Voltando para o momento do banho pós-sexo, exatamente vinte anos após aquele nosso primeiro encontro na escola, eu via o quanto aquele moleque à minha frente havia se transformado num homem rebaixado gostoso, bem gostoso.
Enquanto ensaboava suas costas, ele passou a ensaboar a minha bunda e, dando leves dedadas no meu cu, com a justificativa de estar apenas limpando, fez meu caralho crescer e, sem cerimônias, passou a chupá-lo enquanto metia já dois dedos em mim de uma vez.
Aquele sem-vergonha sabia como dar prazer a outro macho. Virou-me, enxaguou meu corpo e caiu de boca no meu cu, que já estava pronto para receber um terceiro dedo nessas alturas. Falando em altura, eu precisava que ele me comesse, mas não sabia ainda qual posição seria, pois ali em pé poderia ser um pouco desconfortável.
- Fica de quatro! Sei que você gosta em pé, mas de quatro vai funcionar melhor aqui. Fica de quatro e empina essa bundona pro teu putão, vai!
Obedeci sem medo de ser feliz e fui! Ele despejou um pouco do lubrificante que tinha deixado estrategicamente dentro do box junto aos xampus, agachou e socou devagarinho, centímetro por centímetro, me causando tudo, menos dor. Quando a gente dá pra quem a gente ama, parece que a carne dá uma amaciada, a tensão se esvai e tudo entra mais facilmente.
- Isso, gatinho, entrou tudo. Pá, agora eu vou socar sem dó, tá? Você geme pra mim, meu bem? Geme gostoso?
Ele realmente tinha um prazer imenso em fazer um sexo mais barulhento. Gemer com ele era parte do pacote e era TÃO bom. Mesmo começando tímido, de repente eu já comecei a gemer fino, alto, sendo fodido por aquele homem que, se pudesse, já seria pai de uns dez filhos meus. A única coisa que podia me fazer feliz aquela hora era aquele pau enterrado no meu cu.
Depois de uma sequência de estocadas, ele começou a por em prática o que há pouco o havia ensinado, rebolando com seu pau enterrado até quase as bolas dentro de mim. Rebolando e me dando tapas na bunda, comecei a receber o troco do que fiz com ele. E que troco!
- É assim? Tô fazendo direito, vagabunda?
- Tá sim, tá foda. Rebola mais, roda mais esse pau no meu cu, vai!
E assim foi por pelo menos quinze minutos. Não dava para demorar mais, precisávamos sair logo logo e, sabendo disso, João só repetia o quanto me amava e que queria ver meu cu sedento por sua rola.
- Você sabe que você sempre teve a chave do meu cu. Agora deixa eu guardar tua porra nele, goza em mim, caralho!
Como se fosse a senha que precisava para desbloquear o restante da fera que faltava sair, ele me segurou pela cintura e começou a me macetar aos urros, enquanto eu recebia aos gritos. Era sublime, era incrível. Grudando-me em seu peito e puxando minha boca para um beijo afoito, disse que gozaria e, ao sentir seu pau pulsando dentro de mim, sem mesmo me tocar, gozava mais uma vez naquele dia, sujando todo o box do banheiro.
Quando conseguimos ficar em pé novamente, ainda um pouco fracos, rimos, nos beijamos lentamente e terminamos aquele banho, que mais tinha feito suar do que lavar.
No quarto, separei minhas peças de roupa e supus que algumas peças do Cris serviriam nele. Medindo-o de cima abaixo, apenas com uma toalha pendurada nos ombros após se secar, entendi certinho qual seria o look certeiro para aquele homem, que precisava de algo condizente com aquele porte todo. Rapidamente fui no guarda-roupas e nas gavetas espalhadas pelos móveis, fechando a proposta com uma cueca slip preta, calça de sarja cinza escuro, camiseta lisa bem agarrada um tom mais claro que a calça, sapatos oxford pretos, um colar com um padrão geométrico como pingente e um Swatch pra ninguém botar defeito. Se vendo no espelho, ele não se conteve:
- “A mulher está um luxo!” – disse ele soltando um meme clássico duma atriz que esqueci o nome – E o cara tá como? Na estica total! – aquela mistura de gírias aviadadas e héteras fez meu pau querer pulsar de novo, mas não podia. Terminei de me vestir de forma semelhante, com tons de bege para não contrastar muito com os cinzas dele.
