ALEX
Como posso dizer com palavras claras, o que eu estava sentindo naquele momento, mas não tenho como explicar, apenas queria entender também o que estava acontecendo comigo e com o Daniel, queria entender, como nós de uma hora para outra mudamos tanto, ou não mudamos? Será que eu estava certo todo o tempo, será que o plebeu da Ju realmente era tudo aquilo que eu pensava, apenas mais um interesseiro? Voltei par aminha casa naquela manhã com mais dúvidas do que eu tinha antes da gente namorar, e queria respostas logo, e respostas claras.
Não sou nenhum santo, nem lembro se já disse isso antes, mesmo hoje, entendo que meus dilemas eram os correto, e imagino que os de qualquer um no meu lugar. Como eu poderia continuar com alguém que não me deu nenhum voto de confiança e nem procurou me escutar? Eu queria só falar com ele, e dizer que eu ainda o amava, e que tudo poderia ser explicado, mas ao saber que ele tinha saído com outro, e este poderia ser o Adriano, só me fez ficar frustrado com tudo isso. Pois eu temia que o Adriano com toda sua genialidade em fazer novas amizades, roubasse o meu Daniel.
No meu quarto, fiquei procurando pistas que me desse alguma luz para compreender toda essa situação, mas cada vez que eu procurava entender mais confuso eu ficava. E o pior de tudo, e que nesse aspecto eu era o maior culpado, foi o fato de ter ficado com o Adriano também, e para isso eu não saberia explicar. Como dizer para o Daniel que eu me perdi e acabei transando com meu antigo amigo. Não isso, eu teria que manter em segredo, seria complicado explicar, e eu não teria chance nenhuma em ganhar o perdão dele. E isso me deixou mais abalado, fiquei cada vez mais desmotivado, pois ai vocês podem ver a complexidade do meu dilema, pois eu o culpava por não querer me escutar e entender o que fiz para nos proteger do Claudio, mas também eu tinha uma culpa maior que foi por fraqueza, e que não teria como explicar para ele e esperar um perdão.
Decidi, antes de descer para o almoço, e encarar meu pai como se nada estivesse acontecendo, claro se ele estivesse em casa, eu liguei para Adriano, precisava garantir que ele não falaria nada para Daniel, pois se eles estivessem juntos naquela manhã de sábado, minha situação corria o risco de se complicar mais ainda.
- Adriano, queria falar uma coisa...
- Oi Junior, pode dizer...
- Está só?
- Só, não estou, estou dando uma festinha na minha casa... Mas pode falar, não tem ninguém por perto.
- É sobre aquela noite, sinto que não deveria ter ficado com você, acho que podemos deixar isso em segredo, certo?
- Meu amigo, minha situação com sua família não me permite o luxo de sair por ai falando de nossas aventuras... Calma, pode ficar tranquilo, nada sairá de minha boca...
- Obrigado, fico mais aliviado.
- Mas você pode confiar em mim Junior, você sabe que eu não diria a ninguém...
- Sim, claro, é paranoia amigo, não quero que você se prejudique por minha causa...
- Ok, olha me desculpe não ter te convidado nem aos seus amigos, é uma festinha ao meu estilo, entende?
- Não esquenta... – Foi um alívio ele ter falado aquilo, assim eu fiquei aliviado, sabia que o Daniel não estaria lá.... Mas então ele estaria onde e com quem?
- Oi, tem alguém ai...
- Desculpe, pode curtir sua festa amigo, era só isso...
- Sim, sabe quem este por aqui? – não precisei imaginar muito, apenas esperei ele responder.
- Quem?
- Lucas Daniel...
- Sério, legal, não sabia que ele curtia este tipo de festa... – não sabia que eu poderia ser tão despeitado, pois meu tom de voz pareceu entregar algum sentimento mais intimo.
- Olha, não sei muito dos gosto dele, mas é bem peculiar...
- Como assim?
- Ele apareceu por aqui na companhia de um carinha bem problemático, se eu não me engano ele é seu colega da faculdade.
- Colega meu que participa de suas festinhas... Agora fiquei curioso...
