As cortinas abrem-se para o gran finale. – Romeu, por que fizeste isso?! – Julieta levanta o punhal e crava-o bruscamente entre os seios até tombar encharcada de sangue no chão. Todos da plateia contemplam de queixo caído, perplexos, algumas senhoras de lágrimas nos olhos, senhores tentando ao máximo segurá-las, o resto dos intérpretes bastante fatigados por trás do palco. Eu, responsável pela sonoplastia, aciono as trombetas finais para que o espaço seja iluminado e os espectadores pouco a pouco deixem as poltronas vermelhas. Silenciosamente nós da companhia vibramos pelo fim do espetáculo, mais pela iminente comemoração regada à cerveja depois do show. – Finalmente ela morreu – alguém cochicha já despindo o figurino no camarim. A maioria está animada pelo sucesso de estreia na capital paulista e nos corredores subterrâneos desenrola-se um entra e sai frenético onde atrizes, bailarinos e figurantes marcam ponto de encontro para encher a cara. Enfim escolhido um barzinho das proximidades, cruzamos em grupo de nove pessoas as avenidas do centro sob um chuvisco rarefeito, prenúncio de alagamentos e temporais trágicos nas madrugadas mais normais. O trânsito é invariavelmente infernal, o clima, úmido, as placas velhas de néon pendem para o lado da rua. Chegamos ao botequim. Já na mesa percebi que havia música ao vivo e luz fraca, cenário ideal para um bêbedo fazer jus à fama no mais alto estilo. Pedimos cerveja, uísque pro Carioca, água de coco pra Malu. Quando submergia na atmosfera meio blues do lugar três damas entram no recinto atraindo a atenção total das mesas. – Maluco, olha as putas – sussurra o Carioca de sotaque chiado apontando as três moças em seus trajes tradicionais, de meia-arrastão e salto quinze. Duas eram morenas e uma galega, as três permaneceram na soleira da entrada. O garçom ainda carregando as bandejas vai rapidamente falar às moças palavras delicadas. Percebemos que a mais jovem, loira, se indignou e fez questão de sentar numa das cadeiras enquanto as outras logo foram embora, pagas pra sair. Nesse instante, claramente decidida, a garota cruza sozinha as pernas à medida que os cavaleiros no bar, acompanhados ou não, espiam suas coxas sobreexpostas. – Vê se aprende – e nisso o Carioca anuncia o ataque. Se aproxima no gingado dos fluminenses, faz de educado, pergunta se está com alguém. Ela diz que não e mal respondendo ele já se acomodou. Puxa conversa, confiante e bom de papo, faz a moça se sentir alguém bem-vinda até que seus dedos ágeis de malandro sobem pela perna lisinha da loira e fisgam sua calcinha. Zuni no ar um tapa chicotado no seu rosto, suficiente para fazê-lo voltar nos mesmos passos e ainda levantar risos abafados no bar, salvo a gargalhada exorbitante do barman. – Valeu Carioca, você dá pra tudo, menos cafetão – exclama Malu ao seu modo debochado. Passaram-se alguns minutos, ninguém mais importunou a aprendiz de prostituta, assim nomeada pelo meu colega insuflado de orgulho ferido. Aquela moça envolvendo a garrafa de cerveja com as mãos, sentindo-se cada vez mais só, e talvez igual a nós, subitamente levantou-se e seguiu caminho para a serventia da casa, sua casa, a rua. Foi o impulso. Deixei de ímpeto algumas notas sobre a mesa, inventei uma desculpa qualquer e saí do botequim acompanhando seu rumo. Do lado de fora, como bem previ, um chuvaral grosso afogava os ratos sujos do centro. Ela de minissaia esticava os braços chamando por um táxi quando lhe toquei os ombros frios. – Que é?! – vi as pálpebras negras borradas pela maquiagem, se desmanchava, e era nordestina. As palavras saíram em avalanche, uma por cima da outra, pedi desculpas pelo Carioca, pelos olhares de censura no bar, pelo pedido do garçom, por ser tão covarde de vê-la agredida e ainda cuspir na cara uma piada imunda. E só quando dei conta do que falava compreendi a imagem do homem excêntrico que transmitia. Sua expressão era de como quem não entende nada ou de quem esbarra com mais um louco na cidade e o mais engraçado foi que. – Você é engraçado – disse e começou a rir sob o relampejar acima dos arranha-céus. Um táxi parou próximo a nós mesmo que ninguém houvesse chamado. Decidi levá-la ao hotel onde me hospedei. Assim fiz. Vidro embaçado, motorista atento à prostituta no banco traseiro, bobagens ditas sem qualquer premeditação. Eu estava bêbado e ela se chamava Julieta de batismo, de guerra era Natasha. Ao deixarmos o veículo o empregado da hotelaria que naturalmente nos trazia o guarda-chuva não cumpriu seu serviço. No saguão hóspedes pairaram diante de nós. O