“Onde ele tá?”, se perguntou. Seus olhos dardejavam em volta enquanto caminhava pelo parque, insegura daquela aventura. O tempo estava chuvoso, mas não fazia frio, de forma que ter escolhido usar aquela blusa lhe causava certo calor. Ou seria apenas a excitação causada pela ideia de conhecê-lo pessoalmente? Não saberia dizer. Claro que também poderia ser porque ele era um estranho e ela o estar conhecendo num lugar solitário àquela hora da noite. Sentiu o coração acelerar subitamente. Mordeu o lábio e meteu as mãos nos bolsos do moletom. Sentiu o celular entre os dedos e cogitou sacá-lo para ver se havia alguma mensagem nova, talvez indicando a presença dele, mas abandonou a ideia tão logo ela lhe veio à mente. Não parecia seguro manusear o aparelho naquele local e horário. “Mas vir encontrar um estranho no parque a essa hora da noite é seguro?” Ela não morderia a isca. Suspirou fundo e olhou ao redor novamente, tentando afastar os pensamentos negativos da cabeça. O parque era um lugar bonito, mesmo após o sol se por. Pequenos postes decorativos se perfilavam ao longo dos caminhos de paralelepípedos. Sua luz se refletia tanto na relva, umedecida pelas chuvas que caíram mais cedo, quanto nas águas plácidas de um lago artificial próximo. Os salgueiros projetavam sombras suaves que dançavam sutilmente à brisa noturna. Havia banquinhos de concreto, lixeiras e arbustos agradavelmente dispostos pela extensão do lugar, mas nenhum sinal dele... Ignorou a precaução e sacou o celular para tentar localizá-lo. E então o viu. Estava a vinte ou trinta passos, e àquela distância bem podia ser uma pessoa qualquer. Mas o corte de cabelo peculiar a fez reconhece-lo. Ela não respondeu ao seu aceno de mão; em vez disso, caminhou em sua direção. Ela estava tímida o bastante para não olhá-lo antes de ele estar ao alcance de um beijo, mas sentia seu olhar sorridente admirá-la. Ergueu o semblante para retribuir apenas quando se aproximou o suficiente. — Olá — falou simplesmente. — Olá — ele retribuiu, envolvendo-a em seus braços. Seu perfume era doce, e cheirava a cravo e baunilha. Seu toque firme, mas gentil. — Que delícia de abraço — comentou, por fim, antes de afastá-la com um sorriso em baixo da barba. Vestia bermudas jeans e um moletom cinza, e calçava um slip on preto, que usava sem meias. ¬— A gente é louco — ela comentou, mas ele apenas franziu o cenho em sinal de estranhamento. Ela encolheu os ombros e tentou se explicar: — Eu não te conheço, você não me conhece. Somos dois estranhos num lugar estranho. O sorriso dele se estreitou: — Você não é uma estranha — foi sua resposta. — Nós conversamos há meses. Conheço suas manias, sua cor favorita, seu signo... Sei dos seus dilemas, da relação que tem com a sua família. — Ele deu de ombros e falou em tom conclusivo: — Já te contei segredos meus. Não teria feito isso se você fosse uma estranha. — A beliscou afetuosamente no queixo e sorriu novamente, então indicou com a cabeça uma direção para seguiram. Ela assentiu, e caminhou ao seu lado. Não houve sequer um instante de silêncio. Falaram sobre o quão agradável estava o tempo, e sobre como aquele parque era bonito, ainda que tenham não concordado quando à sua segurança. A conversa fluía como fluíra em todos os telefonemas que fizeram, era como se conhecessem um ao outro... por alguns meses. Ele tinha razão, afinal: eles não eram estranhos. O caminho que tomaram circundava o lago, e à frente uma pequena ponte se projetava por sobre ele. Uma arcada formava um pequeno túnel sob a estrutura, e a luz de um dos postes em suas extremidades estava apagada. Novamente, assim como antes de tê-lo avistado, ela hesitou. Novamente, assim como antes, não saberia dizer o motivo. Voltou a esconder as mãos no interior dos bolsos. Ele reparou: — Está com frio? Ela precisou de um instante para organizar os pensamentos: — Ah, não... Eu só tô... Eu tô de boa — riu. Ele compartilhou de seu bom humor, mas em vez de continuar andando, recostou-se contra a parede e a puxou pela cintura para junto de si: — Acho que aqui é um bom lugar. — Debaixo da ponte — ela gargalhou. Ele ergueu uma