Desabafo via e-mail #02



"Oi, amigo. Tudo ótimo.

Legal você ter respondido. Obrigado.

Olha, sinceramente não consegui pegar a essência romântica do seu blog, rs. Mas ainda não li tudo, então provavelmente pegarei. Não é porque gostamos de meios alternativos para saciar nosso prazer que não sejam meios românticos. Tudo depende do ângulo em que se olhe.

Nunca fiz banheirão, mas, durante um mês em que trabalhei para a Prefeitura na estação Mercado, ia a todo momento na cabine do banheiro para ver, por uma fresta, os caras mijando. Uma vez vi um pau rosado, grosso, um dos mais bonitos que já vi, e quase vacilei. Minha boca se encheu de água. Embora o buraco no box fosse minúsculo, ele sabia que eu estava ali, olhando-o. Depois de longos minutos admirando aquele pau, saí da cabine e fui à pia, onde fiquei lavando as mãos por algum tempo. Ele se virou e eu o vi por inteiro. Era um cara até bonito, loiro. Que pau era aquele? Roliço, dançando em minha direção. Lambi os lábios involuntariamente. O desejo me consumiu, mas me contive. Saí dali. O calor que senti no momento era algo bom demais. Mas nunca passei do olhar.

Hoje tive outra aventura rápida. O vagão estava particularmente vazio, diferente do habitual (pego na estação Tiradentes por volta das 7h30). Entrei, me posicionei e passei a olhar para os lados, em busca de algo bonito de se ver. Não demorou; estava encostado no fundo do vagão, bem próximo. Lia um daqueles livros de como ter sucesso profissionalmente. Assim que chegamos à estação seguinte, São Bento, fui andando de lado, pois sabia que o vagão encheria, e disfarçadamente consegui chegar bem perto dele. Costumo segurar a alça da mochila com as duas mãos, na altura do pau; isso até me aproximar de coisa boa. Então a mochila pende para um lado, enquanto a outra mão ou fica no bolso, na altura de algum pau ou bunda, ou fica pendendo para, "sem querer", encostar em alguém. Fiz isso, e logo a mão alcançou o membro dele. Percebi que ele, por sua vez, projetava o quadril para frente, para facilitar meu movimento. Dali até a estação Paraíso foi só aproveitar as costas da mão roçando no pau duro. Tenho quase certeza que uma menina sentada em frente percebeu, mas a olhei nos olhos com aquela expressão de "Tô nem aí, tô nem aí".

Quando desci na Paraíso para pegar o trem do outro lado, em direção à Brigadeiro, olhei de soslaio e percebi que ele estava me seguindo. Me posicionei novamente no vagão, também não muito cheio, mas o bastante para que ele pudesse chegar mais perto do que o normal. Vi seu braço ao lado do meu rosto, segurando a barra acima, a pele branquinha, e também segurei no alto para que pudesse dar uma empinadinha. Senti o pau roçando na minha bunda, e comecei aquele movimento de um lado para o outro, para sentir todo o membro. Quando possível eu forçava um pouco para trás. O mais gostoso era senti-lo entre as nádegas. Meu pau subiu na hora.

Antes de descer, fiz que estava ajeitando o cinto e levei a mão para trás. Aproveitei para dar uma boa apalpada. Adoro poder sentir o pau duro na mão e imaginar o formato, tamanho e espessura. Fico louco.

Após a gostosa pegada, desci e segui meu caminho, como sempre sem olhar para trás. Ao subir a escadaria para a Av. Paulista, olhei de relance e o vi. Desacelerei o passo, embora estivesse um ou dois minutos atrasado para o trabalho, e parei na esquina para esperar o sinal. Ele se aproximou bem colado, enfiou a mão em meu bolso onde deixou um cartão de vendedor da Herbalife.

"Me liga", ele disse com um sorriso. E fez o caminho de volta.

Agora estou eu aqui, com um telefone e sem saber exatamente o que fazer. No fundo meu desejo é ligar e ficar com o cara, mas por outro lado há o meu marido. Neste fim de semana, mais uma vez, não rolou nada entre nós.

O tesão havia acabado há algum tempo, nos abrimos um com o outro (foi quando contei pra ele sobre meus fetiches de metrô), decidimos terminar, mas na mesma noite reatamos quando acordei de madrugada com ele me chupando. Naquela noite deu como uma vagabunda, rs. Lembro que, enquanto ele entrava e saía de mim, eu me imaginava transando dentro de um vagão lotado. Sobre ele, de olhos fechados e apenas sentindo o pau melado deslizando entre minhas nádegas, eu subia e descia com força; é assim que gosto. Me masturbei e gozei demais. Ele também gozou muito dentro de mim. Depois me virei e dormi.

Nos finais de semana seguinte transamos feito loucos. Agora voltou a ser como antes, sem desejo, só os beijos carinhosos, os "Te amo assim mesmo", e um cuidando do outro. Não sai disso. Sinto que o amo, mas o tesão realmente não existe mais. É complicado.

Espero que eu não tenha te entediado com um e-mail tão grande, mas precisava me abrir. Enquanto não posso abrir as pernas sem culpa, abro de outra maneira, rs.

Sim, você viu certo em minha página pessoal: sou escritor. Mas, se eu começar mesmo o tal blog, nem preciso dizer que não poderei usar meu nome real, não é? Usarei Jouet Sans Foyer.

OBS: Na sexta-feira, ao voltar do trabalho, estação Paraíso lotada, um carinha se enfiou na minha frente e tornou minha viagem um tesão. Esfreguei o pau nele, apertei a bunda, rocei o dedo no rabinho, respirei no cangote. É uma delícia quando sinto recíproca, quando o cara empina a bundinha ou dá uma pegada em mim. Cheguei em casa com a cueca melada.

Bom, vou trabalhar. Valeu por me escutar/ler, amigo.

Abraço forte."


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Ficha do conto

Foto Perfil jouet sans foye
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Nome do conto:
Desabafo via e-mail #02

Codigo do conto:
47480

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
24/05/2014

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