Elegia da depravação

Encontrei esta expressão, “Elegia da depravação” numa mensagem que recebi do “olavandre53”. Adorei. Ele, como eu, é daqueles que só conseguiu dar o rabo já na maturidade. Antes tarde do que nunca, porque é uma experiência maravilhosa ser passivo numa relação com outro homem.
Além disso, tanto pela minha própria experiência como pelo que ouço e leio dos relatos de outros passivos, não basta só empinar a bunda e deixar o macho enfiar o pau nela. Não, o sublime da situação é ser bem vadia, bem puta, bem depravada. Sim, no feminino, pois é assim que nos sentimos, nos sentimos mulher, fêmea. É a degradação moral que extingue qualquer pretensão de superioridade/masculindade da nossa parte. Nós nos tornamos apenas objetos de prazer para o ativo, embora tenhamos muito prazer em sermos passivos também. Mas o passivo está numa situação subalterna, o termo já diz isso.
É a suprema desmoralização, o grau máximo de depravação isso de o passivo se entregar “preferencialmente a comedores rudes, gente simples, homens vulgeres. Quanto mais rústico melhor, e nos entregarmos para eles em lugares como obras, oficinas mecânicas, boleias de caminhão, guaritas de fábrica e locais similares. E depois nem se lembrar da cara, das vozes ou dos nomes dos machos”, como li em outro depoimento.
Alguém já escreveu também que os machos rudes são os melhores comedores porque não querem envolvimento afetivo algum, querem apenas gozar, ter um instante de prazer, querem aliviar a tesão. E sabem como ninguém comer um cu... E é isso que queremos: servir, ser submissos, sermos usados...
Olhando o meu caso, embora tenha me considerado homem durante a maior parte da minha vida, o homossexual, o veado, o puto, estava latente dentro de mim o tempo todo. Até porque minha masculinidade era posta em xeque. É que o meu biotipo não ajuda: sou claro, pele macia (tenho que usar desodorante feminio, porque o masculino me irrita a pele), nunca pratiquei esportes, por isso não sou nada musculoso, pelo contrário. Minha constituição, enfim é mais para o feminino que para o masculino.
A partir de certa idade, casado e com filho, entrei em uma alucinada procura por um macho comedor. Aí, já era o momento em que o mundo digital veio facilitar as coisas. As salas de bate-papo foram a minha salvação, ou gostosa perdição. Através delas eu encontrei o meu primeiro macho, o que me desvirginou, depois o segundo, o que me arrombou (era um jovem negro com uma piroca de 19 cm).
Nunca fui bom de cama com mulher. Minha mulher resolveu o problema por conta própria (risos). Por óbvio, nem preciso explicar como. Mas também tive um relacionamento com uma mulher que foi muito proveitoso,embora com ela meu papel fosse de amante. Era casada e corneava o marido para se vingar dele, que a traia com a secretária. Ela se tornou muito puta e com ela eu comecei a verbalizar o desejo de ser passivo para um macho. E ela me apoiava nisso. Ela era puta a ponto de, depois que passar uma tarde no motel comigo, ir se encontrar com outros DOIS em sequência, antes de voltar para casa, para o marido e os filhos. Certa vez, contou que acordou durante a noite, ao lado do corno, e foi tomar banho, pois tinha a impressão de estar “com cheiro de porra” dos machos que havia fodido ela.
Foi para ela que contei que tinha beijado o primeiro macho que conheci pelas salas de bate-papo. Fiquei com nojo e saí cuspindo pela rua. Nem cheguei a dar para ele, pois os horário não combinavam. Quando ouviu meu relato, ela comentou que “no início é sempre assim, mas depois a gente acostuma”. Que tesão! Agente se acostuma a ser depravada, a se vulgarizar... Sim, acostuma, não só a beijar outro homem, mas também a mamar a piroca e até a enfiar a língua no cu dele. Isso é a depravação, a perversão, o decaimento moral. Mas, que tesão alucinada que isso provoca em nós!