" O amor verdadeiro não se c" />
" O amor verdadeiro não se c" />
Conto
Conto
" Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." " O amor verdadeiro não se consome, quanto mais dás, mais te ficas." (Antoine de Saint-Exupéry)
Eram 21 horas quando entrei naquele ônibus ao encontro do desconhecido. Apenas algumas horas me separavam do início de uma grande aventura. Meu coração não dava tréguas! A noite seria muito longa, já era previsto, mas se ao menos eu conseguisse dormir...A viagem passaria mais rápida, com certeza. Como dormir com essa tempestade de emoções em meu peito, em meus pensamentos? Comecei, então, a recordar toda a nossa história, desde o começo, tentaria, assim, me acalmar e até dormir um pouco. Lembrei, como se estivesse vivenciando naquele momento, o dia em que navegava na Internet, numa sala de bate-papo, e alguém, desesperadamente, tentava chamar a minha atenção. Ignorei, a princípio, mas a insistência era tanta, falando o quanto tinha me procurado e a quanto tempo buscava me encontrar, que algo chamou a minha atenção. Como a minha procura? Até onde lembrava, eu não o conhecia e nem recordava de já ter conversado com ele antes. Respondi, por curiosidade e quando nos falamos ele deixou transparecer tanta ansiedade, alegria e satisfação em ter me encontrado que me deixei levar por essas palavras cheias de emoção, daquele homem que parecia tão apaixonado e apaixonante. Por que eu? Em que instante e com que palavras eu havia cativado tanto esse homem? Era uma incógnita. Dormi. Quando acordei, já estava próxima da rodoviária, finalmente a viagem chegou ao fim ou a um começo, não sabia, mas certamente, pela montanha russa de sensações que me possuía, era algo completamente novo. O relógio marcava cinco horas, mais um pouco e o dia estaria clareando e o sol entraria pela porta... Peguei um táxi, rumo ao hotel, ele chegaria às sete horas, pensei: preciso me preparar. Tomei um banho demorado, deixando que o sabonete perfumasse cada pedacinho de meu corpo e sentir aquela espuma deslizando, me acariciando, era muito excitante. Comecei a divagar e a me acariciar. Ele seria alto? Bonito? Gostoso??? Ah... essa emoção da espera é deliciosa. Como dizia Exupéry: “Se sei que chegará às oito, desde às cinco já vivo esse momento” ... Esses pensamentos foram produzindo uma sensação maravilhosa, quase não conseguia dominar o tesão que vinha de minhas entranhas, aquele formigamento que começava na virilha e subia pelo corpo todo. Tratei de acabar logo com esse banho, fui para o quarto, passei creme e me perfumei cuidadosamente. Havia acabado de me vestir quando tocou o interfone. Olhei o relógio, seis e quarenta e cinco, ele estava adiantado... Fiquei feliz, não era a única ansiosa. Em sobressalto, com o coração a mil e as pernas bambas ouvi a recepcionista dizer: __ Tem uma pessoa querendo vê-la, poderia descer? - falou. __ Ele pode subir? - perguntei __ Não, normas do hotel. – respondeu ela. Tudo bem, acalme-se mocinha, pensei, e dirigi-me para a porta. No final do corredor de acesso aos quartos, havia um hall do qual se podia visualizar a recepção sem ser notado e dali, pude observá-lo por alguns instantes. __ Que homem lindo!!! – exclamei. Ele era alto, mais de 1,80 mt, certamente, cabelos negros e curtos, pele bem clara, rosto bem definido, olhar profundo e castanhos, boca bem delineada, com o lábio inferior levemente carnudo, o que dava a ele uma sensualidade extrema. Magro, mas com os ombros largos e acolhedores, pernas longas e mãos fortes. E foi através dessas mãos de dedos finos que percebi toda a sua ansiedade. Cheguei à recepção e fomos para o jardim do hotel para conversarmos. Não consegui desviar meus olhos de seu olhar, estava deslumbrada, achando tudo lindo. Ele perguntou-me como foi a viagem, se eu havia conseguido descansar e respondi que quase nada. Ele sorriu, ficou ainda mais lindo, seu sorriso fazia covinhas nas bochechas, e mostrava aqueles dentes muitos alvos e perfeitos. Como Deus conseguiu criar uma obra tão maravilhosa? Confessou que não conseguiu