— Alô!
— Alô, Carla…?
— Oi, amor, aconteceu alguma coisa? — Falei preocupada, pois ele nunca me liga àquela hora da manhã.
—Sim, aconteceu, acabei de encontrar um grande amigo meu, nós servimos juntos no exercito e, há muito tempo não nos vemos, por isso o convidei pra jantar com a gente hoje. Será que dá pra preparar alguma coisa especial? — Falou ele eufórico.
— Claro, amor. A que horas você marcou com ele?
— Às oito e meia, pode ser?
— Tá ótimo. Pode deixar que vou caprichar.
Aquele dia foi corrido pra mim. Além de fazer o jantar, ainda tive que me produzir toda, pois o Claudio adora exibir a esposa que tem. Vai entender os homens.
Naquele dia, usei um vestido preto curto de alcinhas bem solto e folgado que realça minhas pernas e bum bum empinado, afinal, eu sempre fui uma mulher vaidosa e me cuido.
Às oito e meia em ponto a campainha tocou. Era ele. Tremi inteira dentro do vestido quando abri a porta e me deparei com aquele mulatão de cabeça raspada, forte como um touro usando uma camiseta branca e justa, o que salientava seus músculos trabalhados e calça jeans preta também justa. Com braços fortes e peitoral avantajado, ele se mostrava um verdadeiro deus negro, lindo e enorme.
— Carla, Adalberto, Adalberto, Carla, minha esposa. — Nos apresentou Claudio enquanto eu tentava disfarçar o turbilhão de sentimentos desconcertantes que me invadiam.
Eu e o visitante nos aproximamos e trocamos os tradicionais beijinhos no rosto e eu pude sentir o cheiro delicioso de perfume masculino ao qual não consegui identificar, mas me embriaguei com aquele odor maravilhoso, talvez porque estivesse misturado com o cheiro de loção pós-barba o que lhe dava um toque de sensualidade misturado à brutalidade.
Alguma coisa tremeu dentro de mim e a imagem que me marcou a adolescência voltou a minha mente com força total, despertando-me uma enorme atração por aquele homem até então desconhecido para mim.
Adalberto se mostrou um cara simples. Ele e o Claudio serviram o exército juntos durante um ano. Depois disso meu marido foi para a faculdade e o Adalberto seguiu carreira militar e hoje é capitão no Acre. Ele encontrava-se de licença para visitar a mãe doente aqui em Campinas quando decidiu rever o Claudio aquela manhã.
Meu coração estava aos pulos. Eu me sentia irresistivelmente atraída por aquele mulato lindo.
—“Seria isto normal…? Será que toda mulher se sente assim na frente dele…?” — Eram questionamentos que rodavam em minha cabeça confusa naquele momento.
Conversamos muito os três, durante e depois do jantar. O visitante se mostrou muito simpático. Brincou com o Paulinho, que o adorou, e contou-nos histórias do tempo em que ele e meu marido serviram juntos. Segundo ele, eram inseparáveis.
Dentro de mim explodiam sentimentos inéditos que não me agradavam nem um pouco. O olhar que ele me lançava me incomodava demais a ponto de me desconsertar. Eu sentia aquele olhar me desejando descaradamente; encurralando-me como um predador encurrala sua presa e me despindo com o olhar.
Por algum tempo pensei que estivesse enganada, que era coisa da minha cabeça, mas depois tive a certeza de que ele estava me paquerando descaradamente. Foi quando o Paulinho já tinha ido dormir e fomos para a sala. Eu já estava um pouco alta, pois já tinha bebido duas taças de vinho e três latas de cerveja, um exagero para mim. Enquanto conversávamos, eu me esforçava para não dar na vista a minha atração por ele. O Claudio percebeu que eu estava alterada e riu, pois é raro eu beber mais que uma taça de vinho.
Há certa altura, o telefone fixo tocou na saleta ao lado e meu marido foi atendê-lo deixando-nos a sós num ambiente extremamente constrangedor para mim.
Mais que depressa, o Adalberto colou os olhos gulosos de predador em mim, principalmente em minhas pernas cruzadas que deixavam exposta minha coxa. Sem graça, fui tentar esconder um pouco minha perna que se mostrava toda desnuda para ele e, ao descruzá-las, minha calcinha apareceu, por um breve momento é verdade, mas ele a viu.
—Você é uma mulher muito bonita, Carla. — Falou ele com aqueles malditos e lindos olhos negros.
Corei.
—Você diz que tem trinta e um anos, mas parece ter vinte e dois no máximo. —Completou ele, descaradamente.
Aquele cara parecia ter percebido que mexia comigo e passou a me provocar e isto me irritou profundamente. Não gosto de homens convencidos.
— Obrigada. — Falei secamente tentando impor–lhe limites, afinal, sou uma mulher casada, pensava eu.