- Você está bonito demais, só dá mais vontade ainda de eu arrancar cada uma dessas peças agora e te foder de novo, mas precisamos ir logo.
Seu semblante ficou sério e senti uma pontada de pena por vê-lo daquele jeito. Esse assunto tirava um pouco do seu brilho e provavelmente foi o responsável por alguns poucos fios de cabelo branco que vinham brotanto em sua cabeça, ainda que com só 35 anos.
Despedimo-nos dos meus cachorros, que ficaram tranquilamente no quintal durante aquele período, para que não inventassem de pular na gente enquanto transávamos, e entramos no meu carro. Era a primeira vez que eu dirigia na frente dele e queria fazer bonito.
- Nem acredito que você tem um Fastback Abarth! Cara, esse carro é monstruoso!
- Finalmente alguém que me entende! Para o Cris, o importante era o carro andar, o resto era frescura hahaha. E olha que nem extrapolei muito na minha escolha, esse aqui saiu bem em conta.
- Carro nunca foi a praia dele. Mas lembra quando a gente foi no salão do automóvel uma vez? Ele ficou todo nervoso porque queria ir embora e a gente mal tinha andado nos estandes. Tudo bem que a gente extrapolava um pouco na empolgação e o coitado sofreu na nossa mão, mas até hoje tenho as fotos em um pendrive. Espero que ele venha no meio das minhas coisas.
- Se não vierem, tudo bem, eu tenho tudo guardadinho num drive já. E falando sobre guardar, vamos falar de coisa séria: você realmente quer a guarda integral do seu filho? Você quer mesmo o Davi morando com você?
Um certo terror tomou conta dos olhos dele, uma angústia que me fez sentir João Victor frágil como poucas vezes o vi.
- Não só quero, como eu preciso disso. Eu preciso do meu filho comigo. A vó dele não pode ficar com ele, mas como? Como eu vou conseguir isso? Pá, eu tô desesperado.
- Eu só precisava sentir essa sua certeza para seguir com o plano. Fique em paz, João. Eu estou com você e vai dar tudo certo. Não nos reencontramos atoa, pode te garanto. Se Deus quiser, e Ele vai querer, a gente vai conseguir tirar o Davi das mãos daquela fodida da sua ex-sogra.
- Eu já a chamava de “sobra” ou de “cobra”. Agora eu nem sei mais como me referir a ela. Por que eu fui inventar de brincar de hétero, ainda mais com a filha do meu empresário? Se eu tivesse sido mais sensato, batido de frente com meus pais, corrido atrás de você quando era hora, se eu...
- Shhh! – pedi silêncio e segurei firme em suas mãos, tentando passar toda a segurança que podia – você ganhou um filho nessa brincadeira, meu bem - beijei sua testa e ergui seu queixo. – Agora levanta a cabeça, princesa, se não a coroa cai.
A piada quebrou um pouco da tensão e arranquei com o carro assim que passei a entrada da garagem. Quando cheguei na portaria, tomei uma leve bronca do segurança do condomínio pela alta velocidade, mas bem leve mesmo, só por protocolo, pois o Cleber me passava uns panos por eu deixa-lo dar umas voltas com meu carro quando queria impressionar alguma mina, assim como deixava usar minha casa também. O engraçado de ter vindo debaixo é não pensar, nem por um único momento, que eu estava por cima de alguém ali, ainda que morando num dos condomínios mais caros do Estado.
