AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA)



(um amigo me contou a historia de amor dele iniciada nesta pandemia, e resolvi romancear aqui. em primeira pessoa porque fica mais fácil. tomei a liberdade de alterar nomes e vários detalhes, no caso de alguém que conheça a historia acessar este site. maurzen revisou tudo isso aqui, e fez um monte de sugestões, thanks!)

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Ifood no interfone.
-- Tiago Arvani, certo? – eu sempre checava o nome do entregador antes. -- Pode deixar subir.
Moro num prédio de apenas 12 andares, um apartamento por andar, segurança profissional. Antes da pandemia inclusive, havíamos decidido em assembleia que entregadores autorizados por interfone poderiam subir até cada unidade.
Já vou avisando. Não sou do tipo Oi-Pau-No-Cu-Tchau. Então tem bastante enrolação antes do sexo, já vou avisando. Nem sou Size Queen, dessas bichas fixadas em pau grande, e que checam primeiro de tudo a virilha do macho, e vão dando a metragem. E como não sou só passivo, isso não significa que fico olhando a bunda dos caras que vou comer, tampouco. Gosto sim de corpos bonitos, em forma, não excessivamente malhados. Mas o que mais amo é um rosto bonito. Isso que a Natureza dá de presente a um homem, ou não. Não adianta academia, cirugia não basta. O que faz deles uma minoria, um clube seleto, do qual sou sincero admirador e potencial consumidor.
Meio difícil, nessa pandemia, checar os rostos. Mas, para começar, o entregador Tiago tinha olhos castanhos muito bonitos, encimados por sobrancelhas bem desenhadas, arqueadas. Cabelos escuros cacheados, cortados bem rente na nuca e dos lados, mas deixados fartos e revoltos no alto, e principalmente num impressionante topete que fazia o rapaz parecer ainda mais alto, mesmo caindo por cima dos olhos. E a máscara escondia, mas não disfarçava, um nariz bonito, longo porém delicado, e o maxilar quase quadrado, o queixo pontudinho.
-- Boa tarde, Mario. O seu pedido. – ele entregou-me com cuidado a caprichada embalagem contendo comida japonesa de um dos melhores e mais caros restaurantes da cidade. Notei que tinha mãos muito bonitas, apenas um pouco grandes. – Eu preciso do código, por favor.
Disse a ele. E ofereci um copo de agua.
-- Eu aceito, sim, por favor.
-- Está muito calor lá fora, né? – no meu apartamento, o ar condicionado me mantinha vivendo num oásis artificial. Mas podia perceber seus braços fortes, alongados, praticamente sem pelos, cobertos de gotículas de suor. – Tem suco, você prefere?
-- Agua está bom.
Não foi minha intenção. Oferecia copos de agua a todos os entregadores. Era o mínimo da decência humana, numa cidade tão quente. Mas para beber, Tiago teve de tirar a máscara, e pude conferir e confirmar a beleza dele. Digna de modelos Dolce&Gabbana, avaliei. O porte físico, igualmente, teria agradado aos estilistas italianos, especialistas em belos homens mais do que roupas belas, no meu entender.
-- Desculpe perguntar, Tiago, mas você é modelo? – tentei não parecer muito empolgado em minha indiscrição. E torci para que a pergunta não tivesse soado maliciosa, como se implicasse se ele fazia programas. Mas não, o rapaz era de boa, como se diz hoje em dia.
-- Eu fiz uns trabalhos sim. – ele disse, entre goles. – Mas sobretudo eventos.
-- Eventos? – será que ele estava se insinuando para mim? Oferecendo um programa?
-- Recepções, coquetéis, esse tipo de coisa. Trabalhando como garçom. Recepcionista às vezes.
Ele devolveu o copo vazio. Ofereci outro. Ele aceitou novamente.
-- E durante a pandemia, Tiago? Parou tudo, não? – de novo... Será que parecia que eu estava querendo saber se ele tinha passado a fazer programas? Tranquilamente ele respondeu:
-- Então. Virei iFood. A gente tem que se virar, né?
Mais uma vez, fiquei feliz por sempre procurar dar uma gorjeta pelo aplicativo. Ninguém ali estava trabalhando por esporte, e para um entregador, 10 ou 15 reais fazia mais diferença do que para mim. Cada história que ouvia me fazia pagar mais feliz a taxa de entrega, e procurar dar sempre uma gorjeta extra que, confesso, variava diante da simpatia e educação do entregador. E num caso em que, como o do Tiago, aliava-se a elas também uma estonteante beleza?
-- Que bom que você tem tido trabalho, né Tiago.
-- É. Dá pra pagar as contas no fim do mês.
Nesse instante, o interfone tocou. Lacerda, o porteiro, avisando que estavam multando a motocicleta do Tiago.
-- Não! Não! – ele lamentou, e apesar da pressa, pousando o copo com muito cuidado sobre a bancada. – Agradecido pela agua. Preciso ir agora. Não! – ele lamentou de novo.
-- Espera Tiago. Vou descer com você. Vamos resolver isso juntos.

