IDAS E VOLTAS [29] ~ Ponto final com o Roger!

Durante o caminho, enquanto Roger me levava pra casa falamos sobre o batizado de Sabrina. Quanto a nós dois não tínhamos muito que dizer; tudo o que tinha para ser dito, falamos quando estávamos no prédio da academia.

Ao chegar a republica encontrei Pedro sozinho em casa.

- Ué sozinho, cadê a galera?

- O Rafael viajou para a casa dos pais, o Giovane saiu com Letícia e Patrícia e o Lucas foi fazer um passeio com os amigos dele.

- Ele não para, né?

- O Lucas é assim mesmo, mas é gente fina.

- E você não quis sair?

- Não estava muito animado e resolvi ficar por casa.

- E seu primo, vem quando?

- Vem em fevereiro junto com você, aí serão mais dois na casa.

- Isso é bom, a galera vai aumentando e os custos vão diminuindo.

- Porque você optou pela republica se tem condições de bancar um apartamento sozinho?

- Não curto morar sozinho, prefiro estar no meio dos amigos.

- Companhia aqui é o que não falta só não tem privacidade.

- Eu já percebi, mas não tem problema.

- Você logo acostuma.

Posso te fazer uma pergunta meio indiscreta, mas, por favor, não se ofenda e responda se achar que não é invasão a sua vida.

- Fique a vontade, Sandro.

- De onde você conhece minha irmã?

- É uma longa história, mas a conheci na faculdade na festa dos calouros da fisioterapia ela foi com uma amiga que é colega minha.

- E essa amiga apresentou vocês?

- Sim, nos apresentou e eu gostei dela.

- Em que sentido?

- Você acha que estou dando em cima da sua irmã?

Imagina, não tenho nada a ver com sua vida e minha irmã sabe o que faz.

- Fique tranquilo, não tenho nada com sua irmã.

- Você não se interessou por ela?

- Logo que a vi eu me interessei e até pensei em investir.

- E foi nessa festa que vocês se viram pela primeira vez?

- Sim, ela estava sem carro e minha colega lhe ofereceu uma carona, mas antes passariam na festa, porém acabaram gostando e ficaram até o fim.

- Você chegou a falar com ela?

- Falei, minha colega nos apresentou e conversamos longamente, foi ai que ela me disse que tinha uma filhinha e era casada.

E depois vocês não tiveram mais contato?

- Só de relance e pelo visto ela gosta muito do marido.

- Você conhece o Roger?

- Não! Eu a vejo pouco porque não somos do mesmo curso.

- Sabe que eu cheguei a imaginar que vocês tinham algo mais.

- Não cara, sua irmã é louca pelo marido, nos poucos minutos que conversamos, ela só falou nele.

- E mesmo assim você não pensa em investir?

- Está maluco, não vou me meter com mulher casada e com filho pra criar.

- Eu te entendo.

- Ah cara, eu nem me dei conta da bobagem que falei, ela é sua irmã e não quis ofendê-la.

Fica tranquilo, não a ofendeu e nem a mim.

- A Filhinha dela é linda, ela me mostrou a foto.

- Quer saber de um segredo?

- Se você me contar não será mais segredo.

- É só entre nós, não comente com ninguém, nem mesmo com ela.

- Não tenho intimidade com ela a esse ponto.

- Ela não é feliz no casamento.

- Como assim cara? Ela me falou tão bem do marido.

- Aparências, mas por trás tem uma série de problemas.

Porque você está me contando isso?

- Fiquei com vontade e gosto de você.

- Você acha que vale a pena eu investir?

- Quem tem que achar é você, mas tem meu apoio.

- Já deu pra perceber que você não gosta do seu cunhado?

- Gosto dele, mas o casamento deles é uma fachada e não tolero esse tipo de coisa.

- Que doido Sandro, eu nunca imaginei que fosse me dizer isso.

- É um segredo nosso e morre aqui.

- Fique tranquilo.

- Estou muito cansado vou dormir, amanhã terei um dia cheio pela frente.

- Vá descansar e obrigado pela dica.

- Boa noite, essa foi de graça e eu gosto de você.

