SOB O EDREDOM

Como num sonho, sem prévia explicação ou contexto algum, numa noite fria de inverno: chuva intermitente e quinze graus lá fora, mas meu edredom de lã me aquecia bem, mesmo eu sem roupa, como costumo dormir. E ela chegou no quarto, tiritando em seu sumário camisão, rígidos mamilos gritando frio, pedindo arrego, suplicando calorzinho. “Vem, ué!”

Ela veio. Enfiou-se embaixo da proteção, suficiente extensa para os dois corpos. Até encontrar o aconchego ideal, mexeu-se muito. O lugar que lhe pareceu ideal foi praticamente encostada a mim, só então percebendo minha nudez. Mas estava tão quentinho! Não quis se afastar. Algo em mim quis se expandir. E o fez, tocando-a de leve. Para contribuir com o mútuo calor, desnudou-se também. E estava tão quentinho que ela encostou geral, recebendo minha expansão rígida entre suas coxas.

Ela encolheu as pernas, acompanhei: conchinha que fala, não é? Meu braço, seu travesseiro; minha mão sobre seu seio; o quentinho de sua caverna derretia-se sobre o meu mastro vizinho. Inicialmente imperceptíveis movimentos, que foram se cadenciando: cheiros, ronronares, respiração acelerando-se... Não há conchinha, por mais aconchegante, que resista muito tempo a tantas e lúbricas insinuações.

Em pouco tempo, não eram mais involuntárias agitações, mas incisivos roçares de nádegas em coxas, de dureza em lava ardente, e finalmente corpos se serpenteando um no outro. Gemidos. Giros e estamos frente a frente, tesão borbulhante, que se insinua e se concretiza em fervente beijo: lábios-línguas-céus-gostos detonam megatons de lascívia. Ela se escancara e a visito, penetrando suavemente e voltando para entrar de novo várias vezes. A dança dos corpos, ao som de gemidos e sussurros; mãos que se percorrem e ousam espaços secretos, redutos de incontidos prazeres – tudo se transforma num quadro único de lascívia e de completa entrega. Ela me come e eu penso que a estou comendo. Os dois têm razão.

Na fervura da cama, sob o edredom, preciosismos e rebuscamentos linguísticos vão escorregando para a vala informal da luxúria, reclamada pelos corpos em chama. E agora descem (ou sobem) à volúpia, ao libidinoso, à safadeza pura e simples e boa e gostosa: é caralho fodendo buceta, são putarias físicas (dedadas no cu), são obscenidades verbais (vou gozar, porra!), gritos e descontroles...

E a explosão do gozo! Intenso! Energia pura, circulando à velocidade da luz dentro e entre os corpos – que parecem querer se fundir num só! Contrações involuntárias! Jatos que se ejetam com força! Gritos que viram grunhidos, gemidos, abafados ruídos... Batimentos cardíacos aceleradíssimos, respiração ofegante.

Aos poucos e gradativamente, tudo vai se acalmando, o aconchego vai se fazendo entre os dois corpos agarrados, sob a lã, sobrevém o relaxamento, o soninho bom, os olhos fechando e o adormecer juntinhos...


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Ficha do conto

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marazone

Nome do conto:
SOB O EDREDOM

Codigo do conto:
203290

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
23/06/2022

Quant.de Votos:
2

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