- É um tal de Ryan, chegaram por aqui dizendo que eram paqueras, mas o Daniel quando me viu ficou preocupado dizendo que não tinha nada com ele... mas não foi o que o Ryan deixou parecer... então ele foi embora.... Já vou Vini... – ele estava falando com o Vinicios “estou terminando aqui com o Alex, não meu querido, é rapinho tá...” – Então Junior, como eu dizendo ele saiu sem se despedir, acho que ficou com vergonha de ter encontrado eu e o Vinicios por aqui.
- Tudo bem, não esquenta, de qualquer forma não tivemos essa conversa... Obrigado Adriano.
- Relaxa meu amigo, espero que um dia você tenha coragem de falar com o Daniel, acho que ele gosta de você. Um abraço.
Tantas informações para serem processadas que perdi até a fome, eu precisava primeiro entender porque Daniel iria a uma festa com o Ryan, e logo uma festa GLS particular, logo com o Ryan que todos falam dele, e ele fala de todos com quem fica, realmente aquela manhã de sábado estava confusa de mais para mim. Mas então quando eu decidi descer para almoçar, meu celular tocou era o Daniel. Olhei para o nome dele, e senti uma comoção, um aperto no peito, poderia ser que ele estaria ligando para terminar de vez comigo.
Interessante que naquele dia fatídico, eu tinha esquecido de tudo sobre o Daniel, eu não estava raciocinando direito, e antes que a chamada terminasse eu atendi.
- Oi Daniel, tudo bem? – procurei ficar calmo.
- Nada bem, nada bem, - senti sua voz embargada, como se ele estivesse quase chorando. Mas estava firme.
- Eu também acho, precisamos acabar com essa situação.
- Me encontre naquela churrascaria próximo ao shopping, já estou indo para lá.
- Certo, estou indo agora. Te veja lá.
Ele desligou sem dizer mais uma palavra, e eu sem perder mais tempo, corri para lá.
...
Eu cheguei e o procurei, não o avistei logo, chamei um garçom e procurei me informar, ele avisou que sim, tinha um jovem no andar superior. Subi as escadas confiante de que era ele, e lá estava-o num canto reservado, onde poderíamos conversar sem sermos ouvidos.
- Oi Daniel...
- Olá Alex, eu já fiz o pedido, o de sempre, certo?
- Ótimo, estou com muita fome, só espero que nosso papo não a espante – e fiz um sorriso mesmo que forçado.
- Que bom que você veio de bom humor, então vamos logo comer. – ele parecia tranquilo, contudo sua seriedade me preocupava.
- Daniel, precisamos resolver isso, estou aqui para resolver este dilema... Hoje mesmo fui a sua casa mais cedo para conversar... – ele pareceu surpreso.
- Você foi?
- Sim, ando aflito com tudo isso... – ele não me deixou continuar, nosso almoço já ia ser servido.
Enquanto nossos pratos eram servido, o observei, ele parecia refletir, mas também seus olhos miravam os meus constantemente. Ele parecia aflito tanto quanto eu. Durante o almoço, praticamente não tocamos no assunto, parecemos dois estranhos dividindo a mesa, o que diferenciava eram apenas nossos olhares, eles se encontravam e conversavam entre si. E o que eu via era um reflexo mais profundo dos meus, sua tristeza me comoveu.
Terminamos de comer, e eu já estava para correr de lá, não sei o que ele iria falar, mas senti que eu seria crucificado e não saberia como reagir. Mesmo tendo culpa, ele também não era todo inocente, então ele falou, suas mãos abaixo da mesa, e ele escorado no encosto da cadeira.
- Hoje pela manhã fui com o Ryan a uma festa na piscina, o tipo de festa que nunca pensei em ir, e sabe quem eu encontrei lá?
- Adriano. – ele não mudou sua expressão, parecia saber minha resposta.
- Isso mesmo. Sabe o que é mais interessante nisso tudo?
- O quê? Ele sabe que nós dois somos um casal. – ele me encarou frio, parecia esperar minha reação. E eu claro fiquei surpreso com a afirmação dele.
- Como assim, ele falou para você?
