Destemidos: 1º temporada/Capítulo VII



Destemidos: 1º temporada/Capítulo VII – Confissões

Após pagar a corrida e entrar em casa, Guilherme foi para o quarto e começou a se despir. “Filho da puta, maldito, panaca, quem ele pensa que é”. Gui queria matar Ricardo. Pegou uma cueca Calvin Klein branca e bateu com uma força desnecessária a porta do armário.
Foi aí que se lembrou que os pais estavam dormindo no quarto ao lado. Tomou cuidado para não fazer mais barulho e entrou no banheiro. Ligou o chuveiro e deixou a água cair no rosto.
Depois de um bom banho, Gui vestiu sua cueca e caiu na cama. Antes de dormir olhou seu galaxy F e viu que havia cinco ligações perdidas, uma de Rafa e quatro de Ricardo. Havia também duas mensagens de WhatsApp. Na primeira Rafa perguntava Vocês já foram? E na segunda estava apenas escrito Me desculpa ?.
Pela manhã, Gui desceu para o café e encontrou seus pais conversando.
— Bom dia – disse aos pais.
— Bom dia Guimizinho.
— Não me chame assim pai, eu não gosto. Já faço muito em permitir que você me chame de Guime, Guimizinho já é demais – falou com pai em tom de brincadeira.
— Desculpa Guimizinho.
— Deixa o garoto – disse a mãe de Guilherme - mas como foi a noite? Se divertiu muito amor?
— Sim. A boate tava muito cheia, mas foi maneiro.
— Mas sem briga né? – quis saber o pai.
Guilherme sentiu o suco que tomava congelar seu estômago. “Fudeu. E agora?”, pensou. Como explicar aos pais que não só teve briga, mas ele fora o pivô dela.
— Claro – mentiu – foi tudo de boa.
— Que bom. Eu sempre me preocupo com isso. O mundo está bem violento.
“Melhor não preocupá-los”, pensou. Gui terminou o café e subiu para o quarto. Ao pegar seu smartphone, viu que Ric havia ligado novamente. “Aff, o que ele quer?”.
De repente o smartphone vibrou e percebeu que a ligação era de Ric. “Melhor atendê-lo logo”.
— O que tu quer Ric?
— Bom dia. Tô afim de conversar contigo. Pode ser?
— Quando?
— Agora. Pensei em te levar pra tomar café em uma padaria lá na Praia do Canto.
— Eu já tomei café, mas eu acho que devemos mesmo conversar. Os meus pais vão sair agora. Papai vai trabalhar e mamãe vai à feira lá de Jardim alguma coisa, então se quiser pode vir aqui em casa – disse.
— Jardim da Penha – disse Ric.
— O quê?
— A feira onde sua mãe vai é a feira de Jardim da Penha, fica aí do lado do seu bairro.
— Sei – disse Gui impaciente - mas você vem?
— Agora.
— Beleza.
Guilherme sentiu o coração acelerar e as mãos ficarem frias. Não entendeu o nervosismo incomum, mas associou o nervosismo ao fato de ficar sozinho com Ricardo pela primeira vez. “Não vai rolar nada”, pensou, mas deu um sorriso como se no fundo nem ele mesmo acreditasse naquilo.
Meia hora depois Guilherme ouviu seu interfone tocar. Gui abriu o portão para que Ricardo entrasse.
— Oi – disse o garoto.
— Oi Gui. Posso entrar?
Guilherme sorriu ironicamente e permitiu que Ricardo entrasse.
— Senta aí.
Ricardo sentou-se no sofá escuro da sala de Guilherme.
— Gui, eu te devo desculpas.
— Não. O que você me deve é uma boa explicação. O que te deu pra socar aquele cara?
— Sinceramente, eu não sei. Eu fiquei possesso quando ele chegou perto de você e o jeito que ele falou, me tirou do sério.
— Ah, te tirou do sério? Escuta, nós não temos nada além de amizade e você não tem o direito de atrapalhar meus lances por causa da sua aposta idiota, e não pense que eu não sei que você e o Júlio apostaram que você me levaria pra cama, porque eu sei, ouviu bem? E eu não vou deixar você atrasar a minha vida por causa do seu egoísmo e sua prepotência de achar que o mundo inteiro gira em torno do seu umbigo.
Ricardo olhou sério para Guilherme e falou:
— Você tem razão. Eu realmente sempre fui prepotente, mimado. Sempre achei que todos serviam apenas para me satisfazer e eu realmente aceitei a aposta do Júlio. No início eu só queria sexo, mas de uns dias pra cá eu comecei a pensar mais em você e só queria saber o que você estava fazendo e a imagem daquele cara dando em cima de você, me ferveu por dentro. Eu não sei o que aconteceu, só sei que a minha vida dependia de te separar dele, não pela aposta, mas porque eu senti que você deveria estar comigo e não com aquele cara.
“Que ótimo”, pensou Gui ironicamente. “O cara estava com ciúmes de mim”.
— Então você sentiu ciúmes? – perguntou Gui.
— O quê?
— Você sentiu que precisava nos separar e a ideia do cara dando em cima de mim te tirou do sério, seu sangue ferveu e você sentiu vontade de socar o cara que não fez nada contra você, pelo simples fato do mesmo cara ficar perto de mim.
Ric estremeceu. Percebeu o que estava o tempo todo ali, na sua cara. Viu que pela primeira vez sentia algum sentimento por alguém. Parecia que algo o atingira bem no meio da cara. Olhou para Guilherme e disse:
— Gui, eu tô gostando de você.
— Oi?!
— Eu acho que eu tô gostando de você.
“Porra. Gato, galinha, playboy e apaixonado por mim. Eu devo ter cuspido no vinho de Jesus cristo, durante a última ceia”, Gui pensou.
Ricardo se aproximou de Guilherme. Gui sentiu o coração se acelerar. “Aí meu Deus”, pensou. De repente Ric encostou seus lábios na boca dele e os dois se beijaram. O beijo de Ric era muito gostoso, sua boca era quente e seu abraço era apertado e forte. Gui sentiu seu pau endurecer por baixo da bermuda.
Os dois pararam de se beijar e Ricardo disse:
— É melhor pararmos por aqui, olha só como estou – disse apontando para baixo.
O pau de Ricardo estava duro feito pedra e marcava sua calça. Guilherme sorriu ao olhar.
— Não vou transar com você antes de 30 dias, só pra te provar que a aposta já era – falou Ricardo.
Gui sorriu, tentando se lembrar há quantos dias se conheceram. Já fazia 22 dias desde que Gui almoçara no shopping com a galera.
— Escuta, o feriadão é daqui à 10 dias. O pessoal tá agitando uma viagem pra Guarapari. Meu pai tem uma casa lá, você vem né? – Ric quis saber.
— Posso até ir, mas vamos deixar uma coisa bem clara.
— Fala – disse Ric.
— Nos beijamos, foi ótimo, pelo ao menos pra mim, mas isso não significa que temos algo, ouviu?
— Compreensível. Eu sei que vou ter que batalhar muito pra te provar que gosto mesmo de você.
Gui sorriu. Ric disse:
— Eu preciso ir, mas a gente pode pegar um cinema hoje.
— Sim.
— Até mais então – disse Ric.
— Beleza – Gui se levantou e abriu a porta pra Ric, que se despediu.
Guilherme fechou sua porta e sentou-se no sofá sorrindo sozinho e falando consigo mesmo:
— O pior de tudo é que eu também tô gostando desse galinha filho da puta.

Essa história é fictícia, assim como seus personagens.


Pessoal, agradeço por estarem gostando. Deem sugestões e falem sobre suas dúvidas à respeito da história e dos personagens. Mandem e-mail e mensagens. Críticas são sempre bem vindas.


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Comentários


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yuregorgeous Comentou em 08/08/2014

que gracinha, estou adorando muito,pena que seja ficticia, mas continue, ansioso aqui

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jpli Comentou em 07/08/2014

aaaaaaaaaaaaaaa posta logoooooooooooooo :_)

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gui00 Comentou em 07/08/2014

Muito bom cara, seus contos são ótimos.




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Ficha do conto

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mrlunge

Nome do conto:
Destemidos: 1º temporada/Capítulo VII

Codigo do conto:
51393

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
06/08/2014

Quant.de Votos:
5

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