dormir por toda a noite, e que contava os minutos de me encontrar. Não parávamos de nos olhar e de nos admirar, e ele disse: __ Você é muito linda... adoraria te beijar... Nesse instante, percebi que tremia, era frio, a manhã estava nublada e muito gelada, devia estar fazendo uns quatro graus apenas. Entramos correndo para uma sala de estar dentro do hotel, e tivemos que conversar sob os olhares de vários funcionários, entre eles o gerente. Realmente, nesse hotel não poderia continuar... Falamos quase que ao mesmo tempo: Quer mudar de hotel? Aceitei imediatamente e ele pediu que eu arrumasse minhas coisas enquanto fechava a conta. Executei a tarefa com uma rapidez impressionante, e a recepcionista ainda não havia dado o troco a ele e eu já estava ao seu lado, com minha mala. Pegamos um táxi e começou uma verdadeira saga em busca de hotel, ele lembrou de um, mas quando chegamos ao local estava em reforma, então sugeri um hotel que havia visto próximo à rodoviária, o motorista de táxi disse conhecer o local e que era um bom hotel. Dirigi-mo-nos para lá. Enquanto rodávamos pela cidade nessa jornada, foi irresistível ficar longe daquela boca, daquelas mãos. As palavras não precisavam ser ditas, apenas as emoções precisavam ser sentidas. Ele me acariciava, apertava meus seios sobre a blusa e sob o casaco, enquanto eu acariciava seus cabelos, suas costas, foi então que desci minha mão e senti que seu pênis estava completamente duro. Com voz rouca ele disse: __ Precisamos nos afastar, Temos uma companhia atenta... – ele riu – não quero te expor. Controlamo-nos e chegando ao hotel ele nos registrou como marido e mulher, para que eu não enfrentasse os mesmos problemas do hotel anterior. Chegando ao quarto pudemos dar vazão a tudo que durante meses estava reprimido e restringido a conversas na net e longos telefonemas. Ele me deu um beijo na boca enquanto acariciava meus seios, mordeu delicadamente o meu pescoço e passou a língua na minha orelha e disse: “finalmente, eu tenho você em meus braços”. Estremeci, uma sensação como se tivesse levado um choque percorreu as minhas costas e pedi para ir me trocar. Fui ao banheiro e coloquei uma camisola rendada, curta e vermelha, bem sensual e transparente, que havia comprado especialmente para aquela ocasião. Momento planejado e desejado há meses. Lembrei quando, após alguns meses de telefonemas, ele sugerira o nosso encontro, fui do receio inicial à confiança, pois encontrar alguém que só se conhece a voz parecia algo muito perigoso. Mas ele conseguiu se tornar um amigo tão presente, mostrar uma sensibilidade aos meus problemas tão grande que não havia como não confiar em tal pessoa. Somente de falar o “oi” ao telefone, ele já reconhecia se eu estava triste ou alegre, se tinha tido um dia tenso ou calmo, nunca alguém havia me conhecido tão bem. E ele foi tão importante durante o processo de separação que embarquei naquele ônibus sem o menor temor. Me perfumei, me penteei e me olhei no espelho, estava bonita, cheirosa e sensual, gostei do que vi. Quando retornei ao quarto ele estava descalço e sem camisa, deitado na cama, com os braços atrás da cabeça, estava lindo. Seus olhos se acenderam quando me aproximei e com voz rouca, pediu: “Vem, por favor”... Ele me deu outro beijo forte, me puxou para perto de seu corpo e desceu a mão, acariciando minha bunda, depois puxou delicadamente minha calcinha, para cima, fazendo com que eu quase estourasse de tão excitada. Sem parar de me beijar, ajudei-o a tirar a calça, deixando-o só de cueca. Realmente tinha em meus braços o meu “Adônis”, que escultura grega... Comecei a beijar seu pescoço, seu peito, sua barriguinha deliciosa e suavemente tirei sua cueca com meus dentes. Um pênis enormemente excitado saltou sobre meu rosto, o tesão era impressionante e não resisti, coloquei a boca naquele pênis e fiz um vai e vem, ele quase gozou nesse momento, tremendo inteiro, segurou meu rosto e disse: “ainda não, quero te dar muito prazer primeiro”... Foi retirando delicadamente minha camisola entre muitos