Mulher 2 D

Mulher 2D

Capítulo I - O inferno são as outras pessoas.

O inferno em Guaratuba são muitas pessoas. Pessoas que se aglomeram nos supermercados como se houvesse uma terceira guerra mundial acontecendo (talvez entre Guaratuba e Caiobá?). Meu cunhado, D, foi para o Brasão e disse estava um fervo infernal. Contou-me que roubaram um carrinho de supermercado, cheio de compras de um cara enquanto ele abria o carro!

E o clima, ufa! O ar é um ácido salgado e quente que corrói tudo. As coisas enferrujam, ou apodrecem, ou desbotam dez vezes mais rápido aqui.

Foi um parto chegar lá: trânsito pesadérrimo! Uma viagem que normalmente levaria uma hora levou duas. Muitos domingueiros que não te deixam passar, mudam pra tua pista sem sinalizar… Quando finalmente chegamos, a casa estava fechada, minha sogra, dona A, ainda não tinha chegado. Minha filha e eu esperamos no carro, cozinhando, durante quase duas horas. Tive sorte de a torneira do jardim estar funcionando, pois pude beber um pouco d’água. Minha filha não quis. Ela dormiu. Eu li. O tempo passou modorrentamente…

Capítulo II - Os Gozadores

Assim que minha sogra e o resto da gangue chegaram, tive que cair no batente: ajudá-los a descarregar, carregar coisas, desparafusar janelas, limpar geladeiras e assim por diante. Eu não posso ficar lagarteando por causa das gozações. O filho da minha sogra, D (55 anos), a nora dela, R (56) seus filhos (G, 31; N, 29, e até o marido da G, R 35; e o namorado de N, G, 29, são gozadores. Adoram ficar tirando sarro um do outro e especialmente de mim. São freqüentemente muito maliciosos e rápidos para oferecer observações sarcásticas, insinuando sempre que sou preguiçoso, e o que é que eu penso da vida? que eu estou de férias? Sempre considerei sarcasmo e ironia um óleo muito pobre para lubrificar relacionamentos, mas os gozadores acham que comentários como os seguintes ajudam a estreitar os laços e construir camaradagem:

– Como vai essa vida boa, cunhado (se “cunhado” fosse bom não começaria com “cu”. Ha, ha, ha)?
– Tudo a contento, deputado?
– Não se canse muito, Cor (quando eu estou na rede, lendo meu livro, cuidando da minha vida).

Outra chacota: G estava com G, sua adorável e doce filha de três anos, no colo e disse que a G ia, no próximo ano, para o maternal. Eu brinquei, “Que legal”, pensando que estávamos falando sobre a fantasia de algum viciado no canal National Geographic.

– E ela vai levar todos os seus livros.
– Não deixe os jacarés comerem.
– Jacarés?
– Sim, você não disse que ela ia para Pantanal?

Risadas gerais. Virei novamente alvo de gozação. É claro que eu preferiria pensar que era água de piscina em meus ouvidos, mas é claro também que os perus, que estavam ouvindo o diálogo, ficaram zombando de minha “senilidade”.

Capítulo III - A Mijada

Bem, pra não ser taxado de vagabundo, fui ajudar o D – meu cunhado careca e barrigudo, com cicatrizes no peito e na barriga, resultado de um angioplastia e de uma ferida de faca respectivamente. Nós removemos uns parafusos enormes que seguraram as inexpugnáveis janelas. É uma fortaleza a casa de praia. Os quartos estavam abafados, o trabalho, pesado e suado – quente, quente, quente... mal dava pra respirar. Quando terminamos, fui ao banheiro urinar. Quando dei a descarga… nada! Nenhum som, nenhuma água. Abri registro, fiquei apertando a descarga uma meia hora. Nada. Tive que chamar dona A, minha sogra. Ela olhou para o vaso e disse:

– Alguém urinou aqui!
– Sim, fui eu! (Pombas! Isso não é um vaso sanitário?)
– Tudo bem, você não sabia, né?

Um momento muito desengonçado e escalafobético.

