Após fazer Hephaistos gozar e finalmente amolecer o caralhão, que estava com priapismo há vários anos, o Hierofante podia, enfim, caminhar normalmente. Ele evitava andar pela cidade, porque mancava muito. Agora, resolveu aproveitar. Colocou a túnica e nos convidou a caminhar com ele.
Regina estava feliz, havia feito uma boa ação, embora tenha levado um caralhão no cuzinho.
“- Não doeu muito, amor?” Perguntei a ela.
“- Bem lubrificado, não dói. E você sabe que eu gosto de dar a bunda.” Ela riu.
As pessoas nas ruas olhavam com curiosidade, Hephaistos caminhando sem mancar. Mas também notei que certas pessoas pareciam receosas.
Mais tarde, encontrando Crítias, perguntei a ele o motivo desses olhares receosos de alguns.
Ele me olhou bem sério, ficou pensando por um tempo. Parecia que não queria contar, mas deu um suspiro e falou:
“- Vocês são boas pessoas. Regina é a encarnação de uma Deusa, ou quase isso... creio que merecem saber.”
“- Saber o que?” ( Lá vinha encrenca, sempre tem encrenca...)
“- Quando Hephaistos chegou aqui, realmente a cidade estava em ruínas, os descendentes da antiga civilização plantavam e colhiam, não restava muito daquele cultura, a não ser a tradição oral. Eles não conseguiam sequer decifrar os manuscritos. E havia os conflitos com a tribo local, eles eram canibais...”
“- Canibais?????”
“- Essa tribo praticava um sacrifício ritual em uma determinada época do ano, e depois os membros a tribo comiam a carne da vítima, consagrada à divindade deles.”
“- E vocês, é claro, ao mesclar as celebrações deles com as da Cidade, mantiveram esse ritual macabro... “
“- Infelizmente.”
“- Mas, se é um costume deles, então eles sacrificam alguém da própria tribo...”
“- Nunca foi assim. Eles sempre pegavam algum invasor ou curioso, iam a outra ilha para capturar alguém, ou alguém da Cidade. Sempre alguém de fora. ”
Então, percebi a dura realidade.
“- Os convidados! Os convidados são as vítimas do sacrifício!”
“´- Apenas um. Um dos visitantes, infelizmente, será sacrificado e depois devorado pelos membros da tribo. Nós apenas fazemos o ritual coletivamente, depois eles levam a vítima. E o ritual será NESTA NOITE! ”
Regina não podia acreditar no que ouvíamos.
PUTA SACANAGEM. Escapamos de um “Serial Killer” que queria comer Regina, agora é uma tribo canibal. A Agência estava certa nesse ponto. Mas o que poderíamos fazer nesse caso? Interferir na cultura deles?
Mas Hephaistos já havia interferido. Embora tivesse seus pontos positivos, a Cidade Oculta mantivera os rituais de sangue da tribo local. E esse tipo de Ritual interferia no equilíbrio energético desta região do Planeta. Fossem apenas os rituais sexuais, e passariam despercebidos.
Ainda havia a questão de Regina. Sendo considerada uma Deusa, era improvável que fosse ela a ser sacrificada. Restávamos nós: eu , Leon, e Jones. E eu não estava com a mínima vontade de servir de churrasquinho para os nativos. Eu precisava avisar os outros dois, urgentemente.
Regina andava apressada ao meu lado, acompanhando meu passo.
Não encontramos os dois. Talvez estivessem lá na tribo, sem saber que um deles poderia ser devorado pelos nativos.
Regina me falou:
“- Preciso ir ao nosso quarto” e saiu, rápido. Achei que ela fosse irão banheiro ou algo assim. Procurei mais um pouco pelos dois, perguntando aqui e ali, depois fui também para nosso quarto.
Mas minha esposa não estava mais lá. E nem a corrente dela, que eu havia deixado em cima de uma mesinha. Tive um estalo.
“- Ah, mas ela não pode ter pensado nisso!”
Saí correndo, eu imaginava onde ela poderia estar. Fui até o Templo.
Chegando lá, vi a cena:
O Hierofante estava recostado em um divã, na sala dele, o caralhão amolecido pendendo quase até o chão. Ao lado dele, de joelhos, chorando, estava Regina, oferecendo a ele a corrente, que ela já havia ligado à coleira.
“- Regina, por favor! Não faça isso!” Gritei.
Hephaistos falou:
“- Ela está me oferecendo a corrente , disse que ficará aqui para sempre, se eu deixar que vocês partam agora.”
Eu gelei. Não podia ser!
“- Por favor, Mestre Hephaistos! O Sr. não pode fazer um sacrifício humano!”
“- Regina, minha Deusa...essa é uma tradição milenar deles, não pode ser mudada...”
“- Eu imploro, Mestre! “
Ele segurou a corrente dela nas mãos... assim que o fez, ela recostou a cabeça sobre o corpo dele, o rosto dela encostando naquele caralhão. Ela deu um beijo naquele membro enorme, agora amolecido após ter gozado dentro do cuzinho dela, e o acariciou com as mãos. O Hierofante estremeceu. O caralhão começou a dar sinais de que iria endurecer novamente.
“- Eu vou ser sua escrava, Mestre! Vai poder me possuir inteira quantas vezes quiser! Mas, por favor, deixe que eles partam!”
“- Regina, não!” Eu gritei novamente. “Hephaistos, somos pessoas civilizadas! Sacrifícios humanos produzem energia negativa...isto pode macular a Energia do Cristal!”
“- Eu sei. A Energia Sexual pura é o que energiza o Cristal. A cada sacrifício humano, noto que a potência da Pirâmide diminui. Mas os chefes da Tribo insistem que um sacrifício humano é necessário, ou a divindade deles irá acabar com a Ilha e com todos.”
“- Hephaistos, isso são reminiscências da antiga catástrofe, que ocorreu há milênios. Equivale a jogar uma virgem no vulcão ou entregar uma vítima ao ‘Deus-Crocodilo’!”
Então ele olhou para Regina, dizendo, entristecido:
“- Não posso aceitar essa corrente, minha Deusa! Você me deu muito mais do que eu pudesse esperar em toda a minha vida, você me tratou como um ser humano normal, mas sei que você nunca irá sentir por mim o que sente pelo seu amado.”
Ela olhou para mim, chorando. E notei lágrimas nos olhos dele, também.
“- Pense, Hephaistos! Por favor!” eu implorei.
Então, ele olhou para mim, com ar bem sério, apesar das lágrimas nos olhos, e me disse:
“- Você sabe o que fazer. E, se puder, faça!”
Fiquei sem ter o que falar. O que eu...
O Hierofante fez um sinal, cobrindo o rosto com as mãos ,e em seguida dois jovens levantaram Regina nos fizeram sair do Templo.
Quando chegamos ao nosso quarto, havia guardas na porta. Teríamos que ficar ali até a noite.
E nem sinal de Leon ou Jones.
Mais tarde, quando já estava anoitecendo, uma moça nua veio com uma jarra com água fresca, trocou a que estava no quarto. Estávamos com sede, e tomamos. Tive um pressentimento, mas já era tarde.
“ Regina, não tome mais!”
“- O que foi?”
“- Burundanga! O ‘Sopro do Diabo’!”
“- Aimeudeus!”
Burundanga era uma droga sem odor ou cheiro, que anulava a vontade das pessoas, e poderia mesmo paralisar...
Mas já era tarde, eu não conseguia me mover, nem Regina.
CONTINUA