O Professor e seus Anjos - T 4. C 34: Uma semana quase normal / Lágrimas de um anjo

A cara que a Nat fez, vocês podem até imaginar, mas acredito que o que vocês podem imaginar talvez não seja bem o que eu vi, pois bem, ela fechou o sorriso, não ficou pálida, mas séria, pela primeira vez eu a vi bem controlada, sem emoções aparentes, algo que me fez recuar na minha atitude.
- Nat, me diga, você saiu com a Isis à noite passada?
- Anjo, acho que não foi bem essa pergunta que você fez? Acho melhor você se explicar antes de lhe responder qualquer coisa.
Seu rosto continuava sério, digo, sem nenhuma emoção, nem nervosismo, nem preocupação, nem nada, zero.
- Certo, você agora me tirou de tempo. – me sentei mais calmo, e desabafei – Ok, é que me falaram que viram você com a Isis ontem entrando na balada...
- Falaram? Anjo, sim, é verdade que fui sim com uma garota, mas meu amigo, o que não entendo é o fato de você chegar aqui me crucificando como se eu fosse a Madalena, então pode me explicar, porque o fato de eu ir a balada com uma amiga não é nem de longe uma bomba que possa lhe abalar. Então, pode explicar?
Nossa, não tinha imaginado que eu é que iria ficar contra a parede, a Nat era uma garota muito esperta, mas por mais que o relato ai pareça que ela estava gritando, ou coisa assim, ela estava era calma, parecia mais um padre dando um sermão depois da confissão.
- É bobagem amiga, eu é que fiquei pirado ao saber que ela saiu e nem me avisou, foi isso, fiquei sei...
- Com ciúmes?
- É, acho que sim, não estou chateado com você – menti pra ela, eu estava desconfiado – desculpa meu jeito?
- Anjo, assim que você chegou me atirando aquela pergunta sem sentido, eu estava aqui esperando por você para falar do que aconteceu comigo ontem a noite, pois eu só tenho você como amigo, mas agora como fico?
- Fica como estava, então o que você tinha pra dizer-me?
- Nada Anjo, é melhor eu ir, já vai tocar pra aula, e ainda tenho que ir em alguns lugares, depois conversamos tá.
Ela saiu, e me deixou só, fiquei sem entender, mas uma coisa eu sabia, alguma coisa tinha acontecido entre as duas, e eu iria descobrir, ainda tinha o meu encontro com a Isis.
Durante as aulas tudo pareceu normal, na aula que paguei com a Nat, notei que ela nem olhava pra mim, claro que tudo poderia ser apenas impressão minha; na aula de Miguel foi o contrário, ele não parava de olhar, parecia que falava por meio de gestos, mas como eu não conseguia me livrar da cena em que ele me beijava, mal dei atenção a aula dele, apenas via-o de um lado para o outro, realmente um homem, ninguém poderia dizer que ele gostava da fruta, sua voz chegava a todos os cantos da sala, sua presença era marcante, e sabia ensinar, não estou sendo complacente, nem romântico, o professor Miguel tinha amor por sua profissão, já pela esposa, até aquele momento não saberia dizer. No final da aula, quando eu ia saindo, ele pediu para esperar, mas logo me desculpei dizendo que precisava ir. Na verdade eu estava querendo pegar a Nat na saída.
Uma coisa que detesto é esperar, mas dessa vez minha espera foi curta, primeiro por achar que a Nat já poderia ter ido na frente, e outra porque não pude ficar esperando, um carro parou ao lado e a voz marcante de Miguel me fez esquecer o resto em volta.
- Entra ai que te deixo em casa.
- Não precisa, obrigado, mas vou com um amigo.
- Que nada, entra ai que preciso falar-te algo.
Ainda olhei de lado na esperança de ver a Nat, estava apreensivo, mas sabia que era bobagem, primeiro por acreditar que ele não poderia fazer mal, e outro sim, é que ali, muitos estavam vendo eu entrando em seu carro, que logo saiu em disparada.
Enquanto dirigia, eu olhei em volta, mas ele não falava nada, então procurei saber do que se tratava o tal assunto.
- Então, vai esperar chegar em meu apartamento para falar, ou pode falar agora?
Ele parecia sério, mas nada anormal que me pudesse temer o perigo, ele me olhou e disse:
- Não tenho nada para dizer.
- Sabe, foi o que eu achei, era apenas saudades?
- Sim, eu pensei que você fosse me procurar, e mesmo depois do beijo no banheiro, você nem me ligou...
- É, mas foi você que prometeu ligar...
- Prefiro falar ao vivo. Então, me diga, não suporto mais esse silêncio você gostou do beijo?
- Gostei – tive medo do que poderia dizer, mas fui verdadeiro – mas Miguel não sei o que pensar, apenas sei que o que minha mãe sempre me ensinou, que a família é sempre mais importante...
