Este é o primeiro e provavelmente o último relato que escrevo, em algumas partes, contando minha infância e adolescência, para que todos que leiam saibam que o incesto é algo maravilhoso e que deveria ser praticado por todas as pessoas do mundo, ao invés da repressão da sexualidade infantil, gerando neuroses e culpas, ou pior, do estupro das filhas por seus pais, como é muito mais comum do que possamos imaginar. Os nomes das pessoas e de alguns locais foram trocados para proteger nossa privacidade.
Introdução: meus pais. Meu pai teve uma infância comum em uma família de seis irmãos e irmãs. Brincava de coisas comuns e de médico com as primas, quando podia. Já a mãe (é assim que chamamos nossos familiares aqui no sul: a vó, o vó, o pai, a mãe) teve uma infância trágica. Quando tinha seis anos foi estuprada três vezes em um mês pelo próprio pai, e se não tivesse botado a boca no mundo, teria sido muito mais. Contou tudo pra minha avó, que na hora foi à polícia e registrou queixa. Não adiantou nada, pois naquele tempo (anos 40), no interior de SC, o marido era o rei do lar e os membros da família, seus súditos; mas pelo menos isso amedrontou o suficiente meu avô para que pegasse seu caminhãozinho e nunca mais fosse visto naquela cidade. Depois dos estupros, minha mãe não conseguia mais dormir direito, comer, brincar ou ao menos sorrir; evitava a companhia das outras crianças e ficou agressiva. Alguns meses depois, tentou se matar, deitando nos trilhos da ferrovia, mas foi encontrada por um funcionário da estação antes do trem passar e levada de volta pra casa. Minha avó, uma índia mestiça, criada com bem mais liberdade em relação ao corpo do que uma criança branca, tomou uma atitude que até para ela era extrema, mas que provavelmente salvou minha mãe de um futuro suicídio: tomou-a em seus braços, seios, lábios, pernas e bunda, e fez amor com ela da maneira mais carinhosa que pôde, usando a boca e a sensibilidade para mostrar àquele pequeno zumbi em que se transformara minha mãe que ainda havia amor e prazer no mundo e que ela poderia usufruir dele apesar do trauma. Funcionou. Minha mãe, com apenas sete anos, ficou cativa do corpo de minha avó para sempre, aprendendo na aurora da vida a arte de dar e receber prazer. Como todos naquela cidadezinha ficaram sabendo dos estupros, minha avó achou melhor se mudar pra outra quando minha mãe ficou adolescente, pra evitar liberdades não autorizadas por parte dos homens. Mudaram-se então pra Florianópolis, ganhando a vida como operárias de malharia. Apesar de todos os esforços de minha avó para mostrar à minha mãe que a vida merecia ser vivida e aproveitada, ainda assim ela não ficou uma pessoa 100% normal, não queria sair nem namorar nem nada, só queria ficar em casa, trabalhar e trepar com minha avó. Quando a vó dizia que iria sair pra paquerar, minha mãe chorava muito e dizia que se ela fizesse isso, quando voltasse a encontraria morta com os pulsos cortados. Um dia, a mãe conheceu um milico que não lhe dava descanso (tinha que ser meu pai!), e saíram umas vezes. A mãe até que queria muito dar pra ele, mas na hora H sempre desistia, lembrando da tragédia na infância. A vó combinou com minha mãe, chamou o tal rapaz para conversar, contando-lhe toda a história do trauma e tal, e dizendo-lhe que se ele quisesse mesmo namorar sua filha teria que haver uma iniciação a três, com minha avó junto como facilitadora. É claro que o pai, que é o cara mais tarado que já conheci na vida, adorou (quem não gostaria?). Foi tudo bem e o pau comeu literalmente. Depois que treparam pela segunda vez, a três, a vó resolveu deixa-los para que curtissem sua paixão, e assim foi. De vez em quando eles se juntavam e a festa rolava sem limites e sem censura, mas geralmente eram só meu pai e minha mãe. Pra encurtar a conversa, meu pai prestou concurso interno no exército (omitirei qual) e passou, indo para outra cidade. Quando voltou, casou com minha mãe e foram morar juntos ele, minha mãe e minha avó. A vó tinha o quarto dela, mas pelo menos uma vez por semana trepava com meus pais, ou só com um deles. Como meu pai, lembrando, é o cara mais tarado que já conheci, descobriram muita coisa juntos e não havia nada que não experimentassem, nada que fosse proibido, nada que não pudesse ou devesse ser feito; até zoofilia praticavam, mas isso fica pra segunda parte.
Assim me contaram e assim lhes repasso. Abri uma conta de e-mail para receber as opiniões dos leitores. Evangélicos serão ignorados. O endereço é criadaluaedosol@ubbi.com.br
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