Conheci o Pedro num aplicativo no fim de verão. Ele Leblon, posto 12. Eu Ipanema, posto 10. Quem mora no Rio, sabe o quão bairrista somos: um bairro define uma tribo, uma personalidade, um estilo de vida. Nos falamos por duas semanas, mas confesso que não estava muito afim de dar bola para um almofada. Duas semanas depois, ele me venceu pela insistência: topamos nos conhecer na orla na altura do posto 11… se não fosse legal, cada um pro seu lado.
Trinta e poucos anos, bronzeado rosa e um sorriso sacana. Falava com sotaque luso, mas tinha ginga de quem por aqui estava há bastante tempo. Era forte, mas não marombado, sério nas feições mas brincalhão nas atitudes. Era um homem e um paradoxo em si: sofisticadamente rústico. Finalizamos nosso chope e fui ver qual é. Fomos pro apto dele, quadra da praia, na Aristides. Mal fechamos a porta do apto, me empurrou na parede do corredor e me beijou. - Opa, esse é meu! Instintivamente, empurrei ele pro outro lado, beijei ainda mais forte. Era quente, molhado e estranhamente encaixado para uma primeira vez. Ali era o início de uma guerra silenciosa sobre quem dominaria quem… continuamos a nos sarrar, empurrar, esfregar nesse jogo de força e de manejo.
Tenho meus hábitos, e ato contínuo, puxei seu cabelo com força, deixando seu pescoço vulnerável. Enquanto o beijava, roçava minha barba com insistência, indo do pomo à nuca, rispidamente arrepiando toda sorte de pele, dos braços às costas. Em seguida, roçava meus dentes no angular da mandíbula, e subia pela orelha, sempre quente e ansiosa por saliva. Pedro, em contrapartida, sarrava desavergonhadamente seu membro contra o meu… e o rapaz era um competidor à altura: rijo, grosso e envergado. A temperatura dos nossos corpos subia, e ainda vestidos, sabíamos que seria uma batalha longa. A questão era que agíamos por reflexos do prazer… cada vez que eu avançava, ele se submetia, para alguns segundos depois avançar contra mim… tal qual numa valsa.
Eu tenho uma relação de amor e ódio com pessoas dominadoras. Talvez seja um traço da minha personalidade, mas dominação é um assunto que vai além dos 50 tons… é sutil, pode ser com palavras, olhares, gestos ou apenas a intenção de convencer alguém… é arte de colonizar o outro. Pedro era assim: ele sabia como se portar para tirar do outro o que queria, quando queria, sem sequer dar a chance de dizer não.
E não foram necessárias palavras. Nossos olhares eram cúmplices, e íamos guiando um ao outro com respiros, sons surdos, apertos e certa brutalidade. Havíamos feito um pacto silencioso de deixar as cerimônias do lado de fora daquele apartamento e seguiríamos apenas a base do instinto e do prazer, até que um ou outro cedesse ao gozo. O dominado era aquele que sucumbiria à provocação alheia e atingisse o clímax sem poder mais resistir.
Isso posto, o próximo território a conquistar eram os mamilos. E que mamilos! Pedro os tinha grandes, quase como a falange de um dedo mindinho. Eu estava decidido a mapear cada zona erógena daquele corpo e vencer essa batalha. Mas ele também… não perdia a oportunidade de me acariciar com suas mãos hábeis, deslizando pelas minhas costas, puxando-me contra ele. A cada vez que me afastava buscando seu peito para lamber e mordiscar, ele me abraçava mais forte. Por fim, resolvemos tirar nossas camisas, arrancamos nossos sapatos e meias e cúmplices entramos quarto adentro só com nossas cuecas já meladas do desejo pelo outro.
Na horizontal, a batalha se acirrou: quem iria se submeter e dar de costas? De frente, mais sofreguidão ainda, beijos mais fortes e mais estalados e mãos que passeavam mutuamente explorando o outro corpo, em busca de um fraquejo, uma pista de prazer, um deslize que convidasse à submissão. Mamilos eram absortos de saliva, o exalar do suor, a barba já molhada por grossa baba e desejo, e um vai-e-vem de beijos na boca e nas axilas.