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-- Aqui está minha carteira de motorista, oficial. – isso soava tão norte-americano, eu sei. Officer. Mas às vezes ainda traduzia mentalmente ao falar Português. -- Eu vou tirar o meu carro da garagem e estaciona-lo sobre a calçada. Daí o senhor me multa, ao invés de multar a motocicleta dele.
-- O senhor está falando sério? – o marronzinho me encarava, incrédulo, enquanto pelo canto do olho vigiava Tiago.
-- Não quero impedir o seu trabalho, oficial. Mas sou o responsável por deter este moço lá em cima. E uma multa irá prejudica-lo muito. Muito mais do que a mim. Por isso quero que você multe meu carro, e não a motocicleta dele. É o veiculo do ganha-pão dele, o senhor compreende?
Tiago aguardava a meu lado, apreensivo. O funcionário da CET também parecia aguardar. Ia rolar caixinha ou não? E o marronzinho iria aceitar ou engrossar de vez? Mas em momento algum eu pretendera oferecer propina. Enquanto todos aguardávamos em suspense e nada ocorria, isso provavelmente ficou claro para todo os envolvidos. Minha oferta de justiça alternativa era simples e direta, sem subterfúgios, ainda que altamente irregular.
-- Tá bom, filho. Vou deixar passar dessa vez. – o marronzinho falava com o Tiago, e depois voltou-se para mim. – E também não vou multar o senhor. Só porque está defendendo uma outra pessoa, um trabalhador, e não a si mesmo. Está errado, mas tem muito mais valor.
Aliviados, observamos o homem afastar-se em direção à próxima multa. Então, num gesto muito espontâneo, o Tiago me abraçou.
Estremeci. Era o primeiro abraço que recebia desde o início da pandemia, há um ano e meio. Tinha escolhido me isolar rigorosamente, apavorado por conta de uma comorbidade. E moro sozinho, se ainda não ficou claro. Nem animal de estimação eu tenho. Estava comovido com o gesto do Tiago. Além de me sentir sortudo por estar sendo abraçado por um rapaz tão lindo. Estava quase pedindo para ele tirar uma selfie comigo.
-- Muito, muito obrigado! Nem tô acreditando! Não vou esquecer o que o senhor fez por mim, nunca! Muito, muito obrigado! – e o príncipe encantando montou em seu cavalo branco motorizado e saiu galopando para novas aventuras pelo reino das entregas. Observei o entregador Tiago ir embora. Da esquina, ele de novo me acenou adeus.
-- Valeu, seu Mario! – o porteiro cumprimentou-me. Tinha assistido a todo o episódio. – Mandou bem! Sabe, meu filho também está de entregador do iFood. E se o senhor soubesse as coisas por que ele passa... Blá blá blá...

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Tive a sorte de tomar a vacina de dose única, quando fui ao posto de saúde. Não escolhi, aconteceu. Mas desde então, sentia-me mais seguro. Para pelo menos sair de casa para caminhar, no final da tarde. Ainda de máscara, sempre de máscara. Mercado, farmácia, refeições, os vinhos, tudo o mais passara a comprar por aplicativos.
-- Mario! – ouvi me chamarem do outro lado da rua. Era o Tiago, tirando a máscara para que eu o reconhecesse. Como se houvesse a possibilidade de existir qualquer outro rapaz alto, bem feito de corpo e tão bonito quanto ele nas proximidades.
-- Tiago! – embasbacado, atravessei a rua sem nem mesmo olhar para os lados.Um carro passou por mim buzinando. Se não tivesse obrigatoriamente diminuído a velocidade numa lombada, poderia ter me atropelado.
-- Eu resolvi fazer ponto aqui. – era uma esquina da minha rua, uma quadra à frente do meu prédio de apartamentos, onde já havia observado que diversos entregadores ficavam esperando, sentados ao muro de uma agência bancária, sob um frondoso flamboyant. – É um bairro cheio de restaurantes e comércio este aqui, né?
-- É sim, Tiago. – queria perguntar se isso significava que eu iria encontra-lo sempre por ali.
-- Sabe, o que o senhor fez por mim... Achei que este ponto, por ser perto do seu apartamento... vai trazer sorte, sabe.
Será que ele estava me cantando? Mas seria ridículo sequer imaginar que um rapaz de vinte e poucos anos com pinta de modelo Alta Moda pudesse estar interessado em um cinquentão, por mais em forma e bonitão que eu pudesse ser. Mais velho, mais baixo, menos bonito, eu me sentia em desvantagem. Mais rico? Se era isso o que interessava ao rapaz, eu queria distância dele. Mas Tiago parecia interessado apenas em trabalho. E naquele exato instante aceitou buscar e entregar um novo pedido.
-- Preciso ir. Então, obrigado de novo!
-- Imagina. Disponha, Tiago. – e tomando coragem, acrescentei – E se quiser tomar um copo d’agua... Ou mesmo se precisar usar o banheiro... – respirei fundo, depois dessa oferta, pelo menos nos meus padrões conversadores, um tanto ousada. – Você já sabe o endereço...
-- Sabe que este é mesmo um dos grandes problemas de ser entregador, né? – ele riu, divertido. – E eu não concordo em ficar sujando os muros da cidade, sabe?
De novo, assisti o príncipe encantado montar em seu cavalo branco, a caminho de sua próxima entrega. Além de muito lindo, o rapaz era educado.

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-- iFood, seu Mario. – o porteiro informou-me pelo interfone.
-- Deve ser engano, Lacerda. Hoje não pedi nada.
-- Na verdade é aquele entregador de ontem que está aqui embaixo...
-- O Tiago? Pode deixar ele subir! Ele está trabalhando aqui perto. Ofereci para ele vir beber agua aqui em casa quando estivesse com sede... – não sei exatamente porque estava me justificando com o porteiro.

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Ele queria também usar o banheiro, e confesso que fiquei por perto, como tia velha, para ouvir se ele lavava as mãos depois de urinar: um jato bem forte que ouvi claramente através da porta... Fiquei só imaginando o tamanho da fonte de onde aquilo tudo jorrava...
Mas estava enganado se acreditava ser um esquema do Tiago para se insinuar para mim. Ele não saiu do lavabo com o pau de fora, nem com a calça desabotoada, nem fazendo qualquer gesto obsceno para que eu checasse o volume na calça moletom dele. Que pela primeira vez eu chequei, afinal. Mas era impossível dissociar o volume generoso que marcava o tecido, das coxas bonitas, ou dos braços modelados saindo da camiseta branca de mangas viradas, ou mesmo o peito forte, os ombros largos. O conjunto todo era de tirar o fôlego, em conjunção com o rosto cinzelado que eu tinha a sorte de admirar mais uma vez, enquanto Tiago bebia água.
Confesso que tinha ansiosamente aguardado a volta do lindo rapaz, supondo que ele não se sentiria constrangido de aceitar meu convite. Tampouco se aproveitava do convite para se impor a mim. Ele era tão... natural, tão... limpo, transparente!
-- Tiago. Você sabe que os eventos estão começando a voltar, né?
-- Sim. Mas vai demorar para eu conseguir alguma coisa. Sou novato no ramo. Tem muito garçom profissional na praça procurando emprego.
-- Então. Conversei ontem com um amigo meu, que é dono de um catering. Falei de você. Se você concordar, ligo agora mesmo para você marcar uma entrevista com ele.
-- É serio, isso? – vi o rosto do Tiago iluminar-se, e no mesmo instante passei a mão no celular.

