava o rabo e as provocaçoes só aumentavam: - “comi uma mina fogosa ontem!” Foi ai que eu decidi retribuir as provocações na mesma moeda: - “peguei um cara muito gato ontem também” (o que era verdade até hehe). Até então apesar de eu nunca ter escondido que curtia homem nunca tínhamos tocado diretamente nesse assunto. Paulo abriu a boca incrédulo e riu, Marcelo bugou! O cara ficou pálido! Dava pra ver que ele ficou possesso de ciúme, entrou numa crise de fazer ceninha aqui e provocação ali. Não parava quieto, não parava da falar, tirou a camisa pra se amostrar depois entrou pra cozinha e começou a fazer bagunça por lá. Eu e Paulo nos olhamos meio que WTF e eu perguntei na lata: - "Paulo, o Marcelo tá afim de mim ou é impressão minha?" Ele respondeu: - "Não, ele não tá afim de você. Ele tá MUITO afim de você!" No que eu só falei: - "Paulo, RALA!"
Paulo riu, juntou suas coisas, me deu um beijo no rosto e foi embora na hora. Quando Marcelo voltou pro quintal só tinha eu. -"Ué!? Cade o Paulo?" -"Marcelo senta ai, vamo bater um papo sério, deixa o Paulo pra la, vamo falar de nós dois". Meu coração tava muito acelerado e naquela hora eu vi o chão do Marcelo sumir. Ele não conseguia nem responder. Mas eu tomei coragem e fui até o fim: - "eu sei e você sabe que tem um crush forte entre nós dois. Tá demais, não dá mais pra segurar". Ele começou a gaguejar alguma coisa no sentido: -"Não! isso é coisa da sua cabeça. Eu sou hétero..." Mas eu ja fui cortando: -"Para cara! A gente ja é veio... Eu sei e eu sei que você sabe também.. tá rolando algo entre nós dois". Ele ainda tentou negar algumas vezes mas eu fui firme e insisti em falar a verdade até que ele não aguentou: -"tá bom.. é verdade, eu to afim de você sim. Não sei explicar, nunca senti isso por outros homens, isso nunca passou pela minha cabeça, to muito confuso, mas eu sou hétero, nada pode acontecer entre nós dois". Putz! A adrenalina tava a mil! Eu estendi a mão pra ele disse: -"vem cá!" -"não!" -"vem cá!" -"não!" -"vem cá PORRA!" Ele veio.
A gente se abraçou muito forte, coxa na coxa, peito no peito, pescoço no pescoço, pau no pau. Ficamos assim uns bons minutos, eu me afastei um pouco e beijei o rosto dele, beijei de novo mais perto da boca, beijei de novo, beijei a boca. Ele me empurrou forte: -"Já falei que eu não sou viado porra! Se você é viado e gosta de rola o problema é seu mas eu não sou viado!" Eu não sabia se eu beijava ele a força ou se eu dava uma porrada na cara dele mas eu me segurei e falei: -"Beleza, se é isso mesmo então eu vou embora..." Catei minhas coisas e fui saindo. Ele ficou lá, estático, paralizado. Chamei um uber a caminho da saída e quando tava abrindo o portão ele puxou meu braço por trás: -"Volta aqui! Vem me dar meu primeiro beijo gay" e foi beijando minha boca. A gente se beijou intensamente ali contra o muro, um beijo com fome de beijo, um beijo daqueles beijos que ja queriam ter sido beijados a muito tempo. Toda a tensão acumulada se realizando ali. Nós dois tremíamos, a gente não falava mais nada, só se beijava.
Ele me puxou pela mão até dentro de casa e fomos pro quarto dele, tudo em silêncio. Tirei a roupa dele e ele tirou a minha. Nos abraçamos e caímos na cama nos beijando sem parar. Peguei no pau dele, duro, grosso, olhei pra ele meio que perguntando com o olhar: -"Pode?" Ele consentiu com a cabeça e eu comecei a mexer de leve. Olhei pro meu pau e olhei pra ele meio que perguntando: -"E ai?" Ele ficou parado, peguei a mão dele e coloquei devagarinho no meu pau, voltamos a nos beijar. Dali em diante passamos a noite assim, nos roçando, nos beijando, nos curtindo. Não rolou penetração, até por que eu sou ativo e ele não tava afim, mas puta que pariu, que noite boa!
Depois disso tudo voltamos ao normal, eu e Marcelo continuamos as gravações, agora com um clima muito mais leve entre nós. Ficamos mais algumas vezes durante o reality e sempre que tinha farra da galera a gente dava uns beijos escondidos. Eventualmente numa dessas bebedeiras transamos de fato, só que com uma menina entre nós dois (outra história). Quando o programa acabou foi cada um de volta pra sua cidade. Nem eu, nem o Paulo e nem o Marcelo levamos o trofeu mas saímos com boas lembranças e grandes amizades.