Apaixonado (e enrabado) pelo meu amigo policial: Capítulo 1



Quando me mudei para o Paraná, perdi quase todos os meus amigos. Era muito difícil manter o contato, então os laços aos poucos foram se perdendo. Isso não teria sido, necessariamente, um problema, caso eu tivesse feito novas amizades. Contudo, infelizmente não foi isso o que aconteceu, ao menos não em um primeiro momento. Eu era bastante caçoado no colégio, principalmente pelo meu sotaque e por eu ser gordinho. Uma das poucas pessoas que não me caçoava era o Bruno. Ele foi o meu primeiro novo amigo. Diferente dos outros, Bruno achava meu sotaque bonito, não ligava para o meu peso e sempre me apoiava, dizendo para ignorar o que me falavam. Ele era um menino meigo, de pele morena e mais baixo que eu. Seu rosto tinha traços finos e sensíveis, quase femininos. À época eu não sabia, por ser apenas um adolescente, mas hoje consigo perceber que ele foi a primeira pessoa de quem gostei; não de que tive um crush, por óbvio, mas de que genuinamente gostei.

Mesmo com o passar dos anos, a essência do Bruno se manteve a mesma. Eu perdi meu sotaque, emagreci e aprendi a mandar os outros a merda quando me enchessem o saco. Mas o Bruno, não; ele continua o mesmo menino meigo e querido de sempre. Acho que é exatamente por isso que tive um choque muito grande quando ele me disse, uns anos atrás, que queria entrar para a Polícia. Nunca imaginei que isso fosse algo que ele quisesse fazer de sua vida. Contudo, da mesma forma em que ele me apoiou quando precisei, eu também o apoiei em sua decisão. O único ponto negativo foi que, quando ele eventualmente passou para a Escola de Cadetes, nossa amizade esfriou bastante. Não fiquei exatamente triste por isso, porque sabia que ele estava perseguindo um sonhos dele. Mas que ele me fazia muita falta, disso eu não tinha dúvidas. No fim das contas, cada um seguiu seu próprio rumo. O contato maior que tínhamos era pelo Instagram. Foi assim que descobri que ele se casou, e foi assim que descobri que ele teve uma filha. Não me lembro o nome da menina, mas era uma bebezinha linda, gordinha e muito simpática.

Acontece que, há umas duas semanas, ele me mandou um direct no Insta. Achei estranho, porque, muito embora ele normalmente curte e reage às coisas que posto, ele nunca mais tinha me mandado mensagem. Quando abri a conversa, entendi o porquê da mensagem. Aparentemente, ele tinha se metido em coisa errada no trabalho e precisava de um advogado. Disse que estava desesperado, que não podia perder seu emprego porque sua esposa estava sem trabalho e precisa pagar sozinho as contas da casa. Em um primeiro momento, não consegui não me decepcionar e até julgar um pouco o Bruno. Se a situação em casa estava tão ruim, então por que se meteu em maracutaia no serviço? De todo modo, ele continuava meu amigo, e não se vira as costas aos amigos. Disse para nos encontrarmos, para conversarmos melhor sobre a situação.

No dia seguinte, ele apareceu no meu escritório. Quase não o reconheci. Seu semblante meigo deu lugar a uma expressão grave, de rigidez e seriedade. Muito embora continuasse pequeno, agora ele estava todo malhado, em decorrência do trabalho. Seu braço tinha a grossura de uma tora de árvore; quase não cabia na manga da camiseta que vestia. Fiquei um tempo em choque, mas logo me recompus. Em que pese ele fosse meu amigo, aquilo era uma reunião de trabalho. Ele me contou, então, o que aconteceu. Foi uma coisa muito estúpida, que certamente não culminaria em demissão. Long story short: ele foi flagrado transando com uma moça em horário de serviço e dentro da viatura. Embora fosse uma falta grave, de modo algum o demitiriam por conta disso. No máximo ele enfrentaria uma suspensão. Disse que a defesa do seu caso seria bem simples e que, se ele quisesse me contratar, não cobraria nada dele. Seus olhos se encheram de lágrima. Ele pulou da cadeira e me deu um abraço bem apertado; quase me desmontou com aqueles braços. Ele me agradeceu incessantemente; disse que faria qualquer coisa para me retribuir o favor. Fiquei feliz por poder ajudar. Quando ele ia saindo, perguntou se eu não toparia encontrar com ele à noite para tomar umas cervejas. Aceitei na hora, mas disse que eu escolheria o bar e eu que pagaria. Ele aceitou; meio contrariado, mas aceitou. Eu disse, então, que passaria pegar ele no Batalhão por volta das sete da noite.

E assim o fiz.

Durante o caminho do bar, ele me atualizou sobre a vida. Falou quase que somente sobre a filha. Eu de modo algum me importei; adoro crianças. Achei estranho que ele não mencionou a esposa. Depois que já tínhamos tomado algumas cervejas, perguntei: “cara, cê tem esposa, tem uma filha linda; por que fez aquilo com a moça...?”. Ele, então, abaixou o rosto em vergonha. Disse que a esposa dele é uma pessoa complicada e que a relação deles não vai muito bem. Pelo que entendi, ele apenas se casou com ela porque ela engravidou. Um começo de merda para um casamento de merda. Eu até tentei consolar ele, mas não tive muito sucesso. Não sou muito bom com esse tipo de situação. Perguntei, então, por que ele não se divorciava de uma vez. Ele afirmou que por causa da filha. Muito embora eu já suspeitava dessa resposta, confesso que meu coração murchou ao ouvir isso sair da boca dele.

A impressão que eu tive é de que ele estava quebrado. Não no sentido patrimonial do termo, mas quebrado de espírito. Ele não parecia mais o Bruno que eu conheci, que, em certa medida, eu amei. Confesso que minha vontade era de dizer para ele deixar aquela vadia e vir morar comigo, que eu cuidaria dele e da filha; mas me reservei. Continuamos com os drinks. Quanto mais ele bebia, mais ele se abria – e mais triste eu ficava pela sua situação. A vida dele era uma merda. O trabalho pagava mal; a esposa era uma encostada; a casa estava caindo aos pedaços. A única coisa boa que ele tinha no mundo era a filha. Disse que moveria montanhas por ela. No alto da minha indignação, não consegui me conter. Falei, em tom de brincadeira, para ele e a nenê virem morar comigo. Disse que se ele quisesse poderia até largar a Polícia e virar meu trophy husband. Ele deu uma longa gargalhada, tomou um gole de cerveja e respondeu "você não sabe a quantidade de vezes que isso me passou pela cabeça...”.

(Continua)


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Comentários


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olavandre53 Comentou em 22/04/2024

Kralho, que final legal.

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ksn57 Comentou em 19/04/2024

Votado ! E bora para a segunda parte...

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apimentado24 Comentou em 15/04/2024

Ótimo, gostei

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chaozinho Comentou em 14/04/2024

Esse Dr , é muito esperto! Doidinho pra ler a parte dois e saber como tu conseguiu o que sempre quis.




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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico johann

Nome do conto:
Apaixonado (e enrabado) pelo meu amigo policial: Capítulo 1

Codigo do conto:
212450

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
06/04/2024

Quant.de Votos:
13

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