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- Bicha! Que garoto lindo! – Roger, meu amigo, estava me ligando para fofocar depois de ter recebido o Tiago na empresa. --Lindo demais, nossa! Mas não é o tipo de brigada de garçons que eu monto. E esse tipo de rapaz costuma dar problema. Destoa. Tem assédio...
-- Você está me dizendo que não vai dar uma chance ao Tiago porque ele é bonito demais?!?! – bufei ao celular.
-- Eu disse isso, bicha? Vou usar ele como assistente de coordenação numa equipe amanhã. Embora não precisasse dele, para ser sincero. Você fica me devendo essa, viu? Mas me conta... O que já rolou com esse moleque gostoso? Lindo, lindo. Bicha sortuda!
-- Não rolou nada, Roger. Mas ele é um rapaz que merece uma chance melhor do que ser entregador, eu acho.
-- Ah, a bicha é romântica, esqueci! Já tá apaixonada? Nem depois dessa seca toda de pandemia virou pegadora, amiga? Como é que você segura o tesão, hem? – fiquei em silêncio. Na verdade, com o medo e a insegurança todo que tínhamos passado, minha libido no inicio morrera, mas há alguns meses renascera de forma excepcional, como numa segunda puberdade... sem que no entanto eu tivesse coragem de marcar encontro com quem quer que fosse. Esse tipo de aplicativo eu ainda não me dispusera usar. – Entendi. Você sabia que ele estava fazendo faculdade de Administração antes da pandemia? Trancou no quarto ano. E fala muito direitinho, o seu bofe. Educado, é. Acho que vai dar tudo certo com ele amanhã.

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Estava me sentindo um pouco usado, quando durante toda uma semana não tive noticias do Tiago. Quer dizer, o Roger, meu amigo do catering, me ligava sempre.
-- Ele é uma descoberta! Tem muita gente agradecida pela chance de trabalhar nesse momento, então as duas únicas equipes que montei nesse período são meu dream team... Mas o seu garoto vai além. Proativo. Mas sem deixar ninguém ressabiado. Não sei. Ele tem talento com pessoas. Muito... jeitoso.
-- Você está me agradecendo, Roger? De nada pela indicação. E você já está apaixonada? – ironizei. Estava na verdade com ciúmes, de pensar que meu amigo estava convivendo com o Tiago, enquanto eu nunca mais o vira. E um rapaz daquele devia mesmo ser muito assediado, a cada evento que fazia. A um estalo de dedos, um boquete, boceta ou cuzinho estariam à disposição dele, facilmente.
-- É de apaixonar, mesmo. Mas pode ficar tranquila, amiga. Todos já tentaram alguma coisa, e ninguém descobriu qual é a dele. Entre os homens e as mulheres, das mais variadas idades, nada. Muito misterioso, ele.