beijos e leves mordidas, fiquei só de calcinha. Puxei-o com força, mas novamente ele me segurou e pediu calma. Foi retirando minha calcinha e dedilhando minha vagina com aquela mão forte, mordia meu pescoço, apertava meu seio, num misto de vigor e delicadeza. Ficamos quase 40 minutos nisso, até que ele pediu que me ajoelhasse e me possuiu, a sensação era maravilhosa, ele tinha enfiado tudo em minha vagina enquanto beijava minhas costas e acariciava meus seios, gozei várias vezes nesse vai e vem, o tempo passava e nós colados um ao outro. Foi então que ele saiu de dentro de mim, sem gozar. Acomodou-me na cama e retornou às carícias, beijando meus seios, minha barriga e foi descendo, beijou minha virilha perguntando, num sussurro, se ele poderia gozar, respondi que sim e foi então que ele procurou minha boca, com seus lábios cheios de tesão e me penetrou novamente. Meu corpo estava cada vez mais dominado por aquele homem, retribui ao beijo com ardor e sussurrei a seu ouvido: “Sou tua, faz o que quiseres”. Ele enfiou tudo e nunca havia me sentido tão preenchida, beijou-me profundamente, de língua e perguntou, enquanto mordiscava a minha orelha: “o que quer de mim?”. Sem conseguir raciocinar, retruquei: “Como assim?”, no auge de meus gemidos e ele perguntou de novo: “Me diz o que você quer de mim”. Respondi sofregamente: “Me possua por completo, sou toda sua”... Ele puxou mais ainda os meus quadris e enfiou forte. Eu gemia de tanto prazer, de tanto tesão, de tanta satisfação. Parecia que iríamos nos fundir em um só corpo. Começou a acelerar, eu estava gozando sem parar e soltei mais um gemido dizendo: “me enche de teu líquido”, e de repente senti um jato dentro de mim, nesse mesmo momento, comecei a ver estrelas. Esse gozo final fez os outros parecerem nada. Quase desmaiei, parecia em transe. Meus quadris o apertavam e não parava de jorrar esperma dentro de mim. Ele deu mais três estocadas e parou completamente. Estávamos ofegantes, satisfeitos, o corpo dele em cima do meu e seu pênis, ainda dentro de mim. Ficamos vivenciando o momento, em paz total, por muitos minutos. Era como se nenhum dos dois quisesse interromper aquele momento tão sublime. Depois de um longo tempo, ele saiu de dentro de mim e deitou-se a meu lado, me deu outro longo beijo na boca, um beijo que era pura paixão e pediu para descansar sobre meu peito. Abraçamo-nos e dormimos. Quando acordei, estava confortavelmente coberta e ele estava ao meu lado, acordado e me olhando com aqueles lindos olhos castanhos. __ Dormi muito? – perguntei. __ O suficiente, acho. - falou sorrindo. Perguntou se eu estava com fome, aquiesci, mostrando que estava faminta... __ Não notou? – disse brincando. Resolvemos nos trocar e sair para comer, ele queria que eu conhecesse um pouco de sua cidade, e embora eu só quisesse conhecer cada pedacinho daquele meu Deus grego, concordei em sairmos. Passava das quatro da tarde. Ele entrou no banheiro, fechou a porta e ouvi o barulho do chuveiro. Fiquei imaginando aquele corpo ensaboado e colado ao meu e num impulso, abri a porta e entrei no banheiro, dirigindo-me ao chuveiro. Ele se assustou e carinhosamente pediu que me retirasse, explicando que na maior parte do tempo, quando estava no banheiro, gostava de privacidade. Maliciosamente acrescentou, fixando seus olhos em mim: “Teremos tempo para um gostoso banho juntos.” Entendi que aquele relacionamento iria ser diferente de qualquer outro que já havia tido, nele haveria limites. Achei que finalmente poderia dar vazão a mim mesma, sem máscaras ou esconderijos internos, pois os limites seriam respeitados. Fechei a porta atrás de mim e pude também me recolher a minhas divagações, sem ser interrompida, com a liberdade necessária para eu ser eu mesma. Passei, assim, os quatro dias mais maravilhoso que já vivi e quando entrei naquele ônibus, rumo de casa, sabia que havia encontrado tudo que procurava, uma grande aventura, um grande amor e recordações suficientes para nutrir o resto de meus dias.
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