Capítulo IV - O leite

Eu vou dormir fora da casa, num quarto atulhado de coisas, que mais parece um depósito de quinquilharias:
Bolsas,
duas garrafas de vinho barato (Campo Largo Seco),
almofadas,
troféus antigos, diplomas na parede que está coberta de placas com nomes, feitas em madeira: B, C, R, G, N, L, F...
E malas, roupas, máquinas de costura,
Banquinhos, colchões, pedaços de um sofá, gavetas, pilhas de papéis enfiados em um gancho.

A maçaneta interna está solta e, como tenho que fechar a porta toda vez que saio do quarto (por causa dos pernilongos assassinos do inferno), e como tenho que puxar com força, porque, é claro que, sendo a entropia tão mais rápida em Guaratuba, a porta está empenada, e fica presa, e a manivela cai retinindo no chão de lajotas, e tenho que gritar para alguém vir me libertar.

Agora estou tirando comida velha de uma geladeira antiga e enferrujada na cozinha externa (Dona A tem umas antiguidades alimentícias aqui. Nossa, este iogurte expirou em 1999!). A força tinha sido desligada por algumas semanas. Eu pego uma caixa de leite e um líquido claro espirra pra fora, caindo sobre o chão e cobrindo meu braço direito. Parece água, mas o cheiro… Eecaaaa!

Eu vou ao banheiro. Levo o xampu, a bucha, o sabão, meu pato de borracha... lá estava eu, completamente equipado, pronto para um delicioso banho. Entro no box, giro a maçaneta, olho pra cima e... tá dáááá
Não tinha chuveiro!
Um banheiro falso.
Não é um banheiro quando você não pode tomar um banho, né?

Então percebi que esqueci os meus remédios em Curitiba. Tinha que voltar.
Não sei se isso é ruim. De fato, é uma sincronicidade maravilhosa. Eu não quero estar aqui. Há uma mulher extraordinária por quem estou me apaixonando; ela é espirituosa, inteligente, deslumbrante, fala cinco idiomas, e tem único defeito que tem uma cura variguiana: ela mora na Suíça!

Capítulo V – A Mulher 2D

Conheci Anka há 20 anos quando ela trabalhou comigo, como professora de inglês, na minha escola. Agora a encontro novamente, todas as noites, em meu quarto.
Em uma tela bidimensional de 15 polegadas.
E eu estava doido para trocar um grupo de pessoas tridimensionais por essa mulher 2D.
Ela tem câmera e a gente fala usando o Skype, que além de grátis é muito superior ao telefone. Anka é uma mulher lindíssima, de descendência árabe, pele escura, cabelos negros encaracolados, olhos amendoados, seios fartos, mão de dedos finos e delicados, pés que eu adoraria beijar.

Ela me mandou muitas fotos.
Eu adoro tratá-las com o Corel Photo-paint 12.
Tenho um prazer enorme em mexer com fotos de mulheres bonitas. Há uns procedimentos que são como se você estivesse acariciando a mulher com o mouse...
Muito erótico... chama-se “custom sharpen” (aguçar a gosto do freguês), hmnn...
Você tem que ir passando o pincel pra melhorar o contraste e a definição...
Ah, eu quase gozo... uma delicia...

É claro que uma mulher de carne e osso é melhor que uma de pixels! Mas... em tempo de guerra, qualquer buraco é trincheira. Rs