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-- Desculpe ter vindo sem avisar!
-- Imagina! Desculpe pela confusão das portas! – apesar de Tiago não ter vindo como entregador, o porteiro o fizera subir pelo elevador de serviço, enquanto eu o aguardava à porta da frente. Não devia culpar o Lacerda. Talvez tivesse imaginado que agora o Tiago era entregador de flores, pois trazia consigo um alto vaso de orquídeas.
-- São para você! – ele me entregou as flores, enrubescendo. – De agradecimento. É muito pouco pelo que você fez por mim... – acho que Tiago estava se referindo ao fato de já ter sido promovido a chefe, da terceira equipe de serviço que estava sendo formada naquele momento de retomada. Tinha inclusive passado à frente de pessoas com quem Roger já tinha trabalhado no passado. Era mérito exclusivamente do rapaz, que se demonstrava muito capaz, empolgado, disciplinado. Mas eu ficava feliz que afinal ele tivesse se lembrado de mim. – A moça não tinha um embrulho bonito, desculpe...
-- Imagina. As flores são lindas! Adoro orquídeas!
-- Eu tinha percebido... – ele disse, e então ficou todo embaraçado, ao indicar que estivera observando meu apartamento nas vezes em que ali entrara.
-- Mesmo, não precisava me agradecer. O mérito é todo seu! O Roger tem me contado das suas proezas. Ele está muito satisfeito...
-- Minha vida mudou desde aquele dia em que vim aqui... Nem parece ter sido a semana passada...
Falamos as frases acima ao mesmo tempo, num jorro empolgado de palavras que chegava a ser constrangedor. E de súbito silenciamos. Deu para ouvir o som do vaso de orquídeas que pousei com muito cuidado sobre o aparador.
-- Entra, Tiago. Quer um copo d’água? – de repente, ouvi a mim mesmo. Era o máximo que conseguia? Repetir a ladainha estúpida do copo d’água? Cabisbaixo, fiquei encostado ao aparador, de costas para o rapaz. A pandemia e o isolamento tinham me fragilizado. Perdera a confiança em mim mesmo. Embora estivesse em boa forma para meus 50+, sentia-me velho, especialmente diante de um rapaz tão lindo e vigoroso. Tive consciência do meu cabelo grisalho que rareava no topo da cabeça, embora ainda não estivesse careca. Mas tão distante do auge dos meus 30 anos, quando malhava todos os dias, tinha abdômen tanquinho e uma cabeleira que dava para fazer rabo-de-cavalo.
Passou-me pela mente a cena de Tiago adentrando meu apartamento, vindo em minha direção, baixando a calça do uniforme de trabalho dele, enquanto eu baixava a minha. Sem trocarmos palavra, sempre de máscaras. Continuava de costas para ele, curvado sobre o aparador. Sem contato visual, ele me penetrava de uma vez só, afundando em mim até o talo, daí me comia forte, quase me erguendo do chão a cada estocada, e rápido gozava dentro do meu cu. Falando obrigado pela ultima vez, ou nem isso, ele ia embora depois da foda de agradecimento. E eu tinha certeza de que nunca mais iria vê-lo.
-- Tenho meia hora. E aceito sim, o copo d’água! – despertando da minha triste alucinação erótica, ouvi Tiago responder ao meu convite patético, ainda da porta dos fundos. Acho que ele percebeu que eu estava triste, ou abatido, e complementou – É o melhor copo d’água da cidade! Água da sorte!
Era lógico que ele estava sendo gentil comigo, e algo em mim se partiu. Soltei um soluço, e como um idiota comecei a chorar.
-- Qual é o problema, Mario? – tendo avançado em minha direção, senti a mão do Tiago pousar suavemente sobre meu ombro, e fazer-me um carinho tímido. – Desculpa, eu fico falando como um tonto... É que estou muito feliz esses dias... Felicidade de pobre é assim, meio... bruta!
-- Não fala isso, Tiago! Obrigado por compartilhar comigo... -- Parecia que a felicidade dele era o que me incomodava, me fazia chorar. Mas não era um acesso de choro, do tipo com soluços. Não era desespero. Eram só lagrimas muito grossas, que uma vez tendo começado a brotar, pareciam não querer parar mais. De genuína tristeza. E exaustão. – Vem cá... – E ele me virou para si, e me tomou entre os braços, apertando-me. Tiago era quase uma cabeça mais alto do que eu, que tenho 1,80. No movimento de virar-me, meu cabelo enganchou e arrancou a máscara dele, que ficou pendurada por uma orelha só.
Fiquei aconchegado nos braços esculturais do rapaz, enquanto minhas lágrimas terminavam de sair. Ele me abraçava sem constrangimento, e eu a ele, forte, bem forte. De repente ele me beijou na testa. Um beijo casto, carinhoso, mas que dissolvia algumas fronteiras entre nós. Levantei o olhar até ele, e minha mão subiu junto, para acariciar o rosto escultural. Tiago então tirou minha máscara, muito vagarosamente, como se me desse tempo para protestar e interromper o gesto. Como eu permitisse, ele me beijou a boca.
Por segundos, pensei que talvez ele fosse meu anjo da morte. Depois de tanto tempo tão estrito com as medidas sanitárias, estava me entregando a um beijo de língua. Trocando saliva, nossas línguas explorando a boca um do outro, os lábios engatados, cada vez mais úmidos e túrgidos. Minuto após minuto após minuto... Sou desses que adoram beijar, que se perdem no beijo. Sentia a respiração dele misturando-se à minha, quente, ofegante, rápida. Nossos hálitos confundiam-se. O ar que ele exalava entrava diretamente em minhas narinas. Estava tudo errado, em termos de pandemia, o que fazíamos. Estava tudo absolutamente certo!
Depois de vários minutos, estávamos os dois rindo, como bobos. Não sei quem começou primeiro, se foi ele ou eu, ou se começamos juntos. Interrompemos nosso beijo, mas ficamos abraçados, perfis unidos, enquanto falávamos.
-- Sou muito 8 ou 80 mesmo... Não estava tirando a máscara para nada... – Tiago disse, rindo. – Eu sei. Quando recomecei a sair, estava quase carregando comigo uma fita métrica... para garantir os 2 metros de distanciamento com os outros – eu retruquei, e rimos mais, estreitando nosso abraço. – Mas eu estou me cuidando, viu... Sempre de máscara... – ele garantiu. – Eu também Tiago, eu também. Maktub, como diz uma amiga minha. Só acho que nesse momento a gente também está se cuidando... De uma outra maneira. – eu sugeri, sorrindo. Abraçando-me ainda com mais força ele retorquiu – Que bom que você está dizendo isso! – e voltamos a nos beijar, por mais alguns minutos, quando ele interrompeu para olhar no relógio.
– Eu tenho que ir. Tenho um evento começando cedo, hoje... – ele informou. – A que horas acaba? – perguntei. – Cedo também. No máximo 22 horas. – ele respondeu. – Então venha jantar comigo. Você pode? – convidei, quase arrependido de ser tão impulsivo. Se Tiago recusasse, eu começaria a chorar de novo. – Combinado. 22 horas. Estarei aqui. – e ainda nos beijamos mais alguns minutos antes de ele ir embora, dessa vez pela porta da frente, depois de ter bebido aquele copo de “água da sorte”.