- Não Alex, ele não falou, mas o namorado dele falou algo muito mais agravante, disse que todos sabiam de nós. Você não acha que tem algo errado em tudo isso?
- Espera, como assim todos?
- Todos que tem envolvimento com a gente. O Adriano me flertou, me pediu um beijo, como se soubesse que eu toparia.
Aquela conversa estava indo em outra direção, eu esperava algo e agora o noto diferente, o que tinha acontecido para ele mudar.
- Daniel, me conte, o que você realmente quer falar comigo?
- Eu quero saber de uma coisa apenas... Você ainda quer continuar me namorando?
- Antes de responder a esta pergunta, precisamos esclarecer alguns pontos, já que estas revelações me pegaram de surpresa.
- Sim, realmente temos alguns pontos mesmo, começando por você, que ficou com o Claudio e não me falou nada...
- Eu não gosto dele, fui meio que obrigado...
- Esta parte eu já entendi Alex... – ele olhou de lado, fez um apequena pausa e olhou novamente para mim. - Alex o que me machucou mesmo não foi você ter ficado com ele, foi sua falta de confiança em mim...
- Mas e você, também não planejou nada sem me contar...
- Eu ia contar, mas sempre que planejava algo acontecia... Alex você ficou com o Adriano? – assim do nada ele fez a pergunta que eu não esperava, a pergunta chave, a pergunta que me calou.
Meu silencio respondera, e ele baixou a cabeça, ele sempre conseguia está um passo a frente, e eu agora só me restava ser sincero e falar tudo, não me restava mais nada, não teria mais o que fazer.
- Ele me envolveu, ele sabia dos meus sentimentos por ele, meus sentimentos antigos, ele se aproveitou do momento e me encantou, usou minhas fraquezas... Mas mesmo depois de tudo só me restava você, eu pude provar para mim mesmo que ele era passado, mesmo sentindo o prazer da carne, não era com ele que eu queria estar... Eu sei, eu sinto que é você quem eu amo – minhas palavras o deixaram calado, ele parecia respirar fundo, olhou para mim, não vi lágrimas, nem expressão emotiva, ele estava me preocupando mais com sua frieza.
- Eu planejei com Ryan gravar um vídeo do Claudio sendo fodido pelo Ryan para chantageá-lo, e deu certo, estive na casa dele por acaso e ele ainda tentou se aproveitar de mim, e eu o descobri, foi ai que ele resolveu deixar você em paz, mas antes ele me mostrou a gravação de você com ele, claro que eu fiquei muito chateado na hora, e esperava você me contar, mas não contou...
- E você o Ryan, estão ficando, ou foi apenas uma forma de se vingar?
- Não Alex, não rolou nada, bem que o Ryan ainda forçou como pagamento ao favor, mas na hora eu resisti, ainda tentei, pois ele tem um corpo bem atraente e delicado, mas eu só lembrei de você... Como eu poderia ficar com outro se eu já o tinha? – aquela pergunta não merecia resposta, eu apenas sabia que ele tinha razão, e que eu fui um fraco... mas ainda tinha a parte da festa, como ele fora parar numa festa na casa do Adriano assim, como namorado do Ryan.
- E a parte da festa... Onde tudo isso se encaixa?
- Foi justamente ai que eu queria começar, ele me convidou para esta festa na piscina de um amigo dele, em troca do favor ele me pediu para fingir ser um paquera dele, para fazer media com os outros, já eu que não topei fazer sexo.
- E porque você não me disse nada...
- Como eu iria dizer alguma coisa, você estes dias na faculdade nem olhava para mim...
- Você também fugiu de mim.
- Sim... mas eu não sabia mais o que estava acontecendo, a única coisa que eu tinha certeza Alex, é que meu coração estava doendo, que eu estava sofrendo por algo que eu não sabia ... – o vi mudar de postura, e seu tom de voz mais vibrante, mas sempre mantendo o volume, ele parecia sempre manter o controle, mesmo sentindo um engasgo, um soluço não pronunciado, ele me passou todo a sua dor. - Foi nessa festa que o Vinicios veio todo valente, parecia outro, me acusar de que eu estaria tentando roubar o namorado dele, eu fiquei paralisado com o que ele falou, então depois o Adriano veio dando em cima de mim, juntei as peças, e não tive mais o que concluir, eles sabiam da gente, creio que o Vinicios descobriu lá na casa da praia, não tem outra explicação.
