Era uma biblioteca bem estruturada, que existia há mais de 150 anos, com um acervo de mais de 250 mil livros, os mais diversos tipos de temas e matérias, instalações antigas, remetendo a era medieval, repleta de seções, parecendo um grande labirinto e por isso mesmo tão procurada e conhecida na cidade.
Ela estava em sua cadeira cativa e aquela era sua biblioteca favorita, a freqüentava desde a época de escola. Ali ela sentia-se em casa. Essa parte da biblioteca era sua preferida, pois era mais afastada de tudo, onde não se era vista, nem perturbada. Lá passava horas com seus livros e pensamentos.
Ele estava apenas de passagem, entrou pela primeira vez naquele lugar para encontrar com um colega do trabalho e encantou-se com as instalações e o clima de conforto.
Ela tinha cabelos castanhos encaracolados na altura dos ombros, pele branca como a neve, olhos amendoados e boca saliente. Estava de vestido florido, de tecido leve, na altura do joelho e sandálias de dedo. Mesmo sentada dava para ver suas formas bem desenhadas e que era uma mulher de beleza simples e deslumbrante.
Ele tinha cabelos pretos, pele morena do sol, barba por fazer e olhos cor de mel. Corpo másculo e cara de homem que sabe o que quer. Vestia uma calça jeans surrada, uma camiseta branca e tênis all star.
Naquele instante em que se entreolharam, ambos esqueceram o que faziam, onde estavam e o que procuravam… apenas sentiram uma chama incontrolável nascer neles… o fascínio era grande e inexplicável.
Ele caminhou até ela com firmeza, olhos fixos e cheios de desejo em seu objetivo. Ela continuou sentada, imóvel, explosão de sensações nunca antes sentidas, sequer imagináveis. Seu corpo vibrava àquela aproximação. Como aquele homem conseguia despertar tanto desejo sem sequer toca-la? Ah! Como ansiava seu toque, sentir seu cheiro, sua pele, sua boca…
Ele chegou até ela e sem falar nada tocou sua mão, uma onda de choques percorreu seus corpos, seus olhos mostravam a intensidade do que sentiam, o fogo de um desejo desvairado, milhões de conversas sem a pronuncia de uma palavra sequer. Estavam numa espécie de transe, seus corpos exalavam paixão, tesão.
Dessa vez ela tomou a atitude, afinal aquele era seu território, conhecia cada parte daquele lugar com a palma da sua mão e simplesmente deixou-se levar pela emoção, esquecendo cadeira, livros, bolsa… apenas juntou-se a ele. Ainda de mãos dadas caminharam até o corredor deserto mais próximo, sem pensar no que iria acontecer. Queriam privacidade para sentir e aproveitar aquele momento único.
Eles se olhavam profundamente tal qual amantes, coração à mil por hora, borboletas no estômago, desejo pegando fogo. Ele tocou seu rosto suave, passou as mãos em seus cabelos – Oh! Como eram macios! – puxou-a para si e depositou um beijo nos seus lábios, primeiro de forma suave, sentindo seu hálito fresco e morno, sentindo seu gosto, depois foi intensificando como uma tempestade que começa no litoral.
Ela sentia cada toque em seu corpo como pequenos choques magnéticos, sentia-se tremer toda por dentro, pernas bambas… mas aquele beijo pegou-a desprevenida, sua intensidade, seu frescor, parecia que ia desfalecer naqueles braços fortes que a apertava. Seu peito arfava, estava excitada como nunca antes e queria aquele homem a qualquer custo.
Começaram a se abraçar. Ele a apertava pela cintura e enfiava sua mão pelos cabelos encaracolados, como quem mostra que está dominando a situação. Ela estava com suas mãos em volta do pescoço dele, deslizando por suas costas largas, deixando-se ser dominada. Descobrem nuca, orelha, pescoço… percorrem cada centímetro do corpo do outro como exploradores natos em busca do tesouro perdido.
Ele sente seu sexo pulsar em sua calça, a aproximação máxima a um corpo voluptuoso como o dela o enchia de desejo. Ela sente também…. e como deseja toca-lo, senti-lo, experimenta-lo.
Nesse momento ela o encosta na parede, tira sua camisa lentamente, beija todo seu tórax bem definido, ombros, peito, barriga… desabotoa a calça dele, abaixa sua cueca samba canção e finalmente vê, seu órgão rijo, pulsando, hipnotizando-a, convidando-a para diversão. Ela o toca, seus corpos tremem, pega-o como se fosse seu bem mais precioso e começa a beija-lo, aprecia-lo, sentindo o gosto inebriante do sexo, sentindo a pulsação em sua boca… sentindo o prazer daquele momento tão íntimo entre eles.