- Aí, Cleber, esse aqui é o João Victor. Ele vai ficar um tempo comigo, depois agiliza o cadastro dele pra mim?
- Claro, mano, pra já!
- Já não, porque estamos com pressa mesmo, mas depois te mando no Whats os dados dele. Sobrou lasanha no freezer da churrasqueira. Passa lá antes de ir e leva pra você e pra tua mãe.
Os olhos dele brilharam. A lasanha da Dona Olinda era a melhor de todas, mas ela tinha caprichado demais daquela vez, não tinha condições de eu e João comermos aquilo tudo sozinhos, ainda mais quando ela disse que faria um outro prato no dia seguinte.
- Valeu demais, Paolo! Fez a boa demais. Agora tu aí, ô pequeno, vê se cuida do meu brother, se não eu te esculacho, falou?
Comecei a rir com a cara de assustado que o JV fez ouvindo aquele afronte e o Cleber caiu na gargalhada. Aliviado ao ver que estava tudo bem, JV só concordou com um “Pódeixá”, a cancela foi liberada e saímos.
- Vou te apresentar o Vicente Júnior hoje. O cara é o melhor advogado que eu conheço, também LGBT e formado na USP. Não tem um caso que ele tenha perdido nos anos em que advoga. A gente se conheceu na faculdade, sendo um dos meus veteranos e me inspirei muito nele, seguindo inclusive a mesma linha de pesquisa de seu TCC, que usei de referência. A sua origem é parecida com a nossa, o que só nos aproximou mais, além de ser um gato. Inclusive eu e o Cris pegamos ele algumas vezes, viu? Que sabor! Mas na hora de ser sério, ele é bem sério, você vai ver.
Escolhi o restaurante que todos os advogados pareciam gostar, ou seja, a comida era ótima, mas o clima era péssimo, pois onde tem advogado há paz? Acho que não. Ainda assim, ali era ótimo para fazer reuniões, contatos e descobrir fofocas. Mais do que isso, eu sabia muito bem quem frequentava aquele lugar e torcia para achá-la justamente aquele dia.
Estacionei o carro propositalmente num lugar que poderia bloquear a saída de outro. Descemos e estendi minhas mãos para João. Senti seus calos envolverem a minha pele também não tão macia e seguimos para a entrada. Ao chegarmos, pedi à hostesses que nos mostrasse a mesa reservada, mas que também precisava voltar no estacionamento para deixar a chave com o segurança, para caso precisassem tirar o carro para o outro sair. Aparentemente, JV não desconfiou de nada, o que era ótimo.
- Oi, Rafa! Tudo bem? Preciso de um favorzão – disse ao segurança logo que o avistei.
- Pô, achei que não ia nem me cumprimentar hoje. Que bicho te mordeu? Se foi aquele que passou com você, foi uma mordida e tanto, hein?
- Larga a mão de ser safado, homem! – ri junto com aquele comentário – É que ele não podia desconfiar do que vim fazer. Só pra confirmar, hoje é dia da loira do Mercedes brega vir, né?
- Sim. A hostesses pediu que eu deixasse a vaga dela preparada inclusive. Ela exige uma vaga perto da porta por ser já de idade e a caminhadinha lhe doer as pernas, mas pelo jeito não precisa das pernas pra dar conta do motorista novinho dela depois da janta. Duas taças de vinho e ela deixa bem claro o porquê de ter escolhido o moleque de chofer, assim como deixa claro o tom esnobe desagradável para nós, meros mortais.
- Pois é, então me manda uma mensagem quando ela chegar para eu deixar tudo preparado. Hoje é dia de fazer a pressão da velha subir.
Continua...
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Se possível, vote e deixe o seu comentário ao final, quero saber o que estão achando da história do Paolo e do João Victor. O próximo capítulo vai trazer um pouco mais de clareza do que esperar dessa história. Beijo na boca de cada um!