No dia seguinte no batizado, Roger nem parecia o mesmo da noite anterior, estava atencioso com Aline e Sabrina, além de sua mãe e seu pai acompanhado da esposa e mais alguns amigos, ele parecia bem integrado à turma e ao estilo de vida deles.

Observando de longe fiquei pensando se realmente Roger teria coragem de dar um basta em tudo para ficar comigo. Na noite anterior tivemos uma entrega total, mas quando ele estava com seus amigos e sua família e eu me sentia totalmente excluído da vida dele.

Durante a recepção em seu apartamento em momento algum ele falou a sós comigo, toda vez que dirigia a palavra era para que todas as pessoas ouvissem.

Tive uma vontade imensa de sair daquela recepção, ali não era meu lugar, fiquei mal e logo após o almoço convidei meu pai para retornamos à nossa cidade.

Na saída ele me deu um abraço e seguiu no seu quadro dissimulado, me tratou formalmente como seu cunhado e agora padrinho de sua filha, nem parecia o mesmo que na noite anterior fazia planos de ter algo comigo.

À noite, já em casa ele me ligou pedindo desculpas por não ter me dado atenção na frente de seus amigos e a mesma conversa de sempre que já estava me cansando. Não dei muita saída e desliguei o telefone, sentia-me esgotado de ser tratado como um idiota.

Os dias foram passando e veio o Natal, era o primeiro sem a presença de minha mãe, passei com meu pai, Tiago e Paula. Nesse período minha vida estava totalmente sem novidade e a cada dia que passava sentia que precisava tomar uma atitude.

No Réveillon a mesma coisa; passei em casa com papai, Tiago e Paula. No dia 1º de janeiro apareceram Rafael e Fernanda para tomar banho de piscina comigo.

Rafael e eu estávamos na água quando Fernanda me avisou que meu celular estava chamando, saí e ao atender tive uma bela surpresa.

- Feliz ano novo canadense.

- Feliz ano novo e quem disse que sou canadense?

Você não foi pra ficar?

- Pensei muito e decidi voltar para o Brasil.

- Uau!

- Gostou?

- Gostei, o Brasil tem seus defeitos, mas também tem suas qualidades.

- Cheguei a essa conclusão nesses dias que estou aqui.

- Fiquei feliz por ter se lembrado de mim.

- Liguei pra desejar feliz ano novo e pra matar a saudade, mas tenho que desligar, senão fica muito caro.

- Mais uma vez obrigado por estar sempre perto de mim, mesmo a distância

Não deu tempo de continuarmos a conversa e a ligação caiu.

- O que foi? Parece que viu um fantasma? – perguntou Fernanda.

- Não foi um fantasma, mas uma constatação.

- Era o Juliano? – perguntou ela novamente.

- Era ele sim, vai voltar para o Brasil.

- Ele gosta de você, disso não há o que negar.

- Sandro, não pensa muito e vem aproveitar a piscina, gritou Rafael de dentro d’água.

Ficamos na água até tarde, Tiago e Paula se juntaram a nós e meu pai nos observava deitado numa rede.

No final da tarde fomos dar uma volta pela cidade em dois carros, Fernanda e eu ainda não tínhamos a carteira, portanto não podíamos dirigir, meu pai levou um carro e Tiago o outro.

Fomos a uma sorveteria e quando estávamos no meio do sorvete tive outra surpresa inesperada, entraram no recinto, Roger, Aline e Sabrina.

Meu pai ficou muito feliz com a surpresa, mas eu cada vez mais me convencia que Roger se sentia confortável com a situação e Aline gostava da vida que levava.

Assim que chegaram peguei minha afilhada, estava com saudades dela e Sabrina não tinha culpa pela situação em que os pais viviam.

Roger apenas me observava, como se quisesse me dizer alguma coisa, mas na verdade eu não queria saber, estava decepcionado demais com suas atitudes.

Estava muito calor na sorveteria, Sabrina ficou impaciente por estar naquele local barulhento, foi então que resolvi andar um pouco, fomos a uma pracinha que ficava em frente e sentei num banco com ela no colo, olhando o movimento das pessoas na rua.

Fiquei um bom tempo sozinho olhando o movimento enquanto Sabrina brincava comigo, estávamos distraídos que nem percebemos Roger se aproximar.