— O Claudio tem sorte por dividir a cama com uma mulher linda e sexy como você. — Fala ele descruzando as pernas e exibindo o volume sob sua calça, demonstrando que tivera uma ereção.
Fingi não ver a provocação.
— Me desculpe senhor Adalberto, mas penso que um casamento não se limita apenas a dividir a cama. Há muito mais que isto envolvido. — Falei com ar superior.
—Sim, concordo, mas a senhora á de convir comigo que é pelo menos cinquenta por cento de tudo, não é? —O desgraçado me chamou de senhora… Nunca ninguém havia me chamado assim. Irritei-me, mas consegui me conter.
—E o senhor? Não pensa em se casar um dia? — Falei tentando mudar o foco da conversa que até então era eu.
—Não, —disse ele, — o Claudio casou com a última mulher com quem valeria a pena se casar. — Falou ele, semvergonhamente, me encarando para testar minha reação.
— O mundo é muito grande e tenho certeza de que há milhares de mulheres melhores do que eu soltas por aí. De mais a mais, minha aparência não revela quem sou realmente. Você não iria gostar do que encontraria. — Falei com raiva e algo triunfante.
—Duvido, mas, mesmo assim, não me importaria em arriscar. — Respondeu ele enfático.
— O senhor está sendo desagradável… — falei cada vez mais irritada.
Ele apenas me encarou em silêncio.
—Não sou perfeita, senhor Adalberto, tenho muitos defeitos, tantos que o senhor nem imagina. — Falei secamente encarando-o.
— As qualidades que vi até agora superam qualquer defeito seu, tenho certeza. A propósito, dizem por aí que vermelho é a cor da paixão, mas eu prefiro azul. É minha cor favorita. — Falou ele, provocativamente cravando em mim aqueles olhos hipnotizadores.
Corei, num misto esquisito de raiva e excitação. O desgraçado fez questão que eu soubesse que ele tinha visto minha calcinha que era azul naquela noite. Fiquei super encabulada e tentei puxar o vestido para esconder minhas pernas daqueles olhos gulosos e novamente a calcinha apareceu por entre minhas pernas tremulas.
—” Merda”— Pensei, puta da vida.
—Você é linda, Carla, e não tem nada do que se envergonhar. — O filho da puta estava me cantando descaradamente dentro da minha própria casa e com meu marido na sala ao lado. Senti um frio na barriga quando percebi que estava molhada. Não conseguia compreender aquele sentimento. Eu devia estar ofendida e cortar a conversa por ali, pelo menos era o que a razão me dizia, mas ao invés disso eu estava excitada, com um puta tesão.
— Olha Adalberto, não estou gostando de como o senhor está se comportando. — Falei tentando imprimir o máximo de seriedade na voz.
— O fato de ser casada não impede que outros homens a desejem e até sonhem com você. Este é um fato ao qual a senhora não tem nenhum controle. — Falou o desgraçado com um risinho cínico no canto da boca e me chamou de senhora novamente o filho da puta.
Eu quase explodi de raiva.
— O senhor está passando dos limites. Vou pedir que pare.
Neste momento, o Claudio voltou à sala e disfarçamos nosso constrangimento.
O Adalberto me dominava e sabia que tinha-me nas mãos. Confesso que ele me dava medo. Eu não via a hora de aquela noite acabar para que me visse livre daquele olhar perturbador, até que meu marido fez uma coisa que me deixou possessa. O Claudio simplesmente o convidou para passar o domingo com a gente no churrasco que fazemos todos os meses pra reunir os amigos em nossa chácara. Foi como se convidasse o lobo para seu estábulo de ovelhas.
— Você ficou louco, Claudio, convidar este homem pro churrasco na chácara? — Falei indignada assim que a porta se fechou quando ele foi embora.
— Por que, Carla? O Adalberto é um amigo que não vejo há anos e…
—Ele me comeu com os olhos a noite toda, será que você não percebeu. — Esbravejei.
— Ora, meu amor, você é muito linda e todos os homens olham assim pra você. Se eu for me indispor com cada um deles eu tô frito. — Disse ele aproximando-se de mim e me abraçando por trás tentando me seduzir, mas eu o repeli com vigor.
—Nem vem que hoje você passou dos limites. É melhor você ir dormir porque hoje cê não toca em mim. Alias, doutor Claudio Lima Tavares, hoje eu nem quero olhar pra sua cara. Tô muito chateada com você. — Falei enérgica no calor da raiva.
— Mas meu amor, eu só convidei ele pro churrasco na chácara… Ele é meu amigo…
— E eu sou sua esposa e não gostei dele. Ele parece um tarado e o churrasco na chácara é só pros amigos, pessoas de quem nós dois gostamos. — Falei tudo isto de costas para ele com os braços cruzados sobre o peito e com muita raiva. Ele apenas suspirou e subiu as escadas devagar, sem dizer nada e foi para o quarto.