hotel inteiro cessou. Que bosta de lugar, como parei naquele buraco? Antes um cabaré a um inferno cinco estrelas. Subimos ao quinquagésimo andar. Na suíte Julieta secou as roupas, os cabelos, removeu os borrões do rosto. Era incrivelmente feminina, pernas esguias que margeavam uma bunda fenomenal, capa de revista masculina, primeira. Estava folheando o script da peça quando desabei no sofá em sono quase profundo, e ela perguntou. – Então Romeu, vai morrer mesmo? – ao erguer a visão vejo Natasha nua, sentada sobre a poltrona da sala, com as pernas abertas tocando os lábios lisinhos de baixo. Enfia e retira vagarosamente os dedos até que se dirige a mim, abre o zíper da calça, agarra o pau que pula pra fora da cueca, ereto como uma lança, massageia ritmadamente cima-baixo a vara. Fala de como é grande e gostoso, de que adora homem pausudo feito eu. Ela bate punheta como uma ninfa. Quando sinto sua língua quente encostando na cabeça pulsante do meu pênis agarro sua testa e faço com que engula tudo garganta abaixo. Forço-a com as duas mãos e oscilo o quadril até alcançar uma profundidade em que ela se engasga, retira meu pênis e passa simplesmente a lamber a glande. Ah safada, como eu gosto disso. Volta depois a masturbar meu pau enquanto chupa as bolas do saco, diz que ama culhão grande de macho. Apalpo o bico dos seus seios, apertando levemente à medida que balançam. A questão é: chupar ou não chupar? Que seja, vou às lambidas e seguro sua cintura, a inverto de posição. Natasha continua a sugar a cabeça da pica enquanto dou dedadas sucessivas na sua bucetinha rosada. Constantemente ela rebola nas minhas mãos até que caio de cara entre suas pernas e minha língua descobre o melzinho que guardava ali, digo que melzinho gostoso você tem aqui. Ela toda molhadinha, eu duro como um ferrão, ficamos num meia nove harmônico e interminável. Acima do meu nariz, vou com uma das mãos tateando com movimentos circulares seu anelzinho apertado, ela se afasta para frente mas volta logo a ceder. Vou aos poucos enfiando um dos dedos no seu belo rabo, Natasha vem se aproximando até que penetro dois dedos por completo. Peço que se levante, vamos ao grande janelão espelhado que contempla inteiramente São Paulo, suas luzes vermelhas piscantes de vibração noturna incansável. Ela apóia as mãos no vidro gelado, inclina ainda de pé o corpo sobre o carpete, vou como um zangão espetando sua bucetinha apertada demais, quase não comporta a espessura da minha pica e mesmo assim Natasha começa a deslizar oscilante. Diz que gosta de trepar assim, de um garanhão que lhe coma bem direitinho. Passo a pressionar pra frente e pra trás meu pau contra seu corpo ao mesmo tempo que prendo seu cabelo com a mão e dou tapas na sua bunda. Acelero o ritmo perguntando se gosta, responde que quer tudo. Com isso retiro a vara dura e ela hesitando permite que eu enrabe seu cuzinho delicado e apertado. Peço que fique de quatro no carpete, que abaixe os ombros até a altura do chão e empine bem a bunda. Cuspo num dos dedos, lubrifico bem seu anelzinho, vejo meu pau de veias salientes. Fico de pé sobre ela, seguro sua cintura e agachando vou penetrando seu orifício. Oscilo os quadris verticalmente e Natasha geme bastante enquanto é arregaçada no rabo bronzeado até o talo. Cavalgava como uma deusa, e aquela formidável bunda! Precisava de mais nada: ficaria engatado pelo resto da vida. Mas, bem, chegou uma hora que não aguentei segurar mais e avisei. Ela velozmente virou o rosto para o meu pau, queria que a esporreasse toda. Foi um grande banho de gala. Litros de porra escorreram pelo queixo e ela tratou de tirar todo o leite sem restar uma única gota. – Ah Natasha, quer dizer, Julieta, ah, foda-se, Natasha, você nasceu pra fuder... – e fui tomar uma ducha de água quente. Trinta minutos debaixo do jato caloroso do chuveiro repôs minhas energias a ponto de querer trepar novamente e na mesma intensidade. Ao voltar minhas bolas pendiam num pau já rijo sedento pela tesuda que há pouco provou. Nenhum sinal de Natasha. Uma ventania sacudia os decorativos do quarto, as páginas do script esvoaçavam. São Paulo amanhecia em uma aurora sanguinolenta permeada de prédios cinzas, árvores verdejantes e helicópteros. Ao ver o janelão aberto tentei repudiar a ideia que me acometeu. Em passos curtos alcancei o para-peito. Meu Deus. Avistei em plena calçada lavada de sangue, dormindo ou não, o sacrifício de Julieta. Só que, vem cá, por amor a quem? As cortinas fecham-se após o gran finale.
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