- Fiz questão de vir aqui só pra te ver.

- Não é uma boa às pessoas nos verem juntos.

- Esse povo é muito fofoqueiro, mas eles não têm motivos para nos acusar.

- É verdade, acho que pela primeira vez eles podem dizer que somos bons amigos.

- Fiz questão de vir aqui só pra te desejar feliz ano novo.

- Obrigado e pra você desejo que consiga se decidir por qual caminho irá seguir.

Eu já me decidi há muito tempo.

- Já me convenci disso.

- De que?

- Que você jamais vai deixar a vida que tem.

- Não é fácil Sandro.

- Eu sei e por isso até já me conformei.

- Você vai à inauguração da academia no próximo sábado?

- Não sei se devo. Não me sinto bem com essa situação, Aline é minha irmã.

- Faço questão da sua presença, vim aqui especialmente pra reforçar o convite.

- Vou pensar.

- Posso me juntar a vocês? – disse Aline bem próxima a nós.

Estávamos falando sobre a inauguração da academia, disse Roger.

- Você vai, né maninho?

- Como disse ao Roger, vou pensar.

- Mano, eu preciso te pedir perdão por tudo que houve no passado e quero conviver bem com você.

- Eu não quero falar sobre isso Aline.

- Tudo bem, respeito sua decisão, mas gostaria muito de me aproximar de você novamente principalmente agora que a Sabrina é sua afilhada.

- Pare com isso Aline, não está vendo que ele não se sente bem com essa conversa.

- A Aline tem razão Roger, nós temos que conviver em harmonia, agora você é meu cunhado e ela é minha irmã e o passado não voltará mais.

Entreguei a Sabrina para Aline e voltei para a sorveteria, estava tão atônito que no momento não tinha um pensamento formado, só queria sair da presença deles.

Naquela noite, eles passaram lá em casa, Aline voltou a tratar o papai com respeito e com isso ele se aproximou de Sabrina.

Ela parecia estar mudada, pelo visto a bofetada que lhe dei serviu para alguma coisa, mesmo assim não conseguia ter raiva dela, o Roger também era culpado por toda aquela situação e eu queria me livrar de tudo aquilo, estava lutando só não sabia se estava no caminho certo.

No dia seguinte Roger e Aline voltaram para Belo Horizonte, a presença deles em casa não me fazia bem, mas eu não podia exigir que ficassem num hotel, Aline era minha irmã e meu pai ficaria mal em ver que estávamos brigando novamente.

Depois que eles saíram resolvi conversar com Tiago, fazia muito tempo que não me aconselhava com ele, estava totalmente perdido e ele embora não resolvesse meu problema me ajudava a ver as coisas com mais clareza.

Fui até o quarto dele e estava mexendo no note.

- Oi mano, está muito ocupado?

- Não, estava olhando o convite de formatura que meu colega mandou, ele queria meu palpite.

- Convite da formatura de vocês?

- É, vem aqui que eu vou te mostrar.

Fui até a bancada onde estava e ele me mostrou.

- É lindo, vai ser este?

- Vai, não queremos nada sofisticado, tem colegas que não conseguem pagar.

- E seus colegas estão de acordo?

- A grande maioria e a minoria que não está de acordo terão que aceitar de uma forma ou de outra, foi votação.

- Parabéns, vocês estão organizando de forma que atenda a todos e não uma pequena minoria.

- Quer falar comigo?

- Sim, mas não quero te atrapalhar.

- E desde quando você me atrapalha?

Ah não sei, já não sou mais o garotinho que você dava conselhos.

- É um adolescente se tornando adulto e acha que pode tudo.

- É por aí, sorri e baixei a cabeça.

- O que andou aprontando?

- Você vai se decepcionar comigo.

- Vou me decepcionar se não me contar o que está acontecendo, não é porque não temos mais a mamãe e o papai esteve doente que deixamos de ser unidos.

- Eu sei, mas você vive tão ocupado mal tem tempo de cuidar da namorada e dos negócios.

- Você é meu irmão e abriu mão de seus projetos para me ajudar, não é justo que eu lhe vire as costas quando precisa de mim.

- Não estou cobrando nada.

- Eu sei, mas me conta o que está acontecendo, notei que ultimamente você tem andado triste.