Fiquei um pouco na sala tentando digerir os acontecimentos da noite. Eu estava super confusa e abalada com os sentimentos que me invadiam. Minha cabeça estava a mil, então, resolvi subir e tomar um banho frio.
Cheguei ao quarto e vi que o Claudio dormia pesado. Olhei para ele e uma lágrima rolou pelo meu rosto. Eu me culpava por estar sentindo desejo pelo amigo dele e me odiei por isto. Odiei mais ainda o Adalberto. Mais uma vez em minha vida a imagem de minha mãe e Tião naquele estábulo me atormentava.
Fui para o banheiro em nosso quarto e, lentamente me despi. Peguei a calcinha azul de seda e a aproximei de meu rosto. Senti o cheiro de minha excitação que ficara impresso nela. Era uma pequena e simples peça que eu nem lembrava mais onde a tinha comprado, mas, naquela hora, sozinha no banheiro, fiquei atenta a seus detalhes. Eu a lavei na pia e a enxuguei com o secador de cabelos e depois a guardei com carinho na gaveta em meu closet.
Entrei no chuveiro e senti a água morna escorrer pelo meu corpo dando-me a sensação reconfortante de que eu precisava. O olhar do Adalberto me devorando não saia de minha mente e as palavras dele ainda ecoavam em meus ouvidos.
— “Que atrevimento me dizer tudo aquilo. Eu sou a esposa do melhor amigo dele… Como ele pode?” — Pensava eu intrigada comigo mesma, pois devo confessar que todo aquele atrevimento me dava calafrios de excitação e me deixava molhada.
Os sentimentos de culpa, raiva e desejo se misturavam dentro de mim deixando-me ainda mais confusa. A lembrança daquele corpo bem definido e, estupidamente lindo fez vir à tona em meu intimo uma enxurrada de sentimentos e pensamentos libidinosos que, há muito tinham ficado para trás. Todo aquele desejo que nasceu quando vi minha mãe e Tião transando naquele estábulo estava de volta. Quando dei por mim estava me tocando freneticamente em baixo daquele chuveiro como uma adolescente tola. Atingi um orgasmo que me deixou de pernas bambas, tanto que tive que me apoiar nas paredes para não cair.
Senti-me imunda e chorei compulsivamente. O Claudio não merecia… Eu não poderia deixar que tudo aquilo continuasse.
Sentei-me no chão do box e fiquei imóvel por algum tempo tentando assimilar toda essa avalanche de sentimentos e sensações que me invadiam.
Não demorou para que o tesão voltasse dessa vez mais forte e avassalador do que antes e uma necessidade enorme de ser penetrada invadiu-me.
Sai do banho e, sem me enxugar, entrei no quarto como uma doida possessa. O Claudio dormia a sono solto só de cueca e abocanhei seu membro com voracidade como se quisesse arrancar dele cada gota de sua energia. Ele acordou e começou a acariciar meus cabelos loiros, primeiro com carinho, mas depois com violência o que, estranhamente, me deixou mais excitada ainda. Quando seu pau já estava completamente duro, me encavalei nele e o cavalguei com voracidade.
— O quê é isto? Que tesão doido é este? — Disse ele em meio a gemidos.
—Cala a boca e me come, vai, mete em mim como se você fosse um animal selvagem possuindo sua fêmea.
O Claudio sorriu e puxou forte meus cabelos.
— Então é uma transa selvagem que você quer não é, pois então é isto o que você terá. — Disse isto e, com habilidade, inverteu nossa posição vindo por cima de mim e me comeu com estocadas vigorosas.
Nunca tínhamos feito daquela maneira e senti quando meu marido ejaculou, mas não parou até que eu terminasse também.
Senti-me aliviada e satisfeita como nunca. O Claudio rolou de cima de mim e me aninhou em seu peito acariciando meus cabelos. Conversamos muito e rimos até que ele dormiu dando-me carinho.
Eu permaneci recostada em seu ombro e, apesar de aliviada, uma coisa me incomodava. É que na hora de gozar foi o Adalberto que vi e isto me deu medo. Passei o resto da noite em claro.
CONTINUA
Muito bem escrito e sensual.
Votado e apreciado sem moderação
Votado...tesão de conto...
muito bom, uma delícia
Delicia de conto adorei. Parabens beijos
Escreves bem e assim hora afastas teus demônios e hora aproximas teus demônios... Como lerei a seguir, na continuação.
Lindo conto. Votei
Nossa, só estou imaginando o que vem por aí, votado é claroe ansiosa para ler a continuação, bjinhos Ângela
Conto muito erótico e bem escrito. Pena não ter dado mais credibilidade à fantasia sendo coerente com as idades!
Safada parabéns