Minha esposa, de olhos intensos e sorriso cortante, sempre soube caminhar no fio da navalha entre o recato e a ousadia. Sua presença era uma tempestade envolta em seda: delicada por fora, mas avassaladora em essência. Eu sempre soube que ela não era de ninguém, nem mesmo minha, mas nunca imaginei que me confrontaria com isso da forma que aconteceu.
Naquela noite, ela saiu vestida como se carregasse o próprio pecado na pele. Um vestido vermelho justo, que mais revelava do que escondia, e um perfume que parecia hipnotizar. "Só vou encontrar algumas amigas", disse, com um sorriso que deixava mais dúvidas do que certezas.
Horas se passaram, e o relógio insistia em marcar cada segundo como um lembrete do vazio que ela deixava em casa. Quando ela voltou, era madrugada. Os cabelos estavam bagunçados, os lábios vermelhos borrados, e os olhos traziam um brilho que eu não reconhecia.
"Você se divertiu?" perguntei, com uma frieza ensaiada.
"Ah, mais do que você imagina", respondeu ela, sem hesitar. Seu tom era uma mistura de provocação e desprezo, como se soubesse exatamente o que fazia comigo.
Dias depois, encontrei a confirmação que já pressentia. Um bilhete esquecido em sua bolsa, com palavras que ardiam como ferro em brasa:
"Mal posso esperar para sentir você de novo. Sua pele, seu sabor... Você é o meu vício."seu caralhudo,por que sismos hoje e meteu só em minha bunda ,me arregaçou seu tarado gostoso,ainda bem que aquele corno ,nem chega perto do meu bundao ,não tem rola pra isso e nem consistência, gostoso,estou ardida.
Meu mundo desabou, mas, estranhamente, algo em mim queria confrontá-la, testá-la, vê-la admitindo com aquele mesmo sorriso maldito. "É verdade?", perguntei. Ela riu, aquela risada que sempre me desarmava, e respondeu sem rodeios:
"Você nunca foi o suficiente para mim. E talvez isso seja o que me mantém ao seu lado. Eu gosto de ver você tentando, sempre fracassando, mas ainda assim me desejando."
As palavras eram lâminas, mas havia algo hipnótico em sua crueldade. Ela era um incêndio, e eu, incapaz de apagá-la, continuava a me queimar, mesmo sabendo que isso me consumiria por inteiro.