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Quando o interfone tocou, só às 22:30h, como as mulheres de Almodóvar eu estava num certo estado de nervos. Tinha trocado de roupa várias vezes. Mais formal, ou mais informal? Na busca, encontrei um chapéu que comprara na Polinésia Francesa. Usa-lo dentro de casa seria ridículo. Testei combinações de cores. Como se isso importasse. Estava simplesmente inseguro. Da mesma maneira, tinha arrumado a mesa de jantar para dois. De inicio, com muito esmero. Jantar à luz de velas. Copos de vinho, as orquídeas que ele havia me presenteado. Pareceu-me excessivo. E antiquado. Estava muito inseguro. Não podia sequer ter certeza de que Tiago retornaria. Embora nossa mútua entrega durante o beijo me dissesse que sim. E ter sentido a ereção dele também me dizia que nem tudo estava perdido no meu front. Ou será que, como moço de 20 e poucos anos, ele ficaria de pau duro até se esfregando contra uma parede?
-- O Tiago está aqui. – O Porteiro da Noite (baita filme bom!) não conhecia meu amigo, ainda. Dei instruções para que o deixasse estacionar a moto numa das vagas internas de visitantes do prédio, e o fizesse subir pelo elevador da frente, do qual havia desabilitado a senha.
Esperei-o à porta, já sem a máscara, indicando claramente minhas intenções e expectativas. Ao sair do elevador, Tiago percebeu imediatamente, e arrancou a própria máscara, brindando-me com seu sorriso de garoto propaganda.
-- Desculpe o atraso... – ele disse, uns bons minutos depois de termos nos beijado fartamente. – Imagina... – eu retruquei. -- O importante é que você está aqui... – e voltamos a nos beijar. Mas desta vez, além dos lábios tínhamos nossas mãos também ocupadas, explorando o corpo um do outro. Animado, arranquei a barra da camisa dele de dentro da calça. E Tiago não se fez de rogado. Deu dois passos para trás e arrancou-a por inteiro. Claro que ele tinha confiança no produto que colocava em exibição: os braços de músculos perfeitamente delineados mas não inchados, os peitos fortes de mamilos pequenos e salientes, o abdômen rijo com os cobiçados gominhos que eu mesmo um dia tinha exibido... Mas ele não se exibia de maneira vulgar, inchando os músculos. Simplesmente se desnudava à minha frente, de maneira natural, quase sem vaidade.
-- Você é lindo, Tiago! – exclamei. Não havia porque esconder minha admiração, ainda mais que ele se mostrava tão tranquilo com a própria beleza e o físico escultural. Era como se não precisasse ou esperasse confirmação de mim ou de ninguém, como se não se importasse de ser belo, como se isso não contasse.
-- Você também é! – ele respondeu, enquanto terminava de tirar a minha camisa também. Quando tentou tirar a camiseta regata que eu usava por baixo, no entanto, não permiti. Não estava preparado para me mostrar completamente para ele, ainda que estivesse em forma, emagrecido com a pandemia e as várias sessões de yoga por vídeo com as quais tinha passado o tempo. Vi que ele ficou intrigado, mas me respeitou e não forçou. E quando tentei baixar a calça dele, de novo ele próprio arrancou-a, depois dos tênis. Mas não a jogou ao chão. Como antes com a camiseta, ele a dobrou, embora sem muito cuidado, e pousou sobre o braço do sofá mais próximo.
Debaixo da cueca slip branca, pude observar um volume latejante que indicava que o rapaz não iria negar fogo, e que pressionou contra mim sem pudor, enquanto de novo nos beijávamos e ele se encarregava de, por sua vez, tirar a minha calça. Na minha segunda adolescência, como já mencionei, eu mesmo estava muito duro, embora o meu membro fosse significantemente mais humilde que o do rapaz.
Engatados no beijo, puxei-o em direção ao sofá. Tirei a cueca dele, liberando uma notável ereção em riste de macho jovem cheio de testosterona. Era um pau não circuncidado, comprido e não demasiado grosso, grande em qualquer quesito de avaliação de uma Size Queen. Mas como o próprio dono do possante instrumento era alto, corpo perfeito de peito amplo e ombros largos, o pau não parecia exagerado. Como parecia ser típico daqueles tempos, ele tinha os pelos pubiano aparados, o que não gosto muito, mas ainda prefiro a completamente raspados. Fiz o rapaz sentar-se ao sofá. Sem refletir, já estava no comando, ou pelo menos agindo como anfitrião da casa.
Pois é, não sou bom de sexo oral. Na verdade, não gosto de chupar. Tenho a boca pequena. Engasgo, sinto ânsia de vômito. E naquele instante, sabedor que Tiago não precisava de mais nenhum estímulo, decidi pular essa parte. Tirando minha própria cueca, sentei no colo do rapaz, de frente para ele. Voltamos a nos beijar. Sentia que o nosso beijo, delicioso, era o que mais nos unia naquele momento, e que seria o passaporte para explorar todas as nossas novas fronteiras. Enquanto esfregava meu pau contra o abdômen rijo, sentia o pauzão dele pulsando contra minhas bolas, e com uma mão, tocando-o pela primeira vez, sentindo a grossura, o comprimento e o peso apetitosos entre meus dedos, coloquei-o para trás, contra minhas nádegas, sinalizando minha expectativa de ser penetrado. Às vezes, nesse momento, mesmo rapazes maiores que eu tinham refugado, revelando-se passivas absolutas. E eu não me furtava a assumir o papel de ativo. Não com Tiago, no entanto, e soltei um gemido de antecipação ao perceber que seria penetrado pela primeira vez em muito tempo. Que de-li-cia! Um arrepio percorreu-me o corpo inteiro. Foi quando me lembrei de que não trouxera gel lubrificante para a sala, com receio de parecer premeditado demais. Interrompi nosso beijo de há tantos minutos, e disse-lhe que ia buscar o tubinho.
-- Tenho aqui... – ele revelou, com um sorriso maroto de quem, afinal, tinha premeditado também, mas que ao contrário de mim não tinha vergonha de revelar. Já tinha me dado conta, pelos cabelos molhados e o perfume, de que ele havia passado em casa, onde tomara banho e se trocara, e tinha apanhado uns apetrechos. Além de um envelopinho de gel, tirou também uma camisinha do bolso da calça.
-- Sempre uma boa ideia! – confirmei, quando ele começou a cobrir o próprio membro com a proteção, e depois aplicou gel. Operação que ao invés de facilitar eu compliquei, pois afinal ele era jovem e eu estava a fim de desafia-lo. Agarrando o rosto dele com as duas mãos, beijei-o da testa ao queixo, e de orelha a orelha. Beijei os olhos dele, que ele teve de fechar, sem poder enxergar ao rasgar os envelopinhos da camisinha e do gel. A beleza dele transformava um connoisseur em faminto, um admirador em pedinte, um milionário em carente, e eu tentava roubar até o fôlego dele, beijando-lhe as narinas e inspirando a expiração dele, enquanto ele se “vestia” lá trás. Quando senti as duas mãos dele pousadas na minha cintura, entendi que a condução estava de novo comigo.
Tomei o cacetão dele na mão, e fiquei pincelando meu buraquinho, até para que ficasse melhor lubrificado. Depois, enfiava só a ponta da cabeça, dava uma reboladinha, e deixava sair de novo. Adoro começar uma foda assim, comigo no controle, para me acostumar com a envergadura da cavalgadura. Depois que entra macio, é só prazer. Então rebolava com a cabeça na portinha do cu, que piscava muito e deixava ela escapar. E fazia isso de novo. E de novo, sem deixar sequer a cabeça, que era perfeitamente proporcional ao pau, entrar. Queria provocar o Tiago, que me encarava, com olhos bem abertos, enquanto me segurava firmemente pela cintura. Esperava que ele se impacientasse e enfiasse o pau num tranco. Mas ele se continha. Apesar do desejo que revelava na respiração rápida e ofegante, nos lábios que umidificava com muita saliva, mesmo que muito faminto, ele se continha.
Eu é que não me contive. Quando deixei a cabeça entrar, dei um arranque para trás e engoli metade do pauzão com o cu. Soltei um gemido de dor, enquanto meu corpo tremia inteiro.
-- Calma! Devagar com o andor! – ele exclamou, estremecendo também. – Caramba! Acho que fui com muita sede ao pote! – retruquei, permanecendo absolutamente imóvel por alguns segundos. Mas, doido de tesão, rebolei em seguida, e um novo arrepio de dor me percorreu inteiro. Mas senti também o começo do prazer. – Cuidado! Não quero te machucar! – estávamos testa contra testa, nossos perfis unidos, sussurrando. – Você é bem grande... mas tá tão gostoso... – e com essa, sentei no cacetão até o final, e soltei outro gemidão.
A partir dali, obriguei meu cuzinho a dilatar na marra, enquanto subia e descia no pau do Tiago, de inicio muito devagar, deixando a cabeça quase sair pela portinha, para daí sentar com força novamente, agasalhando o cacetão dele até o talo. Estava muito gostoso e, perdendo a inibição, comecei a rebolar. Há muito tempo não sentia um tesão assim, nem me sentia tão livre, liberdade e prazer aumentados pelo fato de que estava montado no colo daquele rapaz tão estonteantemente lindo, que fazia questão de me puxar para ele e me beijar apaixonadamente.
Ele tinha começado a me masturbar, mas eu retirara a mão dele dizendo “Não precisa”. Era verdade. Depois de tantas punhetas durante a pandemia, ainda que esta fosse com a mão grande e bonita do Tiago, preferia sentir prazer com o restante do meu corpo. Especialmente com o cu, tão deliciosamente preenchido pelo membro do rapaz, ao qual eu estava engatado, rebolando, subindo e descendo cada vez mais rápido.
Até que ele finalmente começou a meter também, dando estocadas de encontro às minhas reboladas. Parecia ir ainda mais fundo, enterrando o pau todo, as bolas batendo contra minhas nádegas. Aquele som tesudo de carne batendo contra carne ecoava pela sala, e se intensificava, mais alto, à medida que Tiago me comia mais forte, e mais rápido.
-- Me fode. Pode me foder. Isso. Com força! – gemia gostoso em resposta à penetração, estimulando todo o vigor e potência do meu jovem amante. Tendo perdido todo o pudor com o meu pedido, ele bombava meu cu sem dó. Dava para sentir que ele estava perto de gozar. – Goza pra mim, Tiago. Goza no meu cu. – aticei. -- Goza comigo... – ele pediu, voltando a me mastubar por um segundo. De novo, retirei sua mão, colocando-a sobre minha nádega. E me inclinei para a frente, beijando-o, dando a ele livre acesso para me foder com a força que quisesse para gozar.
Foi delicioso quando ele abriu a boca, que ainda estava colada à minha, num longo gemido gutural, e imobilizando minha bunda com as mãos grandes, as nádegas bem separadas e o cuzinho totalmente exposto, deu uma estocada, e outra, e outra, e mais outra, e ainda outra. A cada uma delas, sentia seu pau inchando e dilatando minhas carnes, e embora não estivesse eu próprio gozando, apertava meu esfíncter ao redor do membro dele, para intensificar seu gozo.