- Na véspera do batizado da Sabrina, o Roger me procurou pra mostrar a academia.

- E você foi?

- Fui.

- Já sei, não precisa nem me contar o resto.

- Foi isso mesmo que você imaginou.

- Você errou feio, mano.

- A Aline também foi desonesta comigo, ele era meu namorado quando começou essa confusão toda.

- Nesse ponto eu concordo com você e nunca fui a favor dessa relação de Aline com Roger, mas isso não tem nada a ver com o que vou dizer, aliás, eu já disse, mas pelo visto minhas palavras saíram ao vento.

Você disse pra eu me afastar dele, mas não consigo e ainda gosto dele.

- Eu sei que você não vai gostar do que vou dizer, mesmo assim vou dar minha opinião.

- Foi pra isso que vim aqui porque confio em você.

- Mano, põe uma coisa na sua cabeça, se o Roger quisesse ficar com você ele teria ficado há muito tempo porque o papai e a mamãe nunca proibiram a relação de vocês e essa desculpa da família dele não aceitar foi só uma forma que ele encontrou pra te iludir.

- Ele me contou que Aline traiu minha confiança e ela confirmou.

- Esquece os dois, Sandro! – ele gritou alto e foi ríspido comigo.

- Falar é fácil, Tiago, mas tomar uma atitude é difícil.

- Desculpa, não quis te ofender, mas você é teimoso e não percebe o que está claro na frente dos seus olhos.

- Você acha que eu me afastando dele meus problemas se solucionam?

- O Roger foi seu amor de infância, o cara que você venerou por muitos anos, tentou, viveu algo com ele intensamente e pra você foi tudo, mas pra ele não foi.

- Ele disse que me ama.

- Quem ama de verdade não faz o outro sofrer, desculpa mais uma vez se estou sendo cruel com você, mas estou sendo realista, acorda mano.

- E se ele der um basta em tudo e ficar comigo, no dia em que me mostrou a academia estava tão mudado?

- Se ele quisesse já teria feito, aliás, nem teria entrado nesse casamento mentiroso com Aline, mas ela é outra, falei, dei conselhos, porém nunca quis me ouvir, deixei de lado.

- Eu tentei me aproximar do Juliano, mas ele terminou comigo e foi viajar.

- Claro, ele não é bobo de ficar com um cara que só tem outro na cabeça.

- E o que eu posso fazer?

- Aproveita a oportunidade que está de mudança, vai terminar seu ensino médio, fazer cursinhos você é um garoto ainda, aproveite sua juventude, saia com seus amigos e deixa o Roger de lado, se livra desse amor doentio senão você nunca vai ser feliz.

- O Juliano está voltando, você acha que eu devo procurar por ele?

- Não, porque você só vai magoá-lo e ele te ama de verdade.

- Eu não sei viver sozinho mano.

- Que mania você tem de compromisso, para com isso Sandro, liberte-se, amar não é isso que você quer, está fazendo tudo errado.

- Você acha que estou errado em lutar pela pessoa que amo.

- Acho que a gente deve lutar até onde vale a pena, senão é bater com a cabeça repetidas vezes numa parede até se arrebentar e não sair do lugar.

- E o Juliano?

- Viu só a confusão que é sua cabeça, como você quer um pensando no outro?

- Eu já entendi, devo me afastar dos dois.

- Pelo visto você não me entendeu.

- Desculpe, não entendi.

- Vá viver sua vida Sandro, esquece essa fissura que você tem por compromisso, pensa nos seus projetos, na sua carreira e faça novas amizades, o que vier com Juliano ou Roger será lucro.

Obrigado por me puxar às orelhas quando é necessário.

- Conte sempre comigo, mesmo fazendo burradas, disse ele rindo.

- Você é meu ídolo.

- Dá um abraço no seu mano e desculpa mais uma vez.

- Eu precisava desse choque de realidade que você me deu, obrigado!

Trocamos um longo abraço e depois fui dormir, Tiago tinha razão precisava repensar minhas atitudes e minha vida.

No final de semana seguinte foi à inauguração da academia de Roger, já tinha decidido não ir, mas ele insistiu tanto que acabei cedendo mais uma vez.