sobrancelha e balançou a cabeça, ainda sorrindo: — Bom que essa luz aqui tá apagada. Então se alguém vir a gente de longe, vão pensar que somos um casal de mendigos. Riram juntos e seus olhares se cruzaram, admirando os lábios um do outro. Então cederam à vontade. Abandonou o calor dos bolsos para sentir calor de seu corpo no mesmo instante em que ele se inclinou na sua direção. A mão com que a puxara ainda estava firmemente lhe segurando a cintura, enquanto a outra lhe envolvia a nuca. Aos poucos suas respirações ofegantes suprimindo os gemidos, e os estalidos úmidos do beijo eram o único ruído que ouviam no parque. Beijaram-se lentamente, sem pressa ou impaciência, apenas aproveitando o memento. Intercalavam carícias com olhares, e a cada vez que voltavam a se beijar, o contato era mais intenso, com os ruídos mais profundos e mordidas mais constantes. Seus corpos se sintonizavam mais a cada movimento. Haviam conversado o bastante virtualmente — mas careciam de contato físico, e disto eles podiam desfrutar agora. O interior de sua calcinha já estava molhado desde antes de ele deslizar as mãos por sua cintura para lhe massagear o bumbum. Não se incomodou quando a boca dele optou por seu pescoço em vez de os seus lábios. Sentia-o farejando seu perfume, como um predador desejoso, e isso lhe provocava arrepios. Quando ele deslizava o nariz por sua jugular para lhe mordiscar a orelha, ouvia-o gemer baixinho, enquanto arfava de desejo. A cada vez que o sentia duro, latejando contra a sua cintura, ela cedia aos instintos que os impelia. Deixou um gritinho escapar de seus pulmões quando ele a virou de repente, segurando-a pela cintura enquanto pressionava o pau contra sua bunda. Afastou gentilmente os cabelos para farejá-la mais uma vez. — Você é simplesmente deliciosa — lhe sussurrou ao ouvido. Sua primeira resposta foi rebolar sutilmente contra a rigidez que ele trazia no interior da bermuda. Mas um pouco de razão irrompeu por entre aquela lascívia: — A gente é louco — repetiu, como havia dito antes. Ele respondeu enquanto acariciava sua orelha com os lábios: — Nós não somos estranhos. — Não — retorquiu quando pôde retomar o fôlego que seu toque lhe roubava. — Mas a gente tá se pegando sem nenhum pudor num lugar público. — Sim, a gente tá. — E a cada vez que ele sussurrava, ela sentia a calcinha se lambuzar ainda mais. O toque úmido do tecido contra a sua pele a excitava, e a cada estímulo era mais difícil resistir. — Você quer parar? — ele perguntou, segurando sua mão esquerda e a direcionando até o volume por baixo do jeans que ela já vinha sentindo há algum tempo. Apertou sua mão contra a dela, indicando como queria ser massageado. Não houve resposta. — Se quiser que eu pare — ele insistiu, levando a mão ao botão de sua calça —, é só me falar. Mas se não me falar nada, vou continuar desabotoando sua calça, bem assim... e abrir seu zíper, bem assim... — Seus dedos desceram arranhando gentilmente para o interior de sua calcinha, acariciando seu clitóris com suavidade. — Sua boca me diz que somos loucos — murmurou ele —, mas sua bocetinha me diz o contrário. Ela estremeceu, e em resposta retribuiu seu toque massageando seu pau com vigor. Mesmo através do jeans, podia sentir a pele deslizar por sobre os músculos, tão molhado ele também estava. Tateava cada centímetro, massageando também suas bolas e provocando gemidos graves em seu ouvido. Com a mesma selvageria com que a virara de costas para ele, virou-a novamente para poder admirar seu rosto, retorcido pelo êxtase do prazer. Seus olhares se cruzaram, indecisos entre contemplar o olhar ou os lábios do outro. O som de suas respirações ofegantes acompanhava o subir e o descer de seus ombros trôpegos. Depois de beijá-la com a luxúria de um vampiro, recostou sua testa contra a dela: — Eu tô com muita vontade de você — falou com palavras aquilo que seu corpo há muito já vinha demonstrando. — Mas eu queria muito poder te chupar antes. Só que eu acho que em pé vai ser meio difícil pra você se relaxar e... Em vez de dizer algo, ela mordeu o lábio, olhou em volta e respondeu seu desejo o empurrando para