Era difícil respirar em meio a tanta vontade e tanto desejo. Parecíamos que tínhamos descobertos um lugar fora do tempo, secreto, íntimo e intenso. O ar úmido, quente, exalava a mistura de nossos hormônios e nossos perfumes.
Jogada inesperada, Pedro cede ao esfregar da minha barba molhada de saliva em sua nuca, e, sem hesitar, se põe de costas para mim. Desnecessário dizer que ali o jogo já estava definido: eu ia marcar o gol e fazê-lo implorar por mais prazer até que não pudesse mais aguentar. Arranquei sua boxer pelo elástico até o joelho, e ele terminou de empurrá-la ao lençol esfregando os pés contra suas pernas, de forma brusca e desesperada.
Que visão: tinha um homem de meia idade, gostoso, parrudo, com marca de sunga e de sol ao meu dispor. De perfil, sua silhueta ressaltava uma bunda grande e dura, moldada por exercícios e pelos, além da panturrilha forte e talhada, e uma piroca tão grossa e babona quanto a minha. Se existe um paraíso, eu sabia que pervertidamente, aquela era sua imagem no espelho! Toda masculinidade daquele homem entrara em contraste com sua vontade expressa em me propiciar prazer, se entregando à mim. Estranhamente, eu já não sabia se era eu quem o dominava - por ser o ativo naquele jogo - ou ele que me subjugava, me fazendo crer que desempenhava o papel que ele havia escolhido pra mim. Foda-se! Eu queria mais prazer, queria que tudo isso não terminasse e estava decidido a fazê-lo pagar por tamanha perspicácia e insolência em me dominar, paradoxalmente sendo ele o dominado.
Desci nuca abaixo, missão lamber e arrancar dele suspiros enquanto navegava em direção aquela bunda naturalmente peluda. Com força chupava suas pregas e invadia com a lingua as bordas daquele homem. E quanto mais forte eu empurrava meu queixo e barba, mais ele se abria, como se me quisesse todo via adentro. O cheiro almíscar de suor, saliva e pelos alternava com os suspiros, urros secos e espasmos do corpo dele. Sua piroca era uma rocha: jorrava uma baba particularmente espessa, onde se via o limiar translúcido do líquido esticado-pegajoso. Era uma anunciação! Nunca desejei tanto alguém como ele, cada microssegundo encerrava em si uma eternidade. Fui invadindo seu íntimo com pressão e força, sem deixá-lo recuar. Ele, homem feito, havia decidido não arredar do desafio, e mesmo que porventura sentisse dor, não me daria o gosto de vê-lo fraquejar. E assim foi até meu membro desbravar aquela entranha, sentindo o roçar do púbis contra a relva carnuda dele.
A partir daí era ritmo: quanto mais eu queria invadi-lo, parti-lo ao meio, mais Pedro se entregava, se abria, se arcava. Era inebrio e êxtase, com socadas em staccato, alguma brutalidade e muito tesão. Seu corpo era um instrumento em perfeita ressonância com o meu. Sentia seus espasmos enquanto mordia sua nuca, igualmente refletido no apertar das suas pregas no meu pau. Só quem fode com entrega sabe do que falo: aqui o prazer era compartilhado, minha missão era dar prazer a ele, e a dele, me dar prazer em retribuição. Não havia um viés de egoísmo e nós dois havíamos selado o pacto que outrora se estabelecera: mas quem havia de se exceder e terminar esse pas-de-deux de entrega e prazer?