Capítulo VI – De como perdi minha virgindade virtual

Estava eu sozinho em casa, minha filha ainda na bendita Guaratuba, tratando a Anka, ou melhor, sua foto, quando ela entrou no Yahoo Messenger (ela usa Mac e o Microsoft Messenger dela não aceita webcam). Era 11:30 da noite, 2:30 da manhã na Suíça. Eu recém tinha saído do banho. Começamos a conversar (estou reproduzindo exatamente o que foi teclado).
– oi. ta ocupado?
– nao
– to emio com preguiça.... a neve começçou de novo por aqui
– aqui está uma lua cheia linda... tomou um banho? (Ela dissera que ia tomar banho, há uma hora, quando entrara pela primeira vez, no MSN.)
– eu tomei e você?
– tomei um bem demorado pensando em você... agua morna... sabonete liquido...óleo de gergelim... cheirosinho.. eu ainda estou de roupao
– nao comece a me atiçar... ainda rs
– rs
(Você convidou xxx@hotmail.com para iniciar exibição de webcam. Aguarde uma resposta ou Cancelar (Alt+Q) o convite pendente.)
(xxx@hotmail.com aceitou seu convite para iniciar exibição de webcam.)
– bom te ver... meio escuro, mas é legal...
– já vou acender a luz... tenho que pentear os cabelos
– se pra você é melhor teclar desse jeito fique a vontade... adoro homem despenteado passar a mão nos fios todo bagunçado, sem medo de desmanchar algum penteado rstrsrs – ta bonitinho
– voce me pegou saindo do banho mesmo
– ja se enxugou? ou precisa ajuda?
– estou de roupao mas uma ajuda iria bem...quero que voce começe beijando meus pés
– pensei que a ajuda fosse pra te secar... mas to vendo que a ideia é bem melhor – voce gostaria de beijar meus pés? sugar meus dedos?
– beijr seus pés.... lamber seus dedos...
– enfiar meu dedao na tua boca? – colocar um por um dentro da minha boca.... lambendo..... um por um... brincando com seu pé direito...
– hmn meu pé na tua boca... antes de voce começar a me chupar hummmmmm vou te dar um beijo (pego a camera, aproximo da minha boca, e a beijo)
– gostou? sua lingua dentro da minha boca
– sentindo meu gosto
– adorei tua boca
– enfiei minha língua inteira
– tem gosto de canela... gosta?? – adoro
– hummmm gostoso
– eu adoro colocar vinho na minha
– quero mais um antes de me concentrar em seu pé...
– boca e passar pra da minha parceira
– bela ideia adoro vinho
– e com esta taça aqui fica mais delicioso
– adoro partilhar sabores hummmm vou descer pro seu pé
– venha / vou te mostrar meus pés
– passando minha lingua em você enquanto desço sentindo você se arrepiar quando passo pela barriga... quero ver... vou lamber todinho.... passar minha lingua.... colocar seu dedo em minha boca....
– nao / ligue / se / nao / digitar / muito / ms / é / dificil / com / uma / mao / so
– sentir você se entregando... soltando suas enregias... pq uma so mão? Rs
– uma mao fica / segurando a cam / e a ouytra / digitando
– nao consegue teclar??? rsrsrsr
– se voce soubesse onde está o tripé da camera agora rs
– kd você? ah!!!
– o que achou de meus pes?
– te encontrei
– vamos nos falar um pouco no skype, ou você prefere aqui mesmo?
– vamos (ligamos o skype, para nossa felicidade, a ligação está perfeita.)
– Agora é minha vez de te fazer feliz, ela diz, com sua voz morna e sensual.
– Faça o que quiser de mim.
– Quero você deitado... com os braços abertos... sem se mexer... completamente imóvel...
– Ok.
– Vou te vendar...
– Ok.
– Você que ficar quietinho... promete?
– Sim.
– Abro os seus braços..... começo beijando sua mão esquerda... coloco seus dedos um por um dentro da minha boca...vou te lamber... sentir seu gosto... vou passando pelo braço... no ombro
– Posso segurar meu pau?
– morod de leve seu ombro... chupo seu pescoço... claro que pode... pode se tocar imaginando que estou fazendo contigo.
– Ok.
– Passo minha língua na tua orelha..... digo baixinho que você é meu... meu homem... o macho que escolhi pra ser meu... beijo seu rosto... seus olhos...
– Estou adorando.
– Passo pro outro ombro... pelo braço e chego à mão direita... meu corpo roçando no teu... você sem se mexer... apenas se contorcendo, gemendo como um gatinho... minha língua em seu peito...
– Miau.
– Passeando na sua barriga... você arrepiado...
– Chupa meu umbigo?
