Compartilhavam as pernas, os quadris, o ventre… e uma única vagina. Desde pequenas, haviam aprendido a sincronizar seus movimentos, a respeitar os momentos de privacidade uma da outra – pelo menos tanto quanto possível quando se está presa ao mesmo corpo.
Mas havia uma coisa que sempre as assombrava: desejo.
Sophie era mais reservada, discreta com seus sentimentos. Camille, por outro lado, gostava de provocar, explorar os limites do que podiam sentir juntas. Quando a puberdade chegou, foi ela quem primeiro teve a coragem de se tocar – e quando o fez, percebeu algo inevitável. O prazer de uma era o prazer da outra. Cada suspiro, cada tremor de excitação era refletido na gêmea, como se seus corpos não apenas fossem um só, mas seus desejos também.
Nos anos seguintes, elas exploraram essa conexão de maneira silenciosa, entre olhares furtivos e toques hesitantes. Mas sempre existia um limite. Nunca haviam deixado que alguém entrasse naquele mundo.
Até Marco.
Ele apareceu em suas vidas de maneira inesperada. Era charmoso, paciente, inteligente. Conheceu Sophie e Camille ao mesmo tempo, sem nunca tratá-las como um espetáculo. Gostava das diferenças entre elas, das nuances de suas personalidades e da forma como, juntas, formavam uma simbiose única.
Com o tempo, o desejo foi crescendo. Camille adorava provocá-lo, brincar com a tensão que se acumulava entre eles. Sophie tentava resistir, mas no fundo queria o mesmo. O desejo delas era um só, mesmo que tentassem negá-lo.
E naquela noite, finalmente se entregaram.
Marco as beijou com calma, alternando entre uma e outra, sentindo como seus corpos tremiam ao mesmo tempo. Camille retribuiu o beijo com desejo aberto, enquanto Sophie hesitou, mas logo cedeu ao calor que crescia dentro dela.
Quando ele deslizou os dedos por sua pele, ambas sentiram o arrepio. Quando os lábios dele traçaram um caminho pelo pescoço de Sophie, Camille arquejou. Elas fecharam os olhos ao mesmo tempo, sincronizadas, o prazer refletindo-se nelas como um espelho invisível.
— Vocês sentem tudo juntas… — Marco sussurrou, maravilhado.
Elas assentiram.
Ele explorou cada centímetro daquele corpo único, aprendendo suas reações. Quando sua mão deslizou para baixo, seus dedos encontrando a umidade entre suas coxas, ambas suspiraram ao mesmo tempo, os corpos estremecendo.
— Isso é incrível… — Marco murmurou, deslizando o toque com mais firmeza, sentindo como elas se contraíam sob suas carícias.
Camille gemeu primeiro, os quadris pressionando contra ele. Sophie fechou os olhos com força, tentando conter a onda de sensações que se espalhava pelo corpo que dividiam.
O desejo não era apenas intenso – era absoluto.
Quando Marco as penetrou, o corpo delas se curvou ao mesmo tempo. Sophie e Camille arfaram juntas, sentindo-se preenchidas, envolvidas pelo calor daquele momento. Os movimentos dele eram lentos no início, como se estivesse saboreando a maneira como elas reagiam.
Elas não podiam escapar do prazer. Era uma experiência compartilhada, um reflexo que se amplificava entre elas. Cada estocada, cada gemido, cada tremor se multiplicava, dobrando a intensidade do prazer.
Camille agarrou as costas de Marco, puxando-o para mais perto, enquanto Sophie mordeu os lábios, sentindo-se à beira de algo avassalador. O corpo delas vibrava, os músculos se contraindo ao mesmo tempo.
— Isso é insano… — Camille sussurrou dentro da mente de Sophie.
— Eu sei…
O clímax veio como uma tempestade, um turbilhão de sensações que percorreu cada nervo de seus corpos. Elas gritaram juntas, sem saber qual das duas havia chegado lá primeiro – ou se isso sequer importava.
Quando o prazer finalmente cedeu, Marco as segurou nos braços, seu peito subindo e descendo junto ao delas.
Sophie e Camille se entreolharam, um sorriso cúmplice passando entre elas. Pela primeira vez, não havia medo, nem vergonha.
Eram duas. Mas também eram uma.
E ninguém jamais entenderia o prazer de ser completa dessa maneira.