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Quando Tiago retornou do lavabo, onde tinha ido se lavar e retirar a camisinha, indiquei a ele que se sentasse ao meu lado no sofá onde tínhamos acabado de transar. Enquanto com uma mão mexia no celular, com a outra agarrei seu pauzão, que continuava duro, sinalizando que não queria que ele se vestisse.
-- 60 a 90 minutos. Você está com muita fome? – tinha sugerido pedirmos comida no restaurante do qual ele entregara o pedido, no primeiro dia. E Tiago tinha concordado em experimentar uma refeição japonesa pela primeira vez. – Podemos pedir outra coisa, se você não quiser esperar.
-- Pode pedir o japonês. Nesse meio tempo, tem uma outra fome que eu não matei ainda... – finalizando nosso pedido no celular, eu tinha me aconchegado ao peito amplo do rapaz, e Tiago pousou a mão sobre minha bunda, indicando sua intenção de me comer de novo. No vigor da idade, ele tinha permanecido duraço. E eu mesmo, como ainda não tinha gozado, também estava duro. Meu cuzinho, apesar de ardido, piscou incontrolavelmente diante das caricias do rapaz, indicando que queria e aguentaria um segundo round. Comecei a rebolar debaixo da mão grande dele, oferecendo meu buraquinho para ser dedado, enquanto de novo engatávamos um beijo molhado. Problema seria a camisinha, pensei, que eu não sabia se tinha em casa. Foi quando observei ele retirar mais uma do bolso da calça.
-- Quantas você trouxe, posso saber? – perguntei, divertido.
-- A gente vai descobrir à medida que for usando, que tal? – Tiago respondeu maliciosamente. Sério e muito educado a maior parte do tempo, no sexo ele era safado e brincalhão. Que de-li-cia!
-- Como você quer? – ele me perguntou, depois de encapar o pau pela segunda vez. – Dessa vez, você escolhe! – retruquei. – Então eu quero ficar olhando para você... – Ajoelhando-se à minha frente no chão, ele me fez deitar no sofá e, separando minhas pernas, pousou minhas coxas contra seu peito, as batatas da perna sobre os ombros. Como eu mesmo fizera, ficou um bom tempo pincelando a cabeça do pau contra meu cuzinho, espalhando a lubrificação, e pressionando sem entrar. Quando ele empurrou, a cabeça entrou sem dor. E como eu não resistisse, imediatamente passei a rebolar para que entrasse mais. Tendo já feito amizade, caído de amor, meu cuzinho ainda faminto estava feliz de agasalhar novamente o pauzão do Tiago. Só rolou stress quando de novo ele tentou me masturbar, e eu retirei a mão dele.
-- Você não quer gozar pra mim? – ele estava intrigado, mas também um pouco ofendido. – Não é isso... é só que foi a Longa Noite Escura da Punheta (que referência horrorosa e baixa ao maravilhoso San Juan de La Cruz, a quem inclusive voltara a ler) durante essa pandemia... e hoje prefiro não gozar a sentir prazer com a mão... – justifiquei-me, enquanto devagar ele se movia dentro de mim. – Entendi. Então a gente tem que fazer você gozar sem as mãos, é isso? – ele concluiu, e sorriu com safadeza. Como se tomasse para si o desafio, deu uma estocada mais funda, pesquisando por aquele gozo em minhas entranhas. Eu gemi de prazer. – Não se preocupe com isso, Tiago. Está tudo tãããão gostoso... AH! – outra estocada, mas diferente da anterior, que ele tinha lançado internamente em direção à minha barriga, esta outra ele endereçou para minhas costas. Uma estocada funda para cima, outra estocada funda para baixo, como se ele tentasse localizar minha próstata. E muitas outras estocadas bem lentas, fazendo com que eu sentisse cada centímetro do seu cacete me penetrando. De repente, uma estocada rápida e funda. E mais outra, mais outra, mais outra, mais outra, até que de novo voltava a me foder suavemente. Eu engatava um gemido ao outro, enquanto ele grunhia.
Eu já não rebolava, pois agora era ele quem dançava dentro de mim, rodando seu pau em minhas entranhas. Era maravilhoso, sentir-me assim preenchido em todas as direções. E Tiago alternava entre me beijar, quando então colava seu corpo ao meu (sem que eu protestasse mais, ele tinha finalmente tirado a camiseta regata de mim, dizendo que queria "sentir pele contra pele"), ou se afastar, quando ajoelhado entre minhas pernas, apenas ficava me assistindo enquanto me dava prazer. Eu tinha arreganhando as coxas de vez, colocando meus pés atrás, à cintura do rapaz, e puxando-o de encontro a mim. Com isso, ele arremetia dentro de mim sem conseguir sair. Era como se, enterrado no fundo de mim, ele descobrisse que podia ir ainda mais fundo.
Mas era em nossos beijos que Tiago parecia concentrar todas as suas fichas. Quando se debruçava para me beijar, eu abria minhas coxas completamente, e ele colava seu abdômen contra minha barriga; e meu pau, prensado ali, era esfregado de varias maneiras muito gostosas. Ele deve ter percebido que eu gemia mais alto assim, e não me largou mais, passando os brações atrás das minhas costas. Beijava e fungava no meu pescoço, pedindo “Goza pra mim.” E eu de fato podia sentir aquele gozo vindo, de dentro e do fundo de mim, enquanto Tiago me fodia e me estreitava no abraço.
--Assim eu vou gozar, Tiago... – avisei. A fricção do meu pau entre minha própria barriga e o abdômen dele, que estavam todos lubrificados com minha própria baba, tinha ficado insuportavelmente gostosa. – Goza pra mim! – ele voltou a pedir, mantendo o ritmo das estocadas e grudando-se mais a mim. – Só se você gozar também. Goza dentro de mim, Tiago... – foi a autorização que ele queria para me foder com mais força, escalando o próprio gozo. – Ai, eu vou gozar... eu vou gozar Tiago... AAAAHHHH!!! – gememos ao mesmo tempo, enquanto meu pau explodia sozinho entre nossos ventres, que começaram a emitir um delicioso barulho molhando ao serem inundados com o meu esperma, enquanto no meu cu Tiago cravava o pauzão inchado e pulsante bem fundo, e a cada nova estocada enchia a camisinha de porra.