– Meu cabelo passando por seu peito, de levinho... minha boca descendo... mordendo e chupando devagar, minhas mãos descendo....
– Adoro teus cabelos roçando meu peito.
– Paro no seu umbigo... minha língua brinca de levinho... você quer se mexer, mas não pode... tem que ficar parado ainda. Te chupo o umbigo de leve, brinco com você... e continuo descendo... minha língua percorrendo seu corpo....
– Ai, que tesão.
– Olha o que encontrei: uma lança humana, se empinando, balançando pra mim...
– Hummmmmmm
– Minha boca pensa em te chupar, mas ainda quero te torturar mais um pouco... passo pra tuas pernas... passeio por sua coxa... lambo sua virilha... paro no seu joelho... lambo ele atrás, vou descendo... até seus pés... brinco com um enquanto lambo o outro... coloco seu dedo em minha boca. Estou com fome de você. Vou subir de novo... sento em seu pé direito...
– Enfia tua buceta no meu pé!
– Coloco seus dedos no meu sexo... enquanto minha língua sobe por sua perna... vou subindo mais rápido... meu corpo encostado no teu... coloco toda ela no seu dedo, te encontro latejando... pulsando pra mim. Seu membro duro, pedindo pra ser chupado...
Eu rebolando no teu pé, minha boca no seu pau... Todo você dentro da minha boca...
– Ah, ah... estou quase gozando... você tem 10 horas para parar isso que está fazendo...
– Minha cabeça em suas mãos... Você agora pode se mexer... suas mãos em meu cabelo... minha cabeça subindo e descendo... te engolindo todo, te comendo. Tô com fome de você hoje. Quero que você goze na minha boca!
– Você quer que eu goze agora?
– Do jeito que tá gostoso, eu agüento mesmo.
– Me torture mais, por favor...
– Te sugo com tesão... te chupo com desejo... e diminuo o ritmo... te tiro da minha boca... coloco você no meio do meu seio... roço seu sexo em mim num vai e vem ritmado, enquanto te beijo com paixão, minha língua te procurando, minha barriga encostada em você, minha cabeça subindo e descendo, suas mãos em mim, puxando meu cabelo, olhando nos meus olhos... Chego bem perto do teu ouvido... e te digo baixinho que sou sua, só sua. Quero você, quero que você goze pra mim, quero sentir seu líquido quente e doce na minha boca, quero que você sinta o mesmo prazer que me deu...
– Então eu vou gozar para você.
– Meu tesão, acho que vou me sentar em você um pouquinho...o que acha? Gosta da idéia de me penetrar?
– Adoro.
– Venha. Encosto meu sexo no seu...
– Eu vou gozar...
– Aaii! Que tesão! Brinco com a cabecinha dele... encaixo você em mim... e me sento em você... você entra todo de uma vez...
– Ai, que tesão!
– E eu subindo e descendo em você... controlando a velocidade, cada vez mais rápido, mais forte...você entrando e saindo de dentro de mim, eu te cavalgando...
– Não agüento mais. Vou gozar.
– ...rebolando pra você, gritando de prazer, gemendo de tanto gozo, quero sentir seu gozo, todo seu liquido quente em mim... você jorrando dentro de mim, eu subindo e descendo em você...
rápido
forte
gostoso
você dentro de mim
todo dentro de mim
todo seu gozo dentro de mim
eu feliz com você todo dentro de mim
me sentindo uma fêmea completa
com um homem que hoje é só meu
todo você dentro de mim
te ouvindo gemer
ronronar
tremer todo
– Ai. Você é demais, Anka. Hummmmmmmmmmmmmmm.
– Você jorrando dentro de mim. Sabe o que vou fazer agora?
– O quê?
– Quero que você fique dentro de mim até amolecer por completo. A gente agarradinho, enrolado um no outro, eu te olhando nos olhos... gostou?
– Gostou. Gozou. Há, há, há. Eu achei uma delícia.
– Eu adorei.
– Você é uma mulher adorável.
– Adorei fazer amor com você. Gozar com você no telefone foi muito gostoso.
– Você foi fantástica.
– Obrigada. Queria te abraçar agora, dormir quietinha do teu lado...
– Como duas colherinhas na gaveta.
– Sentir tua respiração voltar ao normal. Beijos
– Durma bem e tenha belos sonhos. (Cantarolando) Vai sonhar comigo, que eu também vou sonhar com você...
– Você também.
– Beijos.
– Beijos.

Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook



Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico rela794215

Nome do conto:
Mulher 2 D

Codigo do conto:
6899

Categoria:
Masturbação

Data da Publicação:
17/01/2006

Quant.de Votos:
0

Quant.de Fotos:
0