Durante a recepção foi o mesmo de sempre, atencioso com a família e os amigos, enquanto eu em segundo plano armazenava mais uma decepção até que as palavras de Tiago me vieram à mente e saí sem ser notado.

Mais tarde ele ligou parecia chateado, mas eu estava mais e pra mim o que passei naquela noite já me bastava.

- Porque saiu da festa sem avisar?

- Fiquei sobrando e não estava me sentindo bem com seus amigos.

- É assim que você quer fazer parte da minha vida?

De você eu não quero nada e nem espero mais nada.

- Vou passar aí para conversarmos.

- Não precisa, mas ele nem esperou terminar de falar e desligou.

Alguns minutos depois ele chegou a frente a republica e começou a buzinar como um doido. Fiquei com vergonha dos meus amigos e saí para atendê-lo.

- O que você quer?

- Precisamos conversar e não precisa ficar nervoso que você me conhece.

- Nós já conversamos tanto e nunca chegamos a nenhuma conclusão.

- Entra no carro.

- Melhor conversar aqui.

Não seja teimoso, faça o que estou pedindo.

- É a última conversa que teremos e depois quero viver em paz.

Entrei no carro e fomos para academia.

- Não precisava ter me trazido aqui.

- Nós precisamos conversar sem interferência de ninguém.

- Então fale porque não posso demorar.

- Tem algum compromisso?

- Vou sair com meus amigos.

- Como você mudou Sandro.

Fala logo o que você quer.

- Preciso pedir desculpas.

- Não precisa nem se dar ao trabalho, eu estou cansado e não quero voltar à mesma coisa de sempre.

- Você está magoado comigo e isso me deixa mal.

- Roger, ponha uma coisa na sua cabeça, acabou!

- Você sempre gostou de mim, porque quer me deixar agora?

- Porque preciso pensar em mim, não quero viver preso a um homem casado e nem me venha com suas teorias que não me convence mais.

- Você não me ama mais?

- Amar é um sentimento recíproco é uma troca e isso não existe entre nós.

- Eu gosto de você.

- Se gosta, porque não toma uma atitude?

- Porque não é fácil, se ponha no meu lugar.

- E você acha que pra mim é fácil estar envolvido com meu cunhado?

- Me perdoa, ele se aproximou e tentou me abraçar, mas eu o afastei.

- Eu já te perdoei, mas não quero mais envolvimento.

Ele baixou a cabeça e sentiu que dessa vez eu estava falando sério.

- O que houve entre a gente não pode acabar assim.

- Me leva pra casa, já falamos tudo o que tínhamos para falar.

- É isso que você quer?

- Enquanto você estiver casado não me procure, como eu disse da última vez que estivemos aqui, aquela poderia ser a última vez que você tocou meu corpo intimamente e eu estava falando sério.

- Meu sacaninha pensa bem.

- Não me chama assim, por favor.

- Está certo, vou te deixar em casa, mas não pense que vou desistir.

Ele me deixou em casa, não insistiu mais, mas era visível que a situação não estava lhe agradando, porém, pela primeira vez em muito tempo estava pensando em me libertar daquele sentimento doentio que sentia por ele.

Cheguei e deitei na cama do Rafael, permaneci horas deitado, mas não chorei algo em mim estava mudando e decidi a dar um basta assim que vi Lucas se arrumando para sair. Levantei da cama e tomei uma decisão.

- Vai sair com alguém?

- Vou sair com alguns amigos.

- Posso ir com você?

- Nossa, é você mesmo?

- Sou eu mesmo e quero me divertir muito.

- Então anda rápido porque a galera já está chegando.

Não pensei duas vezes, tomei um banho rápido, coloquei a primeira roupa que encontrei pela frente e antes dos amigos dele chegarem já estava na sala.

- Ui é hoje que me dou bem.

- Pra conseguir algo vai ter que batalhar e muito.

- Então não serve pra mim, comigo nada pode ser complicado e eu já tirei minha casquinha, disse ele me beliscando de leve o braço.

- Ainda bem que gostou porque se quiser a próxima terá que fazer por merecer.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
IDAS E VOLTAS [29] ~ Ponto final com o Roger!

Codigo do conto:
217467

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/08/2024

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