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-- Você aceita um copo d’água? – perguntei ao entregador, quando ele me entregou a bonita embalagem com a comida japonesa. Mesmo que fosse de noite, e estivesse mais fresco, era o mínimo da gentileza.
-- Não, senhor! – ele respondeu, enrubescendo, os olhos esbugalhados grudados em algo que aparecia em seu campo de visão às minhas costas, que eu podia adivinhar quem seria.
Informei o código de liberação do pedido ao rapaz, que já dera alguns passos para trás, em direção ao elevador, como se estivesse com pressa de ir embora. Fiquei imaginando se Tiago tinha aparecido nu, com o pau duro. Mas ao virar-me, constatei que ele tinha ao menos colocado a cueca, e estava somente a meio mastro, o pauzão deitado de lado. De qualquer forma, era uma visão impressionante de vigor e perfeição com 1,90 metro de altura. Encostado ao umbral da porta, encarava-me com aquele sorriso maroto que iluminava seu rosto durante o sexo.
-- Então você oferece água para cada entregador que vem aqui? – perguntou, malicioso.
-- Como você pode ver, eles nunca aceitam.
-- É que eles não sabem que essa é a melhor agua da cidade!-- ele retrucou, caminhando na minha direção assim que viu o entregador entrar no elevador. -- A água da sorte.
-- Vou concordar, Tiago. Dei mesmo muita sorte com essa água! – e ele, inclinando-se sobre mim, me beijou.

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Comentários


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meninomaisraro Comentou em 26/10/2021

anonimo66, que bom que você gostou! e um comentário tão caloroso como o seu me anima, sim, a escrever mais. a continuação, sob o ponto de vista do Tiago, já está em revisão. publico ainda essa semana :) muito obrigado!

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meninomaisraro Comentou em 26/10/2021

yant, beleza que está nas suas palavras e textos e fotos também... mas os gregos acreditavam que a beleza era uma maldição dos deuses, pois causa inveja, assanha desejo, e se acaba lentamente. enquanto que a benção vinha em forma de elegância. assisti um doc sobre isso, inclusive... muito obrigado por ler e comentar e votar!