- Faz sentido, estes dias o Filipe me perguntou se a gente tinha brigado, mas a forma como ele perguntou parecia que ele sabia de algo... depois em outro momento a Alicia também comentou algo bem revelador...
- O Que ela falou? – ele pareceu preocupado.
- Ele disse que todo garoto que ela se interessava era gay...
- Entendo... Creio que o Filipe não tenha comentado nada por respeito, ele é muito pensado, mas não confio no Vinicios, ele pareceu bem agressivo ao defender seu território.
- Será que o Vinicios armou alguma para nos separar?
- Pode ser, mas não creio que seja apenas isso, acho que ele não é capaz de arquitetar algo tão grande assim, tem muita gente envolvida, foram tantos desencontro, começando por nós, nós somos os maiores culpados... Mas eu acho que nossa conversa esclareceu muito, não acha?
- Sim, me sinto mais aliviado...
- Eu não entendo Alex... Mas me responda a primeira pergunta, vai ver com sua resposta eu consiga entender melhor tudo isso. – ele ainda lembrava da pergunta lá do inicio de toda a conversa mesmo depois de tudo o que foi conversado e debatido. Então respondi com toda a paixão que eu poderia mostra com sinceridade.
- Sim, eu quero, não consigo ficar longe de você, eu te amo, você é minha vida. – ele fez um leve sorriso, por um instante senti que estaria tudo bem, que a nossa conversa tinha esclarecido tudo e que todas as mágoas tinham sido apagadas, mas logo em seguida ele ficou sério. Então senti que seria a minha vez de perguntar. - E você, ainda quer continuar comigo? – ele baixou a cabeça respirou fundo, meu coração acelerou, senti seus olhos entrar em minha alma, senti o quê ele ia falar e naquele momento, tive certeza de que ele iria dizer não, então ele falou.
...
DANIEL
As pessoas sempre acham que o mundo delas se acaba quando alguém que elas amam as abandonam, e que nada mais faria sentido, para algumas este momento de separação seria o fim da vida delas e que nada mais teria importância. É triste realmente, eu sei mais do que ninguém o quanto é difícil sofrer uma separação, eu sei o quanto sofri com a perda dos meus pais e o quanto ainda era recente, mesmo depois de um ano, mesmo depois de ir lá no tumulo deles e me despedir, e meu coração ficar tranquilo e em paz, eu, somente eu, ainda sabia naquela manhã de sábado o quanto o mundo ainda era o mesmo, e que pessoas são pessoas em qualquer lugar. Digo isso pois naquela festa do sábado eu descobri que aquele cara que fazia questão de me oferecer carona, e sempre procurando ser gentil, era na verdade alguém dissimulado. E como eu cheguei a esta conclusão? Enquanto caminhava para um ponto de ônibus, fui refletindo na proposta dele, não sei até onde ele iria se eu tivesse aceitado beijá-lo, ou na verdade não sabia até que ponto ele achava que dominante de toda aquela situação, talvez ele pensasse que eu estava apaixonado por ele, ou o que eu achava mais certo, ele estivesse apenas me testando. Mas para que?
Minha vontade era de gritar, como alguém era capaz de me usar assim, claro que eu sabia onde estava me metendo, ou pensava, ainda acreditava que o Ryan sabia de tudo que fora manipulado para me levar até aquela festa, mas eu não tinha respostas que pudessem me esclarecer como, e nem quando, e ainda por que ele faria isso comigo. O ônibus chegou, a placa luminosa indicava o meu bairro e a rota da minha parada, e quando realmente decidi entrar nele e ir para casa e me trancar no meu quarto, eu simplesmente disse “Não.” Fiquei esperando outro. Peguei meu celular e marquei com o Alex se encontrar num restaurante, seria naquela tarde que nossos destinos seria determinado. Em minha mente eu já sabia o que fazer, iria escutar o que ele teria para dizer, e eu diria tudo para ele, depois eu iria lhe dá opções, e estas opções seriam para mostra a ele que eu estaria disposto a continuar.
