Papai, te amo

Eu acabei de fazer 18 anos, mas o mundo parece pequeno perto do que sinto por ele. Meu cabelo castanho cai em ondas até os ombros, e às vezes eu me pego no espelho, encarando meus olhos verdes, me perguntando se ele me vê como eu me vejo agora — não só como filha, mas como mulher. Meu corpo mudou nos últimos anos, ficou mais cheio, mais curvo, e eu noto isso. Noto especialmente quando ele está por perto.

Meu pai, Rafael, é o tipo de homem que não parece real. Ele tem 42 anos, mas o tempo só o deixou mais bonito. Os ombros largos, os braços fortes, os cabelos pretos com alguns fios grisalhos que eu acho perfeitos. Os olhos castanhos dele são profundos, como se guardassem segredos que eu morro de vontade de descobrir. Para mim, ele é mais que um pai — é o homem perfeito. Eu o vejo mexendo nas coisas pela casa com aquelas mãos grandes e calejadas, e fico hipnotizada. A voz dele, grave e firme, me faz arrepiar toda vez que enche o silêncio.

Eu cresci vendo como ele trata minha mãe, a Ana. Ele acorda cedo só pra fazer o café que ela gosta, forte e sem açúcar, e sempre deixa um bilhete carinhoso ao lado da xícara. Para mim, ele também nunca falhou. Estava em todas as minhas apresentações na escola, me ajudava com aqueles deveres de matemática que eu odeio, e me abraçava forte quando eu chorava. Ele é assim: constante, perfeito. E foi isso que me pegou. Essa admiração que eu tinha desde pequena virou outra coisa, algo que queima dentro de mim, algo que eu sei que não deveria sentir.

Era uma noite de verão, o ar quente e úmido entrando pela janela da sala. Minha mãe tinha viajado pra visitar minha tia doente, e a casa parecia diferente, como se pertencesse só a nós dois. Eu estava na porta da cozinha, olhando pra ele. Meu pai estava sem camisa por causa do calor, mexendo na torneira que pingava. O suor escorria pelo peito dele, marcando cada músculo que eu já conhecia de tanto observar em segredo. Ele é perfeito — não tem defeito, não tem erro. O homem que nunca levanta a voz, que faz tudo parecer simples.

— Clara, você tá bem aí? — ele perguntou, sem nem me olhar, a voz rouca cortando o ar.

Meu coração disparou. Eu engoli em seco, sentindo meu rosto pegar fogo. — Tô, pai. Só... te olhando.

Ele deu uma risada baixa, e aquele som fez meu estômago virar do avesso. — E o que você tá vendo de tão interessante?

Eu quase disse tudo. Quase contei que vejo ele inteiro: a força, a bondade, o jeito como ele é o meu porto seguro. Queria falar que nenhum garoto da escola chega perto dele, que o cheiro de madeira e café que ele tem me deixa tonta, que eu sonho com ele de um jeito que me assusta. Mas eu só sorri, tentando esconder o tremor na minha voz.

— Você consertando as coisas. Você é bom nisso — falei, quase gaguejando.

Ele se virou, limpando as mãos num pano, e me olhou por um segundo que pareceu eterno. Tinha algo nos olhos dele, uma faísca que eu não consegui entender, mas que fez meu corpo todo formigar. Ele sorriu aquele sorriso torto que eu amo, e voltou pro que estava fazendo, como se não soubesse do caos que provoca em mim.

Naquela noite, deitada na cama, eu fechei os olhos e deixei minha cabeça voar. Imaginei aquelas mãos dele, tão firmes na torneira, tocando minha pele. Imaginei ele dizendo meu nome, mas não como pai — como homem. Eu sei que é errado. Sei que não deveria sentir isso. Mas ele não é só meu pai. Ele é tudo que eu quero, o único que sempre foi perfeito pra minha mãe e pra mim. E, nesse segredo que me consome, eu me perco, apaixonada por um amor que nunca vou poder dizer em voz alta. O lençol leve colado na minha pele por causa do calor. Meu corpo parecia vivo demais, elétrico, como se cada pensamento sobre ele acendesse algo que eu não conseguia apagar. Eu ainda ouvia o eco daquela risada baixa dele na cozinha, via o suor escorrendo pelo peito dele na minha mente, e minhas mãos tremiam debaixo do travesseiro. Eu sabia que era errado, mas a vontade de imaginar era mais forte que eu. Foi quando ouvi os passos dele no corredor.

