Desabafo via e-mail #03



"Oi, amigo. Tudo ótimo, agora que possa desabafar com você, rs

Fico mais confortável ao saber que meus relatos te excitam. Tive medo de entediá-lo. De qualquer maneira, se você se cansar basta não responder, certo?

Primeiro, meu relacionamento. Não me lembro se mencionei, mas estamos juntos há pouco mais de 5 anos. É o único relacionamento que durou; antes eu sofria da "Maldição dos Quatro Meses". Bastava completar 4 meses de namoro e meus relacionamentos iam para o ralo, geralmente por causa do meu ciúme, mal do qual não sofro mais. Não construímos conquistas materiais juntos, mas construímos uma relação bacana. Ele cuida de mim como um filho... e acho que está aí o erro, certo?

Há algum tempo não acontece nada de excitante entre nós. O que eu mantinha fazendo, mais por força do hábito do que por tesão, era chupá-lo sempre que ele estava em casa (ele trabalha em casa de família em uma cidade próxima, então fico sozinho a semana toda, e nos vemos apenas nos fins de semana). Ele diz que ninguém chupa como eu, e acho que gostava mais de ouvir o elogio do que propriamente de chupar. Há algum tempo nem isso eu faço mais. Está bem morno... na verdade está gelado. No último domingo estávamos na cama, nos beijinhos sem tempero de sempre, quando virei e perguntei:

"Você me ama?"

"Por que você tá perguntando isso?"

"Porque eu quero saber. Você me ama?"

"Amo", ele disse, sem firmeza. Mas sei que ama.

"E você sente tesão por mim?"

Ele riu, ficou quieto, e disparou:

"É claro. Que não!"

E caímos na gargalhada. Eu aproveitei e disse:

"Eu também não. Que situação, né, amor?"

Então ontem, na hora do almoço, conversamos por telefone e ele disse que precisamos sentar para decidir nossa relação, porque está péssimo do jeito que está, que ele está se sentindo mal. Antigamente eu teria saído pela tangente, levado na brincadeira, mas concordei. Já à noite, e hoje de manhã, conversamos como de costume, como se nada tivesse acontecido.

É complicado, pelo menos para mim, encarar a situação. Não sei se tenho coragem de romper de fato. Vejo nele um pai, sabe? Ele cuida de mim. Também cuido dele, mas ele cuida mais. Enfim... Vamos ver o que acontece nos próximos dias.

Quanto a tentar um ménage: sim, já discutimos sobre. Na verdade eu convidei um colega de Facebook para o ato, e ele topou. Fomos no sex shop comprar o kit-Dupla Penetração. Passei o tal gel anestésico na bunda, já me preparando para tentar os dois... Mas o cara furou e eu fiquei chupando dedo. Quer dizer, eu chupei o marido, mas nada de extraordinário e fomos dormir.

Relato do dia:

Ontem à noite, na plataforma da Brigadeiro, estava eu esperando o metrô. Na verdade estava enrolando à espera de alguém interessante para encoxar — claro que com consentimento. Vi um cara vindo, grande, cara de molecão, não era bonito nem feio, mas chamou minha atenção. Olhei de cima a baixo e ele percebeu. No mesmo momento desacelerou o passo e parou bem atrás de mim. O metrô chegou e ele, sem vergonha, andou como se estivesse com pressa (talvez estivesse mesmo) e encostou atrás de mim. Senti o pau cutucando. Foi rápido, pois acho que ele quis me prensar no vagão lotado, mas seria impossível ficar atrás de mim, então acabou ficando ao meu lado. Proveito nenhum.

Cheguei à Paraíso, que é onde o crime acontece, rs. Estação lotada, fui para uma que adotei como mais garantida de encontrar um "colega" encoxador — trata-se de um rapaz com o qual já me esfreguei no metrô três ou quatro vezes, que pega no meu pau com vontade, enfia a mão no meu bolso para alisar a cabeça, sentir a baba, e que é uma delícia. Ele já me chamou para ir até a faculdade dele, na estação Armênia (do lado de casa), pois lá, segundo ele, há um andar desativado onde podemos nos pegar de boa, mas que recusei educadamente. Vontade não faltou.

Voltando ao relato...

Estava eu nessa plataforma específica, mas, depois de um tempo, vi que só estava dando mulher, criança e idoso. Decidi partir para outra, e cheguei a uma pilastra onde tinha uma gama maior de escolhas. Fiquei ali um tempo, caçando com sutileza, quando vi um cara se aproximando. Já olhei para a mala, claro, para ver se compensava. Não estava na vibe de encoxar; queria era ser encoxado, sem ter que me esforçar muito. Vi que o pacote era bom; enquanto ele andava, o volume se mexia. Parecia apertado dentro da calça. Olhei nos olhos e logo percebi qual era a dele: a mesma que a minha. Ele parou na plataforma, ficou olhando de soslaio; eu, sutilmente, me posicionei ao lado dele, depois em frente. O metrô nem havia despontado no túnel e ele já começou a me encoxar. O pau estava duraço. O trem parou, ele foi me empurrando para me manter bem pressionado, mas não deu pra entrar, e voltamos, ele atrás de mim, roçando o pau na minha bunda.

O trem seguinte veio, mais vazio, e entramos. Fui para o corredor na esperança de ele vir atrás e ficar engatado, mas ele acabou preso naquela aglomeração das portas. Voltei e consegui ficar ao lado dele. Fui me aproximando até encostar nele. No vai e vem, ele foi virando, virando, até que encaixou atrás de mim. O vagão estava bem cheio, então (espero!) ninguém percebeu. Olhei de lado e vi o volume de perto; ia para perto do bolso. Uma senhora rola! Dei umas pegadinhas de leve, mas estava mesmo afim de sentir roçando na minha bunda. Eu fingia que estava olhando pela janela para saber qual a estação seguinte e empinava ainda mais, fazendo aquele pau encaixar direitinho na minha bunda. Que delícia! Desenhei aquele pau na minha imaginação. O cara não era bonito; também não era feio. Mas com aquele pau me cutucando eu nem olhei pra cara dele. O foda foi quando ele começou a passar a mão na minha bunda. Foi gostoso, mas tive que me afastar ligeiramente quando percebi que ele queria ou enfiar a mão dentro da minha calça, ou abaixá-la. Afastei, fiz que não com a cabeça, e voltei a roçar a bunda nele.

Quando estávamos chegando perto da Sé, ele se inclinou e disse no meu ouvido:

"Vamos pra minha casa?"

"Não posso."

"Moro aqui perto."

"Não posso."

E, depois de mais uma bela roçada, uma pressionada com o pau na minha bunda e uma apertada, ele se foi. Retomei a postura de moço sério e continuei a viagem.

Na estação seguinte, São Bento, um policial entrou. Forte, braço grosso cheio de veias, cara de macho e um volume monstruoso. Parou bem na minha frente. Eu não consegui disfarçar; fiquei olhando-o nos olhos e no pacote. Dei umas mordidinhas nos lábios, mas não passou disso. Quando desci na Tiradentes, passei bem perto dele (mas sem encostar; vai que ele me prende, rs), olhei no pau, e fui. Ao subir a escadaria, olhei uma última vez para trás. Trocamos olhares mais uma vez e fui embora. Cheguei em casa todo melado, me resolvi no 5x1 (o que faço quase todos os dias), tomei meu banho e fui revisar meu próximo livro.

Fim da aventura.

Viu como sou recatado, apesar dos pesares?

Abração!"


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Desabafo via e-mail #03

Codigo do conto:
47481

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
24/05/2014

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