baixo pelos ombros. O deixou literalmente de joelho, e se certificou mais uma vez de que não eram observados enquanto desliava a calça pelas coxas. A lâmpada queimada no poste adjacente emprestava uma penumbra aveludada para lhes cobrir a nudez. Ela confiou que aquela escuridão bastaria, e cedeu ao desejo. Sentiu quando ele segurou seu tornozelo para apoiar o pé esquerdo em cima de sua sua coxa, deixando-a exposta para que pudesse saboreá-la. Então ela entrelaçou os dedos em seus cabelos e puxou sua cabeça para entre as pernas. Seus olhos se fecharam instintivamente quando ele a abocanhou, enquanto suas costas subiam e desciam num ritmo cada vez mais frenético. Ele a beijava com suavidade, a lambia com destreza e a sugava com vigor. Era difícil se controlar para não deixar a voz ecoar pela escuridão do parque com ele a chupando tão bem. A cada vez que olhava para baixo, percebia seu cabelo mais e mais amarrotado, e sob aquela penumbra só lhe restava imaginar os vergões que havia lhe causado na nuca com suas unhas. O êxtase provocado por ele quando lentamente deslizou um dedo pelo interior de sua coxa a fez agarrá-lo com ainda mais força. Sabia o destino daquele dedo, e a ansiedade em esperar por tê-lo dentro de si apenas aumentava seu prazer. Oscilou mais uma vez quando o sentir enfiá-lo para massagear seu ponto G. Língua e dedo dançavam no mesmo ritmo, se complementando e deixando-a maluca. Ela não sabia até que ponto iria conseguir controlar seus gemidos ou a bambeza crescente das pernas. Não pôde resistir quando sentiu o orgasmo se aproximar, e perpassar seu corpo numa onda de choque tão violenta que a faz pressionar sua nuca contra seu quadril, momentaneamente o sufocando. Pediria desculpas a ele se fosse preciso, mas iria saborear cada segundo primeiro. As pernas vacilaram sob o corpo entorpecido, e o calor era intenso. Sorriu pra ele, ainda trêmula quando ele se ergueu com um olhar malicioso e uma mecha da barba esbranquiçada e pegajosa. — Está sujo aqui — ela arquejou, fazendo a gentileza de limpar para ele. Ele retribuiu o sorriso. Tinha os lábios arroxeados pelo esforço. — Não imaginei que você fosse gozar na minha boca nessa posição. Ela mordeu o lábio e respondeu num sussurro: — Eu também não. Novamente ele aproximou seu rosto do dela, com desejo no olhar: — E quanto a mim? Será que vou conseguir gozar também? Ela o provocou: — Você quer? — Quero — foi sua resposta. — E o que mais você quer? — ela indagou. Sussurravam asperamente um para o outro e, a cada resposta, os já poucos milímetros que separavam seus lábios diminuíam, ameaçando deliciosamente se beijarem de novo. — Eu quero te comer bem aqui — ele respondeu agarrando-a pelas nádegas. — E como você vai me comer? Entre um beijo e uma mordida, ele murmurou: — Vou te colocar com as suas mãos contra a parede. — É? — É sim. — E depois? — E depois eu vou empinar bem esse seu rabinho gostoso — apertava sua bunda para reforçar uma ideia que estava mais que clara em sua mente. — E você vai colocar tudinho? Antes de responder, ele a colocou de costas. — Depende — ele disse enquanto desabotoava a calça. — Você quer? Ela sorriu, excitada, e balançou a cabeça positivamente. — Seu pau tá bem molhado — falou ao senti-lo encostando em seu bumbum. — Você deve tá morrendo de vontade de colocar com força. Nada que dissesse seria tão eloquente quanto a pegar de jeito e incliná-la. — Arreganha mais um pouquinho pra mim — pediu enquanto deslizava a cabeça por sua bocetinha molhada. — Assim? — Com uma mão, se apoiava na parede, com a outra, atendia seu pedido. Gemeu baixinho quando o sentiu escorregando inteiro para dentro de si. — Assim mesmo — ele respondeu, tirando até deixar só a metade da cabeça, e enfiando de novo. E de novo. E de novo. Puxando-a pelo cabelo, ele beijava sua boca, chupava seu pescoço e dizia safadezas em seu ouvido. Senti-lo empurrando-a contra a parede a deixava louca, seus cabelos ondulando a cada movimento. Ele possuía mãos firmes, que a seguravam pelo quadril com vontade. Arrepiou-se quando uma delas a largou para meter-se debaixo do agasalho, acariciando sua barriga, subindo