A medida que lhe metia, lhe invadia e revirava, embora fizesse todo o esforço para continuar apertar meu pau, eu confesso que perversamente sentia ele se afrouxar. E quanto mais frouxo, mais eu metia, para mais largo ficar. Tirava meu pau, e tudo se abria… e eu por dentro ria, orgulhoso daquela obra-prima em couro e pelo, buraco largo moldado por um cavalo que insistia em lhe arrombar. O pobre homem já não tinha mais resistência, e no ápice de sua penitência, o vi viril se arcar e se largar: explodiu em gozo e em farto espasmos, porra lá longe, do outro lado da parede a jorrar… e seu gozo se converteu no meu gozo, quase que no mesmo instante, entranhas adentro a inundar.
Pacto selado, síntese da junção perfeita: entre desejo e vontade, tesão e sincronicidade.
Ambos sabíamos que ali começava algo único, mas que éramos muito orgulhosos para assumir. Tomei uma ducha rápida, e enquanto ele terminava o banho, eu bati a porta do apartamento sem sequer me despedir. Afinal, eu era um homem noivo, quase casado, agora entregue ao acaso de me apaixonar por alguém que era só pra me divertir.
CONTINUA…
Sua escrita é maravilhosa, deixa os contos ainda melhores, cheio de tesão e garantia de muita rola babando e gozando gostoso, a gente vai a loucura tentando imaginar as cenas, muito bom, poste mais
Eita! Aí sim! hehe Parabéns! Fica o convite para ler meu conto novo tb. ;) Abração!
Tesao de conto hein cara
Conto magnífico. Votado.
Ansioso pela continuação
Daddy feat. Naughty Boy youtube/watch?v=jAnIfqF-Mu8
Grande habilidade narrativa! Como seria esse talento escrevendo sobre um cara que se sente atraído por você estabelecendo reflexos de um filho legítimo?
Votado - Muito bom seu conto, gostei e quero o resto !...
Votado! Continue o conto! Gozei ao terminar a leitura.
Sensacional, partamos agora para a continuação. Parabéns!
Continue a escrever!
Adorei é não resisti. Finalizei a leitura com meu consolo enterrado no meu cu que piscava sem parar. Gozei gostoso!!!!!!
Também quero! Votado...
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Grande texto!! bom demais!
Texto maravilhoso cheio de erotismo e tesão, uma trama perfeita para obter orgasmos arrebatadores. Aguardando a continuação, teve meu voto com louvor, bjinhos Ângela
Belo conto, como sempre um exímio escritor. Parabéns pelo relato.
Maravilha de texto! Uma batalhas das boas, mas vencida pelo desejo que arrebatou os dois. Não há melhor nem pior, nessas batalhas ambos são vencedores... E o final do texto em rimas latentes ficou muito bom e poético. Eu gosto dos seus textos. Sempre leio... Parabéns! Votado!
Top demais votadov
Votado! Texto bem escrito e com toda a emoção e tesão do fato.
delicia de conto...bem escrito e nos leva para junto...
Para ler, reler e navegar na tela dos desejos e imaginação. Conto soberbo!
Lendo este conto incrível, lembre da música do Alceu: se amando na praça como dois animais.
Pessoal, muito obrigado pelo carinho e pelas palavras de incentivo! Você são a razão de eu continuar escrevendo… Para aqueles que ainda não votaram, por favor me ajude a alcançar mais leitores dando seu voto aqui embaixo! Um forte abraco!
Deliciosamente envolvente e sedutor, como você! Ambos tiveram muita sorte em se encontrar e ceder aos ímpetos do desejo
Votado pela qualidade do texto, quase um poema sensual e sexual homoerotico... E capaz de transformar as palavras em cenas na mente de quem lê. Parabéns!!!!
Que delícia de conto! E que vontade de estar no lugar do Pedro! Escreva mais! Votado
Conto maravilhoso cheio de tesão, um sexo entre machos cheios de tesão. Muito bem escrito espero que tenha uma outra vez com Pedro..
Muito bem escrito, quente. Parabéns
Mais uma vez, um conto perfeito. Ritmo e entrega, além de finalmente abrir seu coração. Estava com saudades! Votado!
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