Meu coração deu um salto. A porta do meu quarto rangeu devagar, e lá estava ele, Rafael, meu pai, preenchendo o batente com aquela presença que me engolia inteira. Ele estava com uma camiseta velha agora, mas eu ainda podia imaginar os músculos por baixo, o contorno que eu tinha gravado na cabeça. Ele bateu levemente na madeira, um hábito dele, e sorriu daquele jeito calmo que sempre me desarmava.

— Boa noite, minha menina — disse ele, a voz grave como um trovão baixo. Ele se aproximou, e eu senti o colchão afundar um pouco quando ele se sentou na beirada da cama. Então, como fazia desde que eu era pequena, ele se inclinou e me deu um beijo na testa. Os lábios dele eram quentes, macios, e por um segundo eu prendi o ar, sentindo o cheiro de madeira e café que vinha dele. Era inocente, eu sei, mas naquela noite, com meu corpo já em chamas, aquele toque simples me incendiou.

Ele fez menção de se levantar, mas eu não queria que ele fosse embora. Não ainda. Meu coração batia tão rápido que eu quase podia ouvi-lo, e antes que eu pensasse direito, as palavras escaparam.

— Pai... faz carinho nas minhas costas? — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro, carregada de algo que eu não sabia nomear. — Como você fazia quando eu era pequena, com as pontas dos dedos.

Ele parou, me olhou por um instante, e eu juro que vi uma sombra passar pelos olhos dele — surpresa, talvez? Mas ele sorriu, aquele sorriso torto que eu amava, e assentiu. — Claro, Clara. Se te ajuda a dormir.

Eu me virei de bruços, levantando um pouco a camisola pra deixar minhas costas nuas. O ar quente da noite roçou minha pele, mas foi o toque dele que me fez estremecer. As pontas dos dedos dele, calejadas e firmes, começaram a deslizar devagar pela minha coluna, traçando linhas que pareciam acender faíscas. Era leve, quase um sussurro na minha pele, mas pra mim era tudo. Meu corpo inteiro reagiu — o calor subiu pelo meu peito, minha respiração ficou curta, e eu mordi o lábio pra não deixar escapar nenhum som.

Eu queria que ele soubesse. Queria que ele sentisse o que eu sentia. Enquanto aqueles dedos subiam e desciam, eu imaginava ele parando, hesitando, como se percebesse que eu não era mais criança. Fantasiei ele respirando mais fundo, os olhos castanhos escurecendo enquanto me olhava de um jeito diferente — não como pai, mas como homem. Será que ele gostava disso? Será que, por trás daquele carinho inocente, ele sentia algo mais? Minha mente girava, confusa, perdida entre o que era real e o que eu queria que fosse. Eu imaginava as mãos dele ficando mais lentas, mais pesadas, como se ele estivesse lutando contra algo dentro dele. Será que ele via minha pele arrepiada, meu corpo tenso, e pensava em mim como mulher?

— Tá bom assim? — perguntou ele, a voz rouca quebrando o silêncio. Eu quase tremi só de ouvi-lo.

— Tá... perfeito — murmurei, as palavras saindo carregadas, quase um gemido. Eu queria dizer mais, queria que ele ficasse, que aqueles dedos nunca parassem. Mas ele riu baixinho, como se fosse só um momento entre pai e filha, e deu um tapinha leve no meu ombro.

— Dorme bem, Clara — disse ele, se levantando. Eu o ouvi sair, a porta se fechando com um clique suave, mas meu corpo ainda zumbia, quente e inquieto.

Fechei os olhos, as costas ainda formigando onde ele tinha me tocado. Na minha cabeça, ele não tinha ido embora. Na minha fantasia, ele voltava, se inclinava sobre mim, e aqueles dedos calejados subiam pelo meu pescoço, desciam além das costas, explorando como se eu fosse mais que sua filha. Eu sabia que era errado, que era só minha imaginação febril, mas eu não conseguia parar. Ele era perfeito — pra minha mãe, pra mim, pra tudo que eu sonhava. E ali, sozinha no escuro, eu me deixei afundar naquele amor proibido, confusa, culpada, mas completamente entregue.


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Ficha do conto

Foto Perfil rafinhaavelar2022
rafinhaavelar2022

Nome do conto:
Papai, te amo

Codigo do conto:
230976

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
11/03/2025

Quant.de Votos:
6

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