Quando tomamos uma atitude positiva, geralmente ela sempre nos guia até o fim, e eu era assim com minhas escolhas, gostava de segui-las e as usava para nortear minhas escolhas e direcionar minhas ideias.
Cheguei antes dele, procurei um lugar bem discreto, fiz o pedido que sabia que iria agradar a ambos, e o esperei. Ele chegou rápido, e vendo o sentar na minha frente me causou uma comoção, senti vontade de beijar e abraça-lo. Qual foi minha surpresa depois que ele disse que tinha ido a minha casa, notei então que ele também queria resolver esse impasse. Resolvemos então deixar a conversa para depois do almoço, ele concordou ainda fazendo uma gracinha, sei que ele não fez por mal, talvez estivesse tão aflito quanto eu, contudo eu já tinha tomado minha decisão, e tudo iria depender de como ele iria reagir.
A conversa iniciou logo que terminamos nossos pratos, procurei me manter neutro, mesmo minha vontade de saltar e beijá-lo ainda fosse a mesma. Nisso comecei falando logo d aminha ida a festa com o Ryan, queria deixar bem claro com isso que não queria guardar ou deixar nada por dizer, estava querendo mostrar a ele que deveríamos falar tudo, então pela reação dele pude constatar que ele já sabia da minha ida a festa, como eu não sei, também não iria levar a conversa por este desvio, então fui falando tudo, das investidas do Adriano, da desconfiança do Vinicios, até então que ele me questionou do proposito de tudo o que eu estava falando, então resolvi logo e fiz a pergunta chave, a pergunta que realmente importava para mim, se ele ainda queria ficar comigo, mas ele não respondeu, preferiu ir mais a fundo, preferiu deixar tudo as claras, assim como eu desejava, dando brechas para novas indagações, e o que foi revelado, pois num certo momento eu estava tão acelerado com o comportamento dele, a desconfiança dele, o medo de me encarar na faculdade, de ligar para mim, o medo de eu saber a verdade, a verdade que ele queria esconder tanto. Fiz a pergunta que eu nem sonhava em fazer, se ele tinha ficado com o Adriano. E sua resposta não veio em palavras. Uma cabeça baixa, silenciando sua sentença. Meu coração ficou partido. Minha atitude firme e determinada foi por água a baixo, baixei a cabeça, um pequeno filme passou inteiro, nossos momentos juntos, e nossa felicidade. Nossa pequena vida até então sendo construída em verdades e cumplicidades. Mas ele foi corajoso, sabia que tudo poderia ser o fim depois daquela revelação, tentou se explicar, então fomos falando tudo o que tínhamos passado estes dias, contei do plano com o Ryan e por isso o motivo do convite para a festa, foi tudo sendo dito, então as coisas foram ficando claras e ele falou coisas que eu nem sabia da possibilidade dos nossos amigos saberem da gente. Eu estava com os nervos a flor da pele mesmo nossas divagações a cerca da possibilidade de estarem armando para nós, eu continuava digerindo aquela revelação de uma segunda traição, e agora sem o pretexto de uma chantagem, mas sim apenas uma fraqueza da carne. Não queria mais continuar com tudo aquilo, depois do que foi dito eu só queria ouvi da boca dele a resposta à primeira pergunta que eu fiz no inicio da nossa conversa, se ele ainda queria ficar comigo, claro que a resposta dele foi sim, contudo ele falou que me amava e que eu era sua vida. eu chorei por dentro, mas para conter minha emoção, de raiva, sim, de raiva, pois depois de tudo ele vem com aquele papo de mim amar, e de que sem mim não há vida, claro que ele não usou estas palavras, mas foram tão bregas quanto. Eu ri, mesmo de leve e parecendo positivo eu ri, mas logo em seguida eu respirei fundo. E o encarei, esperei ele retornar a pergunta.
- E você, ainda quer continuar comigo?