- Caladriel, entendo perfeitamente o que você está sentindo, mas quero que acredite em mim, meu casamento não me faz feliz, como te falei antes, eu me casei muito sedo, não vivi tudo o que eu queria, ai depois descobri que gostava de homens também, mas se separar era complicado, eu achava que amava minha esposa, e tinha meu filho novinho, queria vê-lo crescer, sempre fiz tudo por ele, mas depois o que eu sentia por ela foi ficando frio, e hoje a gente mal se deita junto, ela nem reclama, até acho que ela sai com outros, assim como eu saio com outras e outros, digo, saia, depois que do nosso primeiro beijo, que eu não paro de pensar em você.
- Mas eu não sei se sinto o mesmo...
- E depois de ontem no banheiro, não gostou da minha pegada por traz?
- Na verdade me deu medo, você pareceu bruto, sei lá, parecia transformado...
- Foi apenas desejos reprimidos, me perdoa, não queria que fosse assim, num banheiro qualquer, queria que fosse especial...
- Miguel, eu ainda estou meio confuso com tudo isso, me der um tempo para pensar.
- Dou sim, por você, mas por favor não me deixe esperando por muito tempo.
Quando olhei já estávamos em frente ao prédio onde moro, ele pegou minha mão e apertou forte, senti que ele iria me beijar, mas não, sabia que ele iria respeitar meu tempo.
Entrei e fechei a porta logo em seguida, o Rafael estava terminando de comer antes de sair para o seu trabalho, notei seu olhar investigativo.
- O que foi Rafa, por que ta olhando assim?
- Nada, apenas surpreso, você não tinha todas as aulas hoje?
- Sim...
- Então, chegou bem mais cedo.
- Carona... Ai Rafa, não sei o que fazer, a Nat não contou nada sobre ela ter saído com a Isis, e depois o Miguel querendo ter um caso comigo.
- Olha meu amigo, eu não sei o que se passa na sua cabeça, mas só você é que pode escolher, mas sabe acho que nunca custa experimentar, antes de escolher qualquer prato...
- É verdade meu amigo, acho que vou começar a fazer isso,
Minha semana se resumiu somente a estes encontros e desencontros, o Miguel de longe me vigiava, sabia de suas intenções. Eu evitava olhar nos seus olhos deixar uma má impressão. A Natália ainda estava chateada comigo, não sei se realmente ela estava com raiva ou com vergonha do que eu chamava de traição. No colégio a semana foi bem normal, uma coisa era certa a Isis parecia bem a vontade comigo, evitei perguntar sobre a outra noite, pois eu tinha um plano para o sábado, iria levar o Rafael para ele comprovar se a garota que ele vira com a Nat era mesmo a Isis. Ela esta cada vez mais carismática ao meu lado, e sorria quando mim via. Minha mente ficava confusa, se a Nat estava saindo com a Isis, como ela se comportava assim comigo. Já o Joel, bem este andava calado, e parecia desligado das aulas, o pouco que o vi naqueles dias ele praticamente não falou comigo, mas isso era normal, pois eu não tive aula na sala dele.
Mas naquela sexta, algo aconteceu. Estava no terceiro ano, já tinha passado uns vinte minutos de aula, quando o Joel chega a porta e pede para entrar, eu não tinha o costume de voltar aluno atrasado, ele entrou calado e calado ficou, continuei dando minha aula, circulei pela turma como costumava fazer, e passei por perto dele, mas ele nada falou, parecia chateado, minha preocupação veio naturalmente, queria saber o que poderia deixá-lo assim, indiferente comigo, pois ele até então em minhas aulas se mostrava atencioso, mas também eu poderia estar pensando de mais, ele de certa forma ainda era um estranho, vai ver ele estava apenas de mal humor. Ao tocar para a terceira aula, eu ia saindo quando ele passou apressado por mim em direção aos banheiros. Seguir e parecer que eu estava dando em cima dele seria meio estúpido, mas minha curiosidade naquela hora foi mais forte.
Ele entrou no banheiro e foi direto para o lavatório, quando eu entrei, ele estava lavando o rosto.
- Posso ajudar?
Ele não me olhou, apenas falou:
- Posso dormir no seu apartamento? – ainda olhando para o espelho.
- O que aconteceu, por que está chorando?
- Posso?
- Joel, meu amigo...
- Então, posso dormir lá?
- Joel, olhe pra mim, e me diga o que aconteceu...
- Eles brigaram... – ele se virou para mim e eu pude ver sua tristeza.
- Seus pais brigaram, foi isso?
- Eu ao quero voltar praquele apartamento, droga Caladriel, eu gosto muito do meu pai, não quero viver sem os dois.
- Calma, seus pais vão ficar bem, foi apenas uma briga de casal.
- Eles estavam falando em divorcio...
Ele reiniciou o choro, foi quando entrou um aluno e nos viu ali, ele perguntou se estava tudo bem, e eu disse que sim. Então voltei ao Joel.
- Olha não posso levá-lo hoje para meu ap sem antes falar com seu pai, mas acho que você vai ficar bem, e eles vão se entender.