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meninomaisraro Comentou em 26/10/2021

olavo, que vom que você criou um perfil, bem vindo! obrigado por mencionar a delicadeza, foi uma das preocupações ao contar a história deles. sem que deixasse de ser sensual ou intensa, na urgência como você diz. o encontro desses dois foi/é muito lindo!

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anonimo66 Comentou em 26/10/2021

Tudo de bom já foi dito sobre esse texto delicioso... Então eu vou deixar um pedido: ESCREVE MAIS A GENTE GOSTA!!!!... Abraços! Votadíssimo!

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yant Comentou em 26/10/2021

A beleza é algo impactante! As vezes é um fardo para quem tem e as vezes é um bálsamo para quem a observa... Nesse caso a beleza está no encontro, na descoberta, no desdobrar da narrativa e está também no belo texto... Parabéns! Votado!

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olavo1986 Comentou em 26/10/2021

Que delícia de texto cara... a delicadeza e a urgência transmitida através de uma descrição perfeita dos detalhes de cada encontro entre os dois personagens é muito bem trabalhado... Parabéns!... Eu sempre leio textos recomendados pelo Tito... Agora eu resolvi criar um perfil para poder comentar.. Abraços! Votado!

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meninomaisraro Comentou em 26/10/2021

karalegal, que bom que você gostou. quando leio um texto bem escrito, que demonstra cuidado com as palavras, fico imaginando essa pessoa lá sentada, criando, escrevendo, e todo o trabalho e retrabalho envolvido nisso... e essas pessoas somos NÓS! muito obrigado pelo comentário!

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karalegal Comentou em 25/10/2021

O Tito falou tão lindo sobre o texto que fica difícil agora... Mas eu endosso o que ele fala sobre o respeito pelo leitor ao ver um texto bem trabalhado e bem finalizado... Parabéns cara... Votadíssimo!!!

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meninomaisraro Comentou em 25/10/2021

sapeka2000 disse tudo! Ler qualquer coisa do gênero apesar da qualidade, ou ler textos de qualidade independente do gênero. não tenho a menor dúvida na escolha, e por isso mesmo estive lá lendo e comentando seus textos. quanto ao Tiago... o próximo texto é do ponto de vista dele, ai ai... espero não decepcionar!

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meninomaisraro Comentou em 25/10/2021

kaka96 muito obrigado por ler, comentar e votar. mas não tenho nada a ensinar. tenho sim aprendido muito sobre diversidade aqui nesse site. inclusive amor e paciência de escrever e reescrever, já que tem queridos como você, e todos os que comentam e votam, para ler aqui o que tento escrever...

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sapeka2000 Comentou em 25/10/2021

Sou aquela pessoa que lê textos bons independente do gênero... E seus textos são bons rapaz!!!... E olha que você só publicou dois fico imaginando e torcendo pelo que vem por aí... O personagem Tiago é arrebatador... A gente lê vendo imagens a povoar nosso imaginário... Parabéns!!! Votado!

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kaka96 Comentou em 25/10/2021

Muito Bom... Mais um texto de muita qualidade que nos ensina um pouco sobre escrita... A forma como você explica o impacto da beleza do Tiago no personagem narrador é de uma precisão perfeita... Parabéns!! Votado Claro!

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meninomaisraro Comentou em 25/10/2021

TITO! muito obrigado por ter lido o texto, e esse comentário que emociona! sua energia aqui no site é contagiante, e ler as suas lindas poesias e os contos, e de outros bons escritores inclusive por aqui, foi como ser picado pelo bichinho da escrita! muito obrigado por recomendar, também!

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meninomaisraro Comentou em 25/10/2021

vgrsantos muito obrigado pelo comentario e pelo voto, e principalmente pela leitura! você é um querido! pelos seus comentários acho que você é bem visual, então vou caprichar tanto quanto puder nas descrições!

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vgrsantos Comentou em 25/10/2021

Lindo o texto... Consegui ver o Tiago e sua beleza estonteante tamanho é o cuidado que você tem ao descrever, personagens e fatos. Votado!

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titoprocura Comentou em 25/10/2021

A beleza de um rosto perfeito também me causa uma comoção espiritual e se ela for acompanhada por uma simplicidade natural, chega a doer. Delícia de texto! Quase posso sentir a respiração do Tiago e o desejo que vai se espalhando a cada linha da escrita... E quando você fala da importância do beijo o texto fica espetacular... Parabéns pelo respeito pelo leitor que admira um bom texto... Votado! Espero que o leitores saibam desfrutar dos seus textos.... RECOMENDADO!!!

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meninomaisraro Comentou em 23/10/2021

gafat que bom que você gostou! escrevi esse conto aos borbotões num só dia, e no dia seguinte escrevi já a segunda parte, do ponto de vista do Tiago. muito obrigado pelo comentário!

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gafat Comentou em 23/10/2021

Escritas bem apresentadas aumentam o frenesi ...conte mais

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meninomaisraro Comentou em 23/10/2021

engmen, melhor do que qualquer coisa que eu possa escrever são os seus comentários de leitor atento, sensivel e inteligente! muito obrigado!

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engmen Comentou em 23/10/2021

Detalhes, não meramente citados, mas conectados ao envolvente, sensível e excitante contexto. Detalhes de gestos, olhares, objetos, sensibilidade, humanidade, sensualidade. Um mero copo d'agua rende muita coisa boa... sorte de quem bebe e lê! Excelente!

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meninomaisraro Comentou em 21/10/2021

vinifigueroa que bom que você gostou! muito obrigado pelo comentário!

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vinifigueroa Comentou em 20/10/2021

Muito lindo e bem escrito




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Ficha do conto

Foto Perfil meninomaisraro
meninomaisraro

Nome do conto:
AMOR ATRAVÉS DO APLICATIVO (DE COMIDA)

Codigo do conto:
188476

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/10/2021

Quant.de Votos:
18

Quant.de Fotos:
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