Mesmo estando preparado para a pergunta, eu ainda tive o peso sobre minhas costas, pois era uma decisão séria, sabia que ele iria ficar triste se caso fosse um não, e eu iria ficar tanto quanto ele, e se fosse positiva, mas mais uma vez eu respirei fundo e não respondi ainda sua pergunta, lembrei de falar sobre algo que ele talvez tivesse compreendido errado... então falei.
- Alex você lembra e sabe o por que de o chamar de Junior, como você propôs logo quando a gente se aceitou como namorados?
- Claro, para a gente não se trair em publico, da mesma forma não nos tratar com apelidos carinhosos, como eu queria que fosse.
- Sim, eu também queria, mas estes costumes acabam caindo no costume e tanto você quanto optamos por não usá-los, certo?
- Sim... Mas o que tem isso agora? – ele ainda não parecia entender onde eu queria chegar.
- Agora você sabe por que eu recusei seus presentes, e suas proposta para agente voltar a trabalhar juntos?
- Claro que lembro, foi para não levantar suspeitas também...
- Então Alex, tudo o que fizemos foi para não levantar suspeitas. Sabe eu ainda cheguei a cogitar um namoro com uma garota, e você até achou legal a ideia e ainda queria fazer o mesmo, mas então o que foi que eu disse em seguida?
- Que não era certo, pois estaria apenas usando a outra pessoa, e isso não se faz com ninguém... Ok Daniel, o que isso tem tudo haver com sua resposta. – ele já estava aflito.
- Tudo. Pois tudo isso tem um único proposito, manter nosso namoro em segredo, pois se o seu pai descobre, não só você sofreria as consequências, como eu, e claro, para mim o mais importante, os meus tios. A minha felicidade agora não é estar ao seu lado apenas por um capricho, meu desejo é que tudo termine bem para todos. Então tem algo acontecendo, e eu quero descobri tudo isso, e tá isso ficar bem claro, não vou te dar a resposta.
- E como ficamos, pois eu não quero ficar nesse impasse. O que você sugere?
- Vamos dar um tempo...
- Não. Não quero ficar sem você. Agora que estou vivendo meus dias mais felizes, você quer terminar comigo por causa de uma cilada feita para nos separar...
- Não é bem assim que eu vejo. Peço um tempo para a gente investigar nossos amigos, e investigar o Adriano e quem mais estiver envolvido nisso tudo. Vamos fingir que não nos encontramos e que nunca tivemos esta conversa.
- Mas e nós, como vamos ficar?
- Vamos manter nossa amizade, sem cara feia, sem desencontros na faculdade... e eu voltando de carro com você para casa.
- Estou gostando desse plano, fico mais esperançoso. E beijos e abraços? – acho que ele não entendeu a parte de dar um tempo...
- Alex, eu preciso desse tempo, principalmente desse tempo, o motivo é pessoal, precisamos ficar longe um do outro nesse aspecto mais intimo.
- Isso é um teste?
- Pode ser, mas por enquanto é isso, procure manter as aparências com o pessoal, agora preciso ir, vamos nos falando por whats, e Alex, vamos falar tudo um para o outro, para evitar outros contratempos.
- Claro, concordo... Mas eu ainda queria rever esta questão do dar um tempo, não me sinto seguro...
- E eu preciso dele para me sentir seguro.
Ele me olhou de um jeito, que deixou a entender que ele compreendeu meus motivos.
Depois de pagarmos a conta, saímos, para lados opostos.
Tudo agora iria tomar outro rumo.
continua...
Continua por favor! Seus contos são ótimos. Aguardando ansiosamente.
ai meu Deus, ja esta com saudade desse conto. como sempre, um capitulo lindo que quando a gente ler, fica com aquele gostinho querer ler várias vezes. vc é sensacional.
Estava sentindo falta deste conto..Torço pra que meu Principe e meu Plebeu se reencontre.Que tudo se ajeite...Parabens pelo capitulo..
Ótimo capítulo.. Ansioso pelo próximo !!
Todos os contos são excelentes. Cada um melhor que o outro. Continue com o do "Marido traído , muito excitante. Atenciosamente Carlos.
Ver se não demorar a postar mais