- Você também não gosta de mim, minha mãe não gosta de mim, nem meu pai, eles e você só pensam em se próprios.
- Joel, você está parecendo uma criança...
- E eu sou o que?
- Tá, tudo bem, quero que você fique calmo, e espere sua mãe vim pegar você quando terminar a aula, e durma, amanhã você conversa com seus pais, e ai, você diz o que pensa pra eles, agora, meu amigo, não diga que eu não gosto de você, não temos ainda este nível de aproximação. Tchau, até amanha.
Fui para a outra sala, os alunos já me esperavam.
Na hora do intervalo fui ao banheiro dos professores lavei meu rosto, então fui ver a Isis na sala, e mesmo ao lado dela, praticamente não a escutava, a imagem do Joel chorando não saia de minha mente, senti tanto por ele, e se o que ele falou for verdade, onde eu iria ficar nessa história, como o cara que acaba casamentos? Na verdade eu não sentia vontade de está ali, queria está consolando meu jovem anjo, e mimado, acho que eu não poderia mais ficar com o Miguel, era melhor investir na Isis.
...
O sábado passei a manhã arrumando o apartamento, minha tarefa, como o Rafael trabalhava meio expediente aos sábados, deixava para ele apenas o banheiro apara ele limpar a tarde. Depois do almoço, me deitei queria descansar para anoite com a Isis.
O Rafael me procurou no quarto.
- E ai anjo, vamos sair a noite?
- Vamos.
- Vamos?
- Sim, eu já ia te convidar, quero que você conheça a Isis.
- Você vai sair com a garota, e quer que eu vá segurar vela, é isso?
- Seu bobo, só quero que você confirme esta história, não suporto mais ficar com esta dúvida.
- Ok, depois eu arrumo um boy e deixo vocês.
- Como você preferi.
...
Estava com a Isis numa banca, quando o Rafael chegou acenando para nós, ele estava lindo, meu coração ainda bateu, e ainda olhei de lado para ver se o fantasma do Daniel não estava, mas vi apenas a Isis sorrir por educação.
- Isis, este é meu colega de apartamento e amigo, Rafael.
- Prazer.
- E Rafael, esta é a Isis de quem eu te falei, minha namorada.
- Namorada? – perguntou ela meio sem jeito – Nossa quando você ia me avisar.
- Hoje mesmo, vim pronto para oficializar.
Rafael me olhou com aquela cara de quem não aprovou minha atitude, mas depois eu o chamei num canto.
- Então Rafa, era essa a garota que você viu com a Nat?
- Não tenho certeza.
- Como não? Então elas são parecidas?
- Sim, ambas tem cabelos negros e longos, pele clara, mas como não vi o rosto direito, não posso confirmar, mas poderia ser ela sim.
- Que droga Rafa, agora é que vou ficar mais confuso. Tá obrigado mesmo assim.
A noite seguiu tudo tranquilo, eu e a Isis dançamos, o Rafa saiu de perto, ele estava de olho em mim direto, e quando eu o olhava ele disfarçava, acho que ele ficou com ciúmes, ou talvez rindo da palhaçada que eu estava cometendo. Depois o vi saindo com um rapaz mais velho, a Isis não deve ter visto quando ele sumiu. Quando nossa noite estava próximo ao fim, ela perguntou se o rafa não iria voltar comigo, eu apenas disse que não sabia dele, mas que eu iria acompanha-la até sua casa. Ela notou minhas segundas intenções, e falou:
- Obrigado amigo, mas hoje não rola, estou naquele período. [Mais em?!]
- Mas nem entrar um pouco para beber uma água?
- Caladriel, meu apartamento fica pro outro lado, não precisa. E eu sei que você deve está todo animado com essa história de namoro, vamos com calma tá.
- Tudo bem, mas só lembrando, não somos mais amigos - e então dei um beijo nela, com todo gosto, senti que ela no inicio não retribuiu, mas depois se deixou levar e então eu a abracei com mais força intensificando o beijo mais ainda.
Senti meu corpo quente, aquele beijo era verdadeiro, meus sentidos estavam ativos, senti excitação e tesão por está beijando-a. Então ela parou de beijar, foi ai que notei-a com os olhos vidrados em algum lugar ou alguém. Parei de beijá-la e olhei para a direção de sua perspectiva. E entendi sua surpresa.

continua....


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Comentários


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cezaranthunes Comentou em 18/09/2017

Nossa que agonia esperar pela próxima postagem rsrs




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Ficha do conto

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maximilan

Nome do conto:
O Professor e seus Anjos - T 4. C 34: Uma semana quase normal / Lágrimas de um anjo

Codigo do conto:
106235

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
17/09/2017

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