até expor os seios ao afastar o sutiã, e depois descendo até massagear seu clitóris. Algumas vezes a mão voltava ao quadril apenas para agarrar sua bunda, e ele parecia gostar bastante dela. Ele intercalava os movimentos, permitindo que ela pudesse experimentá-los. Mas eles estavam em um lugar público, de forma que não poderiam se esbaldar completamente. O teor urgente da situação emprestava uma dose extra de excitação, mas vez ou outra olhavam em volta rapidamente, sem nunca parar. — Sua bocetinha é uma delícia — ele arfava. — Poderia ficar te comendo a noite inteira. Ela se excitava com suas palavras, mas não sabia o que responder. — A gente não pode... ficar aqui... a noite inteira. Ele retorquiu em seu ouvido, fazendo-a se arrepiar novamente: — Quer que eu goze? Não queria, mas estavam em um lugar público. Indo contra seus desejos, balançou a cabeça positivamente. O sentiu latejar dentro de si com a ideia. — E onde você quer que eu goze? Conseguiu murmurar enquanto seu pau socava com força, fazendo-a balançar: — Na minha bunda. Ele redarguiu enrolando seus cabelos entre os dedos e a puxando para trás para rosnar em seu ouvido: — Não. — A fodia com força. — Onde você quer que eu goze? Quando se recompôs do sorriso malicioso que deixara escapar, ela respondeu mais alto, pensando que ele não a tivesse ouvido: — Goza na minha bunda. Dessa vez largou seus cabelos para segurá-la pelo pescoço: — Me pede direito. — A voz rouca de prazer, as estocadas firmes e constantes, tudo a deixava ainda mais molhada, com ainda menos vontade que terminasse. Seu pau estava muito duro, e entrava e saía sem dificuldade, arrombando sua bocetinha e a deixando louca. — Pede pra eu gozar nesse seu rabinho gostoso — ele explicou. — Pede pra eu lambuzar seu cuzinho, pede. A princípio, ela não conseguiu dizer. Não por pudor, não por vergonha; mas porque estava gostoso demais. Queria poder aproveitar um pouco mais. Deslizou os dedos por entre as pernas para se masturbar enquanto ele a comia. O ritmo se intensificava, juntamente com o tesão por aquela loucura. Sem sua resposta, ele atacou seu pescoço com a boca, chupando, mordiscando e arranhando-a com a barba. Deu um descanso para a mão dela quando decidiu masturbá-la ele mesmo, permitindo que ela se apoiasse com ambas as mãos contra a parede. Cada movimento, cada toque, cada metida... Tudo aumentava gradativamente de intensidade, até o ponto que ele não resistiu. Agarrou-a pela cintura com ambas as mãos e arfou: — Eu vou gozar! Com uma das mãos ela afastou a nádega quando ele tirou o pau para fora, esbranquiçado com seu prazer, e sussurrou como ele havia pedido: — Goza no meu rabinho, goza. Ouviu primeiro o seu gemido áspero, então o sentiu atender seu pedido. O primeiro jato, quente e pegajoso, a atingiu perfeitamente entre as nádegas, e escorreu por seu cuzinho. Os demais ele direcionou à sua bunda, lambuzando-a completamente. Ele desfrutou do orgasmo até o último instante, uma mão agarrando-a pela cintura, a outra subindo e descendo por seu membro inchado de tesão. Estava de olhos fechados, se deleitando com aquele momento. Vê-lo por sobre o ombro com aquela expressão no rosto a excitava: — Acabou? Ele mordeu o lábio, com um sorriso safado desenhado no rosto e se limitou a balançou a cabeça positivamente. Então olhou em volta, alerta. — Ah, agora que você já me comeu, tá preocupado se alguém tá olhando a gente? Ele riu, ofegante, enquanto a ajudava a levantar as calças: — Faz sentido, né? — É. — Abotoaram as calças e fecharam os zíperes. — Agora é tarde. — O leite está derramado — ele gargalhou da ironia. — Exatamente, e eu vou ter que ficar com a calcinha toda lambuzada até poder me trocar. Ele a puxou para junto de si e a beijou: — Eu preferiria ter gozado na sua boca, mas estava tão gostoso desse jeito... Ela sorriu para ele, passando sutilmente a língua pelos lábios: — Você é muito safado — falou. — Mas a gente vai ter outras oportunidades. Olhando-a nos olhos, ainda a envolvendo em seu abraço, ele assentiu: — É, ainda vamos ter muitas oportunidades.
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