Enquanto ela beija e suga e acaricia seu órgão, ele experimenta momentos de extrema excitação. Aquela mulher linda, que encontrou por acaso e o embriagou de tesão, estava sentindo o mesmo que ele. Estava se entregando a mesma paixão avassaladora que nasceu nele.
Antes de chegar ao clímax, ele a levantou e puxou p/ si, beijando seus lábios avidamente, sentindo o gosto inebriante do sexo. Em movimentos firmes e ao mesmo tempo delicados, tirou-lhe o vestido, estava só de calcinha, seios à mostra – Como eram firmes e tão redondos! É uma Deusa do amor! – arrancou sua calcinha e começou a acariciá-la e beija-la com paixão, doçura, poder… beijava seu pescoço, uma mão estava entre suas pernas, a outra sentia seu seio volumoso. Os beijos iam descendo gradativamente, seios, barriga, umbigo, virilha… até que encontrou seus próprios dedos, já molhados pelo prazer que ela sentia. Aproxima sua língua suavemente no sexo latejante dela.
Ela delira. Não pensa. Não sabe quem é, onde está. Apenas sente. Ele beija, lambe, coloca os dedos e começa tudo denovo. Um ciclo sem fim de satisfação. – Ele sabe exatamente como gosto! Ler meus pensamentos! – Ela fica completamente molhada, desesperada, ansia por ele. Ela quer senti-lo dentro dela.
Ele sentindo o mesmo que ela, pega sua cintura, levanta até ela estar com as pernas enroscadas nele, respiração arfando, expectativa a mil e finalmente a penetra. Agora os dois são um só. Ele em movimentos de vai-e-vem, enquanto ela rebola e se prende a cada investida dele. Parecem feitos um para o outro, feitos para fazer isso. A mesma sintonia. Esforços simultâneos em busca do mesmo objetivo, o prazer máximo; GOZAR.
Agora ele deita-a no chão, levanta suas pernas num ângulo de 180 graus, na altura do próprio pescoço e começa a estocá-la. Ela revira os olhos. Como pode sentir tanto prazer assim? Como aquele homem estava deixando-a louca! Já tivera outros parceiros, já havia sentido sensações parecidas, porém não com tanta intensidade. – Oh! Agora vou gozar! – E foi a primeira de várias.
Ela virou-o e pôs-se em cima dele. Sentou-se lentamente, sentindo cada centímetro daquela satisfação, quando sentiu o membro pulsar dentro de si mesma, começou a rebolar, olhando-o nos olhos, beijando seus lábios, mãos nos cabelos, agora no peito dele, o calor contagiando, ela foi deixando-se levar, agora cavalgava nele. Seus olhos se encontravam vez ou outra, isso era cada vez mais difícil, era difícil focar, era uma explosão de excitação.
De repente, ela arqueia seu corpo para trás e solta um leve e prolongado gemido. Gozava mais uma vez. E ele adorava a forma como ela sentia prazer com ele. Como ele conseguia proporcionar isso a ela.
É quando ela levanta-se e se põe de quatro. Ele enlouquece. – Que mulher é essa?? – Pega-a pelos cabelos num rabo de cavalo improvisado, encaixa seus quadris e começa a montanha-russa de sensações novamente. Aquela bunda redonda, empinada para ele, as costas macias e o cheiro dos cabelos em seu nariz o embriagavam de tesão. Ela olha para trás, fixo p/ ele, não é preciso palavras, eles se entendem só em olhar. Ele começa a ir mais rápido, movimentos ininterruptos, mais forte, mais vibrante, mais sexy, mais, mais, mais… até que o ápice acontece, gozam juntos!!! Uma grande explosão de fogos de artifício, canhões e rajada de tiros acontecem naquele pequeno espaço onde se encontram.
Ele caiu sobre ela. Ficaram ali, parados, tentando controlar a respiração, controlar as emoções procurando retomar a sobriedade – o que era isso mesmo? – e descobrir o que tinha acabado de acontecer.
Descobriram-se novamente em um corredor, numa biblioteca e com um completo e fascinante estranho do lado. Levantaram-se em silêncio, vestiram suas roupas espalhadas no chão, respiraram fundo e finalmente, olharam-se novamente.
Ele sorriu, estendeu-lhe a mão e disse com uma voz grossa e segura:
- Alex, prazer!
Ela, retribuindo o sorriso, tocou-lhe a mão estendida e em tom angelical respondeu:
- Adriana!
Ficaram assim, de mãos dadas, algum tempo, encarando-se e relembrando os momentos de loucura de minutos antes, onde tinham certeza, foram impulsionados a fazer, a força do universo conspirava para isso.
Quando se soltaram, ela voltou para sua cadeira e livros, e ele conseguiu achar seu amigo. Olharam-se mais uma vez ao longe e, em silêncio, despediram-se. Com a certeza de que nunca se esqueceriam um do outro, nem daquele lampejo de sentimento que fugiu ao controle deles.